Introdução:
Porque considero este artigo de Nuno Pacheco de importantíssimo interesse público, até porque destaca certos aspectos que gostaria de esmiuçar, ouso reproduzi-lo neste Blogue, cumprindo todas as regras dos créditos jornalísticos, para que chegue aos leitores d’O Lugar da Língua Portuguesa – um repositório de tudo o que importa acerca da nossa Língua – os quais estão dispersos por 160 países, de todos os continentes, e que vão seguindo e consultando os textos que aqui são publicados.
As minhas observações estão entre parêntesis rectos [...], em itálico e a negrito.
Regressarei com a Parte II, para esmiuçar os comentários ao texto do Nuno Pacheco.
Isabel A. Ferreira

Em português, se faz favor. Muito bem; mas qual deles?
Quando falamos de língua portuguesa, o que nos divide não são as diferenças; é, infelizmente, e quase sempre, a estupidez.
Sempre que a língua portuguesa vem à baila, seja em entrevistas, textos ou artigos de opinião, avolumam-se leitores e comentários. O que é bom sinal, dada a relevância do tema. Com uma ressalva: seria melhor se não encalhássemos sempre nos dilemas do costume, que são estes: o que é “português certo” e “português errado”, sem olhar às culturas nem às geografias, como se houvesse uma única norma-padrão internacional; e o fantasma do Acordo Ortográfico de 1990.
A primeira frase do título desta crónica é assumidamente decalcada de um muito recomendável livro de Helder Guégués, tradutor e revisor, que nele se ocupa de “questões de regência verbal, ortografia, pronúncia, concordância, formação do plural, modismos e mau uso” do idioma na escrita – já que a fala, como se sabe, é outro assunto e é frequentemente indomável. O prefácio de Fernando Venâncio e o posfácio de Desidério Murcho sublinham-lhe a utilidade e interesse.
Ora este livro, como muitos outros, vem lembrar-nos de que a escrita tem regras e, sim, há erros que é melhor evitar a bem da clareza da comunicação e da saúde do idioma. Posto isto, convém recordar que o português, tal como o conhecemos, tem um percurso no país que lhe deu nome (derivando o nosso idioma do galego e dele se afastando a partir do século XV) e outros, bem diferentes, naqueles aonde chegou por imposição colonial como contraponto às línguas locais.
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[“Derivando o nosso idioma do galego e dele se afastando a partir do século XV”, diz o Nuno Pacheco. Aqui tenho de concordar com o Henrique Duarte, que num comentário disse o seguinte:
Henrique Duarte
Moderador
«(...) derivando o nosso idioma do galego e dele se afastando a partir do século XV» É errado dizer que o português deriva do galego. O português deriva da língua falada antigamente no Norte de Portugal e na Galiza, a que se pode chamar de galego-português, galaico ou, quando muito, galego antigo. Galego nunca, pois galego é outra coisa muito diferente. É a língua falada atualmente (cada vez menos, infelizmente) na comunidade autónoma chamada de Galiza, que está fortemente castelhanizada, na sintaxe, no vocabulário, etc., e que por isso é depreciativamente designada por "castrapo". Esperaria outro rigor da sua parte, Nuno Pacheco.
... embora o Henrique também esteja equivocado quando diz que «É a língua falada atualmente (cada vez menos, infelizmente) na comunidade autónoma chamada de Galiza, que está fortemente castelhanizada, na sintaxe, no vocabulário, etc.»
Não, não é bem assim. O Galego é a Língua Oficial da Região Autónoma da Galiza, juntamente com o Castelhano, e não o Espanhol, porque o Espanhol não existe em Espanha como Língua, e o Galego está de boa saúde, na Galiza.
O equívoco do Nuno Pacheco, talvez venha do facto de ter lido o livro de Fernando Venâncio «Assim Nasceu uma Língua». Fernando Venâncio também estava equivocado, porque foi beber a fontes a que os que querem amesquinhar a Língua Portuguesa também foram beber, tendo distorcido a história.
O Português é uma Língua-gémea do Galego, o dialecto Galaico-Português, oriundo do Latim vulgar, que os povos da Galécia (Gallecia romana) antepassados dos Galegos e Portugueses actuais partilhavam, e cuja história está deliciosamente contada no livro «Historia da Lingua Galega», da autoria dos insignes mestres galegos Xosé Ramón Freixeiro Mato e Anxo Gómez Sánchez, que não estão ao serviço de ninguém, a não ser ao serviço da Galiza. Um livro que todos os que se interessam pela Língua Portuguesa deviam ler.
Aqui deixo o link para o livro, escrito em Galego, mas quem souber Português a fundo, lê-se perfeitamente.
https://www.goodreads.com/book/show/38621990-historia-da-lingua-galega#CommunityReviews
Vejamos a este propósito o que diz o nosso maior dialectologista, José Leite de Vasconcelos: «Nos dois lados do Rio Minho desenvolveu-se do Latim vulgar da Lusitânia, nos primeiros séculos da era cristã, uma língua substancialmente uniforme, embora, talvez desde sempre, com algumas particularidades dialectais. Por causa das vicissitudes políticas da Galiza e de Portugal, da Idade Média em diante, essas particularidades foram aumentando com o tempo, e constituíram depois o Galego e o Português, embora o Português seja forma principal, como Língua de nação autónoma órgão de rica literatura.» (Textos Arcaicos, p. 120, 3ª edição). Foi com Dom Dinis, que o Português seguiu o seu caminho separado do Galego.]
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Foi o que sucedeu no Brasil ou nas então colónias de África, onde numerosas línguas locais foram silenciadas ou até proibidas em nome da língua do colonizador. Com as independências, chegando primeiro a do Brasil, em 1822, e muito mais tarde as de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde (independentes há 50 anos, o que agora celebram), e tendo cada país as suas leis, bandeiras, hinos, regras e culturas, natural seria que o português, língua que adoptaram como oficial, tomasse em cada um deles o seu rumo, não só com palavras novas ditadas por cada cultura como, eventualmente, novas regras lexicais e gramaticais.
Pôr o português daqui (que já é tão diverso, com os seus coloquialismos e regionalismos) em confronto com as suas mutações noutros países é coisa que nos deveria aliciar, interessar, e não indignar, levantando de imediato a bandeira do “português certo” ou “português correcto” para afastar, com desprezo, as diferenças que naturalmente se foram desenvolvendo noutros lugares.
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[A este respeito, a indignação não vem do facto de o Português ser ou não ser correcto neste ou naquele país. Vem do facto de terem mudado a Estrutura do Português, no que à Fonética, Fonologia, Escrita, Ortografia, Léxico, Morfologia, Sintaxe e Semântica diz respeito, e continuarem a chamar-lhe Português, quando o correcto seria dar-lhe outra designação, e não pretender, por questões meramente políticas, que a Variante Brasileira do Português, (porque é disto que se está sempre a falar, até porque as outras ex-colónias nunca são chamadas à liça sobre esta matéria) seja designada como Português, inclusive andar na Internet a representar o Português com a bandeira brasileira.
A linguagem da Variante Brasileira do Português é perfeitamente correcta, uma vez que o Brasil, tendo optado por pôr – veja-se neste exemplo a importância da acentuação, e pensemos no para para, introduzido pelo AO90 – de lado as regras gramaticais, e enriquecendo-a com as Línguas e dialectos indígenas brasileiros, e dialectos africanos levados pelos escravos – o termo escravizado não se aplica neste âmbito, e agora há um modismo que “proíbe” usar a palavra escravo, como se os escravos nunca tivessem existido, desde as mais remotas civilizações – e acrescentando-lhe a deslusitanização da Língua do ex-colonizador mudaram o rumo da Língua Portuguesa]
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Quando o professor brasileiro Caetano Galindo, em entrevista recente ao PÚBLICO (que muito comentada foi), dizia que só agora o Brasil estava a aperceber-se de que a sua fala e escrita não configuravam um “português errado”, mas sim o português que o Brasil moldou à sua imagem, houve quem o compreendesse e também quem se indignasse ou ironizasse com tal observação. Recordemos o que ele disse, a frase completa: “Só agora se começa a perceber que não estamos falando português errado, não estamos falando incompetentemente a língua da Europa, porque não há português errado nem português certo, nem nas variedades que existem no Brasil nem nas inúmeras variedades que existem em Portugal.”
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[Aqui concordo com o professor Caetano Galindo, quando diz «Só agora se começa a perceber que não estamos falando português errado, não estamos falando incompetentemente a língua da Europa, porque não há português errado nem português certo, nem nas variedades que existem no Brasil nem nas inúmeras variedades que existem em Portugal.» Não, não estão falando um Português errado, porque não estão falando sequer Português, estão falando a Variante Brasileira do Português, e designando essa linguagem deste modo, é óbvio que estão a articulá-la correctamente.]
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Independência ou morte? Não, independência e língua. Podia o português do Brasil chamar-se, por mera decisão política, “brasileiro” (e há quem levante, sem êxito, tal bandeira há anos), que isso não alteraria a sua real condição: a de um idioma, o português, que ganhou características próprias num outro continente, e que com elas tem produzido excelentes obras nos mais variados domínios das letras e das outras artes.
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[Aqui discordo do Nuno Pacheco, pois já não existe o Português do Brasil, a partir do momento em que o enciclopedista brasileiro Antônio Houaiss deslusitanizou (e o termo é dele) o Português, afastando-o das suas raízes portuguesas, greco-latinas, indo-europeias, e quando isso acontece, a Língua terá de ter outra designação, tal como a já Língua Cabo-Verdiana, que é oriunda do Português, mas já não é Português de Cabo Verde. E não vejo que mal venha ao mundo se tal acontecesse, e as ex-colónias terem uma Língua própria, enriquecida pelos Dialectos e Línguas locais tão diferenciados do Português. É preciso viver e principalmente estudar no Brasil para perceber que, lá, o Português diluiu-se por entre tanta miscelânea de línguas, dialectos e falares dos muitos povos que lá se fixaram, e aqui estou a pensar na Língua Italiana, que tanto se impôs na linguagem falada e escrita no Brasil, e darei apenas um exemplo, mas há muitos mais: Netuno].
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Isso põe em causa o português de Portugal? De maneira nenhuma, tal como o inglês dos Estados Unidos da América não pôs nem põe em causa o inglês de Inglaterra — e tantas diferenças têm, na fala como na escrita. O erro é sempre tentar afunilar as diferenças numa espécie de idioma padrão, que não existe nem existirá nunca, por mais que bramem os paladinos da “unificação”. Esse foi o erro do chamado Acordo Ortográfico de 1990, como lembrou, e bem, José Pacheco Pereira na sua mais recente crónica, “O desprezo da pátria por via do desprezo da língua”.
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[Aqui volto a discordar do Nuno Pacheco. Claro que põe em causa a Língua Portuguesa – dizer Português de Portugal soa a redundância.
Não podemos comparar o que se passa com as ex-colónias inglesas e espanholas, por exemplo, com o que se passou no Brasil. A Língua Inglesa não foi desinglesada em nenhuma ex-colónia, e a Língua Castelhana não foi descastelhanizada em nenhuma dessas ex-colónias pretendeu impor aos Ingleses ou aos Espanhóis as poucas diferenças existentes entre as suas Variantes que passam quase despercebidas em relação à Língua Inglesa e ao Castelhano. Porém, a Variante Brasileira do Português não passa despercebida, principalmente na oralidade, em relação ao Português. Há este pormenor que é preciso ter em conta.]
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Graças a tal erro, que não unificou coisa alguma e que, pelo contrário, acirrou animosidades, ouvimos por estes dias locutores de televisão, a propósito do roubo no Louvre, pronunciarem “jôias” (retorno da escrita sobre a fala, pela perda do acento agudo em “jóia”, como antes se escrevia em todo o espaço da língua portuguesa); e temos, entre as várias palavras que vão a votos para “Palavra do Ano” (iniciativa da Porto Editora) uma coisa que, mercê de tal acordo, só existe mesmo em Portugal: “Perceção.” Isto quando o Brasil continua a escrever “percepção”. Não, o que nos divide não são as diferenças; é, infelizmente, e quase sempre, a estupidez.
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[Os vocábulos que em Portugal perderam a consoante muda, mas no Brasil não, como “perceção”, que no Brasil escreve-se à portuguesa, percePção, deve-se de facto à estupidez. No Brasil há umas poucas palavras mais que os Brasileiros escrevem à portuguesa, simplesmente porque pronunciam as consoantes mudas, porém há uma questão a pôr: qual o critério que levaram Brasileiros, mas também Portugueses, a pronunciarem alguns cês e pês, em determinadas palavras e não noutras? Temos o exemplo de Egito. Não é da estupidez grafar Egito sem pê, e escrever todas as suas derivadas com pê? Sempre pronunciei o pê de EgiPto, por coerência linguística. Esta é uma das incoerências dos acordos ortográficos que já se fizeram entre Brasil e Portugal, e por mais acordos que façam ainda não acertaram as agulhas, e jamais iacertarão.
Daí a necessidade de cada país ficar com a sua Língua: a quase nonagenária Língua Portuguesa para Portugal, o seu berço, e a nova Língua gerada no Brasil, a partir do Português, a Variante Brasileira do Português, ou Língua Brasileira, ou Brasilês, para o Brasil.]
Isabel A. Ferreira
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Fonte do artigo de Nuno Pacheco:
https://www.publico.pt/2025/11/06/opiniao/opiniao/portugues-faz-favor-bem-2153373
Na rubrica 'Língua na Cama', Manuel (Matos) Monteiro escalpeliza erros frequentes do nosso idioma, curiosidades linguísticas, maravilhas idiomáticas. Aprenda e divirta-se. 'Língua na Cama' é serviço público de qualidade.
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Língua na cama: Episódio 34
Pronomes com exemplos quotidianos
Com exemplos quotidianos, saibamos usar os pronomes. Se a Joana não gosta de si, ela não gosta de você ou de si própria? Etc., etc., etc.
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Língua na cama: Episódio 33
Bem hajais, se fazeis favor
Bem haja, bem hajam, bem-haja? Flexiona? Tem hífen? Qual é a diferença entre «abaixo assinado» e «abaixo-assinado»? «Abaixo assinada» grafa-se assim? Vede o episódio de hoje, se fazeis favor. «Fazeis», isso mesmo.
António Eça de Queiroz dixit na sua página do Facebook:
«Ahahhahahahhaah!!! Só a tugalhada burocrata para fazer uma lei pétrea em que mais de metade da administração pública chumbaria (políticos incluídos)»

Para ter a nacionalidade portuguesa os candidatos terão de demonstrar “suficiente” conhecimento de algo que nem o presidente da República, nem o primeiro-ministro, conseguem demonstrar?
Primeiro: em Língua Portuguesa, grafando-a incorrectamente, ou melhor, usando a grafia brasileira para a escrever, e a dizer “portuguesas” e “portugueses”, parolamente, sem terem conhecimento da Gramática portuguesa?
Segundo: o mesmo para a Cultura e História portuguesas que andam por aí a espezinhar, a desrespeitar, a enchê-las de incongruências e de coisas inventadas para reparar um passado que não pode ser reparado, por ninguém do século XXI depois de Cristo, que não tem culpa de nada do que se passou há séculos?
Terceiro: dos símbolos nacionais, (como a bandeira e o hino), que andam também a desrespeitar na Internet, nomeadamente a bandeira portuguesa estando a ser substituída pela bandeira brasileira para assinalar o Português, a Língua de Portugal? Quanto ao hino, ainda vai sendo cantado como foi criado, mas já houve tentativas de o mudar.
Quarto: dos direitos e deveres “inerentes à nacionalidade portuguesa”, que os políticos portugueses não respeitam, dando uma imagem de pobreza moral, social e cultural ao mundo?
Quinto: da organização política do Estado Português? Se perguntássemos aos deputados da Nação o que isto era, quantos seriam capazes de dissertar sobre esta matéria?
É verdade que para se ter na nacionalidade portuguesa é preciso ter algum conhecimento sobre todas estas matérias. Porém, há um PORÉM, quem iria avaliar os candidatos a portugueses se nem os portugueses abarcam estes itens com saber?
Para exigirem, e muito bem, que para ter a nacionalidade portuguesa é preciso entranhar tudo o que dignifica o ser português, é preciso que quem vai avaliar seja PORTUGUÊS com letras maiúsculas, e como diz e muito bem António Eça de Queiroz querem avaliar os candidatos a portugueses, através de matérias em que a maioria dos portugueses, incluídos aqui os políticos, chumbariam.
Mas mais do que isso, é preciso NÃO andarem a enganar os estrangeiros com o brutuguês que lhes impingem, chamando-lhe Português.
Para mim, essa é a pior mentira.
Isabel A. Ferreira
Esta não é uma questão de elites contra o “povo”, mas sim um confronto entre quem respeita a sua língua e quem a despreza, entre quem despreza o saber e quem sabe o que lhe falta saber.

José Pacheco Pereira
01 de Novembro de 2025, 6:51
Há patriotismo e há nacionalismo travestido de patriotismo. Eu considero-me patriota, sei bem, quando estou cá dentro, onde estão os meus pés, em que solo piso e como esse solo me faz, e quando estou fora como falta sempre qualquer coisa. Cosmopolitismo é uma boa coisa e faz-nos muita falta, mas ser patriota e cosmopolita nada tem de contraditório porque a gente espreme, espreme e, sem diminuir o mundo, há sempre algo que nos molda antes do mundo: a pátria. Às vezes, quando falava desta diferença, citava algo que li há muito tempo sobre o teatro Nô japonês, sobre as personagens que estão vivas e os fantasmas: as primeiras mantinham os pés no chão, os segundos levantavam-nos como se levitassem. Procurei para este artigo uma referência e não encontrei nenhuma, vai como está na minha memória.
Há uma coisa que mais que tudo representa a pátria: a nossa língua, o português, seja o nosso, seja o do Brasil ou dos PALOP, ou mesmo dos crioulos como o papiamento. Podem falar diferente, mas a língua que está lá por trás é o português.

O que certamente não representa a pátria é o desprezo pelo português nas redes sociais e, mais importante ainda, a a indiferença política perante o maior atentado recente contra a língua portuguesa que foi o Acordo Ortográfico. Aqui está uma pergunta obrigatória aos políticos em legislativas e presidenciais que ninguém faz, e que deve ser colocada a partidos que se dizem nacionalistas e conservadores e falam o português bastardo do Acordo Ortográfico de 1990, como o Chega.
Vejam-se estes exemplos de uma caixa de comentários na página de Facebook do Chega:
È por camara escondida para depois os visitar-mos na calada da noite. E apagar essas velas
*
Eles com as coécas todas mulhadas
*
O homem está corretíssimo,mas como é um homem onesto a grande parte desta gente mamona,ou BURRA NÃO GOSTA.
*
Nem mais .. é a mesma coisa aqui na englaterra.. se fore preson por mais de um ano . Compre a pena e a deportado
*
Estão com medo de alguma coisa! Força André Ventura,se fores presidente da República,no CHEGA a substitutos a altura para liderar o partido! CHEGA [sic]
*
Todos os dias, nesta página de Facebook, e por todo o lado nas caixas de comentários, escreve-se assim, e pode-se imaginar como fala quem assim se expressa. Ora, quem escreve assim não é patriota, porque despreza aquele que é um dos principais factores de identidade nacional: a língua.
Esta não é uma questão de elites contra o “povo”, mas sim um confronto entre quem respeita a sua língua e quem a despreza, entre quem despreza o saber e quem sabe o que lhe falta saber. Isto hoje é uma questão política, porque a democracia precisa da consciência do valor do saber, do falar, do conhecer. Esta consciência é hoje um dos alvos preferenciais do populismo que valoriza a ignorância.
Quem, por razões sociais, não tem o mínimo de educação formal, vem de meios de vida difícil, não teve oportunidade de estudar, teve de atravessar muita dificuldade, muita miséria, tem vergonha de não falar ou escrever bem, porque tem a aguda consciência que isso é um factor de pobreza e exclusão. Quem, por outro lado, fala e escreve mal português e tem um vocabulário exíguo pode escrever com erros de ortografia palavra sim ou palavra não, e ser muito eficaz em usar emojis de merda em linhas e linhas ou em insultar, mas não pode bater no peito nacional pelo seu país.
Uma das suas ironias é a reivindicação aos imigrantes de, para terem a legalização, saberem falar português, coisa que os seus julgadores não sabem de todo. É por isso que muitos imigrantes, a começar pelos que vieram das nossas colónias, falam muitas vezes melhor, num português impecável, e querem que os seus filhos aprendam aquela que é, para muitos deles, também a sua língua natal. Teriam vergonha de escrever a língua absurda das citações acima.
Mas esta deterioração da língua vem de cima para baixo, vem de quem tem poder no topo para terminar nesta cloaca de ressentimento e raiva. O Acordo Ortográfico de 1990 — a que, felizmente, quem gosta da sua língua e do seu país resiste —, para além de um desastre diplomático, uma nulidade em termos de “unificação” do português — posso, por exemplo, num processador de texto, escolher a opção “português de Angola” —, traduziu-se num abastardamento da língua. Esse abastardamento foi retirar-lhe a memória, eliminando os traços da sua origem no latim. Como disse também Pessoa: “A ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.” Tiraram-lhe o pai e a mãe, obra desses firmes partidários da tradição e da família.
Sim, “isto” não é o Bangladesh, mas também não é o Portugal dos que desprezam a nossa língua, a língua em que nasceram, e que usam pior do que “os” do Bangladesh a sua. Podem ser muita coisa, mas patriotas não são.
O autor é colunista do PÚBLICO
Fonte: https://www.publico.pt/2025/11/01/opiniao/opiniao/desprezo-patria-via-desprezo-lingua-2152971
Carlos A. Coimbra, cidadão português radicado no Canadá, enviou-me o seguinte protesto:
Assunto: E o Marcelo não defende isto...
Carreguei agora a APP do ChatGpt.
Quis ver a lista de línguas.
E pronto, já desinstalei a coisa.
O Português padrão não é o original, de Portugal!
O original vem listado separadamente, entre parênteses, como versão especial.
Nem quis ouvir o que aparece como "português", mas suspeito qual seja!
E não sei para onde me queixar...
Carlos A. Coimbra
***
Obviamente que aquele “português” é a Variante Brasileira do Português.
E o Português (Portugal) é a nossa triste Língua acordizada, pelo brasileiro Antônio Houaiss.
E isto é usurpação de um dos símbolos da NOSSA Identidade: a Língua Portuguesa.

Para que a verdade seja reposta, o que deve aparecer é o seguinte:

E o Marcelo não defende isto???????
NÃO, não defende, e nós sabemos muito bem porquê.
O Carlos não sabe a quem fazer queixa.
Eu também não sei.
Já corremos muitas autoridades, e nenhuma nos respondeu, e nós também sabemos muito bem porquê.
Se houver algum jurista que possa orientar-nos nessa queixa, agradeço que me contacte para o e-mail do Blogue: isabelferreira@net.sapo.pt
Isto é uma vergonha para Portugal.
O Português é de Portugal e de quem não deslusitanizou a Língua Portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau.
O Português NÃO é do Brasil.
Do Brasil é a Variante Brasileira do Português.
O que mais me irrita nesta questão do “português” na Internet é ver a pouca vergonha com que a Google, o ChatGpt e outros software passaram a considerar "Português" o que se fala e escreve no Brasil, e "Português (Portugal)" indicado como Língua regional, marginalizada, quando é o Português original, o Português padrão, a GENETRIZ das Variantes que se criaram a partir dela, incluindo a Variante ( = dialecto) Brasileira da Língua Mãe dos Portugueses.
Há que ter vergonha na cara!!!!
Isabel A. Ferreira
Manuel Matos Monteiro questiona:
No Episódio 36 do «Língua na Cama», o tema foi Concordâncias.
«Ele é daqueles que gosta ou gostam de golfinhos assados? A Paula é das que defende ou defendem a monarquia?»
Um episódio recheadíssimo de exemplos de uso corrente.
«Língua na Cama», Episódio 37. Tema: Influências.
Dr. Luís Montenegro, o Jorge Jesus não é uma boa influência- Língua na cama: Episódio 37
«Reuni com ou reuni-me com? Reuniu com ou reuniu-se com? Conheça as nódoas gramaticais do idiolecto do nosso primeiro-ministro».
Como foi possível eu só ter descoberto a rubrica «Língua na Cama», da autoria de Manuel Matos Monteiro, neste 35º Episódio?
Se não fosse o amigo João Esperança Barroca a enviar-me o link, olhem o que eu andava a perder!
Muito bem, Manuel Matos Monteiro. Adorei, o que significa ter gostado muito, muito, mesmo muito desta sua rubrica. Fiquei sua ouvinte.
Na nova rubrica do PÁGINA UM ‘Língua na Cama’, Manuel (Matos) Monteiro – escritor e um dos melhores cultores da Língua Portuguesa, além de formador da Escola da Língua – escalpeliza, de forma caseira e descontraída, erros frequentes do nosso idioma, curiosidades linguísticas, maravilhas idiomáticas. Aprenda e divirta-se. ↓
Este 35º Episódio, tem endereço: o Dr. Luís Montenegro.
E a pergunta é: Dr. Luís Montenegro, a sua Pátria é a Língua Portuguesa?
Caros leitores/ouvintes conheçam as máculas linguísticas do nosso primeiro-ministro, que deixou o idioma nos cuidados intensivos.
«Língua na Cama» é serviço público de qualidade.
Isabel A. Ferreira
(*) Manuel Matos Monteiro é director da Escola da Língua, autor, jornalista, formador e revisor. Autor dos livros: «Dicionário de Erros Frequentes da Língua»; «Por Amor à Língua — Contra a Linguagem que por aí Circula»; «O Mundo Pelos Olhos da Língua»; «Por Amor à Língua e à Literatura»; «Sobre o Politicamente Correcto».
Sugiro vivamente que vejam os Vídeos e leiam os Livros de Manuel Matos Monteiro.


Estes são os candidatos a Presidente da República Portuguesa/2026, que têm mais visibilidade pública, mas há mais alguns, que não constam aqui, porque não têm qualquer possibilidade de chegar ao pódio, o que não significa que não sejam importantes ou não mereçam estar aqui. Não é isso.
Em cima, da esquerda para a direita: Henrique Gouveia e Melo (independente); António José Seguro (independente); André Ventura (Chega); Catarina Martins (Bloco de Esquerda).
Em baixo, da esquerda para a direita: Luís Marques Mendes (PSD); António Filipe (PCP); João Cotrim Figueiredo Iniciativa Liberal); Raul Perestrello (independente).
O que têm em comum estes e todos os outros candidatos que aqui não estão?
Nenhum deles sabe escrever correCtamente a Língua Portuguesa, a Língua dos Portugueses, a Língua de Portugal.
Andei a investigar e já vi que todos, mesmo todos, os candidatos a presidente da República são acordistas, ou seja, seguem a cartilha do acordo ortográfico de 1990 (AO90), que nos impinge a grafia brasileira, que, para o Brasil, é correta (lê-se currêtâ, como em carreta), mas que para Portugal é completamente incorreCta.
Como é possível?
Como querem ser presidentes da República, estando a violar a Constituição da República Portuguesa?
Poderão fazer, com honra e verdade, o juramento solene de Presidente da República Portuguesa ao dizerem
«Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa. — Constituição de 1976, Art. 127.º.»
e escreverem segundo a cartilha do AO90?
Bem sei que a democracia portuguesa é uma democracia escrita com um "dê" minúsculo, como os que a sustentam, e talvez por isso, em Portugal (coisa inédita e insólita!) cada um escreve como lhe dá mais jeito.
Se o próximo presidente da República NÃO souber escrever correCtamente a Língua Portuguesa será igual ou pior ao que nos vai deixar, sem honra nem legado algum, do qual os Portugueses possam orgulhar-se.
Se os candidatos a PR não arrepiarem caminho e chegarem à conclusão de que, insistindo em grafar à brasileira, irão atraiçoar o juramento solene que terão de fazer na tomada de posse do cargo, e no exercício das suas funções irão cometer uma série de violações, tais como:
-- da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI);
-- e por arrasto, da Constituição da República Portuguesa (CRP);
-- da Convenção de Viena de 23 de Maio de 1969, pelo AO90;
-- da violação da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira (COLB) de 10 de Agosto de 1945, aprovada pelo Decreto-Lei Nº 35.228 de 8 de Dezembro de 1945, decreto-lei que continua em vigor na ordem jurídica nacional, porque, até à data, não foi anulado, nem substituído por um novo Decreto-Lei.
têm de saber que serão maus presidentes e estarão a trair Portugal e os Portugueses.
Posto isto todos os Cidadãos Portugueses Pensantes NÃO devem votar em nenhum candidato acordista, porque quem NÃO escrever correCtamente a Língua Portuguesa, e estando em vias de cometer tantas violações, NÃO merecerá representar Portugal nem os Portugueses, como aquele que deixará o cargo NÃO mereceu, e por tal imerecimento será julgado pela História.
NÃO votaremos em candidatos que NÃO saibam honrar Portugal e a sua Língua, logo a Língua que, de acordo com o que José Pacheco Pereira disse numa entrevista no passado dia 10 de Junho, e, todos nós que pensamos, concordamos que é um dos factores mais importantes para a identidade de ser português.
E é essa identidade que o próximo Presidente da República deverá defender, para merecer ocupar tão alto cargo.
Conclusão: ou votamos em branco [já agora, os votos em branco deviam ter a respectiva percentagem em cadeiras vazias no Parlamento, para indicarem o descontentamento dos Portugueses, que ao fim e ao cabo também votaram um voto útil] ou NÃO votamos.
Isabel A. Ferreira
Mas... há um mas: os governantes portugueses são Blocos de Betão, e ali não entram nem sons, nem luz. O que fazer para que o betão se dissolva, e os sons e a luz possam entrar no betão e transformar os blocos em Homo Sapiens Sapiens de carne e osso?

Instituições e individualidades por nós contactadas, para obtermos uma resposta racional à pergunta: «Porquê nos foi impingido ilegalmente o AO90?» E nenhuma teve a hombridade de nos responder.
Foi-me enviado, via e-mail, pela Professora Maria José Abranches, um vídeo da tviplayer.iol.pt/programa/cnn-prime-time, emitido no dia 10 de Junho de 2025, onde José Pacheco Pereira, nos fala de Portugal, da nossa História, da nossa Língua e da Portugalidade, um conceito que lá por ter nascido no Estado Novo, não significa que não seja válido em qualquer actual estado da Nação portuguesa, e hoje em dia, bem precisamos dessa Portugalidade que envolve a Cultura, a História e a Língua do Povo Português, que estão a ser trituradas por uma ignorância nunca vista desde os tempos pré-históricos.
Desse vídeo respigarei um excerto do que José Pacheco Pereira respondeu, à pergunta do Jornalista:
«O que é hoje Portugal?»
JPP: «Nós temos dois países». E Pacheco Pereira apresentou dois mapas, que se sobrepõem, divididos entre Norte e Sul: minifúndios ao Norte, latifúndios ao Sul; religiosidade: ao Norte vai-se à missa, ao Sul não se vai à missa; politicamente: ao Norte partidos mais conservadores, ao Sul partidos mais à esquerda.
O que unificou esses dois países, para podermos falar de Portugal?
Diz Pacheco Pereira:
«Essencialmente duas coisas: a História e a Língua. Repare que ninguém fala da Língua, fala da História, e a Língua é talvez um os factores mais importantes para a identidade de ser português, e quando nós podemos falar da crise da Portugalidade, para utilizar a expressão do presidente da República, ela vê-se na ignorância da História e na degradação da Língua.
A Língua perdeu, com o novo acordo ortográfico, a sua memória, a sua memória histórica, e hoje, fala-se cada vez pior.
Os mais jovens têm um vocabulário particularmente restrito (...). Há uma ignorância sobre a História, sobre as fontes da nossa cultura tradicional: a Bíblia, a fonte greco-latina e a Língua degradada por um vocabulário cada vez mais restrito.
(...)
Para ouvirem a entrevista completa (são apenas 16.24 minutos), cliquem no link: https://tviplayer.iol.pt/programa/cnn-prime-time/6193932f0cf2cc58e7d362d6/video/6848ae620cf20ac1d5f32e40
A José Pacheco Pereira, «uma nobre figura da Cultura portuguesa», como lhe chama a Professora Maria José Abranches, e eu só posso e devo concordar, do alto do seu saber, da sua idoneidade, da sua projecção pública, do respeito que merece pelo contributo indiscutível que oferece à sociedade portuguesa, ouso solicitar-lhe que use dos atributos que mencionei, para fazer ver aos governantes portugueses, o quanto estão errados em insistir na imposição ilegal do acordo ortográfico de 1990, particularmente fazer ver, ao presidente da República, o grande erro que cometeu ao render-se ao AO90. Bem sabemos que está de saída, mas ainda poderia deixar como boa herança da sua passagem por Belém, o seu contributo para a eliminação urgente do AO90, para que Portugal possa recuperar a sua identidade primordial.
E esta minha ousadia deve-se ao fracasso que tem sido a luta de milhares de cidadãos portugueses pensantes, dentro e fora do País, para partir o betão que envolve os blocos, para que a racionalidade possa vencer.
Isabel A. Ferreira


O que se passa é que no Brasil pronuncia-se o "pê" de recePção (eles dizem "rêcépição"). Eu também pronuncio o "pê", e escrevo recePção, e pronuncio "r'céP'ção". No Brasil, a partir de 1943, suprimiram as consoantes mudas em quase todos os vocábulos, em que elas têm uma função diacrítica (a de abrir a vogal anterior), mas algumas escaparam à guilhotina, simplesmente porque no Brasil pronunciam os "cês" e "pês" dessas palavras, e, portanto, escrevem-nas conforme a grafia correCta da Língua Portuguesa.
Em Portugal, no uso ilegal do AO90, cuja regra é «a consoante que não se pronuncia não se escreve», como não se pronuncia o "pê" de recePção, parvamente mutilaram a palavra e ela perdeu o tino: é "receção" (lê-se r'c'ção"), ou seja, é uma palavrinha que significa retrocesso, grafada incorreCtamente.
Em Portugal, os que seguem a lei vigente, a de 1945, continuam a escrever recePção, no Brasil também, e esta é a verdadeira grafia dessa palavra, em Língua Portuguesa. NÃO é grafia brasileira, conforme o Brasil quer dar a entender.
O critério que levou o Brasil a pronunciar e grafar os "pês" e os "cês" de algumas palavras, e a NÃO pronunciar nem grafar os "cês" e os "pês" de uma infinidade de vocábulos é um verdadeiro mistério, que nos atingiu em cheio...
Eu tenho uma solução para isto: começarmos a pronunciar e a grafar os “cês" e os "pês" mudos, para ver se não passamos vergonha diante dos países que também têm uma Língua Românica e os grafam, como mandam as boas regras da Gramática de todas essas Línguas.
Isabel A. Ferreira
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