Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016

Agora percebe-se por que a FENPROF anda tão caladinha a respeito do Acordo (leia-se "aborto") Ortográfico de 1990

 

Está tudo dito.

Aqui:

 

Federação nacional dos professores.jpeg

 

Texto de Henrique Raposo

 

«Quem é Mário Nogueira?»

 

«Um professor dá aulas e Mário Nogueira não dá aulas há mais de 20 anos. Parece mentira, mas este senhor está num perpétuo horário zero há duas décadas. A sua "carreira" docente conta com 32 anos de serviço, mas, na verdade, o Glorioso Líder da Fenprof só deu aulas nos primeiros 10 anos de vida profissional. Os últimos 22 anos foram dedicados ao sindicalismo profissional. Não, Mário Nogueira não é professor, é sindicalista. O que me leva a uma pergunta óbvia: como é que alguém que não dá aulas há vinte anos pode representar com realismo as pessoas que dão aulas todos os dias? 

 

E esta comédia sindical não se fica por aqui. Por artes burocráticas impenetráveis, Mário Nogueira tem sido avaliado como professor: recebeu o "Bom" correspondente à classificação de 7,9 obtida no agrupamento de escolas da Pedrulha, Coimbra (Correio da Manhã, Dezembro 2011). Mais uma vez, um camião de perguntas bate à porta: se não dá aulas, como é que este indivíduo pode ser avaliado como professor? Como é que se opera este milagre da lógica? Entre outras coisas, parece que conferências e artigos de jornal contam para a avaliação de Mário Nogueira. Fazer propaganda da Fenprof, ora essa, é igual ao confronto diário com turmas de vinte e tal garotos. Justo, justíssimo, justérrimo. 

 

Se não é professor, quem é afinal Mário Nogueira? Na minha modesta opinião de contribuinte assaltado por horários zero e afins, Mário Nogueira é o verdadeiro ministro da educação. A cadeira do ministério vai mudando de dono, mas Mário Nogueira está lá sempre. Os governos sucedem-se, mas a Fenprof está lá sempre. E, com menor ou maior intensidade, as políticas educativas são determinadas pela Fenprof e não pelos governos democraticamente eleitos.

 

A força das eleições nunca chega à tal escola pública, que é auto-gerida há décadas pela Fenprof. Curiosamente, TVs e jornais nunca fazem fogo sobre este sindicato. O poder da educação está ali, mas as redacções só sabem queimar ministros atrás de ministros. Nunca ouvi ou li uma entrevista a Mário Nogueira. Só vi e ouvi tempos de antena. Quem é Mário Nogueira? Um dos inimputáveis do regime.»

 

Fonte: http://expresso.sapo.pt/blogues/Opinio/HenriqueRaposo/ATempoeaDesmodo/quem-e-mario-nogueira=f814448

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:52

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Sábado, 27 de Fevereiro de 2016

Enquanto os professores se acomodam, para não se incomodarem, a Língua Portuguesa esvai-se...

 

LIVROS.jpeg

 

Vou contar-vos o que se passou hoje, quando me dispus a visitar a tenda, que, este ano, serve de Feira do Livro, do Correntes d’Escritas, a decorrer na Póvoa de Varzim.

 

Gosto de passear-me entre os livros. Entrei na tenda com boas intenções.

 

Mas dei dois passos e deparei-me com uma nova colecção das obras de José Saramago, e saltou-me à vista este título «OBJETO QUASE», um livro de 1978, agora reeditado em acordês.

 

Fiquei logo muito mal disposta e enervada e decidi sair da tenda, não antes de dizer às meninas, que estavam na “Caixa”, o motivo da minha saída abrupta, de que elas não tinham culpa, obviamente.

 

Ora acontece que fui apanhada nesta flagrante indignação, por uma professora que eu conhecia, e que me interrogou acerca do meu agastamento.

 

Disse-lhe o que tinha a dizer sobre esta imposição ilegal do AO90, e da vergonhosa vassalagem que se presta a tal predador da nossa Língua.

 

Ela retorquiu que, como professora, era OBRIGADA a aplicá-lo. Eu disse-lhe que não era. Ela respondeu que era, era… e que os alunos chumbavam se não o aplicassem. E eu disse-lhe que não podiam chumbá-los. E que tudo isso era ilegal.

 

E a discussão acendeu-se.

 

Nesse momento estavam dentro da tenda uns três escritores. Não sei se acordistas ou não, que ficaram a olhar-me, com um ar de quem estava diante de um extraterrestre.

 

Eu disse à professora que os professores (na generalidade) são os grandes culpados pelo facto de a nossa Língua andar por aí a rastejar pelo chão, como uma aleijada, e esfarrapada, como uma indigente, porque aceitaram submissamente, como um facto consumado, o AO90, sem sequer questionarem, se revoltarem, se interrogarem se seria ou não legal a sua aplicação, se seria ou não legítimo ensinar aos alunos portugueses a Língua Materna delas de uma forma deformada.

 

Foi então que a professora me respondeu assim: «Pode ser, mas NÃO ESTOU PARA ME INCOMODAR».

 

Pois… Esta é a grande verdade: os professores não estão para se incomodar. Então acomodaram-se, e o resultado é uma tragédia descomunal.

 

Se ao menos ELES (até porque a Constituição da República Portuguesa o permite) tivessem recusado aceitar entrar neste jogo insano, o AO90 já estaria no caixote do lixo, que é o lugar mais adequado para ele.

 

O «Objeto Quase» (livro que me falta, e poderia ter comprado) ficou na tenda.

 

À professora respondi: «Pois… para não se incomodarem, acomodaram-se…», e saí sem dizer mais nada. Para quê?

 

Já fora da tenda, mais furiosa do que um furacão, disse ao dono da livraria: «Vou embora, não quero enervar-me…» (mas já estava enervada).



E eu, que costumava gastar cerca de 200 Euros, na Feira do Livro, nas anteriores edições (pré-acordistas), do Correntes d’Escritas, gastei apenas onze euros, numa revista, onde se homenageia António Lobo Antunes, para chegar a casa e verificar que a revista estava escrita em acordês...

 

Ainda vou pensar o que farei com ela.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:04

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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2016

Do Brasil, a propósito da Língua e da Literatura Portuguesas

 

«Microcéfalos palacianos – O Vírus Dilma»

 

Um texto curioso, bem-humorado, crítico, que diz de uma realidade cultural que atinge o Brasil e Portugal.

Vale a pena ler.

 

CAMÕES.jpeg

 

Texto de FAUSTO BRIGNOL (***)

 

«Pensava-se que o dilmês era exclusivo de Dilma Roussef, uma espécie de pós-modernismo lingüístico muito particular (talvez influenciado pelo apedêutico lulês), uma língua criada para presidentes entreguistas ou proxenetas de povos impúberes mentalmente que votariam movidos unicamente pela emoção do momento, como se estivessem numa partida de futebol, ansiosos por gritar a palavra gol.

 

No entanto, estudiosos de Corruptologia Aplicada – que inclui a corrupção na língua, na palavra escrita e falada – após intensos estudos descobriram que o desusado modo de falar e pensar desses presidentes, ministros e assessores deve-se a um vírus que está sendo momentaneamente apelidado de vírus Dilma. Esse vírus teria sido deixado no Palácio do Planalto na época da ditadura militar por agentes da CIA interessados em transformar os representantes do povo brasileiro em desinibidos mercantilistas da cultura e do conhecimento.

 

Parente do vírus Zika, o vírus Dilma provoca leve deficiência mental, mas não diminui o tamanho da cabeça, sendo inoculado através de apertos de mão com os inimigos do povo, seguidos da promessa de eterna aliança em troca de ministérios, secretarias e outras benesses. O resultado é a imbecilização gradativa, que poderá ser passada à nação, caso esta não se proteja com uma vacina que a impeça de degradar-se mentalmente devido à influência perniciosa dos microcéfalos palacianos.

 

Esse vírus demorou em se propagar entre os altos escalões do governo, mesmo que na época do Lula alguns sintomas permitissem detectá-lo. Por exemplo: quando Lula foi chamado de “o Cara” pelo Obama muitos torceram o nariz e essa torcida de nariz foi um indicativo do mau cheiro do vírus Dilma, que se desenvolvia sorrateiramente.

 

Foi somente durante o governo Dilma que se percebeu mais claramente a maléfica influência do vírus que leva o seu nome. Começou com o MEC, ministério que seria da Educação e Cultura, mas perdeu a cultura e nada mais entende de educação. Nos salões daquele ministério o vírus Dilma espalhou-se com tamanha rapidez que as pessoas muito cultas que por ali vagam e divagam placidamente se deixaram empestar fascistamente e as suas mentes trêmulas acataram e até fizeram a apologia de um livro didático com erros de português.

 

Em seguida, o próprio MEC – sigla que poderia servir para Microcefalia Maculável e Corrupta – impôs o novo acordo ortográfico ao povo brasileiro, e professorinhas que adoram falar em inglês ficaram fascinadas com a novidade.

 

Estudiosos da doença pensaram que seria apenas um surto demencial, mas o pior ainda estava por acontecer. O mesmo execrável MEC, sob efeito da triste praga, entendeu que deveria mexer no currículo das escolas brasileiras e criou uma coisa chamada de Base Nacional Comum Curricular, que acaba definitivamente com a cultura e com a educação.

 

As escolas – para alívio de muitos professores que nada sabem – ficaram dispensadas de ensinar Literatura Portuguesa. Alunos secundaristas nada saberão sobre Camões, Eça de Queiróz, Fernando Pessoa, Maria João de Sousa, José Taveira ou José Solá – entre tantos beletristas portugueses, de todas as épocas. Os alunos do curso secundário, que pouco conhecem sobre os escritores brasileiros nada saberão dos portugueses ou da literatura dos demais países. Culpa do vírus Dilma.

 

Ainda pior, se é possível pior: acabou o estudo da História Universal. Acreditam as senhoras e senhores que circulam pensativamente pelo MEC e adjacências que somente aquilo que é adjacente à História do Brasil deve ser ensinado. Nem as Grandes Navegações serão ensinadas para os coitados dos alunos. E daí para trás a História estará morta. 

 

A proposta do novo currículo ainda está sendo discutida, o que nos dá tempo para descobrir uma vacina para o infame vírus Dilma. Apressemo-nos, pois. O tempo urge. Ou muge – como talvez dissesse a Dilma.»

(***) Fausto Brignol é um jornalista,  escritor e poeta brasileiro. 

Fonte:

http://fausto-diogenes.blogspot.pt/2016/02/microcefalos-palacianos-o-virus-dilma.html#links

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:17

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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2016

Querem unir a ortografia mutilada (AO90) e desunir as letras eruditas (Literatura Portuguesa)?

 

Que sentido isto faz?

O governo brasileiro estará empenhado em destruir todos os vestígios da colonização portuguesa no Brasil, ao pretender eliminar do ensino a Literatura Portuguesa, e impor um aborto ortográfico?

Aguardará pela concretização da aplicação do AO90 para designá-lo “língua brasileira”, fazendo desaparecer também a Língua Portuguesa?

O que vale é que no Brasil, tal como nos restantes países lusófonos, e também em Portugal, existem pessoas cultas e lúcidas que estão a tentar travar esta sandice.

 

HORTOGRAFIA.jpeg

Origem da imagem:

https://www.facebook.com/anterozoide/photos/a.648735651926392.1073741843.176493282483967/769384199861536/?type=3&theater

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:46

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Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2016

Culpa do AO90, ou nem tanto?...

 

«... E se a juventude não considera assim tanto escrever exemplarmente bem... Então não teremos esse tipo de escrita...»  

Mas aqui há uma culpa. Do quê? De quem?

É importante reflectir nisto.

Vale a pena ler.

 

Nova língua.jpeg

 

Esta história começou numa petição à qual tive acesso, e não gostando do modo como o assunto foi tratado, no que respeita ao Português que os estudantes universitários utilizaram, e porque tenho por hábito chamar a atenção para a necessidade de se escrever correCtamente a Língua Materna, decidi interferir, baseada nas duas últimas frases da petição: «É necessário mudar mentalidades. É necessário mudar atitudes

 

E acrescentei:

«É necessário evoluir. Urgentemente.

E tudo isto inclui também não dar erros ortográficos.

(…)

 

***

Foi então que se iniciou uma “discussão” que me deixou angustiada, e extremamente preocupada com o futuro dos jovens e da Língua Portuguesa.

 

Daí ter decidido publicar este texto, porque ele diz muito do estado actual da nossa Língua e da mentalidadezinha que acompanha esse estado. 

 

Manterei intacto o Português utilizado pelos estudantes.

 

***

S.M. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

 

«os animais não estão preocupados com a forma como escrevemos as nossas palavras desde que estas sirvam para os defender. não entendo a relevância do seu comentário dentro do contexto desta petição»

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira A intelectualidade pelo que vejo apenas separa as pessoas...A mensagem é o mais importante e o motivo por tras dessa mensagem. Escrever correctamente sera importante...mas uma vez mais o acrodo AO/90 não vai fazer nada por resolver as questoes mais fundamentais da sociadade...que é o relacionamento do homem com as pessoas e as coisas a sua volta. A nossa realidader tem sido pautada por intelectuais, e passamos a pasta da sua resolução a esses mesmos intelectuais...e ainda gostamos de criar ainda mais problemas...por não estarmos a ser intelectualmente correctos. O mais importante não é como escrevemos...mas sim como vivemos. Como é tão facil fazer de um problema ...varios. Como gostamos de criar problemas...e quem o cria é o intelecto e sua presunção de que sabe o que é certo.»

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Eu quando digo intelectualidade é porque vejo como um jogo do intelecto, exigir escrita coerente numa situação que provavelmente não a exige.. alias eu percebi muito bem o conteudo e a sua finalidade, logo serviu o proposito. Como disse anteriormente provavelmente uma pessoa com capacidade para escrever um texto com principio meio e fim, não o fez...mas alguem com coração tomou a iniciativa. É necessario instrução para escrever correctamente, é necessaria instrução para aprender uma nova lingua...será necessario instrução para ver que a prioridade aqui é o sofrimento animal? Será necessario instrução para saber que o facto é mais importante do que a escrita? Porque dividir e perguntar se a questão foi feita por estudantes ou analfabetos? É o intelecto que divide o importante do não importante, do que deve ser feito e como deve ser feito...A cultura quando elevada a colocada num pedestal divide as pessoas...alias a cultura é sempre transitoria, as pessoas é que consideram evolução porque a apanham num determinado registo historico...ou são contra ou a favor. A cultura Portuguesa é diferente da cultura japonesa...mas a dor do animal no japão é igual a dor do animal em Portugal.

 

Quando colocamos a logica, a instrução o intelecto a frente do coração...perdemos a melhor coisa da vida para alem de entrarmos num jogo perigoso que é o de ter razão;)

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Os estudantes provavelmente não serão muito exigentes com a escrita, porque o mundo que criamos é tudo menos coerente. Um mundo que separa os instruidos dos analfabetos...um mundo em que conhecimento parece ser mais importante do que sabedoria, uma mundo em que cultura é mais importante que o sofrimento, um mundo em que a posição e o orgulho assertivo são valorizados...um mundo que pensa que sabe o que é certo, quando andam todos a procura de ter razão. Esse mundo...não funciona e esta a separar seres humanos. O mundo pediu uma maior educação e a educação que se deu é foi apenas mais cohecimento...quando de facto a educação mais importante é saber não magoar, partilhar, construir...e aprender novamente. Escrever faz parte do brio de que cada um, casa seja possivel, mas o mundo precisa de corações sejm medo e que saibam amar...muito antes de saberem escrever.»

 

***

J. S.Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Sim sou um ser racional. Sim sei escrever bem se possivel, Amar estará certamente ao alcance de poucos e sinceramente n tenho consciencia sobre o Amor, se tiver deixa de ser Amor e sera apenas meemoria das acções. O que eu disse nada tem a ver com a pratica de escrever correctamente, tem a ver com o que de facto esta a acontecer no mundo e não com o que deveria acontecer. As pessoas gostam de julgar a sociadade como algo externo a elas mesmas , mas sociadade para mim é a relação do homem com o homem (mulher), da sociadade mais velha com a nova, do professor com o aluno, do aluno com o animal, do inventor com a invenção...Enquanto tivermos conlfito nas nossas realções nunca iremos ter uma boa sociadade...na ausencia de conflito tudo pode crescer e brilhar...até isso não acontecer pedir apenas brio na escrita , sera como um chapeu a quem tem fome. No entento percebo o que queres dizer, e uma vez mais repito as pessoas devem sempre criar o belo e com ordem...no entanto as bases da desordem devem primeiro ser entendidas, e não uma das ramificações da desrodem. Exigir ao mundo a mudança de acordo com o nosso condicionalismo é por si mesmo um sinal de desordem.

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Sim, façamos então uma petição para isso. No entanto o factual parece me ser mais importante...que é o porque de isso acontecer, e pareceme uma questão mais importante, e de uma complexidade não tão evidente. Tudo ao longo dos tempos tem mudado, e se a juventude não considera assim tanto importante escrever exemplarmente bem...então não teremos esse tipo de escrita. Se o aluno gostar de escrever bem...então teremos de certeza textos muito bem redigidos. O ser humano antes de aprender a redigir textos correctamente tem de perguntar a ele mesmo porque ainda vive com o medo, ganancia, ambição, inveja , violencia e egosismo...todos nos temos isso dentro de nos, ainda que seja a niveis diferentes, e ve se nas relações humanas que actualmente temos e sempre tivemos. Um ser humano que queira mudança tera que entender e transcender o que nos separa. Até la tudo o que discutuirmos, voltara a acontecer numa forma ou noutra...nós somos o unico problema deste mundo e o unico que somos verdadeiramente responsáveis.

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira é exactamente isso que estou a dizer. A geração mais velha principalmente usa a cultura e o saber como se fosse o o pincculo da humanidade, no entanto eu discordo completamente. Sempre disse que ter brio, seja na escrita, seja na maneira de fazer as coisas é muito importante, mas muito menos do que a mensagem ou a intenção. Ninguem defende a ignorancia, pelo contrario... Ignorancia seria dizer que o conhecimento esta acima do sofrimento ou do Amor e afecto. E é o que falta a juventude e ao ser humano, não uma reforma no sistema. Se o ser humano pensa que o sistema é capaz de moldar o homem então ira andar em conflito para sempre. Porque o melhor sistema falhara, porque a falha esta no homem e não no sistema que ele projecta. E não entendo porque nos devemos colocar num pedestal e criticar aquilo que nos pertence cuidar, porque nos separamos e chamamos ignorantes a outras pessoas? porque culpamso o sistema e não a falta imesuravel do ser humano...em ser humano? E repito novamente se a juventude não considera importante escrever exemplaremtne bem é porque algo esta mal nas pessoas que criaram esta sociadade, ou seja o seu brio nas palavras e na escrita, não é refelctido nos actos e no afecto entre as pessaos. Logo a juventude não confia, logo a juventude procura os valores perdidos...»

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Porque te separas dessa juventude? É evidente que toda a divisão provoca conflito e é exactamente o que esta a acontecer aqui...

 

Pergunto tambem porque a luta e o conflito terão que ser as armas usadas?

Não vejo evolução nenhuma no ser humano, podemos estar um pouco mais gentis, com um pouco com mais cultura até porque as circunstancias assim o permitem, mas o ser humano é essencialmente o mesmo...e podemos dizer que culminou com o que temos hoje.

 

Para mim o ser humano não precisa de evolução, alias não acredito que o ser humano se possa tornar melhor com o tempo...isso é um erro claramente humano e que pocos tem a noção que acontece. Porque precisamos de tempo para sermos mais honestos? Porque precisamos de tempo para deixar de sermos egoístas ? Porque precisamos de tempo para deixarmos de ser violentos? Porque precisamos de tempo para evitar o conflito? Tempo é o que a mente nos dá, para pogressivamente sermos melhor...mas para mim é apenas uma ilusão. Existe sim claridade fruto da compreensão de nós mesmos a a nossa relação com o universo...essa compreensão AGE e podera ajudar a criar uma nova sociadade. Mas não exigindo da mesma a mudança, porque as condições n são iguais para todos, nem as prioridades.

 

No mundo existe progresso e isso permite nos ir a lua e comunicar com alguem do outro lado do mundo. Mas progresso no ser humano parece me uma grande ilusão, existe sim o descondicionalismo de uma maneira de pensar particular, que nos leva a ver os factos. E agir de maneira diferente sem qualquer tipo de conflito.

 

Porque o conflito separa as pessoas. Para mim esse é um grande problema dos seres humanos… porque se nós soubessemos relacionar e trabalhar em conjunto todos os outros problemas seriam eliminados. Mas porque cada um quer levar a sua ideia a frente.., existe conflito.

 

E neste momento parece me que as ideias na nossa maneira de pensar...são mais importantes do que as pessoas e os problemas delas mesmas. Acho fundamental olharmos para as questoes que nunca foram colocadas, e pedir o impossivel. Não podemos falar pelos outros, não sei se os outros questionam ou não. Para mim é fundamental quastionar tudo...e dai eu questionei o que era mais importante, se a escrita ou mensagem da mesma…»

 

***

J. S. Works at Ecoplay Videojogos

 

«Isabel A. Ferreira Tudo é interdependente, este afastamento não tem apenas um lado preguiçosos...

 

O que nós separa, parece me em quase todos os sectores da sociedade são as ideias, a palavra, umas pessoas defendem uma coisa e outras defendem outra.. quando que me parece que tudo o que seja tratado na forma de conlfito ou exigencia, separa os seres humanos. No entanto se houver alguem dedicado e com paciencia ira certamente apaixonar o aluno ou uma pessoa normal pela escrita,e será concerteza fruto da compreensão do mesmo da beleza da escrita e da capacidade de o ser humano se exprimir claramente e de uma forma bela todas as emoçoes e vivencias humanas.E se apenas uma pessoa ouvir o professor...será suficiente. E sera suficiente para o professor porque o que faz é com paixão e não com regidez.

 

A vida não é algo estatico, a vida é um movimento muito complexo e o que é importante esta a ser deixado para tras, não investigado, não cuidado.

 

Será a questão linguistica assim tão importante? Sera que a juventude não ve com urgencia outros factores que precisam de ser analisados.

 

Se nos identificarmos com a lingua, se dedicarmos a nossa vida a cultura estaremnos condicionados pela nossa propria ligação a mesma e poderemos perder algo muito mais valioso no caminho, para mim é sim importante, no entanto muitos outras questões tem muito mais revelancia.

 

A minha mae dá muitos erros no entanto o coração dela fala como ninguem e ela ja tocou o coração de muitas pessoas, ela raramente pega numa caneta, mas a integridade dela vale mais do que qualquer assinatura, isso transforma de uma maneira viva o mundo a volta dela.

 

Para mim não existe caminho, o caminho é a propria existencia. Porque sinto claremente que estamos sempre no sitio certo e com as armas certas em todos os momentos da nossa vida.

 

Acho que tudo esta em perfeita harmonia...perfeito mesmo. A nossa sociedade não nos faz ser assim...o ser humamo é que faz a sociedade, para mim a sociedade é um espelho perfeito da psique humana. Temos uma sociedade violenta, porque somos ainda violentos, temos um mundo egoista, porque somso egoistas. Temos tantos ideais, no entanto somos mediocres por dentro. Temos tantas regras.. porque no fundo somso todos potenciais criminosos. Ou seja não podemos pedir mais do que de facto temos...apenas podemos exigir de nos mesmos uma mudança, não fruto da exigencia ou de regras, mas sim fruto da compreensão, fruto do entendidmento de nós mesmos, do que sentimos, do que dizemos, do que escrevemos e do que fazemos.

 

Tanta cultura, tanta informação e continuamos sem saber nada sobre a vida, para mim é um facto que temos muito mais pessoas a aconselhar do que a seguir conselhos.

 

É muito mais importante a pessoa por tras da escrita do que a propria escrita, no entanto acho muito importante passar bem a mensagem. Se não o consegui fazer lamento, mas para mim é fundamental mudar o foco das atenções para as questoes fundamentais que o homem ainda não conseguiu resolver, se poder ser aliado ao bom Portugues que assim o seja.

 

Que tenha uma vida bela, acho que ja ambos mostramos claramente a nossa intenção.

 

Agora dixemos as coisas tomar o seu rumo».

 

***

Bem, fiquei esclarecidíssima.

Será isto razoável?

É isto que os governantes pretendem? "Fabricar" analfabetos funcionais, através de uma política de ensino que vale ZERO?

"Dixemos"… e acabaremos num abismo.

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:05

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Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2016

A imposição do AO90 aos PALOP «é uma falta de respeito»

 

Uma voz lúcida que vem de Angola

Não poderia estar mais de acordo com o escritor António Fonseca.

Saibam os governantes brasileiros e portugueses, e o lobby editorial, que LUCRA com este (des)acordo, ouvir a voz dos sábios e lúcidos verdadeiros guardiães da Língua Portuguesa.

E acabe-se, de uma vez por todas, com esta incultura que nos querem impor.» (I.A.F.)

 

António Fonseca.jpeg

 

Admite que uma eventual adesão poderia causar algum impacto negativo na cultura, história, administração e ensino.

 

Em entrevista exclusiva a O PAÍS, o escritor justificou-se com o facto de os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) não terem sido contactados no momento desta projecção linguística, que resultou na alteração de alguns vocábulos, como é o caso da supressão da letra c nas palavras de sequência consonântica. Segundo a fonte, “por aquilo que eu saiba, de um modo particular, o acordo foi feito inicialmente sem a presença e anuência dos países africanos, para depois ser imposta a nós, o que demonstra uma falta de respeito”, desabafou António Fonseca.

 

O também jornalista acrescentou que, depois de Angola ter acesso ao referido acordo, elaborou a seguir um estudo que revelava os inúmeros erros e as deficiências contidas no projecto. Prudente nas suas afirmações, António Fonseca esclareceu que não foi por razões políticas que o país não aderiu ao referido acordo ortográfico, mas por conter erros técnicos e culturais “bastante visíveis”. Referiu que a alteração da escrita de algumas palavras feria o sentido de identidade cultural, enquanto a sua estrutura remetia a um conflito de sentido semântico. Exemplificou o caso das palavras “facto” e “fato”.

 

Sobre o ferimento do sentido da identidade cultural, realçou ainda que algumas palavras acarretavam elementos matriciais que configuravam nas realidades, sendo fruto da história do povo angolano, quer da ocupação, quer dos poderes autóctones, que convergiam na angolanidade, com um peso carregado de matrizes e variantes.

 

Fonte:

http://opais.co.ao/escritor-antonio-fonseca-desaconselha-adesao-ao-acordo-ortografico/

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:23

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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016

«O meu modesto desabafo sobre o Acordo Ortográfico»

 

 

(Um pequeno texto que diz tanto sobre um acordo que, em vez de unir, desuniu os países lusófonos. Efectivamente).

 

01novaortografia.jpg

 

Texto de Luís Paixão Martins

 

O coiso foi-nos vendido como uma fórmula para homogeneizar a escrita da Língua Portuguesa nos vários países que a usam oficialmente. Sim, parece boa ideia.

 

Mas, desconfia-se logo, será que falámos com os outros? E os outros estão de acordo com o Acordo? E, tendo-o subscrito porque somos todos uns porreiros, irão aplicá-lo? E as assinaturas dos porreiros da Língua Portuguesa serão ratificadas nos respectivos órgãos de soberania?

 

Pensa-se logo no Brasil. Para que uma potência com 200 milhões de habitantes precisa dos apenas 10 milhões de portugueses para reforçar o peso global da língua comum? Sim, calcula-se, o Brasil não se irá (nunca) adaptar a um Acordo com Portugal. Por que não precisa. Ponto final.

 

Portanto, o desígnio do Acordo – digo eu, modesto utilizador profissional da Língua escrita -  fica logo ferido de morte.

 

Mesmo assim, perguntar-se-á, e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa? Aqui, cada caso é um caso, mas sobressai – pela sua dimensão geoestratégica e económica – o caso de Angola.

 

E não é que Angola – a Nação de Língua Portuguesa com quem Portugal tem relações mais fortes – também não adere ao Acordo.

 

Resultado: quem escreve simultaneamente conteúdos para Portugal e Angola tem de aplicar duas normas ortográficas. Ou aplica em Portugal as normas antigas.

 

Isto é surreal. Afinal, aquilo que nos venderam como sendo um instrumento de aproximação transformou-se em mais uma dificuldade e um afastamento.

 

Antes do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (é assim que se chama o coiso) havia duas normas ortográficas oficiais divergentes. O coiso foi criado para as unificar. Agora temos três normas.

 

É o milagre da multiplicação da Língua Portuguesa.

 

Este post foi originalmente publicado por Luís Paixão Martins no blogue A Teoria do Q

Fonte:

http://www.ateoriadoq.pt/content/o-meu-modesto-desabafo-sobre-o-acordo-ortografico

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:48

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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2016

Pois…

 

«Indignados, verberam contra o AO/90…»

 

FAUSTO.jpg

 

Por Fausto Brignol

 

«Preocupado com as mudanças que estão sendo feitas na nossa língua, que perde, aos poucos, o sabor, remendada com gírias formadas em morros cariocas, desertos nordestinos, festas sertanejas paulistas e mineiras, e também nas escolas de todo o país onde uma exótica educação fonética é passada para jovens internautas imersos em brinquedos eletrônicos (electrónicos) e balbuciando uma novilíngua autorizada por seres especializados em sabotagem vocabular, dados a acordos de destruição ortográfica e todo o apoio ao falar minguado, mínimo, gaguejante, da manipulável massa informe de eleitores; seres que, se deixarmos, refletirão (reflectirão) a sua aculturada mentalidade anglófila colocando definitivamente um “z” no lugar do “s” de Brasil, porque, afinal, é assim que se diz, com som de “z”: Brazil com “z” ou Zé, tão propício aos negócios com outros povos que não entendem o “s” entre duas vogais, povos bárbaros que usam linguagem binária em suas sintéticas comunicações; prestigiados piratas que fizeram da pirataria a sua razão de ser e possuem todo o dinheiro do mundo para comprar toda a madeira da Amazônia (Amazónia) e todo o gado e todos os políticos e todos os insumos agricultáveis e toda a nossa pobreza mental e física, prostituída em férteis terras d’além-mar e toda a nossa cultura para ser jogada no lixo e substituída por chiados robotizados e musicalidade lacrimejante e pútrida, e preferem o português brasileiro rasamente simplificado, a língua codificada em verbos indeclináveis, o fim da acentuação tônica (tónica), porque mais que o ‘yes-no-question’, o ‘pega-lá-da-cá’, o ‘qual é o teu preço’ é demasiado para essas pessoas tão necessitadas de açambarcar o mundo para saciar a sua fome de poder e glória, resolvi entrar para um ou dois grupos virtuais de Portugal que protestam contra o Acordo Ortográfico, também chamado de AO90 ou o desacordo que propõe o discordês, provável mutação do dilmês ou do lulês, quem sabe do cardosês, e constatei que em Portugal, ao contrário destas terras onde tudo dá, muitos portugueses estão em consciente vigília.

 

Pois. Indignados, verberam contra o AO/90, pressionam céus e terras, principalmente terras, a sua terra, apoquentam os eleitos e corruptíveis donos daquele país que está sendo levado à bancarrota ou a uma rota de amizade com os banqueiros internacionais, preterindo o povo que nada sabe de acordos, mas de fome e desemprego, assim como na Grécia, Itália, Espanha, Irlanda – onde mais? Brasil? -, e, nesses grupos, reúnem-se os que se sentem ofendidos, despeitados, desrespeitados, posto que a ortografia não deve ser mudada à força devido aos interesses comerciais, a leis estéreis e artificiais, mas sofre ligeiras modificações no decorrer dos séculos, adaptando-se ao costume dos povos, assim como do espanhol derivou o português e suas alterações, diferenças, semelhanças e dissemelhanças ocorreram naturalmente nas ex-colônias (ex-colónias)da nação que conquistou grande parte do mundo com armas e barões assinalados, que, a partir da ocidental praia lusitana – como diz o vate, o bardo, o poeta maior da língua que ofendemos com ameaças de destruição – disseminou hábitos e fecundou culturas com o idioma ainda a tomar forma, a encontrar os corretos (correctos)vocábulos, a buscar expressão em frases conexas, o castiço vernáculo anunciando-se gramaticalmente, eruditos a esquadrinhar a adequada morfologia, a inquirir do discurso a sintaxe perfeita na tentativa da ortodoxia dos dicionários – último limite aos barbarismos, à errada grafia, aos vícios de linguagem, às invasões semânticas, aos truísmos, às dúvidas da prosódia.

 

 Nas ex-colônias (ex-colónias) portuguesas, como Moçambique, Angola, Brasil, Cabo Verde, Açores, Guiné-Bissau, Timor Leste, Ceuta, São Tomé e Príncipe, Tanger, Ilhas Canárias, Ilhas de Santa Helena e Macau, a língua portuguesa disseminou-se e se impôs, graciosa e bela, imperialista e soberba, e mesmo depois das guerras de libertação e de independência permaneceu como a lembrar o último resquício luso em terras invadidas, a derradeira herança a nações que foram obrigadas a esquecer os dialectos (dialectos) nativos, tão nativos e impróprios para povos civilizados, e em cada um dos lugares libertos fisicamente reina a soberana língua como déspota esclarecida, permitindo a introdução de variações, mas sempre resguardando a hermenêutica pureza que permite a perfeita comunicação, apesar dos ataques eventuais de insidiosos sotaques caipiras.

 

Eis quê! Lá pela década de 1990, sábios muito sábios de Portugal, Brasil e alhures reuniram-se para tentar a uniformidade da língua escrita e consideraram imprescindível que os oito países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe) membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estabelecessem um acordo ortográfico, alegando razões pedagógicas e de comunicação entre os países lusófonos; para isso, sacrifica-se a etimologia em favor do critério fonético como a dizer que a língua organizada deve obedecer aos sons e não à estrutura etimológica em gigantesco salto em busca da linguagem primitiva, babélica e disforme, e cá no Brasil, terra do é dando que se recebe, aproveitando a carona do retrocesso cultural, doutos membros dos ministérios da Educação e da Cultura e talvez de outros ministérios menos cultos e educativos e, quem sabe, ancorados em opiniões ululadas no Palácio do Planalto, lugar onde inteligentes criaturas usam um falar taquigráfico, pretendem que o português vulgar – curiosa língua que vem sendo criada na terra onde quase ninguém lê ou estuda – seja considerado correto (correcto), uma vez que é tartamudeado pela imensa maioria do povo e a democracia estipula que a maioria deve mandar, mesmo quando está errada, e essa maneira de pensar prevê que a quantidade é superior à qualidade e se grande número de pessoas fala e escreve mal e, mesmo assim, consegue se expressar sem grandes impedimentos, o errado passa a ser o certo e estamos conversados.

 

Em defesa do Acordo Ortográfico, muitos intelectuais fisiológicos afirmam que se trata da evolução da língua que deve ser ratificada através das letras que a traduzem, o que, por certo, não respeita a verdade, pois não se pode considerar como evolução a destruição do sistema de ensino ou o curvar-se do Governo à ignorância generalizada ao ponto de prescrever que o assim denominado “português vulgar” – uma forma cibernética de falar e expressar, resultado de gírias, anglicismos e palavras de baixo calão – deve ficar no mesmo nível do que apelidaram de “português culto”, que nada mais é que a tentativa de falar e escrever corretamente (correctamente), o que se torna cada vez mais difícil, visto que a massificação passa necessariamente pela midiatização do povo, pela alienação das pessoas e pela degeneração dos valores culturais, mas há aqueles que preferem aceitar passivamente todas as barbáries e todas as leis, mesmo as mais controversas e ridículas, e vemos que o AO90 promulgado por decreto é uma imposição dos governos interessados e não uma conseqüência (consequência) da natural mutação da língua, o que pode ocorrer a cada século com uma ou duas palavras ou pouco mais, e é sabido que toda prescrição cultural exibe indícios de fascismo e nenhum povo pode ser considerado verdadeiramente livre quando até a ortografia da sua língua é resultado de cominação e coerção social.

 

Coerção, e não coesão ortográfica, como os arautos da escatologia da linguagem pretendem passar ao iludido povo alucinado por futebol e que tudo aceita, desde que receba a sua dose diária de samba, malandragem e planejada desinformação; e, na dúvida, que muitos chamam de atroz como se fosse de urgência as calmas e católicas certezas; na dúvida, mãe da transformadora dialética (dialéctica), entrei em contato (contacto) com portugueses que se sentem usurpados em seu direito natural de autores e guardiães da língua, lutando para que o AO90 seja revogado ou, pelo menos, que grande número de pessoas não use as novas regras do desacordo, assim como faço neste blog, e nessas conversas percebi que estamos unidos no mesmo objetivo (objectivo) e, ironicamente, desejando a retificação (rectificação) do discordês para que possamos continuar a escrever de maneira diferente palavras da mesma língua.

 

O que é sumamente agradável, mesmo que haja suave divergência sobre a apropriada forma de grafar certas palavras ou de usar ou não determinados acentos tónicos (tónicos), mas uma única língua falada e escrita por povos de diferentes heranças culturais sofrerá inevitáveis modificações que não podem ser rectificadas (rectificadas) à força, por decreto; ao contrário, obedecer-se a peculiaridades fonéticas e léxicas de nações distintas sem que a língua-raiz seja prejudicada em sua principal função, qual seja a de promover a compreensão respeitando a diversidade de expressão ortográfica, é o que consiste, de fa(c)to, em verdadeira democracia, embora os doutores da lei, imbuídos de majestática infalibilidade, acreditem que somente a eles cabe designar a obrigatória verdade, e o pior – se há algo pior em todo este imbróglio provocado pelo desnecessário AO90 – é a exploração demagógica, caso típico do governo brasileiro ao promover, incentivar e vulgarizar o erro com evidentes objetivos (objectivos) eleitoreiros, deixando claro que a divisão entre classes sociais também acontece na ortografia.

 

E se nada mais nos resta, além de protestar - protestemos, ora pois!»

 

(Aviso: as palavras a negrito entre parêntesis são da minha lavra, para salientar que em Portugal escreve-se deste modo, e no Brasil de outro modo, e assim continuará a ser, cá e lá, independentemente da vontade dos acordistas. (IAF).

 

Fonte:

http://fausto-diogenes.blogspot.com.br/2013/10/preocupado-com-asmudancas-que-estao.html

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:57

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Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2016

Autarcas de Oeiras aderiram ao pato, seduzidos pelo fato do AO90, feito à medida o faz-de-conta-que-sei…

 

Pois é bom de ver…

Eles aderem ao pato, eles fazem contatos, apresentam fatos (só resta saber se são fatos-macaco ou de linho puro) …

Eles o que mais farão?

 

PATO.png

 

«A insegurança ortográfica é um fenómeno que qualquer leigo previu com a introdução do Acordo Ortográfico. E os seus nefastos efeitos também, especialmente no mundo actual pejado de comunicação. Isso ocorreu a toda a gente, menos a quem elaborou e promoveu o acordo. Agora, resta-lhes desvalorizar e assobiar para o lado. Cobardemente.» (Tradutores Contra o Acordo Ortográfico)

 

***

Fonte:

https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/photos/a.645077242260614.1073741827.199515723483437/781972611904409/?type=3&theater

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:34

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O AO90 não tem pernas para andar…

 

… logo, sendo um aborto, vai acabar no caixote do lixo…

 

A cidade do Porto deixou de ser a cidade InviCta, e os programas nas televisões portuguesas são agora em dirÊto… seja lá o que isso for...

 

INVITA.jpeg

 Origem da imagem:

http://totalitarismouniversalista.blogspot.pt/2015/02/mais-uma-perola-do-aborto-ortografico.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:59

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