Exmo. Senhor Presidente da República,
Então foram os FATOS que estiveram na origem do inquérito ao director do Museu da presidência? Quais FATOS? Os dos senhores presidentes? Seriam de boa fazenda e bem talhados?
E que ATIVIDADES foram essas? E esses FATOS são anteriores ao ATUAL mandato presidencial? E o museu é uma quê??? Uma DIREÇÃO???? [dir'ção?] O que será isto?
Que assim se escreva nos becos lisboetas, não surpreende, porém, num comunicado oriundo da Presidência da República Portuguesa é vergonhoso.
Isto é uma autêntica afronta, um insulto à Cultura Linguística Portuguesa, que NÃO É brasileira.
Um texto tão pequenino, e com tantos erros ortográficos!!!
Por isso, como Portuguesa, sinto-me INDIGNADA e extremamente ENVERGONHADA de o meu País ser representado por um presidente da República que não sabe escrever PORTUGUÊS!
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem:
Aqui há tempos, por ocasião das eleições legislativas, perguntei a um determinado líder político, qual a posição do seu Partido acerca do AO90.
A resposta veio assim: “Eu, pessoalmente, escrevo e continuarei a escrever como sempre escrevi, mas o Partido, constituído maioritariamente por gente mais jovem, entende que a língua é um organismo vivo em evolução, portanto, estando o AO90 nessa linha evolutiva, optaram por aplicá-lo».
Esta seria a resposta perfeita, se o AO90 tivesse alguma coisa (ainda que muito remota) a ver com a linha evolutiva da Língua.
Acontece que o AO90 nada tem a ver, nem de perto nem de longe, nem pouco mais ou menos, com evolução alguma. Muito menos da Língua.
E porquê?
Simplesmente porque o AO90 não foi engendrado a partir de motivações evolucionistas da Língua, ou assente nas Ciências da Linguagem, mas tão-só em interesses económicos de uns tantos editores/livreiros brasileiros e portugueses (reparem que eu não incluo aqui os africanos de expressão portuguesa, porque esses não foram para ali chamados) e, por arrasto (porque nestas coisas de interesses económicos sempre se vai por arrasto), de uns tantos políticos portugueses que, sem o menor pejo, patriotismo ou sentido de Estado, decidiram vender a Língua Portuguesa, culta e europeia (é bom referir este pormenor) ao Brasil e impor ilegalmente, vergonhosamente, impatrioticamente, a ortografia de 1943, adoptada unilateralmente pelo Brasil, e adaptada em 1990, à qual retiram uns acentos e uns hífenes , e chamaram-lhe Acordo Ortográfico de 1990, algo tirado, à força, da ignorância mais profunda sobre a Língua Portuguesa, um dos maiores símbolos da Identidade de Portugal, aquele que exprime o ser e o sentir de todo um povo, porque sem a Língua, expressão oral e escrita, como saberíamos dos feitos tão excelentemente cantados por Luís Vaz de Camões?
A Língua de um povo diz da dignidade desse povo. Não pode ser o simples linguajar que os iletrados utilizam para se comunicarem entre si.
Quis o destino que Portugal, por ser um pequeno país, entalado entre o Oceano Atlântico e a gigantesca Espanha, ousasse rasgar as águas desse mar, em busca de outros mundos, para poder sobreviver.
Quis igualmente o destino que os Portugueses fossem um povo destemido e dotado para as marinhagens, e que «navegando mares nunca dantes navegados», de légua em légua, foram descobrindo terras, nelas se fixando e deixando a “marca” de Portugal.
Não caberá aqui discutir o mérito ou o demérito da colonização portuguesa, que não foi nem pior nem melhor do que a dos outros povos colonizadores.
Chegados aqui, falemos da Língua que deixámos aos povos que foram sendo colonizados, e que, no caso do Brasil (o grande responsável pela disseminação do mau Português, perdoem-me os meus quase compatriotas brasileiros) foram primeiramente os indígenas (os mais genuínos daqueles que vieram a denominar-se brasileiros), e depois os colonos portugueses e de muitas outras origens, que foram assentando arraiais no gigantesco território que os Portugueses conseguiram tornar seu.
Até 1822, o Brasil (achado em 1500) existiu sob o “domínio português”. Mas depois desta data, já com brasileiros de terceira geração, libertaram-se desse domínio, e o que os recém- libertos fizeram com essa liberdade, também não é agora para aqui chamado.
O que é para aqui chamado é que esses brasileiros, por vontade própria, adoptaram a Língua Portuguesa como língua oficial (e poderiam ter escolhido qualquer uma das muitas línguas indígenas que então existiam) a qual foi sendo enriquecida pelo léxico autóctone e dos vários povos que no Brasil se foram fixando, incluindo o riquíssimo léxico africano, levado pelos escravos.
E isso foi muito bom para a Língua Portuguesa.
O que não foi bom foi o facto de, a dada altura, os políticos marxistas brasileiros, para baixarem o elevado índice de analfabetismo, e avessos ao colonialismo (como se pudessem mudar a História) decidirem simplificar e deslusitanizar arbitrariamente, a língua escrita, retirando-lhe as consoantes mudas, sem terem a mínima noção de que, ao fazerem-no, estavam pura e simplesmente a mutilar a língua, introduzindo palavras que antes tinham nexo e, bruscamente, por mera vontade política, deixaram de ter, e transformaram-se em erros ortográficos (e passo por cima dos outros erros, incluindo os da concordância, espelhados também na linguagem oral).
Além desta mutilação, castelhanizaram, italianizaram, americanizaram, afrancesaram a Língua Portuguesa, de tal forma que ela deixou de ser portuguesa e passou a ser uma mescla de várias línguas.
E são precisamente essas palavras mutiladas e mescladas, sem qualquer motivação científica, que os políticos portugueses impatriotas e completamente desinformados (se é que me entendem) querem impingir-nos, porque sim, por teimosia, por ignorância, por meros interesses económicos, por conveniências políticas obscuras.
Concluindo: não existe, nem pode coexistir um Português de Portugal e um Português do Brasil.
O Português é Português em qualquer país lusófono. Ponto final.
Dentre os oito países que fazem parte da Lusofonia (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Timor) apenas o Brasil desvirtuou a Língua Portuguesa, e não foi por motivos evolucionistas, como já referi.
O Português, dito do Brasil, não é mais do que uma Variante do Português, na sua versão mais pobre, ortograficamente, porque desenraizada da sua matriz culta greco-latina. Mas não só. Também na Fonética/Fonologia, no Léxico, na Morfologia, na Sintaxe, na Semântica, a Língua que se fala e escreve no Brasil já é outra Língua - uma Variante da Língua Portuguesa.
E que me perdoem os Brasileiros, porque aprendi a ler e a escrever no Brasil e passei a minha infância, adolescência e juventude a aprender e a desaprender a minha própria Língua, de cada vez que me mudava de cá para lá, e de lá para cá.
Não existe um Português de Angola, ou de Moçambique ou de Cabo Verde, ou da Guiné, ou de São Tomé e Príncipe, ou de Timor.
O que há é muitos modos de dizer. A expressão oral pode variar até de cidade para cidade, dentro de um mesmo país. Mas não a escrita.
Os Brasileiros até podem dizer “mulé”, “muié”, “mulherrr”, mas se escreverem mulher, escrevem correCtamente.
Não critico o modo de falar, se bem que falar bem não fica mal a ninguém.
Reduzir a língua escrita ao modo de dizer, não tendo em conta a etimologia das palavras, é um acto de incultura.
É triste, muito triste, vermos a nossa bela Língua Portuguesa escrita por aí, em documentos oficiais, nas estações televisivas, em jornais e revistas (salvo raras excepções), em livros de (alguns) escritores menores, com a puerilidade de uma criança que acaba de se sentar nos bancos da escola primária, para aprender as primeiras letras, e junta-as conforme as ouve:
«Çaberão vóçax eisçelênciax u tamanhu da inurmidade da vóça falta de cunheçimentu da língua purtugeza [aqui o U não se lê, daí ser purtugeza, à moda acordista]?»
Tenham vergonha na cara, tenham dignidade, tenham a hombridade e a ousadia de restituir a Portugal a ortografia portuguesa. Poderemos não ser milhões, mas somos milhares, e não nos embaraça nada ser uma das línguas minoritárias da Europa. Atrás do Português estão o Filandês, o Dinamarquês, o Sueco. E estes três povos sofrem de algum complexo de inferioridade por causa disso? Obviamente que NÃO. Os Portugueses também NÃO!
Apenas os políticos portugueses e os seus sequazes sofrem desse complexo e arrastam-se atrás dos milhões, ainda que façam figura de parvos, e sejam gozados por isso.
Isabel A. Ferreira
Quem o diz não sou eu, é o Alexandre Carvalho, alguém que sabe da matéria, porque isto de dizer que o AO90 é Língua Portuguesa não é de quem saiba sequer o abecedário português.
(Frase interessante encontrada no Museu da Língua Portuguesa na cidade de São Paulo – Brasil)
A frase é interessante e curiosa, precisamente porque herrar até pode ser umano… Mas já não será humano errar, errar e tornar a errar depois de já se ter errado tanto…
E os nossos políticos, responsáveis pela mixórdia ortográfica que grassa por aí, dão muito mau exemplo às crianças que estão a aprender a ler e a escrever a Língua materna, ao teimar no monumental erro que é a imposição ilegal de uma ortografia mutilada e enfermiça, que não faz parte da escorreita grafia da Língua Portuguesa.
É que nem sequer os governantes portugueses colocam a hipótese de reflectirem sobre o assunto. Eles afirmam que o AO90 é a consequência natural da evolução da língua. Mas esquecem-se de que evolução implica saber, e o AO90 está assente num monumental desconhecimento da Língua Portuguesa. Evolução é acrescentar algo novo à Língua Portuguesa, como o fez Mia Couto, que enriqueceu a nossa Língua. Evolução não é suprimir consoantes, hífenes e acentos onde são absolutamente necessários, como o fizeram os acordistas, que só empobreceram a nossa Língua.
Por isso, enviamos aos governantes esta mensagem de Aristóteles: não afirmeis que o AO90 é a ortografia do futuro; duvidai como os sábios; e sobretudo reflecti como homens sensatos… E livrai-nos desta maldição ortográfica. Ámen...
Nem se escreve bem em Língua Portuguesa, nem se escreve bem em acordês.
Temos um presidente que não tem brio, nem vocação para defender Portugal.
Até agora tem-me parecido uma "Miss Portugal": faz o que qualquer Miss faz pelo país que a elegeu. Mais nada.
Envergonho-me desta figura, que nem sequer sabe utilizar a sua Língua Materna, na sua matriz europeia e culta.
Origem, da imagem:
Recados cultos para políticos incultos
(Em actualização...)
(Mas Mia Couto acabou por ceder aos acordistas!!!!)
***
Ver também:
O que os Brasileiros cultos pensam sobre o Acordo Ortográfico de 1990
O que os Portugueses cultos pensam sobre o Acordo Ortográfico de 1990
(Torno a repetir, porque já o repeti muitas vezes).
Hoje, os políticos portugueses pretenderão celebrar o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, com cerimónias hipócritas, umas em Paris, outras por aqui mesmo, e que em nada dignificam Camões, Portugal e as Comunidades Portuguesas, sendo feitas com base numa língua que não é a Língua que Luís Vaz de Camões honrou, tornando, desse modo, grande um Portugal pequeno.
Se pudesse falar, lá do limbo, onde, com certeza, se encontra, Luís Vaz de Camões diria, desgostoso:
«Parai, ó (h)omens sem honra! Arrancastes as raízes da Língua, com a qual celebrei os feitos dos Portugueses, e agora só restam palavras adulteradas, afastadas das suas origens, para contar as proezas imperfeitas dos que venderam, por baixo preço, o meu País!»
***
Eu, como cidadã portuguesa, não serei cúmplice desta traição à minha Pátria.
Que acordo permitiu unificar que Língua?
A língua escrita em Portugal transformou-se numa mixórdia de palavras mal escritas e mal ditas que os políticos portugueses pretendem impingir-nos à força.
Espero que quem ama verdadeiramente a sua Pátria e os seus valores culturais identitários, digam um rotundo NÃO a esta deslealdade para com os Homens (com H maiúsculo) que nos deixaram uma Língua Culta, e que omens (sem H nenhum – se não se lê, não se escreve, não é esta a nova regra?) a deformaram e querem matá-la por trinta dinheiros.
Hoje, em vez de flores, depositarei lágrimas no túmulo de Luís Vaz de Camões.
Os políticos portugueses depositarão flores no túmulo de Luís Vás de Camões.
E isto não é a mesma coisa.
***
Um ano é passado, e temos um novo presidente da República: Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu ir comemorar o Dia de Camões em Paris.
É chique comemorar o Dia de Camões em Paris.
Os emigrantes portugueses agradecerão, com toda a certeza.
Mas não seria muito mais digno comemorar o Dia de Camões com a notícia que todos nós esperamos – a extinção do AO90 - o acordo do descontentamento de milhares de escreventes e falantes da Língua Portuguesa, pelos quatro cantos do mundo?
Porque a grafia que estão a impor ilegalmente às inocentes crianças portuguesas, que não têm como dizer NÃO (os adultos têm o dever cívico de se oporem a esta ilegalidade, e as crianças?...) não faz parte da Língua Portuguesa.
Trata-se, como todos sabemos, da maior fraude de todos os tempos, de uma mixórdia ortográfica sem precedentes, na História da Língua, e que está a ser imposta aos Portugueses sub-repticiamente.
Por isso, hoje, vamos gritar bem alto: exigimos a extinção do AO90, para que as celebrações do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas se cumpram.
Isabel A. Ferreira
Este é um episódio da realidade portuguesa, numa universidade.
Mafalda (nome fictício), estudante na UL, solicitou os meus serviços para lhe rever o texto da sua dissertação. Aceitaria se não estivesse acordizado. Estava, porque era obrigada, embora não concordasse, informou-me ela. Então, a minha resposta foi não. Não corrijo textos acordizados. Se os corrigisse, teria de os “passar” a limpo, para a grafia portuguesa. A legítima. A única. A que se encontra em vigor.
Aguardei quase uma semana pela resposta da Mafalda:
«Peço desculpa por só lhe estar a responder agora, mas só hoje consegui ter uma resposta definitiva à minha última tentativa para não utilizar o novo AO.
A resposta não foi a que eu desejava, mas foi aquela que estava a prever. O que me disseram foi que sou mesmo obrigada a utilizar o novo acordo ortográfico. Isto porque, por um lado, a UL adoptou o novo AO e, por outro, existe legislação nacional, actualmente em vigor, que obriga as escolas a utilizarem o novo acordo ortográfico e a imporem a sua utilização aos seus alunos.
Quando disse à Isabel que a minha orientadora me disse para utilizar o novo AO, expliquei-me mal. A orientadora também é contra o novo AO, mas quis defender os meus interesses. Mesmo que ela fizesse de conta que não reparou, a dissertação não iria passar da secretaria após a entrega. E mesmo que na secretaria também não reparassem, do dia da defesa iam dizer-me para alterar e entregar novamente.
Como não estou a fazer o mestrado para ter esta graduação só porque sim e preciso mesmo dele por motivos profissionais e com urgência, e como também, embora sendo contra o novo AO, não estou tão acerrimamente envolvida nesta causa como a Isabel, não vou fazer mais nada e vou mesmo entregar a dissertação escrita com o novo AO.
Tenho pena de não poder contar com a sua colaboração (e também já nem vou contactar mais ninguém para fazer a revisão), mas entendo perfeitamente a sua postura e dou-lhe os meus sinceros parabéns pela sua coerência.
Pedindo-lhe desculpa pelo tempo que lhe tomei…»
***
Esta resposta deixou-me perplexa. A UL obriga os alunos a escreverem mal a Língua Materna? Por alma de quem?
Cara Mafalda,
Doeu-me a alma ao ler esta sua mensagem. Por si, que está a ser ENGANADA, e NÃO É OBRIGADA a aplicar o AO90 na sua dissertação, porque não existe nenhuma legislação nacional (não existe) que a obrigue a aplicá-lo.
E também me faz doer a alma, pelas mentiras que o sistema apregoa, ignorando e desrespeitando a Constituição da República Portuguesa.
A UL até poderia ter adoptado o AO90, por ignorância ou por interesses duvidosos, só que a UL NÃO PODE EXIGIR que os alunos apliquem esta aberração. E se a Mafalda apelasse para a Justiça, teria ganho de causa.
A falta de informação ou a ignorância optativa, é que “obriga” as escolas a imporem uma norma ilegal.
A sua orientadora, desculpe que lhe diga, deveria informar-se melhor, e não induzir a Mafalda em erro. Fica mais fácil dizer «É obrigada» do que «Não é obrigada, mas isso implicaria algum incómodo, e os professores (hoje transformados em serviçais do ensino) optam por não se incomodarem».
Saiba que existe muitos alunos do Ensino Superior que se recusam a entregar as suas dissertações em AO90 e não lhes acontece nada.
Saiba também que existem alguns professores que não aplicam o AO90 nas escolas e não lhes acontece nada, porque legalmente ninguém pode fazer nada contra quem se recusar a escrever com erros ortográficos.
São poucos. E é nisso e no medo que alunos e professores têm de perder “algo” (ainda que hipoteticamente), que os políticos incompetentes e subservientes ao lobby político-editorial apostam, para impingir uma ortografia mutilada.
Se a sua dissertação não passasse na Secretaria, a Mafalda tinha todo o direito de apresentar uma queixa, porque a aplicação do AO90 é ilegal e inconstitucional (já lhe tinha dito e enviei-lhe um link, mas vou deixar aqui um outro para demonstrar-lhe o que digo:
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/em-portugal-a-imposicao-do-ao90-e-18730
Compreendo a sua situação. O sistema vale-se da necessidade dos jovens, para impor uma “coisa” ilegal, de lesa-língua e lesa-pátria.
Sim, eu estou empenhadíssima em defender a Língua Portuguesa, e aproveitarei este seu exemplo para agitar as águas estagnadas do ensino da Língua Portuguesa, em Portugal.
Estes casos têm de ser desmascarados, porque são ilegais. E a UL não pode obrigar ninguém a cometer uma ilegalidade. É ilegal.
Sinto muito, por si.
Gostaria que não pensasse que estou a “pressioná-la” por interesse.
Eu até estaria disposta a abdicar da minha remuneração pelo trabalho, se a Mafalda tivesse a coragem de romper as amarras. Essa seria a minha maior recompensa.
Mas compreendo que não queira arriscar. Mas se arriscasse, nada poderiam fazer contra si.
Sinto muito por si, pelo seu dilema e pela Língua Portuguesa, que está a ser atirada ao caixote do lixo, e os grandes culpados são os professores que deviam ser os primeiros a rejeitar esta aberração ortográfica, e não o fazem por medo, por ignorância, por comodismo, por ser mais fácil acomodarem-se e por subserviência.
Não pense que me fez perder tempo.
Obrigada, por ter-me escolhido. Valeu a pena, porque poderei ajudar a desmascarar todos os que obrigam os alunos a escrever incorrectamente a própria Língua, induzindo-os a cometer uma ilegalidade».
***
Esta foi a minha resposta à Mafalda.
A Mafalda entregou a sua dissertação de mestrado cheia de erros ortográficos.
E este é o exemplo perfeito da miséria educativa em que se encontra o ensino da Língua Portuguesa em Portugal.
***
E nem Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, que jurou defender e cumprir e fazer cumprir a Constituição defende a Língua Oficial do País que representa.
Não é uma vergonha?
Isabel A. Ferreira
(Carta aberta a António Costa)
Fonte da imagem Tradutores Contra o Acordo Ortográfico:
Senhor primeiro-ministro, peço desculpa pelo tratamento informal, mas foi deste modo que o imperador romano Júlio César, vítima de uma conspiração de senadores para destituí-lo do cargo, se mostrou surpreendido com a atitude do seu filho adoptivo, Marcus Brutus, quando este também o apunhalou, entre tantos outros senadores, e o imperador, já moribundo, sussurrou perplexo: «Até tu, Brutus!»
E a frase, proferida no século I A.C., arrastou-se até aos dias de hoje, para indicar surpresa quando uma pessoa trai a confiança de outra.
Naturalmente, a circunstância aqui será outra.
Contudo, temos quase todos os ingredientes deste episódio romano, para reconstruirmos um cenário idêntico, agora no século XXI d.C., quando um grupo insignificante de impatriotas decidiu APUNHALAR a Língua Oficial Portuguesa.
António Costa, primeiro-ministro de Portugal, de costas voltadas para os Portugueses, Brasileiros e Africanos (de expressão portuguesa) mais cultos, teima em continuar a impingir-nos uma ortografia que nem é carne nem peixe (desculpando-me a expressão).
Depois que o AO90 começou a ser ilegalmente aplicado (como deve saber melhor do que eu), a Língua Portuguesa transformou-se numa salada russa, que nem é Português nem acordês.
E quem tem de escrever, escreve mal uma e outra coisa: políticos, governantes, jornalistas e até professores.
É vergonhoso receber um ofício de uma autoridade ministerial dizendo que “foram compridos os pressopostos do Despacho n.º tal …” e mais adiante qure o “Serviço de Proteção” e “Direção Regional”… enfim, um texto que envergonha a escadaria do Palácio de São Bento.
Poucos serão os que, em Portugal, escrevem bem em Português, ou em acordês, a mescla de uma ortografia sem pés nem cabeça, que torna a língua escrita numa vergonhosa mixórdia.
Não há ninguém em Portugal que saiba escrever acordês correCtamente, nem os próprios engendradores deste aborto ortográfico.
E todos os países a sério têm um Língua Oficial, que deve ser preservada e aplicada pelos seus representantes máximos com o máximo rigor: no mínimo, sem erros ortográficos. Já não se pede que sejam exímios escritores.
E o vírus AO90, que atacou a Língua Portuguesa que, como sabe, é o símbolo maior da Identidade de Portugal, assim como a Bandeira Nacional e o Hino Nacional, está a enxovalhar Portugal, sem que quem tem o dever de defender esses símbolos mexa uma palha para eliminar o mal que corrói a Língua.
E ainda pior: são os próprios governantes que dão o mau exemplo, não sabendo escrever nem em Português, nem em acordês, ou devo dizer como se diz por aí: bechara-malaquês, socratês, lulês, brasileirês, ou mixordês, todos os nomes em que se transformou a nossa amada Língua Portuguesa.
Está a ver onde isto já vai…?
Nós, que temos na Língua Portuguesa o nosso instrumento de trabalho, não podemos permitir que políticos avessos à Cultura Culta desestruturem, deste modo aviltante, este símbolo maior da nossa Identidade.
E muito menos um primeiro-ministro pode andar por aí a escrever numa língua descaracterizada. Ora é uma coisa. Ora é outra. Uma língua com duas caras.
«Até “tu”, António!» Apunhalas a Língua!
O primeiro-ministro de uma Nação, que se quer culta e moderna, não pode, não deve apunhalar a Língua Portuguesa, desta maneira.
Os Portugueses, Brasileiros e Africanos de expressão portuguesa, que não se subjugaram ao lobby político-editorial vendilhão da Língua, estão de olhos voltados para a Assembleia da República Portuguesa, esperando que os políticos cumpram o seu dever: devolvam a Portugal a sua grafia oficial, culta e europeia.
É uma vergonha o que está a passar-se na República Portuguesa, que não tem uma Língua Oficial aprumada, como o têm os restantes países europeus. Nenhum país jamais se rebaixou a tanto quanto se rebaixou Portugal.
Por alma de quem, senhor primeiro-ministro?
Isabel A. Ferreira
Não vimos nenhum professor, pai ou aluno sair à rua a manifestar-se contra o AO90.
A Fenprof entregou 71 mil assinaturas em protesto pela escola pública, porque lhes mexeram nos bolsos…
E se estas assinaturas fossem aproveitadas para protestar contra a aberração ortográfica, chamada AO90, impingida ilegalmente nas escolas, e que está a formar ignorantezinhos?
Nunca vimos sair às ruas um protesto de professores, pais e alunos contra a maior fraude da História de Portugal: o AO90.
Era este o protesto que (também) deveria ser feito em defesa do símbolo maior da nossa identidade: a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Quem, o diz é Carlos António Machado Acabado, num pequeno texto bastante curioso.
Fonte da imagem:
«"Retardados mentais" e imbecis que não entendem sequer que cada espaço linguístico e cultu(r)al funciona naturalmente como um ecossistema e que tal como é estruturalmente irresponsável, destruidor e idiota tentar disciplinar de forma absurdamente autoritária e exógena a existência das espécies impondo discricionariamente "normas de gabinete" aos equilíbrios encontrados na relação entre as espécies e o próprio universo dialéctico onde elas proliferam, rompe equilíbrios cognitivos e linguísticos (que são o veículo e, em derradeira instância, o motor daqueles) básicos tentar criar a régua e esquadro na sombra dos gabinetes paradigmas eco-mentais de plástico introduzindo nuns espécies exógenas que tudo predam e levam indiscriminadamente diante de si.
O A.O. configura a negação mais escandalosamente obscena de um pensamento ecologicamente equilibrado e livre, comprometendo séria (e, a meu ver, irremediavelmente, caso não seja abandonado e posto no lixo de uma vez por todas!) a própria dinâmica da formação de pensamento nas sociedades suficientemente amorfas e acríticas que introduzam no seu seio esse cavalo de Tróia epistemológico, cozinhado por uns quantos iluminati de pacotilha!.
Só me surpreende que uma borracheira anti-científica como esta possa ter saído do espaço da Academia! Isso diz muito, sem dúvida, sobre o modo como funcionam as elites cultu(r)ais ainda hoje. Género magister dixit, como no "meu tempo" de faculdade quando empinar "conceitos de cultura" era mais importante do que ter um ou um ponto de vista sobre aqueles... O tempo dos "Albuquerques", dos Antunes e das sebentas que substituíam, invariavelmente, a desejável inteligência pessoal da realidade que define a boa e genuína Universidade...»
Carlos António Machado Acabado
. «A língua portuguesa amer...
. Intolerável: no tradutor ...
. AO90, segundo Jorge Lemos...
. Intolerável: no tradutor ...
. RTP Notícias: Luís Monten...
. João Barros da Costa dixi...
. Dra. Índigo Brasileira di...
. Em Defesa da Ortografia (...
. Reflexão de Carlos Coimbr...