Por exemplo, ao não defender a Língua Portuguesa, nem a Constituição da República Portuguesa, e a silenciar a fraude do AO90, estará o Presidente da República a honrar a Bandeira Portuguesa?
Exactamente: são ignorantes e não têm vergonha.
O título desta publicação é um excerto do comentário que Maria José Abranches (professora de Português reformada) deixou no Blogue Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico, a propósito do texto de Rui Valente, «Um Setembro Sombrio» que pode ser consultado neste link:
https://ilcao.com/2020/09/23/um-setembro-sombrio/
que nos dá conta dos atropelos à Lei perpetrados pela Assembleia da República, e que pode ser passível de processo judicial. Por que não? Se um cidadão comum não cumpre a Lei, é penalizado. Se o órgão maior da dita “democracia portuguesa” (?) não cumpre a Lei, quando devia dar o exemplo, faz o que bem entende, desrespeita os Portugueses, fazem-nos a todos de parvos, e não acontece nada?
É exactamente como diz Maria José Abranches: «Será que ninguém se apercebe dos erros linguísticos, escritos e orais, cada vez mais abundantes, que vêm infestando a nossa comunicação social? Que língua aldrabada é esta?! Os responsáveis políticos e a ‘elite’ são ignorantes e não têm vergonha?!»
Não, poucos são os que se apercebem. E sim, os responsáveis políticos e a “elite” são ignorantes e não têm vergonha, porque para se ter vergonha é preciso ter-se HONRA.
Quanto a mim, o que me vale, é ter esta reflexão de Gandhi sempre no meu pensamento.
Mas para os tiranos serem derrubados há que derrubá-los. Eles não se derrubam a si mesmos. Daí que deixe aqui um apelo (referido no comentário mais abaixo).
O texto de Rui Valente, pode ser consultado no link, referido mais acima.
Destacarei aqui os três comentários de três pessoas que, nas suas diferentes funções, lutam para que a grafia de 1945, a que está em vigor, porque não foi revogada, mas não é aplicada, por ignorância, regresse às escolas e as nossas crianças possam aprender a escrever correCtamente a Língua Materna, que é a Portuguesa, não é a Brasileira.
A propósito, e antes de expor os comentários, deixo aqui este à parte: num artigo, recentemente publicado no Jornal Público, sob o título «Paira um espectro sobre os amigos do acordo ortográfico — o espectro da fonética» e que pode ser consultado neste link:
Nuno Pacheco, o autor do texto, diz o seguinte:
«O acordo ortográfico, mexendo na escrita, mexeu também na fonética. Isto já foi dito mil vezes, mas nunca é demais repetir. Escrever “fator” e pretender que se leia “fàtôr” (factor) é ilusório. Daqui a uns anos, diremos “âtor”, “dir’ção”, “obj’tivo” e disparates do género. Sim, estamos a mudar a nossa fala por causa de uma escrita aberrante que, sendo diferente da brasileira (e nunca é excessivo insistir nisto), não respeita o nosso sistema vocálico e as suas idiossincrasias.»
Não, Nuno Pacheco, a escrita imposta pelo AO90, é 99% brasileira. Refiro-me aos infinitos vocábulos mutilados, assentes na Base 4 do Formulário Ortográfico (brasileiro) de 1943, que o Brasil “adotou” (lê-se “âdutou”) depois de ter rejeitado a grafia da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945, que inicialmente assinou. E em que consistiu essa mutilação? Em suprimir TODAS as consoantes ditas mudas, dando preferência à fonética, e não à etimologia. E dessa mutilação, fazem parte um infinito número de vocábulos: ator, direção, fator, objetivo, setor, diretor, fatura, adotar, direto, atual, atividade, coleção, seleção etc., etc., etc., à excePção de uns poucos vocábulos (mais os seus derivados), nos quais os Brasileiros pronunciam as consoantes mudas, e nós não: como excePção, recePção, perspeCtiva, ifeCção, infeCtado, excePto, e uns poucos (poucos) mais que escaparam à mutilação e que os acordistas portugueses, muito parvamente, escrevem exceção, receção, exceto, perspetiva, infeção, infetado, exceto, gerando uns autênticos abortos ortográficos, muito, muito, muito aberrantes.
Esta escrita é aberrante, sim, em Portugal, porque a NOSSA escrita pertence a uma Língua românica, de raiz greco-latina, Indo-europeia, baseada na etimologia (como todas as restantes escritas europeias), e não na fonética.
No Brasil, as palavras que eles mutilaram, não são aberrantes para eles, porque para eles, que abrem todas as vogais, o som ficou igual. E o que o Brasil faz com a Língua que eles transformaram em outra língua, americanizando-a, castelhanizando-a, italianizando-a, afrancesando-a é problema deles e não nosso, se bem que não deviam chamar-lhe “portuguesa”, porque já se afastaram baste dela.
Em Portugal escrever ator, direção, fator, objetivo, setor, diretor, fatura, adotar, direto, atual, atividade, coleção, seleção, etc., é escrever à brasileira, e aqui sim, nunca é excessivo insistir nisto, porque até uma criança, que frequenta a escola primária, e aprende outras línguas, sabe que aquele “direto”, que aparece frequentemente na tela da televisão, está escrito à brasileira, porque em Português, em Francês, em Inglês, em Castelhano, todas línguas europeias, que uns e outros aprendem, “direto” escreve-se com um cê: direCto. Sem cê é unicamente à brasileira. Não é à angolana, nem à moçambicana...
Posto isto, vamos aos comentários que podem ser lidos no original. (Os negritos são da responsabilidade da autora do Blogue)
3 comentários
Nunca sequer tinha imaginado que, uma vez instaurada a democracia em Portugal, graças ao 25 de Abril, uma sustentada e criminosa vandalização da mesma democracia fosse possível, levada a cabo pela AR, a instituição mais responsável pelo respeito e defesa da mesma democracia! Eu, portuguesa e democrata, quero que fique aqui registada a minha revolta e a minha indignação!
Que, para muita da dita ‘elite’ nacional, por uma aberração incompreensível, a língua materna dos portugueses seja algo de desprezível, está patente ao longo da nossa História: basta atentar na obsessão permanente em fazer ‘acordos’ ortográficos com o Brasil, em detrimento da preocupação com a qualidade do ensino da língua no nosso sistema educativo, assim como junto das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. E mais: o que temos feito para dar a conhecer e divulgar a nossa língua na União Europeia? O que tem sido feito em termos de investimento no estudo e conhecimento do português europeu, em termos científicos e na produção de estudos linguísticos, gramáticas, dicionários, métodos para aprendizagem da língua, formação de tradutores e intérpretes, tradução automática, etc.? Será que ninguém se apercebe dos erros linguísticos, escritos e orais, cada vez mais abundantes, que vêm infestando a nossa comunicação social? Que língua aldrabada é esta?! Os responsáveis políticos e a ‘elite’ são ignorantes e não têm vergonha?!
Como há, na Europa, quem saiba o que significa a sua língua, dou a palavra a Jean d’Ormesson, da Academia Francesa, defendendo a língua francesa: «Como defenderíamos o francês fora das nossas fronteiras se não o defendemos em casa (“chez nous”)? É aqui que está o problema fundamental. A tarefa mais urgente é salvar a nossa língua do naufrágio. Desculpar-me-ão a ingenuidade da afirmação: ser francês hoje, é saber falar, escrever e compreender o francês.» (in “Saveur du temps”, 2009, Éditions Héloïse d’Ormesson, que traduzi).
Rui Valente, desculpe a minha ignorância, porque nestas matérias sou muito ignorante: mediante o que aqui ficou relatado, não haverá matéria para processar o Estado Português ou o Governo Português, por este atropelo à Democracia, às leis, às regras, e pelo atropelo à Língua Portuguesa? Porque isto ultrapassa todos os limites de tudo.
Eles estão nitidamente a gozar connosco. Estão a fazer-nos de parvos. Estão a desrespeitar-nos. E vamos deixar que façam isso impunemente?
Concordo com tudo o que diz a Maria José Abranches, no seu comentário, e faço minhas as palavras dela.
E é bem verdade que a tarefa mais urgente é salvar a nossa língua do naufrágio iminente, porque ela “navega” numa canoa furada, já meio submersa. Temos de fazer alguma coisa em grande, massivamente, coesamente, no nosso País, antes que se afunde de vez.
Faço minhas as palavras de Maria José Abrantes e associo-me a Isabel A. Ferreira na sua questão quanto a um possível processo contra o Estado Português. Permito-me ainda classificar a forma como este acordo foi imposto aos portugueses, como absolutamente ditatorial, pois apesar da perfeita consciência da sua não aceitação e da criação de grupos que lutam pela sua abolição, recorrendo a formas legais para o efeito, os governos e respectivas AR “chutam a bola” mutuamente de maneira a enganar vergonhosamente os cidadãos, dando-lhes a entender que estão a tratar do assunto mas que, infelizmente, não é possível um retrocesso.
Gostaria de referir que, em 1983 fui eleita presidente de uma “Associação Euro-escolas para uma formação bilingue” – grupo de 11 pais que se juntaram em Berlim para assegurar esse tipo de ensino aos filhos. Para esse fim contactámos igualmente a Vice-cônsul do Brasil – à altura Monika Salski e foram realizados igualmente contactos com Angolanos aí residentes em número muito reduzido. A escola foi inaugurada e mantém-se em actividade até aos dias de hoje com sucesso.
Regressada a Portugal em 1996, deixei de saber exactamente qual o português aí ensinado. Pergunto-me hoje, face à luta que tenho travado contra o entretanto imposto AO90, se tal esforço valeu a pena. O nosso propósito na altura com o contacto com o consulado do Brasil, era assegurar o quórum necessário ao ensino do português. Depois da imposição deste maldito AO90, suspeito ter contribuído involuntariamente, para ensino de qualquer coisa difusa, com o nome de português, numa escola da capital alemã. E uma enorme raiva apodera-se de mim.
***
Uma enorme raiva apodera-se, sim, de todos nós, Portugueses, que temos consciência de que a NOSSA Língua foi vendida ao desbarato e está a transformar-se numa linguinha que nem os semianalfabetos (os que aprenderam os rudimentos da escrita), do tempo da monarquia e da ditadura, escreviam e falavam.
Isabel A. Ferreira
«Como diz Fernando Paulo Baptista, não será fácil para um inglês ou francês, relacionar "actuality", ou "actualité" com "atualidade"... "Multiplique-se o exemplo e será possível descobrir que, afinal, o futuro está no passado, ou seja, na etimologia, naquilo que nos une, portanto", acrescentou.»
Um texto da Professora e Escritora Maria João Gaspar Oliveira que evidencia o grande desconchavo que é o AO90, e que os governantes, seguindo uma política completamente irracional, continuam a impor ao nosso País, isolando-o cada vez mais, ao ponto de estarmos a regressar ao mito salazarista do “orgulhosamente sós” no erro, na estupidez, na palermice, na aplicação de um não-acordo que nenhum país da dita lusofonia está a levar a sério. Porquê Portugal? Não será óbvio?
Por Maria João Gaspar Oliveira
«Sabe-se que os índices de leitura, em Portugal, ainda são muito baixos, pelo que se verifica uma grande falta de vocabulário, sobretudo nos adolescentes que, para comunicar, utilizam pouco mais que 300 palavras (há 20 anos, tinham cerca de mil...). Esta situação é preocupante, principalmente porque há uma relação estreita entre o vocabulário e o pensamento.
A linguagem organiza, ordena, produz o próprio pensamento. Nós pensamos com palavras, obviamente. E, não ter palavras para dizer a realidade, é como não ter conhecimento dela. Não podemos sequer dizer que conhecemos, seja o que for, se não tivermos palavras para traduzir tal conhecimento. Sem elas, o intelecto vai-se tornando cada vez mais pobre, e a liberdade do pensamento fica, seriamente, comprometida. Sem capacidade de argumentação, sem acesso à autonomia do pensar, tornamo-nos presas fáceis de qualquer ditadura fonética, política, etc....
Para cúmulo, o "acordo" ortográfico, fiel servidor de interesses políticos e económicos, impõe uma ortografia fonética das palavras em detrimento da ortografia etimológica, pelo que, não pode, de modo algum, contribuir para a evolução da Língua Portuguesa, uma língua que tem mais de 240 milhões de falantes, no mundo. Este "acordo" provoca também uma enorme confusão entre palavras distintas (retractar, por exemplo, significa, agora, tirar o retrato...), regras que se contradizem e outras que provocam dúvidas, eliminação de acentos gráficos fundamentais, alterações na maiúscula inicial, reformulação do uso do hífen que nem ao diabo lembra, caos linguístico instalado no país, nomeadamente nas escolas, onde já coexistem três grafias, pelo menos ( a do Português, a do AO90 e uma outra que dá na real gana, e onde já tudo é possível...), normas ortográficas provisórias que os alunos têm de aprender, novas regras gramaticais, inviabilização do vocabulário formado por via erudita, devido ao afastamento da etimologia, etc., etc..
Como diz Fernando Paulo Baptista, não será fácil para um inglês ou francês, relacionar "actuality", ou "actualité" com "atualidade"... "Multiplique-se o exemplo e será possível descobrir que, afinal, o futuro está no passado, ou seja, na etimologia, naquilo que nos une, portanto", acrescentou.
No entanto, este "acordo" incoerente, sem fundamento científico, e que é fruto da ignorância e da prepotência do poder político, não é propriamente um Acordo, visto que a grande maioria dos especialistas em Língua Portuguesa se opõe, assim como a maioria dos falantes do português de Portugal. A ortografia "unificada" não vai ser usada por todos os países lusófonos, incluindo Angola, que é o segundo país com maior número de falantes da nossa língua.
E, agora, interrogo-me, com uma enorme tristeza, sobre o que irá acontecer também ao rigor da língua, na reflexão filosófica e na criação literária... E, perante tal descalabro, como estimular, nos alunos, o gosto pela leitura e pela escrita? E os índices de leitura, em Portugal, não vão baixar ainda mais? Porque se insiste no erro?!
Perante tudo isto e muito mais, a revogação deste "acordo" é, absolutamente, necessária e urgente.
Maria João Oliveira
Fonte:
O grande e gravíssimo problema que se coloca actualmente é precisamente a imposição deste aborto às inocentes crianças.
Aqueles que, cegamente, aderiram à aplicação ilegal do AO90, deveriam ser processados criminalmente. Primeiro, por serem cúmplices de uma ilegalidade; e segundo, por permitirem que as crianças aprendam pela Cartilha do AO90, uma tosca colectânea dos mais básicos e graves erros ortográficos.
Pais deste país: as vossas inocentes crianças estão a ser ENGANADAS.
E isto não será grave? Isto não configurará, de facto, um crime de lesa-infância?
Vejam o que nos diz Miguel Esteves Cardoso, e que assino por baixo,
Isabel A. Ferreira
Portugal cada vez mais isolado na sua vocação servilista.
Portugal: vergonhosamente só, com a sua mixórdia ortográfica!
Portugal e Brasil arvoraram-se em “donos” da Língua Portuguesa, e engendraram o AO90, esquecendo-se de que os Africanos, de expressão portuguesa, falavam e escreviam um Português, que não foi adulterado, como no Brasil, onde políticos esquerdistas, pelo facto de serem milhões (mas não só) entenderam que deviam impor aos restantes países da dita lusofonia, a VARIANTE BRASILEIRA da Língua Portuguesa. E apenas Portugal, muito servilmente, se vergou a esta pretensão.
Os Cabo-verdianos já oficializaram a VARIANTE CABO–VERDIANA (o Crioulo Cabo-verdiano) da Língua Portuguesa.
Por que não Angola ter também a sua própria VARIANTE ANGOLANA da Língua Portuguesa?
Eis o que Paulo de Carvalho, Presidente da Academia Angolana de Letras, defende, no artigo que aqui se transcreve, publicado na Agência Angola Press
Porque é um facto indesmentível que o Português, que os Portugueses espalharam pelo mundo, enriqueceu-se com os dialectos dos povos locais, e transformou-se num outro Português, que deve seguir o seu caminho, desatrelado da Língua-Mãe: a Língua Portuguesa. Não foi assim com o LATIM, que originou as Línguas Românicas, das quais o Português faz parte?
FORÇA ANGOLA!
É isto, assim, tal e qual. De que andaram à espera os governantes portugueses, mais Marcelo Rebelo de Sousa, Chefe do Estado Português, que nada fizeram para preservar a Língua Portuguesa, em Portugal? Enquanto que em Angola é como diz Ondjaki:
Paulo de Carvalho, Presidente da Academia Angolana de Letras
«Angola: Académico defende português angolano»
16 Setembro de 2020 | 22h39 - Educação
Luanda - O presidente da Academia Angolana de Letras, Paulo de Carvalho, defende, em entrevista à ANGOP, que académicos e linguistas trabalhem para a adopção oficial de uma variante da língua portuguesa, em Angola, com base em regras devidamente definidas.
A este propósito, Paulo de Carvalho diz ser “absolutamente” recomendável considerar a sugestão de linguistas, sociólogos e antropólogos, no sentido de “legitimação” de um português angolano.
O igualmente sociólogo e professor catedrático, na Universidade Agostinho Neto, sublinha que “o que os linguistas e outros profissionais devem fazer é indicar as características dessa variante”.
“Qualquer língua possui regras, que devem ser seguidas no ensino e na comunicação social”, alerta Paulo de Carvalho, antes de chamar a atenção para o facto de que “uma coisa é a variante da língua portuguesa e, outra, falar mal o português”.
Em relação ao imperativo de se falar bem a língua portuguesa, Paulo de Carvalho defende a introdução de exames “obrigatórios” de português na transição do ensino básico para o secundário.
“A partir do momento em que o sistema prevê exames, então o português deve ser uma das disciplinas com obrigatoriedade de exame”, diz.
Para o entrevistado, a “grande maka” tem a ver é com os professores de português, que deveriam ser eles examinados anualmente, em primeiro lugar”.
Quanto à construção da variante da língua portuguesa de Angola, Paulo de Carvalho diz ser um processo que “demora” sempre algum tempo e que “exige” recursos.
“Trata-se de um processo moroso, que, felizmente, até já foi começado ao nível do Ministério da Educação. Era preciso pegar no que já foi feito, incluir investigadores de algumas áreas que não têm normalmente sido consideradas e elaborar um programa com acções concretas”, diz.
Enquanto presidente da Academia Angolana de Letras, Paulo de Carvalho diz subscrever “inteiramente” a não ratificação, por Angola, do Acordo Ortográfico de 1990.
“Enquanto se considerarem apenas as questões fundamentais que o Brasil e Portugal levantam, e se esquecerem as questões linguísticas fundamentais dos países africanos, não podemos ratificar esse acordo”, sublinhou.
Na sua opinião, os mitos da uni(ci)dade, da simplificação pedagógica e da parcimónia como a filosofia geral da estruturação do referido Acordo “teriam sustentabilidade” se tivessem considerado as “particularidades” dos países africanos e das línguas africanas, do mesmo modo que, no Brasil, foram consideradas as particularidades das línguas locais.
“Enquanto tivermos países subalternizados, sem se considerarem as particularidades das línguas que aí coexistem com o português, não vemos grande possibilidade de ratificação do acordo”, remata Paulo de Carvalho.»
Fonte:
Ao cuidado do Senhor Bastonário da Ordem dos Advogados, Prof. Doutor Luís Menezes Leitão, que sei ser desacordista. (*)
A imagem que ilustra este texto é do site da Presidência da República Portuguesa. Uma presidência “dirêtâ” (assim pronunciada em Portugal) seja lá o que isto for. No Brasil sabemos o que significa o vocábulo brasileiro “direto”, que corresponde aos vocábulos das Línguas europeias, lidos com a vogal aberta, devido à presença do cê: direCto (Português); direCto (Castelhano); direCte (Catalão); direCto (Galego); direCt (Inglês); direCt (Francês); direKte (Alemão); direKt (Norueguês); direKt (Dinamarquês); direKt (Luxemburgês); enfim, “direto” (“dirêtu”) é uma palavra exclusiva do léxico brasileiro, que nada tem a ver com a Europa.
Depois vem “contato”, outro vocábulo exclusivamente brasileiro, até porque ainda que se aplique o AO90, em Portugal, contaCto, obrigatoriamente, levaria o cê, porque é cá pronunciado.
República Centro-Africana leva hifene, até no dicionário brasileiro Michaelis.
E por fim os “inf’tádus” (assim se pronuncia o abortinho ortográfico “infetados”, que, curiosamente, os Brasileiros escrevem correCtamente: infeCtados, com cê, como deve ser, para que possamos abrir a vogal.
Sabemos (ou não saberemos) que o Presidente da República terá os seus secretários para lhe redigir as mensagens, que são publicadas no seu site.
E das duas uma: ou se tem muita confiança nas competências dos secretários, escolhendo-os, a dedo, para que saibam, ao menos, escrever correCtamente a Língua Oficial do País, para não parecer mal; ou, não havendo essa total confiança, ter o trabalho de ler os textos, antes de serem publicados. Fica mal a um PR ser autor de tamanha mixórdia ortográfica.
Portugal já não será Portugal? Portugal já terá o estatuto de Colónia Brasileira? Finalmente?Atingir-se-ia o objectivo principal deste AO90?
A Língua Portuguesa DESAPARECEU da Internet e de Portugal, e o Presidente da República Portuguesa, além de não fazer nada, escreve à brasileira, mesmo quando não tem de escrever (como em contaCto)?
Desacordistas, vem aí as eleições presidenciais. Escolham um candidato que seja PORTUGUÊS e que DEFENDA a NOSSA Língua Portuguesa e cumpra e faça cumprir a Constituição da República Portuguesa.
O que se passa em Portugal nesta questão da Língua é gravíssimo. Muito mais grave do que o que possam imaginar.
(*) Juristas de Portugal, façam o que deve ser feito. E o que deve ser feito é o que sugere o cidadão José Bulha:
«O que pode ser feito é pôr o Estado Português em tribunal, por violação da lei e obter a declaração de nulidade da resolução [do conselho de ministros] que pôs o acordo em vigor [apenas nos organismos públicos, mas a desobediência civil está prevista na CRP]. Para o efeito, há que contratar um gabinete de advogados que aceite a incumbência. Isso, sim, é agir e não ficar de braços cruzados a falar, a falar, mas sem qualquer efeito útil. Os protestos devem ter consequências...»
Assino em baixo e aqui deixo o REPTO.
Isabel A. Ferreira
Um texto que descobri no Blogue DEPROFUNDIS, da autoria de Fernando Vouga, o qual vem ao encontro do que, no meu Blogue, tenho andado a escrever e a publicar.
É que eu não invento nada. E a minha opinião até pode valer zero, mas o que escrevo é o eco dos amantes da Língua Portuguesa.
E não me venham dizer que sou a “chata de serviço", porque chatos são os que insistem em impingir-nos uma ortografia que não nos pertence. Esses é que são chatos, além de muuuuito ignorantes.
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem:
https://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/a-importancia-da-lingua-portuguesa-1381869
Por Fernando Vouga
«Aborto Ortográfico
Adaptado de um texto de autor desconhecido
Nossa Língua “perdeu” as suas origens (o Latim), não havendo justificação para a forma como agora querem escrever o “NOSSO” PORTUGUÊS.
EXPLIQUEM AGORA AOS ALUNOS COMO SE FORMARAM ESTAS NOVAS PALAVRAS!!!!!
A MAIS VÁLIDA QUEIXA, SOBRE O "DESACORDO" ORTOGRÁFICO...
"DESAcordo" Ortográfico (*)
O novo "Desacordo" ortográfico é mais uma prova da imbecilidade desta gente que governa Portugal nos últimos 3 decénios!
Nos nossos sete, oito e nove anos tínhamos que fazer aqueles malditos ditados que as professoras se orgulhavam de leccionar. A partir do terceiro erro de cada texto, tínhamos que aquecer as mãos para as dar à palmatória. E levávamos reguadas com erros destes: "ação", "ator", "fato", "tato", "fatura", "reação", etc., etc...
Com o novo acordo ortográfico, voltam a vencer-nos, pois nós é que temos que nos adaptar a eles e não ao contrário. Ridículo...
Mas, afinal de onde vem a origem das palavras da nossa Língua? Do Latim!!! E desta, derivam muitas outras línguas da Europa. Até no Inglês, a maior parte das palavras derivam do latim.
Então, vejam alguns exemplos:
Em Latim
Actor, factor, tacto, reactor, sector, protector, selectio, exacto, excepto, baptismus, excepcio, optimus,
Em Francês
Acteur, facteur, tact, réacteur, secteur, protecteur, sélection, exacte, excepté, baptême, exception, optimum,
Em Espanhol
Actor, factor, tacto, reactor, sector, protector, selección, exacto, excepto, (-), excepción, (-),
Em Inglês
Actor, factor, tact, reactor, sector, protector, selection, exact, except, baptism, exception, optimum,
Até em Alemão, reparem:
Akteur, faktor, takt, reaktor, sektor, protektor, (-)(-)(-)(-)(-)(-)
Velho Português (o que desleixámos)
Actor, factor, tacto, reactor, sector, protector, selecção, exacto, excepto, baptismo, excepção, óptimo,
Novo Português (importado do Brasil)
Ator, fator, tato, reator, setor, protetor, seleção, exato, exceto, batismo, exceção (sendo que no Brasil se escreve excePção), ótimo...
Conclusão: na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras destas línguas europeias mantiveram-se tal como se escrevia originalmente.
Se a origem está na Velha Europa, porque é temos que imitar os do outro lado do Atlântico?
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada pelos nossos intelectuais da Língua de Camões.
Ex.: Será que fui de fato à praia?
... Na tourada, estavam 2000 espetadores!
...etc., etc.
Porque se escreve Egito se os naturais desse país são Egípcios?
Ainda não percebi se com o novo Desacordo ortográfico os Polacos também passaram a ser Poloneses e os Canadianos agora são Canadenses, como se diz nas Terras de Vera Cruz …
Inovações sim, mas sem exageros e com coerência !!!
(*) Não existe qualquer acordo, mas sim a "Resolução do Conselho de Ministros" n.º8/2011.
Nenhum dos Países da CPLP subscreveu esta "Resolução" (nem a Guiné Equatorial...)
NOTA: quem "faz" a língua são os falantes e não os académicos ou os políticos. Por outro lado, a língua escrita está subordinada à falada e não o contrário.
De qualquer forma, à medida que a língua falada evolui, torna-se necessário, de vez em quando, fazer alterações à forma de a escrever. O que é muito diferente de aproximar a escrita do registo brasileiro (algo que ninguém sabe ao certo o que é).
Neste "desacordo" o que me parece mal é o exagero insensato e imprudente das alterações impostas (pela via administrativa).
Acabe-se com ele o mais depressa possível, para nosso bem e, sobretudo das nossas crianças.»
Fernando Vouga
Fonte:
https://deprofundis.blogs.sapo.pt/aborto-ortografico-165526
Será que os actuais professores de Português têm conhecimento do conteúdo do texto que se segue?
Será que os actuais professores de Português andam a ensinar Português aos alunos?
Ou andarão apenas a obedecer, servilmente, a quem nada sabe da Língua Portuguesa (refiro-me à Língua Portuguesa), desprezando com isso a nobre missão de ENSINAR?
... porém, insistir no HERRO é insano...
Por Amadeu Mata
Fonte:
Compêndio de Gramática Portuguesa 1º e 2º anos do Liceu, Porto Editora, páginas 325 e 326, conforme a escrita correcta das palavras segundo as normas oficialmente ainda estabelecidas.
Três Princípios Gerais:
1º - Não se escrevem letras geminadas ou dobradas;
Exceptuam-se rr e ss, que, entre vogais, conservam respectivamente o som sonoro e surdo: torre, carro, massa.
Obs :
Em connosco, comummente, ruimmente, não há letra dobrada, mas uma ressonância nasal e uma consoante.
2º - Só se escrevem as letras finais b, c, d, g, t (ainda que se não pronunciem) nos nomes próprios bíblicos consagrados pelo uso: Jacob, Job, Isaac, David, Gog, Josafat, e ainda em Cid, Madrid, Valhadolid, Calecut ou Calicut.
O n final só se escreve quando se pronuncia e não torna nasal a vogal anterior: alúmen, glúten, líquen, mas gérmen ou germe, regímen ou regime.
3º - Em geral não se escrevem letras que representam consoantes que se não pronunciam.
Exceptuam-se o c e o p dos grupos cc, cç, ct, pc, pç, e pt nos casos seguintes:
abstracto, acção, accionar, actual, acto, actor, actuar, actuação, actualização, activo, accionista, adoptar, adopção, adjectivo, arquitectura, arquitecto, arquitecta, atracção, aspecto, afecto, baptismo, colecta, colectivo, característica, correcto, correcção, corrector, defectivo, detectar, difracção, directo, direcção, distracção, efectivo, erecto, espectador, espectáculo, espectro, exacto, excepção, excepto, expectativa, faccioso, factor, factura, fraccionário, fracção, friccionar, inactivação, indirecto, infecção, infectado, intelecto, intelectual
insecticida, inspector, inspecção, lectivo, leccionar, nocturno, objecção, objectivo, objecto, optimista, projecção, projecto, perspectiva, predilecção, prospectiva,reacção, respectivo, recepção, receptáculo, reflectir, retrospectiva, sector, sectário, sectorial, sectarismo, selecção, selecto, seleccionar, tacto, tecto, tracto, tractor, tracção, trajectória, vector, vectorial ..........
Egipto e egípcio
corruptor e corrupto
carácter e caracteres
contacto e contactar
facto e factual
interrupção e interruptor
micção
pacto e pactuar
eléctrico e electricidade
bactéria e bactericida
Obs:
O grupo sc conserva-se no interior de palavras, quando se pronuncia, mas cai o primeiro elemento, quando inicial; consciência, proscénio, mas ciência, cena cenário, ciático, cindir.
O u de gu e qu pronuncia-se, quando está seguido de a ou o;
não se pronuncia, quando se segue e ou i: língua, quase, qualidade, quota, sangue, que, queimar, quilo, quimera; mas equestre, equidade, frequência sanguíneo.
Obs:
Como consequência do princípio, escrevem-se nos grupos consonânticos as letras que representam consoantes que se pronunciam em Portugal e no Brasil, ou num só dos países:
súbdito, obter, dicção, amígdala, indemne, designar, ruptura, amnistia, afta, ficção, aritmética, indemnizar, Agnelo, interruptor
Grafia das Consoantes e dos grupos consonânticos
Casos particulares
O h mantém-se no princípio de palavra, quando a etimologia, uma longa tradição ou uma convenção o justifica:
Haver, hera, hoje, humano, húmido, harmonia, haurir, harmónico, hábil, habilitar, humor, há , hem? , hum !
Escreve-se úmero, ombro, ontem, Espanha, porque a etimologia o exige; erva, ervaçal, ervanário (formas populares)
. suprime-se o h inicial:
Fora disto, só se usa o h quando, posposto a c, l ou n, representa os fonemas ch, lh, nh de palavras como chave, filho, ninho.
Os grupos finais de origem hebraica ch, ph e th conservam-se em próprios, quando soam ch = c, ph = f, th = t: Baruch, Moloch, Ziph, Loth, mas eliminam-se, quando se não pronunciam: José Nazaré. Note-se Judite
Quanto à ortografia, que precede a gramática.
A separação de famílias lexicais ('se[c]tor'/'sectorial'; ve[c]tor/ vectorial;
'cará[c]ter'/'característica'; 'Egi[p]to'/'egípcio') é fatal para a apreensão do significado das palavras e da sua origem etimológica, e do seu parentesco face a outras línguas europeias.
Fazer depender esta ortografia do conceito de "pronúncia culta" (que ninguém sabe definir) é um grosseiro atentado à seriedade intelectual. Fazer aprovar um "acordo ortográfico" à revelia da comunidade científica, e com a oposição expressa da esmagadora maioria dos seus agentes, é uma aberração.
Em suma o AO90 é um "aborto ortográfico".
Isto é do domínio da ESTUPIDEZ. Não é do domínio da Língua Portuguesa. Será um outro linguajar, que só dirá respeito a ILES.
Nós por cá ainda não chegámos a isto, mas caminhamos a passos largos para lá, se ninguém puser um travão a esta demência linguístico-política.
É desonroso para Portugal. Uma autêntica vergonha. Um verdadeiro insulto à dignidade daqueles Portugueses que nasceram Portugueses, e um desprezo total pelas indefesas crianças portuguesas, que têm de levar com a mixórdia em que se transformou a Língua Materna delas, sem poderem protestar.
Por que estou tão indignada? Eu conto-vos.
Comecem por observar esta imagem.
O que VÊEM na imagem é um táblete, pertencente à minha neta. Ela andava a fazer uma pesquisa e deparou-se com um vídeo (aquele para você diz da sua proveniência) sobre como as crianças vêm determinados objectos. Ela achou o conteúdo interessante e veio mostrar-me.
Foi então que me deparei com a imagem que me apressei a fotografar. E perguntei-lhe se ela via ali alguma coisa mal escrita. Não via. Pedi-lhe para ler alto: «Como as crianças vêm (uma cama)» pronunciando “vêem”.
Então, aproveitei e escrevi numa folha de papel a frase como as crianças vêm para a escola, a pé ou de autocarro? E ela leu alto a frase e leu o vêm correctamente. E foi então que se fez o clique, e ela automaticamente disse que o vêm no táblete estava errado. Pois estava.
Uma criança que não esteja atenta (e não é obrigatório estar, porque, em princípio, TUDO o que é escrito para elas lerem DEVE estar correCtamente escrito) de tanto VER as palavras escritas incorreCtamente, nem se dão conta de que estão incorreCtas, e começam a escrevê-las incorreCtamente também.
O que se passa ao nível da escrita (e já agora da oralidade também, pois como se pronuncia mal tantas palavras, por aí, senhores ministros e senhores doutores incluídos!) é de bradar aos céus! E assim como uma mentira repetida muitas vezes, transforma-se em Lei, uma palavra mal escrita (ou mal pronunciada) repetida constantemente torna-se regra.
E é um “português” super super super maltratado que corre pela Internet, pelo YouTube, por todas as redes sociais, em todas as pesquisas que as crianças fazem no que elas pensam ser “português”, pelas legendas dos filmes, pela legendas de todos os canais televisivos, nos manuais escolares, nos jornais, nas revistas, nos livros infantis…
E se o Estado português fosse um Estado brioso, digno de ser chamado ESTADO PORTUGUÊS, e cobrasse uma multa de 500 Euros, no mínimo, por cada erro ortográfico (aqui incluídos os da grafia portuguesa, os da grafia brasileira e os da grafia acordizada, a tal mixórdia ortográfica) e por cada frase mal-amanhada, os Portugueses não precisariam de pagar impostos, porque as multas dariam para saldar todas as despesas e dívidas do País, e ainda poderia fazer-se um PPPF (Plano Poupança Para o Futuro).
Tal a miséria ortográfica que corre por aí!
E, parafraseando o Dr. António Bagão Félix, não haverá, no plano político e institucional, uma alminha que erga a voz para, ao menos, contestar esta pouca-vergonha?
Não, não há. Quando o representante máximo do Estado Português, Marcelo Rebelo de Sousa, escreve uma carta aberta usando a grafia brasileira (*), ainda que não tenhamos de dar como perdida esta luta contra este ultraje à Língua Portuguesa, porque Marcelo não será eterno no Poder, temos de reconhecer que enquanto os vendilhões da Pátria estiverem ao serviço dos que a querem ver extinta, a Língua Portuguesa continuará a ser espezinhada, maltratada, humilhada, e as nossas crianças a serem vilmente enganadas.
E isto é aterrador? É. Mas temos uma oportunidade única de virar o bico a este prego nas próximas eleições presidenciais: se nós quisermos, só se sentará no trono do Palácio de Belém quem se comprometer a devolver a Portugal a sua dignidade ortográfica, para que possamos recuperar a nossa identidade portuguesa.
Isabel A. Ferreira
(*) O acordês do PR pode ser consultado neste link:
. Perplexidade de um portug...
. «Más decisões são anuláve...
. O que estão a fazer à NOS...
. Novo jornal «PÚBLICO Bras...
. Título de um artigo publi...
. NÃO existe Português de P...
. Não morri. Resisti e regr...
. Incursão de uma desacordi...
. Em Defesa da Ortografia (...