Sexta-feira, 30 de Outubro de 2020

AO90: afinal, as Resoluções do Conselho de Ministros (RCM) são inconstitucionais para umas coisas e para outras, não, ou é a minha ignorância que está a baralhar-me?

 

portugal-gov-pt.jpg

Origem da imagem: Internet

 

Elucidem-me, por favor:

 

Uma vez que sou muito ignorante, nestas coisas de leis, alguém de direito, pode explicar-me por que é que uma Resolução do Conselho de Ministros (RCM) é inconstitucional, para impor restrições à circulação de pessoas entre concelhos, em tempo de pandemia, ao ponto de André Ventura, deputado único e presidente do partido CHEGA, considerar a medida inconstitucional, por ter sido decretada fora do Estado de Emergência, levando o caso a tribunal; mas uma RCM já é constitucional, para impor a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (que nem sequer um acordo é) no sistema educativo, no Governo e em todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Governo (aqui podemos incluir vários órgãos de comunicação social), bem como no Diário da República?  

 

E o Supremo Tribunal Administrativo (STA) aceitou a providência cautelar interposta pelo CHEGA contra as restrições de circulação entre concelhos, que entra em vigor a 30 de Outubro e se prolonga até 3 de Novembro, e o Governo tem 24 horas para responder?

 

Mas com a RCM que impôs o AO90, já não se passa nada disto?

 

As Resoluções em questão, dizem o seguinte:

Resolução do Conselho de Ministros 89-A/2020, 2020-10-26

Determina a limitação de circulação entre diferentes concelhos do território continental no período entre as 00h00 de 30 de Outubro e as 06h00 de dia 3 de Novembro de 2020.

 

Resolução do Conselho de Ministros 8/2011, 2011-01-25 

Determina a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no sistema educativo no ano lectivo de 2011-2012 e, a partir de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades na dependência do Governo, bem como à publicação do Diário da República.

 

Assim sendo, porque é que a RCM 89-A/2020, considerada inconstitucional (não estamos em estado de emergência) teve direito a interferência do STA, e a RCM 8/2011, que TODOS os juristas consideram inconstitucional, (e também não se estava em estado de emergência e  já se provou por A+B que é inconstitucional) continua a valer, a despeito de tudo e de todos e à margem da Constituição da República Portuguesa, com o ilustre aval de Sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa?

 

Haverá alguma coisa aqui que me passou ao lado, ou em Portugal o que convém a uns poucos é inconstitucional, e o que não convém à maioria dos portugueses é constitucional?

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:30

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Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020

Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva: Prémio Camões 2020 e grande opositor do AO90

 

Parabéns, Professor!

Vítor Manuel de Aguiar e Silva é o vencedor do Prémio Camões 2020, seguindo-se a Chico Buarque de Holanda.

Investigador dedicado ao estudo da Literatura Portuguesa dos séculos XVI e XVII, bem como da obra camoniana e das metodologias literárias, o Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva é um dos signatários da Petição on-line Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico que, entre Maio de 2008 (data do início) e Maio de 2009 (data da apreciação pelo Parlamento) contou mais de cem mil assinaturas. Mais de cem mil assinaturas…  

Isto, numa Democracia a sério, teria dado bons frutos e o AO90, por esta altura, já estaria morto e enterrado. Porém, há que ter em conta que isto aconteceu em PORTUGAL. E não ficará tudo dito?

A notícia do Prémio Camões 2020, pode ser lida neste link:

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/vitor-aguiar-e-silva-o-premio-camoes-que-nao-adota-o-novo-acordo-ortografico

 

Mas para que a luta contra o vírus-ao90, que atacou a Língua Portuguesa, e ainda não se encontrou um antídoto para o eliminar da face da Terra, continue viva, recordo aqui hoje, um artigo muito interessante, intitulado Contra o acordo infame, escrito por António Guerreiro, em 2016 (mas poderia ter sido escrito hoje), que tem a ver com o laureado Professor, e onde se diz que «o Acordo entrou em vigor por força da lei», embora não exista nenhuma lei, pela qual o acordo tenha entrado em vigor, e que nos diz também o que (ainda) vai mal nesta República de Portugal.

 

«O Prémio Camões 2020, Vítor Manuel de Aguiar e Silva, disse hoje à Lusa que se recusa a escrever segundo o novo acordo ortográfico, por considerar que resultou numa “língua desfigurada”. “O novo acordo ortográfico tem normas que necessitam urgentemente de uma revisão. A sua aplicação resulta numa língua desfigurada nas suas raízes latinas e românicas”, referiu. Por isso, e por “prezar muito” a Língua Portuguesa, Vítor Aguiar e Silva continua a escrever segundo o acordo ortográfico de 1945.»

 

Prémio Camões 2020.png

Por António Guerreiro

 

António Guerreiro.jpg

 

«Contra o acordo infame»

 

«Regressemos a uma questão que não esmoreceu com o tempo e ganhou nas últimas semanas um novo vigor: o Acordo Ortográfico. Inúteis foram as tentativas dos defensores do AO90 para reduzir a discussão a uma espécie de Querela dos Antigos e dos Modernos, por mais que do lado anti-Acordo se tenha levantado muito ruído, produzido por alguns sectores mais dados à exaltação nacionalista, com o seu débil arsenal ideológico, do que à argumentação racional.

Mas esse ruído tornou-se mais audível porque aos defensores do Acordo bastou-lhes ficarem calados ou dizer que o Acordo era bom porque sim. Apenas e sempre porque sim. O máximo risco que correram foi o de ficarem colados à grande operação política que está no início, no meio e no fim de todo o processo. O Acordo entrou em vigor por força da lei, em obediência a uma construção ideológica chamada lusofonia, mas não por força da aceitação pelos cidadãos e da aprovação pelas instâncias de carácter científico.

 

Na história da nossa democracia, não há procedimento tão absurdo e tão próprio de um poder totalitário como este. Assistimos desde o início a manobras visando calar toda a contestação, mesmo a de um órgão de aconselhamento do Governo em matéria de língua, a Comissão Nacional de Língua Portuguesa, coordenada então pelo Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva que, por ter elaborado um parecer bastante crítico do anteprojecto de 1988, foi impedido de ter acesso ao texto do AO assinado em 1990.

 

Recordemos as palavras de Aguiar e Silva, quando se demitiu: “Há pontos escandalosos do ponto de vista técnico-linguístico, como o da facultatividade ortográfica, que coloca grandes problemas de natureza pedagógico-didáctica.” De um modo geral, os linguistas portugueses que se pronunciaram sobre o AO90 insistiram na ideia de que a unificação da ortografia do português não passava de uma grande ilusão que iria ser desmentida pelas facultatividades e duplas grafias, dando origem a problemas no sistema ortográfico; e, contra os próprios objectivos do Acordo, criando diferenças onde elas não existiam antes (a provável não ratificação do AO90 por Angola e Moçambique só reforça este argumento). Quem previa a instauração de alguma desordem ortográfica e consequências indesejáveis sobre outros componentes do sistema linguístico viu confirmadas as suas conjecturas em pouquíssimo tempo.

 

Os jornais e as televisões que aderiram ao AO tornaram-se um mostruário de aberrações ortográficas. Os erros induzidos pelo Acordo são legião: abundam, por exemplo, os fatos em vez de factos. Para já não falar das facultatividades que jamais alguém irá respeitar: quem é que sabe que decepção e deceção são facultativas? Só quem conhece a “norma culta” no Brasil, porque é ela que determina essa facultatividade. E quem é que alguma vez pode entender a regra que faz com que cor-de-rosa se escreva com hífen e cor de laranja sem hífen? Quem é que pode confiar num sistema ortográfico que é uma verdadeira máquina de produzir excepções? Que espécie de Acordo é este que, visando a unificação da ortografia, cria grafias duplas e até múltiplas? A demonstração mais eloquente de que se trata de uma aberração está nos próprios documentos oficiais e nas publicações da imprensa que adoptaram o AO90. Mas o mais inquietante é que já começámos a ouvir dizer coisas como receção, com o e fechado como se fosse recessão. No caso de receção, a supressão da consoante muda até é facultativa. Mas como podemos sabê-lo? O AO90 responde: conhecendo a “norma culta” brasileira. Simples, não é?»

 

Fonte: https://www.publico.pt/2016/05/13/culturaipsilon/opiniao/contra-o-acordo-infame-1731512

 

***

Pois é.

E onde estarão as vozes que correspondem às mais de mil assinaturas do Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico? Emudeceram? Estarão a trabalhar pela calada? Acomodaram-se? Não terão força para abanar os alicerces do Poder totalitário vigente e atirá-lo ao chão? O que será feito destas mais de cem mil vozes que, por  serem muitas, não terão poder para ir contra cerca de duas centenas de políticos, que estão a tentar anular Portugal e fazer emergir o Brasil? É que o compromisso dos políticos portugueses é com o Brasil, não é com Portugal.

Isabel A. Ferreira

***

(...) O Prémio Camões veio recordar-nos que é uma honra ter entre nós um pensador como Vítor Aguiar e Silva. Terceiro ensaísta a ser distinguido com tal prémio, depois de Eduardo Lourenço (em 1996) e Antonio Candido (em 1998), a sua erudição e conhecimento só rivalizarão com a sua modéstia. Internacionalmente reconhecido, é autor “de uma Teoria da Literatura (1967) estudada por sucessivas gerações de universitários e de um conjunto de decisivos ensaios camonianos”, como escreveu Luís Miguel Queirós no PÚBLICO. Se tivessem seguido os seus conselhos quanto ao Acordo Ortográfico de 1990 (assinou o parecer desfavorável da Comissão Nacional da Língua Portuguesa, na qualidade de seu coordenador, em 30 de Junho de 1989; e foi um dos subscritores, em 2008, da petição Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico, ao lado de Vasco Graça Moura e de muitos outros intelectuais, entregue no Parlamento – que a discutiu e arquivou! – com 115 mil assinaturas), nunca teríamos chegado ao caos ortográfico em que suicidariamente nos mergulharam. Que este prémio seja um alerta, também para isso.

Nuno Pacheco in:

https://www.publico.pt/2020/10/29/culturaipsilon/opiniao/camara-aznavour-hora-trump-honra-termos-vitor-aguiar-silva-1937041

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:20

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Segunda-feira, 26 de Outubro de 2020

A propósito da dita “linguagem inclusiva” e do sexo das palavras e desta “vocação” para mudar tudo por causa da “ideologia do género”…

 

ou «A pimbalhice que ocupa as mentes de quem nada tem para dar, para ajudar ao desenvolvimento do ser humano...!»

 

Um texto de Ferreira Joaquim que nos leva a classificar a dita linguagem inclusiva,  como a maior idiotice dos últimos tempos, a qual assenta numa ignorância ilimitada ao redor das palavras.

 

E jamais as palavras ajudarão a integrar o que apenas as atitudes integrarão.

 

PALAVRAS.png

Origem da imagem: Internet

 

Por  Ferreira Joaquim 

 

 «A pimbalhice que ocupa as mentes de quem nada tem para dar, para ajudar ao desenvolvimento do ser humano...!»

 

«Desde a antiguidade até à actualidade que ocorrem palavras em género feminino e que são usadas para referir-se a seres do género masculino. E, nem por isso, foi necessário mudar o conteúdo dos livros da biblioteca de Alexandria.


VEJAM e se vêem nisto alguma utilidade reflexiva... PARTILHEM!


Desde a antiguidade que é conhecida a forma de actuar dos SOFISTAS... que eram homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e que NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para SOFISTOS.


Actualmente, há milhares ou milhões de SURFISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e que NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para SURFISTOS.


Há milhares ou milhões de MACHISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para MACHISTOS.


Há milhares ou milhões de FEMINISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para FEMINISTOS.


Há milhares ou milhões de SEGURANÇAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e que NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para SEGURANÇOS.


Há milhares ou milhões de POLÍCIAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para POLÍCIOS.


Há milhares ou milhões de TERAPEUTAS DA FALA no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para TERAPEUTOS (muito menos, "DO FALO").


Há milhares ou milhões de FISIOTERAPEUTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para FISIOTERAPEUTOS.


Há milhares ou milhões de CINEASTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para CINEASTOS.


Há milhares ou milhões de MASSAGISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para MASSAGISTOS.


Há milhares ou milhões de TURISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para TURISTOS.


Há milhares ou milhões de ATLETAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para ATLETOS.


Há milhares ou milhões de GINASTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para GINASTOS.


Há milhares ou milhões de CICLISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para CICLISTOS.


Há milhares ou milhões de PUGILISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para PUGILISTOS.


Há milhares ou milhões de FUTEBOLISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para FUTEBOLISTOS.


Há milhares ou milhões de PARAQUEDISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para PARAQUEDISTOS.


Há milhares ou milhões de CANOISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para CANOISTOS.


Há milhares ou milhões de TENISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para TENISTOS.


Há milhares ou milhões de MOTOCICLISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para MOTOCICLISTOS.


Há milhares ou milhões de HIPISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para HIPISTOS.


Há milhares ou milhões de LINGUISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para LINGUISTOS.

 


Há milhares ou milhões de ISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para ISTOS.


Há milhares ou milhões de CIENTISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para CIENTISTOS.


Há milhares ou milhões de OFTALMOLOGISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para OFTALMOLOGISTOS.


Há milhares ou milhões de NUTRICIONISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para NUTRICIONISTOS.


Há milhares ou milhões de ISTAS no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para ISTOS.


E tantas e tantas palavras "...ISTAS" haverá no mundo... que são homens, e nunca se preocuparam com a palavra por a mesma apresentar uma terminação feminina ("....AS") e NUNCA NINGUÉM PEDIU que a língua mudasse o seu nome para que terminasse em "...ISTOS"


AQUI FICAM MUITOS MAIS:


Jornalista
Contabilista
Economista
Ecologista
Meteorologista
Museologista
Arquivologista
Radialista
Radiologista
Dentista
Esteticista
Estilista
Musicoterapeuta
(...)


Enfim...


Será que um dia, a maluqueira dos seres humanos (com tantos problemas verdadeiros para resolver no Planeta) os levará a gastar as suas energias a mudar o discurso das coisas em vez de melhorarem as coisas do discurso? Será que um dia vão aparecer grupos de homens a querer usar "palavros" porque as "palavras" são femininas? E haverá mulheres que quererão escrever "livras" porque os livros são "palavros machistos"... ?»

 

Fonte: https://www.facebook.com/groups/emaccao/permalink/3590960570949290/

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:34

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Quarta-feira, 21 de Outubro de 2020

O que arrastam, são ou contam as palavras mutiladas, introduzidas pelo AO90, na nossa escrita?

 

Costumo ver o programa “Visita Guiada”, por Paula Moura Pinheiro, aos domingos de manhã, na RTP3, que é dos poucos que fogem à mediocridade da programação televisiva em geral, apesar de nos esbofetear com uma “conceção” e quejandas palavras no genérico do programa, o que constitui um insulto à Portugalidade, (que os moderneiros (*) rejeitam por desconhecerem o conceito) ou seja, é um insulto ao carácter específico da Cultura e da História de Portugal, neste caso é um insulto à Cultura Linguística Portuguesa.

 

No passado domingo, a Visita Guiada foi à Terra de Miranda (do Douro) onde, actualmente, se fala a única e verdadeira Língua Oficial de Portugal, a Língua Mirandesa (que era a segunda língua oficial do nosso País, identitária de Miranda) uma vez que a Língua Portuguesa (que era [passado] a primeira língua oficial portuguesa, identitária de Portugal)  foi adulterada: está abrasileirada (setor, atua, inspeção, inspetor, teto, arquiteto, fatura, direto, adota, ação, insetos, etc.), mixordizada (fato, por facto,  contato por contacto, ora directo, ora direto, ora acção, ora ação, etc.) e  falsificada (circunspeto, concetual, receção, aspeto, exceto, infeção, infetar, injetar, respetivo, conceção, deceção, espetador, correção, aceção, anticoncetivo, conceção, confeção, contraceção, deceção, deteção, infete, impercetível), ao ponto de esta linguagem já não ser mais reconhecida como portuguesa, porque, na verdade, não é.  

 

PALAVRAS.png

Imagem: o Arqueiro da Fraga do Puio (Picote – Mirando do Douro – Arte rupestre no Parque Natural  do Douro Internacional)

 

Gostei de ouvir o linguista António Bártolo Alves (**) que, com enorme paixão, falou da Língua Mirandesa, reconhecida como língua europeia minoritária e segunda (agora única) língua oficial portuguesa, desde 1999, e que se aprende nas escolas. 

 

O que mais me chamou a atenção foi a ligação da Língua com a História do lugar, porque as palavras arrastam a História, as palavras são a nossa História, as palavras contam a nossa História, no dizer de António Bártolo Alves.

 

O Mirandês não é um dialecto, nem uma variante sincrónica na evolução da Língua Portuguesa. Tem diferenças nas silabas tónicas, mas também na morfologia, na sintaxe e no léxico. É uma língua oriunda do Latim, uma mistura entre o Leonês (que se falava naquelas terras antes do tratado de Alcanizes, assinado entre os reis de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), em 12 de Setembro de 1297) e o Galaico-Português com forte influência deste no vocabulário, o qual remonta ao povoamento dos enclaves raianos da antiga Terra de Miranda, já no fim da Idade Média, onde ficou cristalizado pelo isolamento geográfico.

 

E é o fio da linha das palavras que nos conduz à História, de acordo com António Bártolo Alves.  

 

E a que História nos conduz as palavas setor, atua, inspeção, inspetor, teto, arquiteto, fatura, direto, adota, ação, insectos, circunspeto, concetual, receção, aspeto, exceto, infeção, infetar, injetar, respetivo, conceção, deceção, espetador, correção, aceção, anticoncetivo, conceção, confeção, contraceção, deceção, deteção, infete, impercetível e outras que tais, às centenas…?

 

Alguém é capaz de me dizer a que História nos levam estas palavras?

 

Não é por acaso que Portugal tem a mais inferior taxa de escolaridade,  e o maior índice de analfabetismo da Europa. Portugal é um país envelhecido, cheio de desigualdades, onde não se vislumbra um futuro promissor, onde os licenciados em determinados cursos (estou a lembrar-me dos Engenheiros Florestais e Biólogos) estão, por exemplo, a secretariar hostals ou empresas de exportação (conheço alguns) daí que os nossos cérebros estejam a emigrar e a ter grande sucesso lá fora, além de auferirem salários substancialmente superiores aos de Portugal.

 

Portugal atrasou-se na Educação, e agora, com esta parvoíce do AO90, é o único país do mundo que escreve à balda, como se a escrita não fizesse parte do Idioma. Como já ouvi da boca de alguém a quem fizeram uma lavagem cerebral, neste sentido: a língua serve para comunicar, não para escrever.  Como se o Pensamento, a História, a Literatura, o Saber se fixasse na oralidade!

 

Nesta Visita Guiada a Miranda, falou-se de Identidade, da identidade do Povo Mirandês, através da sua Língua.

 

De acordo com o linguista António Bártolo Alves, «as Línguas humanas fazem parte do ADN humano. Das cinco ou seis mil Línguas existentes, o Mirandês é uma delas, faz parte do ADN dos Mirandeses, e cada vez que perdemos um elo linguístico, ficamos mais pobres».

 

O Português está em vias de não fazer parte das línguas do mundo.  

 

A Terra de Miranda tem o seu Idioma e a sua identidade  intactas. Portugal perdeu todos os elos que o ligavam à História das Línguas Europeias. Perdeu a sua identidade. Ficou paupérrimo.



Contudo, a Língua Portuguesa sobrevive num gueto onde um ainda elevado grupo de Portugueses, com espírito identitário e que têm a Língua Portuguesa no seu ADN, não a deixará morrer, assim como um grupo de Galegos com espírito identitário e com a Língua Galega no seu ADN,  não a deixaram morrer, e ela ressurgiu das cinzas em que a transformou a imposição do Castelhano, e hoje é  uma Língua novamente viva, falada e estudada nas escolas da Galiza.

Não percamos a esperança, porque os maus não se aguentam por muito tempo.

 

(*) Para quem não saiba, moderneiros são aqueles que, pretendendo ser gente moderna, espezinham a Cultura e a História, com uma ignorância atávica.

 

(**) O linguista António Bártolo Alves, nascido em Picote, Miranda do Douro, em 5 de Dezembro de 1964, é também investigador e divulgador da Língua Mirandesa. Licenciou-se em Português-Francês pela Universidade do Minho, onde apresentou uma tese de mestrado sobre a Língua Mirandesa. Em 2002, doutorou-se pela Universidade de Toulouse. É professor do ensino secundário. Assumiu vários cargos de gestão e representação, sendo actualmente também director do Centro de Estudos António Maria Mourinho, presidente da direcção da FRAUGA e Secretário Territorial para Portugal da Associação Internacional pela Defesa das Línguas e das Culturas Ameaçadas (AIDLCM).

 

Isabel A. Ferreira 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:55

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Segunda-feira, 19 de Outubro de 2020

"Queimaram" a Língua Portuguesa, mas ela renascerá das cinzas…

 

Um texto repescado de 2018, apenas para lembrar que, apesar do caos linguístico instalado na oralidade e na escrita, em Portugal, nem tudo está perdido, porque queimaram a Língua Portuguesa, mas ela renascerá das cinzas…

 

NEM TUDO ESTA PERDIDO.jpg

Origem da imagem: https://pt.slideshare.net/IBMemorialJC/nem-tudo-est-perdido-75308260

 

Algures em Portugal, numa esquadra da PSP

 

Hoje, pela manhã, tive de me deslocar a uma Esquadra da PSP, para uma audiência. (Ossos do ofício).

 

Enquanto esperei para ser atendida, estive a ler os recados afixados nos quadros. Tudo escrito em boa Língua Portuguesa, com todos os cês e pês e acentos nos seus devidos lugares. Ali, ninguém para para ver o que acontece. Ali, naquela Esquadra, ninguém é tatibitate.

 

Bem… devo confessar que me senti bem dentro daquele lugar, onde a Língua Portuguesa é respeitada.

 

É que costumo ficar bastante nauseada, quando vou a um Banco, a um Hospital, a uma Escola, ao Centro de Saúde… ou a outro qualquer lugar público e me deparo com recados escritos segundo a cartilha brasileira, estando eu em Portugal.

 

Mas desta vez, não. Senti-me bem, e fui prestar as minhas declarações com boa disposição.

 

Disse o que tinha a dizer, o Chefe da PSP escreveu o relatório no computador, e tirou uma cópia para eu assinar.

 

Maravilha! Além de estar conforme o que eu acabara de declarar, encontrava-se bastante bem redigido e escrito segunda a cartilha portuguesa. Como deve ser.

 

Antes de assinar, dei os parabéns (não parabenizei, como agora andam por aí a dizer… o meu computador marca erro), dei os parabéns ao Chefe da Esquadra, e disse-lhe que ia assinar o relatório com muito prazer, porque estava escrito num Português escorreito. Dá gosto, quando assim é.

 

O Chefe sorriu ligeiramente, um sorriso que me pareceu de agrado.

 

Saí da Esquadra e, cá fora, pareceu-me Primavera!

 

O tempo, hoje, está ameno, e amena também estou eu, porque descobri que, afinal, em Portugal, nem todos são subservientes, ainda existem homens livres, ainda existe lucidez, ainda existe quem resiste, quem saiba discernir, quem saiba que Portugal é Portugal, um país europeu com uma Língua europeia. Nada de suprimir cês e pês e acentos.

 

Nem tudo está perdido.

 

Apenas as crianças portuguesas estão perdidas. E é por elas que continuaremos a resistir. A insistir. A lutar. A exigir que os governantes portugueses devolvam a Portugal a ortografia portuguesa. É que a ortografia portuguesa não é só étimo. Também é estética.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:35

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Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020

Os Lusíadas do Século XXI d. C.

 

A triste realidade portuguesa actual. 

 

Camões.jpeg

 

«Luís Vaz Sem Tostões 

 

I
 As sarnas de barões todos inchados*
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
 
III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
 
IV

E vós, ninfas do Mondego onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

Luiz Vaz Sem Tostões

(Enviado por email)     

 

Fonte: http://viriatus15.blogspot.com/2012/11/luiz-vaz-sem-tostoes.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:50

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Quarta-feira, 14 de Outubro de 2020

Quando a “unificação” ortográfica, promovida pelo AO90, significa “cada um escrever para o seu lado”…

 

Na imagem vemos um exemplo. Mas há alguns poucos mais, no que respeita ao “acordo” ortográfico, simplesmente porque os Brasileiros pronunciam algumas consoantes, que os Portugueses não pronunciam, por exemplo: percePção, recePção, excePto, aspeCto, perspeCtiva, infeCtar (e as suas derivações) e mais umas poucas, que escaparam à mutilação levada a cabo pela Reforma de 1943, no Brasil. Porque era preciso baixar o elevadíssimo índice de analfabetismo e deslusitanizar o Português (cujo maior incentivador foi Antônio Houaiss, o homem dos dicionários e das enciclopédias). O que só por si, não dá direito a nenhum político de deformar um IDIOMA.

 

De resto, nessa mesma reforma, todas as outras palavras com consoantes   que não se pronunciavam, tais como em afeCto, direCto, faCtura, teCto, arquiteCto, baPtizado, entre centenas de outras, foram mutiladas apenas porque sim.

 

E esta filosofia de “o que não se lê, não se escreve”, herdada do Formulário Ortográfico de 1943, é que está na base do AO90.

 

INFEÇÃO.jpg

Fonte da foto:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3487626911283683&set=gm.671650906824288&type=3&theater&ifg=1

 

Se fosse apenas isto!

Mas já se abordou isto milhões de vezes, ao longo destes 30 anos de duração da tal “unificação” que nunca aconteceu.

 

Nunca aconteceu, e jamais acontecerá. Mas eles insistem. Por teimosia? Não. Por ignorância? Também não. Simplesmente porque a intenção do AO90 nunca foi unificar as ortografias, até porque isso seria completamente impossível (e os que o engendraram sabiam disso) dadas as particularidades da Variante Brasileira da Língua Portuguesa em todas as suas vertentes. A intenção era, e continua a ser, acabar com a Língua Portuguesa.

 

Na Internet ela já desapareceu, como é facilmente comprovado. Mas não só.

Eis um exemplo que me deixou completamente passada.

 

CONTATO.png

 

Este é o telemóvel de um menino, que o tem exclusivamente para contaCtar os Pais e os Avós em caso de necessidade, e apenas em caso de necessidade.

 

Sim, é um menino português, que anda na escola básica a aprender os números e a ler e a escrever e a contar, e mais algumas matérias.

O menino sabe falar. E quando fala diz que tem o contaCto dos Pais e dos Avós, para casos de emergência. Anda a aprender a sua Língua Materna, já bastante mutilada. Mas sabe que se lê  e escreve contaCto, com . De repente depara com contato, lê contátu e não sabe o que isto é.

E isto é uma pouca-vergonha. O que pretendem com isto?

A rede do telemóvel é a NOS.

Dizem-me que a NOS é uma operadora portuguesa de televisão a cabo e satélite e fornece serviços de televisão, acesso à Internet, telefones fixo e móvel.

Bem, se é uma operadora portuguesa, não deveria escrever contaCto, até porque em Portugal lemos o ?

 

Aquele “criar contato” o que será? Uma afronta? Uma subserviência? Uma ignorância? Ou faz parte do plano para acabar com a Língua Portuguesa, e, para tal, contam com cúmplices por toda a parte, incluindo a cumplicidade do Chefe de Estado Português, uma vez que, por aí,  “contato” e “fato” são faCtos consumados.

 

E Marcelo Rebelo de Sousa, que deveria ser o garante da nossa IDENTIDADE, cala-se perante esta escalada de subserviência à Variante Brasileira da Língua Portuguesa.

 

Nada contra o Brasil, mas tudo por Portugal.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:12

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Terça-feira, 13 de Outubro de 2020

«Os candidatos à presidência [da República Portuguesa] deviam assacar responsabilidades ao actual PR, do estado caótico a que a Língua Portuguesa chegou»

 

Nos bastidores deste Blogue, via e-mail, há muita gente que desabafa, troca ideias, critica, porque nem só de pão vivem os Portugueses, e nem todos os Portugueses são servilistas ou indiferentes ao que se passa no nosso desgovernado País, no que a matérias extra-OE, extra-Covid, extra-Trump, extra-Bolsonaro diz respeito.

 

Hoje, quero partilhar convosco o desabafo de um leitor, que podia ser o meu desabafo.

 

O que pensa o cidadão comum sobre os seus governantes não sai nas televisões. Nas televisões só se pronunciam os lambe-botas. Mas existe uma outra realidade, para além dos ecrãs televisivos.

 

Carlos Fernandes.jpg

 

Eis o desabafo de um cidadão pensante, dotado de espírito crítico:

 

«O Senhor presidente da República deve ser o garante do cumprimento da Constituição Portuguesa, em particular de não permitir a continuação do desastroso AO90 (porque não existe Lei alguma que o obrigue a executar).

 

A não actuação neste assunto, de enorme importância para o país, faz dele:

 

Um "Chico-Esperto", vai a todas para cativar o Zé Povinho e granjear votos para mais uns anos de tacho e lazer na próxima presidência. 

 

Desde logo, quanto a este assunto do AO90 versus Desastre Ortográfico (aborto ortográfico, mixórdia ortográfica, cocografia, etc.) os outros candidatos à Presidência, deviam assacar responsabilidades ao PR, do estado caótico a que a Língua Portuguesa chegou.

 

Diz o ditado: "quem cala consente".

É exactamente a este silêncio que o Sr. Presidente se propôs!

 

Continua mudo e surdo, apesar dos diversos apelos efectuados por pessoas de bom senso, carácter e do saber.

 

Resta saber o porquê (...). Melhor do que ninguém será que a candidata Ana Gomes, a mais arguta de todos os candidatos, é capaz de o interpelar sobre este assunto de máxima importância?!

 

Mais uma vez, vamos esperar para ver.

Haja esperança. (A. M.)

 

***

Caro amigo A. M.,

Estou absolutamente de acordo com tudo o que diz.

 

Ainda bem que tocou neste assunto, até porque já tinha intenção de abordar a candidata Ana Gomes publicamente, uma vez que lhe enviei um e-mail no passado dia 7 de Outubro, a solicitar que esclarecesse a sua posição em relação ao AO90, e  aguardo resposta.  

 

Também já lhe deixei na Página da sua candidatura, no Facebook, este apelo:

 

«Seria de toda a conveniência falar sobre o Acordo Ortográfico de 1990, que está a destruir a Língua Portuguesa, é ilegal, inconstitucional, é uma grande fraude e está envolto em obscuras negociatas, colocando Portugal na posição de VASSALO, e a Língua recuada a dialecto. Isto é gravíssimo, e não vejo ninguém preocupado com o facto de Portugal andar a rastejar pelo mundo, reduzido a colónia sul-americana.»

 

MÁRCIO DOS SANTOS.jpg

 

E isto porque já vi textos escritos por Ana Gomes (ou de alguém por ela) na sua página do Facebook, em acordês, dirigidos ao irritável eivado de ignorância "todas e todos", o que me levou imediatamente a retirar-lhe o apoio, que já lhe tinha dado publicamente, até que me esclareça. Porque mais do mesmo, não, obrigada! Já basta o vergonhoso brazuquês de Marcelo Rebelo de Sousa, na página oficial da Presidência da República, sem respeito algum pela Constituição da República Portuguesa.

 

As minhas saudações desacordistas,

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:35

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Segunda-feira, 12 de Outubro de 2020

A obscura questão do AO90: «(…) todo este "cozinhado" de tratamentos à porta fechada, imbuído de secretismos, tudo feito por "detrás da cortina" é que ajuda a explicar os bloqueios das iniciativas ILCAO»…

 

Costumo trocar ideias, com desacordistas, para tomar o pulso à situação caótica que se vive em Portugal, no que a quase tudo diz respeito, mas especificamente no que se refere à pouca-vergonha que evolve a questão da Língua Portuguesa, e que os governantes, silenciam e  fazem-de-conta que não é nada com eles, achando que os Portugueses andam todos a dormir a sesta, particularmente o Chefe de Estado Português, que se mete em tudo e mais alguma coisa, até em matérias que nem sequer são da sua competência, mas foge, como o diabo da cruz,  desta gravíssima questão da Língua Oficial Portuguesa, que está em vias de deixar de ser portuguesa, se nada fizermos para o impedir.

 

Numa dessas trocas de ideias, um Professor aposentado fez uma análise objectiva sobre o estado babelesco da nossa desventurada Nação, e por considerá-la perfeita, decidi partilhá-la com os meus leitores, juntamente com a resposta que lhe dei.

 

Democracia.jpg

 

«Dr.ª Isabel, bom dia, revi os seus links; já os tinha lido, nomeadamente os comentários de Paulo Franchetti, de Sérgio Vaz e do Dr. Ivo Miguel Barroso que esgrime argumentos do domínio da jurisprudência que só reforçam a certeza da  ilegalidade (e eventual inconstitucionalidade) do (dito) AO90; ou seja, tudo não passa de um atropelo grave à Lei, o que reforça a convicção de que não estamos num Estado democrático: as negociatas, os convénios sigilosos - e este caso, em que tudo ficou decidido à porta fechada (?!) entre o indivíduo Casteleiro e o Houaiss só ilustra isso mesmo; aliás o nosso sistema é uma "partidocracia", em que os partidos políticos mais não fazem do que distribuir entre si "tachos", prebendas e lugares "seguros" e protegidos, o que  confere à nossa “democracia”  um aspecto de autêntica palhaçada (como diz o Povo, é tudo "farinha do mesmo saco"). Numa verdadeira democracia, não se assiste a deputados a fazer batota (na A. R.), assinando uns pelos outros (são premiados pela presença, e não penalizados pela ausência !!), sem falar de aspectos caricatos de deputadas que vão para o plenário pintar as unhas, etc. etc..

 

E quando me refiro a partidos há que frisar que se trata somente daqueles que se "vêem", e que são a face visível do iceberg, dado que a parte "imersa", as maçonarias (ou que parece, três confissões) essas é que mexem todos os "cordelinhos", colocando os seus "irmãos" e "confrades" nos melhores postos da máquina do Estado, num secretismo totalmente absoluto, que nada tem que ver com democracia / transparência. 

 

Trago isto à colação só pelo facto de que todo este "cozinhado" de tratamentos à porta fechada, imbuído de secretismos, tudo feito por "detrás da cortina" é que ajuda a explicar os bloqueios das iniciativas ILCAO. É por demais evidente que as Editoras de manuais escolares, dicionários, etc., "coladas" ao Ministério da Educação (e quando eu estava no activo já se falava e se comentavam os dramáticos problemas de solvabilidade e sobrevivência que as afectavam) tudo fazem por se agarrarem ao Poder, por isto mesmo é que o partido do Poder, P.S., nem sequer deixa "mexer" no assunto.

 

Volto a insistir, só com uma acção de "longo curso" a cargo da " linha da frente", só com o repúdio definitivo por parte de Angola (parece já averbado) e do Brasil (toda a esperança mantêm-se de pé) e com o "magistério de influência" de figuras gradas da vida política (…), só com estes argumentos é que eu penso ser possível um volte-face.

 

Há que dar tempo ao tempo.

Um abraço do A. V.

 

Gregório de Matos.jpg

 

Para quem não sabe: Gregório de Matos Guerra, conhecido pela alcunha de Boca do Inferno ou Boca de Brasa (por atacar a Igreja Católica do seu tempo) foi um advogado e poeta português, nascido na então colónia do Brasil, em 1636. É considerado um dos maiores poetas do Barroco em Portugal e no Brasil, e o mais importante poeta satírico da Literatura de Língua Portuguesa, podendo dizer-se que era um autêntico enfant terrible.

 

***

 

A minha resposta:

 

Caro Professor,

 

Vou começar pelo fim: há que dar tempo ao tempo. Há. Nada acontece fora do tempo. Entretanto, o tempo vai passando, e os vícios deste novo dialecto vão-se espalhando, como os tentáculos de um polvo, e os todo-poderosos ganhando terreno, porque os da “linha da frente”, como o professor lhes chama, estão quietinhos no seu canto, enquanto Angola prepara a sua nova Língua, e o Brasil se afasta, cada vez mais, do AO90, que engendrou com Malaca Casteleiro (que Deus o tenha em paz, junto com Antônio Houaiss, uma vez que Evanildo Bechara (que completa a trilogia dos predadores-mor da Língua Portuguesa) do alto dos seus 92 anos, ainda vai fazendo e dizendo das suas.


(…)


É preciso abanar, quiçá, destruir, as estruturas de cimento (bem) armado que o Poder construiu, para manter sequestrada a Língua Portuguesa, enquanto deixa à solta o linguajar feio e pobre, esfarrapado e miserável, engendrado por mentes insanas, para a destruir, com uma finalidade absolutamente insólita.



Quem ousará abanar essas estruturas? Todos os que as poderiam abanar têm algo a perder com a ousadia, daí que não mexam uma palha, para defender e salvar a Língua Portuguesa. E o que fazem aqueles que têm acesso às televisões? Calam-se. (*)


E é isto que tenho a dizer por hoje.

 

As minhas saudações (cada vez mais) desacordistas,

 

(*) Bem, alguns lá vão, esporadicamente e de passagem, dizendo umas e outras contra o AO90. Mas muito esporadicamente e de passagem. Nada que abane as estruturas. Lamentavelmente.


Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:10

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Quinta-feira, 8 de Outubro de 2020

Provedor do Ouvinte da RTP: «Os erros na Língua Portuguesa derivados do AO90 (…) são danos terríveis na [sua] difusão pelo mundo (…)»

 

Isalinda Schattner (*) uma dinâmica anti-acordista, membro do Grupo «Em Acção Contra o Acordo Ortográfico» no Facebook, escreveu ao Provedor do Ouvinte da RTP, questionando-o sobre os danos (que podem vir a ser irreversíveis) que o AO90 está a causar à Língua Portuguesa, em Portugal e na sua difusão pelo mundo, tornando-a numa língua reconhecidamente de ninguém.

 

O Provedor, que não aplica o AO90, respondeu-lhe. E é disto que esta publicação dá conta.

 

(*) Um apartezinho só para dizer que os acordistas jamais conseguirão escrever este nome, devido às várias consoantes que não se lêem. Coitados! Se não sabem escrever correCtamente, como conseguirão escrever Schattner?

 

COLÉTIVO.png

 

Origem da imagem:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1625795517584705&set=gm.3585772958134718&type=3&theater&ifg=1

 

Pois é. Este é um dos milhares de exemplos do estrago que o AO90 fez à Língua Portuguesa. Ou se escreve coleCtivo, para poder ler-se o E aberto, ou o E necessita de um acento.  Para os Brasileiros, que retiraram o , com o Formulário Ortográfico de 1943, com acento ou sem acento, com ou sem , a pronúncia é sempre Ê: côlêtchivu”. Em Portugal sem o , a palavrinha lê-se, obrigatoriamente, “cul’tivu”. Aproveitando a deixa, esperemos que a treta do presidente diga com a careta, e que nesse «vamos SOBREPOR o interesse coleCtivo aos meros interesses pessoais» inclua o Acordo Ortográfico de 1990, e o mande às malvas, porque o interesse coleCtivo, em Portugal, é que se mantenha a Língua Portuguesa na sua matriz greco-latina, e não na variante brasileira, que apenas ao Brasil diz respeito, e absolutamente a mais nenhum outro país.

 

 

***

 

RTP - Provedor do Ouvinte <provedor.ouvinte@rtp.pt>

13:28 (há 2 horas)

para mim

Senhora ouvinte Isalinda Schattner

 

Recebi a sua mensagem e estou inteiramente de acordo com o seu conteúdo. Aliás, devo informá-la que os documentos do Provedor do Ouvinte – nomeadamente os relatórios anuais de actividades, que são avaliados por uma Comissão Parlamentar, pela ERC, pelo Conselho de Opinião da RTP, contêm sempre a indicação: “este relatório está redigido de acordo com a norma ortográfica antiga”.

 

E na verdade se há estragos na língua portuguesa por motivo da introdução do AO90, eles são particularmente graves ao contaminarem a fonética, o português falado, que é a matéria-prima da Radiodifusão sonora. Um exemplo: a perda da obrigatoriedade da acentuação de certas palavras paroxítonas está a traduzir-se, no português falado, designadamente na rádio, pela confusão entre os tempos presente e passado de certos verbos terminados em ar. E assim é frequente ouvir frases deste tipo: “… o Presidente da Câmara, com quem falamos ontem…” em lugar de “… o Presidente da Câmara, com quem falámos ontem…”.

 

Os erros na língua portuguesa derivados do AO90, acrescidos da cessação da transmissão da Rádio pública portuguesa em Onda Curta, em muitos casos substituída por emissões em português do Brasil, com todas as vogais abertas por regra, sem necessitarem de acentos nem de consoantes mudas, são danos terríveis na difusão da língua portuguesa pelo mundo, que é uma função institucional, legal e contractual da Rádio pública de Portugal.

 

No entanto, tenho sérias dúvidas que uma proposta no sentido de pôr no ar na Rádio pública, que tem diversos programas sobre língua portuguesa, um programa especificamente visando a anulação do AO90, obtenha aprovação.

 

Enviarei a sua proposta à Direcção de Programas da Antena 1 e dar-lhe-ei conta da resposta, se a obtiver.

 

O que lhe posso garantir é que proximamente, no programa do Provedor do Ouvinte (às sextas-feiras, na Antena 1, às 16 h 08), a propósito da sua proposta, abordarei a questão do AO90 e os danos que a ortografia “acordista” está a causar na língua portuguesa, tal qual se fala na Rádio.

 

Espero ter respondido à questão que colocou. Disponha sempre do Provedor e receba cordiais saudações

 

João Paulo Guerra

Provedor do Ouvinte

 

 

***

 

07 Outubro 2020

Isalinda Schattner <isa.schattner@gmail.com>

14:32 (há 1 hora)

para RTP

Ex.mo Provedor,

 

muito obrigada pela sua reacção à minha abordagem deste assunto, que me parece de grande importância. Os meios de Comunicação Social serão sempre a melhor forma de difusão de um problema existente, da sua discussão surgirá, sem dúvida, um maior conhecimento do que está a acontecer com a nossa língua e, com isso, talvez esteja dado um passo decisivo na consciencialização da maior parte do povo português, que pela sua iliteracia se acomoda facilmente a qualquer problema com o seu maior Bem Cultural Imaterial.

 

Mais uma vez, muito obrigada - seguramente também em nome do Grupo "Em ACção contra o Acordo Ortográfico" de que sou membro, apesar desta ter sido uma iniciativa privada - pelas suas planeadas diligências. Ficarei à espera da resposta da Direcção de Programas da Antena 1, desejando poder confiar na sua coragem e vontade de fazer algo de válido pela nossa língua e não só emitir uma música brasileira a cada três que propaga.

 

Os meus cordiais cumprimentos,

 

Isalinda Schattner

 

Fonte:

https://www.facebook.com/groups/emaccao/permalink/3592800884098592/

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:18

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