Origem da imagem: Internet
«Será que alguém me pode explicar por que razão a aplicação de rastreamento voluntário da COVID-19 está escrita em língua inglesa (STAYAWAY COVID), assim se pondo de lado a língua portuguesa? Já não nos chega o acrónimo inglês da doença (𝐂𝐎rona 𝐕𝐈rus 𝐃isease) universalmente consagrado?
Claro que na língua de Shakespeare tudo parece mais modernaço, mais tecnocrata, mais jovial, mais na moda, mais estrangeirado, mais globalista, mais “comercial”, mesmo que “made in Portugal”.
Se o objectivo é ter uma taxa de adesão que permita que a aplicação seja mais eficaz, qual o interesse em designá-la em inglês? Ainda que, visto da cidade, possa parecer um detalhe, é também uma forma discriminatória de ignorar os portugueses que não sabem sequer rudimentos de inglês, os mais velhos, os mais info-excluídos, os mais pobres, os mais sós, os mais esquecidos.
Recordo o que disse o PM, em 20 de Maio: “𝑎 𝐿𝑖́𝑛𝑔𝑢𝑎 𝑃𝑜𝑟𝑡𝑢𝑔𝑢𝑒𝑠𝑎 𝑒́ 𝑜 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜, 𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑒 𝑝𝑙𝑢𝑟𝑎𝑙. [...]𝐴𝑠𝑠𝑢𝑚𝑒-𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑢𝑚 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑒𝑡𝑖𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒, 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑙𝑖́𝑛𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑙𝑖́𝑛𝑔𝑢𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑙𝑖́𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑒 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑜́𝑐𝑖𝑜𝑠, 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑣𝑒𝑖́𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑛𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑒𝑡 𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑑𝑒𝑠 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠.”
Não haverá, no plano político e institucional, uma alminha que erga a voz para, ao menos, contestar mais uma secundarização da nossa língua, cada vez mais sujeita a sevícias de toda a espécie e a uma crescente indiferença educativa, pese embora a panóplia de discursos para “inglês ver”?
Bem sei que isto não terá grande importância. Mas significado não deixa de ter.»
Se os livros que se vêem no contentor de lixo estiverem escritos em acordês/mixordês (como os há por aí, infelizmente, e a este tema regressarei, para dar conta disso mesmo) o lugar certo deles é, realmente, no lixo, para que não fique rasto de um tempo, em que a Língua Portuguesa foi deliberadamente destruída por uma mixórdia ortográfica (grafia portuguesa + mais grafia brasileira + grafia acordizada) que desonra Portugal e os Portugueses.
Fora deste grupo de livros, que merece o lixo, estão obviamente os livros escritos na original grafia brasileira, pelos bons autores brasileiros.
Contudo, se não for este o caso, então estamos diante de um crime de lesa-cultura.
Há sempre um alfarrabista, onde entregar livros que não são amados pelos seus detentores.
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