Sexta-feira, 29 de Outubro de 2021

O que é necessário fazer para acabar de vez com o AO90?

 

A propósito do texto

Sabiam que em Portugal os tribunais aplicam medidas previamente coadas?

eu e a Diana Coelho trocámos algumas palavras, e esta começou por salientar que não são só os jornalistas que não são unidos. É o povo inteiro. O povo português raramente se une para alguma coisa

Pacheco Pereira.png

 

Bem, na verdade, a Diana Coelho tem toda a razão, não são apenas os jornalistas que não são unidos. Lamentavelmente, não são. Temos um povo que só se une e sai às ruas e faz barulho se lhe mexem nos bolsos ou nas contas bancárias. Contudo, a Língua Portuguesa não se encaixa nem nos bolsos, nem nas contas bancárias. Mas na consciência de um Povo.



No Facebook existem uns seis Grupos Anti-AO90 que se limitam a ser contra, mas não agem, quando se lhes pede acção.



Nem os professores se uniram. Nem sequer os linguistas se uniram.



É nesta inércia que os governantes apostam, para se manterem fiéis ao pretenso “dono” da Língua Portuguesa (o SS) a quem prestam uma vergonhosa vassalagem. Algo que sairá muito caro a Portugal e aos Portugueses.

 

 E a Diana Coelho disse o seguinte:

«Foi exactamente essa conclusão a que cheguei depois de ter lançado uma questão no grupo Professores Contra o Acordo Ortográfico. A questão que lancei, "Ensino à Distância" ou "Ensino a distância", era importante (julgo eu) e gerou discussão com centenas de comentários, o que me agradou. A minha intenção era saber a opinião dos professores acerca do assunto, mas mesmo assim houve uma ou outra pessoa rude comigo. Depois de ler as centenas de comentários percebi que muita gente está contra o Acordo Ortográfico nas redes sociais, mas na prática transformam-se em acordistas. Porquê? Eu estou a tirar uma formação em Museografia em Coimbra e, logo no início, um dos meus formadores quis organizar um trabalho de grupo com a turma toda cujo texto seria para publicação e escrito com Novo Acordo Ortográfico. Respondi "Então não contem comigo. Não aceito esse desacordo e não participo num texto mal escrito". E não participei.»

 

É exactamente isto que é necessário fazer para acabar com o AO90.

 

Precisamos de gente com CORAGEM e PERSONALIDADE para dar murros em todas as mesas, para dizer rotundos NÃOS, para virar as costas ao virulento acordo ortográfico e à ignorância que dele emana.

 

Se quisermos acabar com esta afronta à nossa Cultura Linguística é preciso que TODOS os que se dizem anti-AO90 (e pelo que se vê no Facebook, são aos milhares, mas serão, de facto?) façam o seguinte:

 

- NÃO escrevam segundo a cartilha do AO90, até porque demonstram ignorância;

 

- NÃO comprem livros, jornais ou revistas “acordizados” (é preciso que as editoras “acordistas” vão à falência, simplesmente porque merecem);

 

- NÃO alinhem quando vos pedem para fazer trabalhos escritos em “acordês”, até porque não há lei alguma que vos obrigue;

 

- Quem tem filhos nas escolas básica e secundária devem advertir os professores de que na escola eles escrevem “incorretamente” (e frisem bem “incurrêtâmente” porque é assim que se lê a palavrinha em acordês) a Língua Materna deles, por decisão ilegal do governo português, mas em casa, ensinem-nos a escrever correCtamente, como se a grafia do AO90 pertencesse a uma língua estrangeira. É preciso incutir espírito crítico às crianças, desde tenra idade, para que não sejam adultos servilistas. 

 

Mas apenas quem tem CORAGEM e PERSONALIDADE consegue esta proeza.


Quanto ao que a Diana Coelho diz sobre o “ensino a distância” isto é nitidamente “à moda brasileira”, porque eles lá abrem as vogais, e para eles A é À vai dar ao mesmo. Obviamente que o ensino é “à distância”.



Quase a totalidade das pessoas, que estão nesses grupos anti-AO90, alinha com o AO90; ensina segundo a cartilha do AO90, nas escolas; escreve teses de mestrado segundo o AO90; e está-se nas tintas para a Língua Portuguesa, e pior do que isso, escudam-se no “somos obrigadas”, para escreverem incorrectamente a Língua delas, porque é mais fácil acomodarem-se do que lutarem, ou simplesmente PENSAREM.

 

Daí que o segredo para acabar com o AO90 seja a existência de muitas, muitas, muitas mais Dianas Coelhos, em Portugal.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:49

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Quarta-feira, 27 de Outubro de 2021

«Mais um espectacular resultado do horrendo conúbio da ignorância comum e desvalida com a besta acórdica»

 

Um magnífico texto de Paulo Pereira, para ler e reflectir sobre as “interconeções” com que diariamente somos agredidos, nos media que se renderam, com veneração, à mais colossal ignorância (Isabel A. Ferreira)

 

INTERCONEÇÕES.jpg

 

Por Paulo Pereira

 

«Não, não é uma asneira vulgar, perpetrável em qualquer momento e destinada ao mero registo de asneiras. É (mais) uma bojuda tolice, impossível de ser meramente despejada por um vulgar ignorante, ANTES do Aborto Ortofágico.


Este aleijão foi concebido em dois momentos.


Primeiro, o ignorante de serviço - porque já constrangido pela caótica “regulação” do AO 90 - deixou de saber para que serve o “x”. Pelo que optou, pessoal e inseguramente, pela hipotética grafia “interconecção”.


O segundo momento decorre de o ignorante integrar uma vastíssima comunidade de utentes que, do AO 90, retêm apenas o que lhes parece serem os Mandamentos fundamentais, poucos, curtos e de aplicação universal: a extinção de consoantes acasaladas (quiçá, sem a indispensável bênção pastoral); o extermínio dos acentos, dos hífenes e - na radical simplificação que conseguem memorizar, qualquer que seja a idade e grau de escolaridade - tudo o que achem que “deve estar a mais”; etc..


Voluntários, coagidos, ou crentes de que o AO 90 foi criado e enviado por uma entidade mais ou menos transcendente - e não engendrado por um grupo de eruditos incultos; aprovado, às três pancadas, por um Parlamento que representa condignamente a vastíssima comunidade já referida; e ilegalmente declarado como coisa legal por um Governo pouco interessado nestas "culturices", porque nada pratique que se lhe assemelhe -, estes desorientados utilizadores do AO 90 são amplamente maioritários. Como os implicados nesta cadeia de actos tresloucados deveriam saber, se adicionassem alguma capacidade de perceber para que é que servia (e para quem) o mostrengo que congeminaram e apaparicaram.


Assim, no cumprimento de um dos mandamentos que interiorizou como coisa verdadeira e assim acata, o nosso ignorante de turno vai-se à sua fantasiosa grafia, que reputa de caduca, e extrai-lhe a consoante acusada de “persona non grata”.


Surge, então e enfim, a vistosa grafia “interconeções”, cujas possíveis interpretações me abstenho de investigar.


Mais um espectacular resultado do horrendo conúbio da ignorância comum e desvalida com a besta acórdica.


E assim o Serviço Público de rádio e TV, onde decorreu a minha vida profissional, que muito prezo e cuja existência é fundamental, para a Democracia e a Cultura portuguesa, incumpre a sua missão.


Certamente, o ignorante de turno nunca será alvo, com todos os outros que, diariamente, espalham estas patetices, de acções de formação adequadas, para que supere as suas incompetências.


Suspeito de que nenhum responsável terá, sequer, o cuidado de o aconselhar, de lhe chamar a atenção para as incorrecções que comete.


Claro que situações ainda mais graves se sucedem em todo o tipo de "media", o que é condenável. Mas, no Serviço Público, é absolutamente inaceitável.»

 

Fonte:  https://www.facebook.com/photo/?fbid=3043854345887935&set=gm.4729723647072971

  

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:25

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Terça-feira, 26 de Outubro de 2021

Notícia: «Federação Nacional da Educação faz apelo aos partidos para defenderem medidas de valorização dos professores»

 

Já agora, ponham na agenda também a VALORIZAÇÃO da NOSSA Língua Portuguesa, que, graças aos docentes, anda a ser caoticamente ensinada nas escolas, ao ponto de os alunos e os próprios professores já não saberem escrever e ler correCtamente. Uma autêntica tragédia!

 

Mas isto não conta. Não cumprem a principal MISSÃO, mas querem regalias. E a MISSÃO é proporcionar um ensino de qualidade aos alunos, começando pela Língua Materna, o pilar de todo o Saber. E se o obstáculo para essa qualidade for as directivas enviesadas dos políticos, saibam que não têm obrigação de as seguir, porque não há lei alguma, em Portugal, que obrigue os professores a aplicar o AO90 e  a ensinar incurrêtâmente a Língua Portuguesa.

 

Num comentário publicado num grupo anti-AO90 no Facebook, uma professora universitária escreveu o seguinte: «Sempre escrevi, escrevo academicamente, segundo o antigo AO e ainda ninguém me proibiu de o fazer na universidade». Não vou revelar o nome da senhora, embora o comentário tenha sido assinado por ela, porque não vá o diabo tecê-las, e a tal universidade obrigá-la a escrever incurrêtamente, daqui em diante, embora saiba, de antemão, que ela jamais o faria. E porquê? Porque não existe Lei alguma que a obrigue. Isto de dizerem que nas escolas e universidades é obrigatório aplicar o AO90 ou então levam com processos disciplinares, é um MITO, muito conveniente aos comodistas, aos acomodados e aos que NÃO amam a Língua Portuguesa.


A classe docente já foi classe mais DECENTE, mas, hoje em dia, são poucos os docentes que ousam fazer o que é certo, ou seja, recusar o AO90.

 

Sem a VALORIZAÇÃO da Língua Portuguesa não há QUALIDADE no ENSINO. Estamos abaixo dos países de Leste quanto a esta questão.

 

A notícia pode ser lida aqui:

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/federacao-nacional-da-educacao-faz-apelo-aos-partidos-para-defenderem-medidas-de-valorizacao-dos-professores

 

Helena Buesco.png

Mário Forjaz Secca.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:40

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Segunda-feira, 25 de Outubro de 2021

Que utilidade prática poderá ter o AO90, depois de a inclusão linguística e diversidade do Português terem sido defendidas por lusófonos nos EUA, em 22/10/2021?

 

 

Três escritores do Brasil [João Almino], Cabo Verde [Maria Augusta Teixeira] e Portugal [Lídia Jorge] destacaram que devem ser aceites e incluídas as diferenças da Língua Portuguesa em diversas partes do mundo, de acordo com a identidade dos povos que a falam.

 

Espero que isto valha para Portugal, berço da Língua Portuguesa, o país lusófono onde a aplicação do AO90 foi mais destruidora, e continua a ser absolutamente cada vez mais caótica. Uma autêntica tragédia portuguesa.

 

Mas vejamos o que nos dizem os escritores citados, e também o Luciano de Queiroz, com o qual concordo inteiramente.

 

Luciano de Queiroz.png

 

Especialmente promovida para uma audiência lusófona nos Estados Unidos da América (EUA), a décima Conferência de Literatura em Língua Portuguesa decorreu de forma virtual, com o título "Em que português nos entendemos?" e foi organizada pela Coordenação do Ensino Português nos EUA (CEPE-EUA) e pelo Centro de Língua Camões na Universidade de Massachusetts, na cidade norte-americana de Boston.

 

A diversidade é fonte de "dinâmica", disse o escritor brasileiro e diplomata João Almino, membro da Academia Brasileira de Letras, acrescentando que todos podem "enriquecer" com o diálogo entre as diferenças e sublinhando que "o que ameaça a língua é a paralisia".

 

Professor universitário e autor de diversos romances e volumes de ensaios sobre literatura e sobre história e filosofia política, João Almino disse que o português "é muito diverso de um lugar para outro e nós devemos respeitar essas diferenças, reconhecê-las e aceitá-las do ponto de vista gramatical ou sintáctico".

 

Defendendo que os escritores, originários de qualquer parte do mundo, devem ter "liberdade" para "incorporar" as suas vivências e cultura na mesma língua portuguesa, João Almino acrescentou: "E quando eu leio, por exemplo, um escritor africano, eu quero sentir o sabor da língua da África, daquele lugar".

 

A escritora cabo-verdiana Maria Augusta Teixeira, também conhecida como Mana Guta, defendeu que é da responsabilidade e da "militância" dos escritores, que são os que "estão sempre na vanguarda" de soluções, "recuperar a memória oral" cultural de cada país para uma "forma perene", com a transcrição das histórias para livros.

 

A presidente da Assembleia Geral da Sociedade Cabo-verdiana de Autores e vice-presidente da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social considerou estar numa posição, em Cabo Verde, de "juntar as pontas soltas" das duas línguas no país insular, português e cabo-verdiano ou crioulo.

 

Mana Guta, também gestora pública e professora universitária, defendeu "sair da dicotomia: porque nós temos crioulistas e lusofonistas em Cabo Verde. A minha postura é juntar as pontas soltas, precisamos das duas línguas".

 

Para Lídia Jorge, autora portuguesa de 26 obras e distinguida com numerosos prémios portugueses e internacionais, mais do que diferenças, as identidades são também formadas por contrastes, inclusive em Portugal.

 

"Eu fiquei profundamente marcada por um país que era pobre, de estender a mão, mas que queria ser ao mesmo tempo um país que dominava uma vasta zona do mundo", disse a professora, que já ensinou em Portugal, Angola e Moçambique e é membro do Conselho de Estado, órgão político de consulta presidencial.

 

Entre outros assuntos, foram discutidos o "impasse" do acordo ortográfico e as abordagens sobre o "fim do mundo" na literatura, com os três autores a concordarem que, de uma maneira ou outra, o mundo está "num momento de transição" ou de "quase fim do mundo", por causa da crise sanitária mundial provocada pela pandemia de covid-19 desde início do ano passado.

 

Na apresentação da conferência, o cônsul-geral de Cabo Verde em Boston, Hermínio Moniz sublinhou que "mais do que nunca, precisamos de inclusão linguística, porque a língua é uma arma muito poderosa".

 

O tema da língua e construção de identidades é, para o cônsul-geral do Brasil em Boston, Benedicto Fonseca Filho, "vastíssimo" e "abre tantas possibilidades (...), como relações de poder ou papel das migrações".

 

João Pedro Fins do Lago, cônsul-geral de Portugal em Boston, destacou que a conferência "tripartida" e multicultural, no seu décimo aniversário, decorreu numa nota "positiva de inclusão e de reconhecimento do papel da mulher na literatura", com a atribuição do Prémio Camões à escritora moçambicana Paulina Chiziane.

 

"É com imensa satisfação e com imenso orgulho que vimos um prémio tão importante ser atribuído a uma mulher, a uma mulher africana, a um vulto da literatura lusófona, que há muito merecia esse reconhecimento", declarou o cônsul português.

 

A conferência, inicialmente apresentada em inglês e em português, teve a assistência `online` de dezenas de pessoas e pelo menos duas turmas de estudantes nos Estados Unidos.

 

Entre as entidades envolvidas na promoção da Conferência de Literatura Portuguesa destacam-se o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Universidade de Massachusetts de Boston.

 

Fonte:

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/inclusao-linguistica-e-diversidade-do-portugues-defendida-por-lusofonos-nos-eua_n1357880

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:46

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Quinta-feira, 21 de Outubro de 2021

A notícia diz que a Academia de Montpellier recusa ensinar “Português” nas escolas públicas para não baixar o nível de ensino, e preferem o Mandarim

 

Contudo, o que a notícia deveria dizer é que a Academia de Montpellier recusa ensinar o “mixordês português”, que anda por aí disseminado, na sua forma grafada, e que realmente baixa o nível de qualquer ensino, em qualquer Escola do mundo.

 

Os acordistas tiveram a pretensão de achar (deveriam ter pensado, em vez de achar) que o mal-amanhado AO90, iria trazer prestígio à Língua Portuguesa e expandi-la pelo mundo. Acharam mal. Em vez disso, arrastaram-na para a lama.

 

Nenhuma Escola, que se preze, considerará a grafia do “acordês”, que querem à força chamar de “Português”, uma grafia culta e europeia, até porque a grafia portuguesa, sendo uma grafia de origem românica, será muito mais perceptível aos alunos estrangeiros, que têm Línguas também românicas.  


Quem entenderá estes palavrões assépticos como “aspeto”, “receção” “exceto”, “afeto” e centenas de outros, aos quais foram suprimidos os cês e os pês não pronunciados? Quem entenderá este título de notícia «Ninguém para a manifestação?» Quem entenderá este absurdo vocábulo contrarreação?

 

Cada vez mais cresce a consciência de que o AO90 é um monumental retrocesso linguístico que desprestigia o ensino da Língua Portuguesa no mundo. E é como diz Mauro Seralo, o pensador angolano citado na imagem: «Quando a estupidez fala mais alto, do que a razão, as sociedades demoram séculos a desenvolver-se».

 

Por que haveríamos nós de regredir, em nome da estupidez, e recuarmos séculos na desconstrução do nosso Idioma?

 

Isabel A. Ferreira  

 

A notícia pode ser lida aqui:

https://tvi24.iol.pt/internacional/idiomas/academia-de-montpellier-recusa-ensinar-portugues-nas-escolas-publicas-porque-baixaria-o-nivel-de-ensino?fbclid=IwAR1_BMUyqROJuM4s0PgZFyFsPojpRQjysOZaI8XUCtIIox39TlR0eAbWohA

 

Mauro Seraulo.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:15

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Terça-feira, 19 de Outubro de 2021

Desde “daqueles e daquelas”, passando por “todos e todas”, até a um sonoro “eu adoro você”, Marcelo Rebelo de Sousa esteve no seu pior, em Português

 

Eu nem sei como hei-de começar a contar isto.  Não é que eu tivesse motivos para me surpreender. Não tinha. Contudo, dada a natureza da cerimónia de homenagem a Aristides de Sousa Mendes, no Panteão Nacional, esperava que ali, diante de uma plateia de notáveis, e sendo a cerimónia algo solene, Marcelo Rebelo de Sousa, representando a República Portuguesa, tivesse o cuidado de discursar num Português escorreito. Mas não foi o caso.

 

Aristides S Mendes.png

A cerimónia desta homenagem, à qual assisti via TV, e cuja notícia pode ser consultada aqui:

https://www.dn.pt/politica/aristides-67-anos-depois-da-morte-a-homenagem-do-estado-portugues-14233904.html

decorreu com a sobriedade esperada. A encerrar, Marcelo discursou. E no meio do discurso, não é que se ouve falar “daqueles e daquelas” e, mais adiante, de “todos e todas”, (**) como se isto fosse linguagem adequada a um presidente da República, que tem o dever de se exprimir na Língua Oficial do País, e não num modismo linguístico, que não passa disso mesmo: um modismo inventado por uma esquerda ignorante, para elevar a mulher ao nível dos homens? Vá lá que quando se dirigiu aos Portugueses, dirigiu-se aos Portugueses (= POVO lusitano, POVO natural de Portugal), e não aos Portugueses e Portuguesas, como por vezes se ouve por aí, o que seria (e é) um grande disparate!

 

Mas o mais pernicioso ainda estava por vir.

 

Fui ouvir as notícias da uma. Ao almoço vejo a SIC. E numa reportagem em que Marcelo visita um sem-abrigo, já seu conhecido, lancha com ele e recebe um molho de couves, na despedida, Marcelo, no estilo brasileiro, algo que não me foi estranho, por não ser a primeira vez que brazucou,  diz, dando-lhe um abraço: «EU ADORO VOCÊ».

 

E andamos nós aqui a tentar que Marcelo Rebelo de Sousa, como presidente da República Portuguesa, e como é do seu DEVER, defenda a LÍNGUA PORTUGUESA.



Para quem não sabe:


(*) Daqueles = contracção da preposição de com o determinante ou pronome demonstrativo aqueles que, por sua vez significa pessoas, e pessoas são pessoas, criaturas humanas dos dois géneros: eles e elas.

(**) Todos = a humanidade; toda a gente. Todos os Portugueses (elas incluído) que constituem o POVO português.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:49

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Segunda-feira, 18 de Outubro de 2021

Em Defesa da Ortografia (XL) por João Esperança Barroca

 

João Esperança Barroca apresenta-nos mais uns exemplos entre centenas, e cada vez mais frequentes, de um inaceitável mixordês, na comunicação social, a maior divulgadora de disparates linguísticos, e que já estão a ultrapassar todos os limites.

 

E o que se vislumbra lá para as bandas de Belém e de São Bento, no sentido de acabar com esta VERGONHA NACIONAL?

 

NADA.

 

E este NADA diz bem do NENHUM INTERESSE em defender a Língua Portuguesa, e de não ter vergonha na cara de se andar por aí a fazer de conta que Portugal NÃO é um país, mas simplesmente um insignificante território de NINGUÉM, que nem um presidente da República tem para defender a alínea 3 do artigo 11º (Símbolos Nacionais e Língua Oficial) da Constituição da República Portuguesa, que diz o seguinte: «A Língua oficial é o PORTUGUÊS». Não consta que seja o MIXORDÊS, que vai nesta amostragem mais abaixo.

 

Isabel A. Ferreira

 

MIXORDÊS 1.png

MIXORDÊS 2.jpg

MIXORDÊS 3.png

ERUÇÃO.png

 Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=10224189935789452&set=gm.4702832613095408

 

Em Defesa da Ortografia (XL)

 

por João Esperança Barroca

 

«[…] neste ponto do inútil e inutilizável Acordo Ortográfico, ninguém sabe bem como se escreve ou pronuncia a língua portuguesa que, ao contrário das línguas anglo-saxónicas, cortou as suas raízes latinas na ortografia e na fonética e aderiu ao patois africano e brasileiro, países onde ninguém sabe bem o que é e para que serve o Acordo Ortográfico.» (Clara Ferreira Alves, Jornalista e escritora)

 

«De facto! Como é possível a crianças de língua inglesa conseguirem aos 6-7 anos aprender a escrever “egg”, “leg”, “science”, “scene”… ou de língua francesa, “scène”, “science”, “cousin”, “cousine”… sem ficarem traumatizadas para sempre? […] O chamado Acordo Ortográfico não decapitou apenas a eito as consoantes mudas, com os resultados conhecidos e prenhes de exotismo que fizeram brotar das pedras vocábulos como espetador, interrutor, receção, conceção, aceção, perceção, percetível, espetável, espectáculo, etc. O AO inventou também confusões onde estas não existiam, quando, por exemplo, decide incongruentemente retirar o acento diferencial a pára, mas o mantém no verbo pôr (para o distinguir, argumenta-se, da preposição por. […] Daí a alfaiataria em que se viu transformado o “Diário da República”, com fatos página sim, página não, os contatos para contactos, que passaram a encher as páginas online de Portugal, incluindo as das universidades, ou a invenção de uma espécie rara só existente entre nós: os inteletuais, alguns deles cultores de fição e ténicas apuradas.» (Ana Cristina Leonardo, Crítica literária e autora)

 

No último “Em Defesa da Ortografia XXXIX”, publicado em Setembro, apresentámos um conjunto de personalidades que, convictos (e não convitos, como também por aí se lê) de que aplicam o AO90, utilizam na verdade uma outra ortografia, com fatias do Acordo de 1945 à mistura com vocábulos nascidos com o AO90. São, pois, exemplos das multigrafias que este acordo potenciou, à imagem de um qualquer scriptorium medieval.

 

Como é infindável o número de erros a que o AO90 abriu portas, continuamos hoje a divulgar mais alguns exemplos dos que foram iludidos pelas lérias da unidade essencial da língua e da língua de trabalho da ONU, isto é, à imagem do BES, verdadeiramente lesados pelo Acordo Ortográfico:

 

- Maria Eduarda Gonçalves, investigadora, escreve adopção, contrariando a Base IV do acordo;

 

- Filipa Raimundo, professora, escreve Outubro, não respeitando a Base XIX;

 

- Miguel de Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira escreve projecção, prospecção, objectivos e perspectiva, não aplicando a Base IV;

 

- A Presidência da República utiliza, na sua página, proactivamente, reactivamente e Jardim-de-Infância, desrespeitando, respectivamente, as Bases IV e XV;

 

- Pedro Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura, em Dezembro de 1990, e responsável pela assinatura portuguesa no AO90, como já vimos num escrito anterior, recorre a uma ortografia mista, com os nomes dos meses em maiúscula (Janeiro, Abril, Maio, Julho, Agosto, Setembro e Dezembro), recta, cabeça-de-lista e anti-sistema, a par de redações, diretor, atuais, atualizados, diretas e perspetivas. O autor da tristemente célebre tirada “Agora facto é igual a fato” não respeita, pois, as Bases IV, XV e XIX.

 

Se nos meios académicos e nos actores políticos o panorama é este, como será com o cidadão comum?

 

Quando, caro leitor, deparar com este tipo de situação, em que os respectivos emissores caíram no logro e afirmam, sem rebuço, usar o AO90, desengane-os, por favor.

 

Apetece, pois, fazer a pergunta que já foi feita: «[…] O que pode levar indivíduos de reconhecida qualidade científica a propor, e tornar a propor, medidas que um exame crítico, mais ou menos aturado, demonstra serem descabeladas, irresponsáveis, quando não idiotas?» (Fernando Venâncio, escritor e crítico literário)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:47

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Quinta-feira, 14 de Outubro de 2021

Abaixo a mixórdia ortográfica disseminada, em Portugal, com a introdução do AO90, e que só veio agravar a agigantada iliteracia que já por cá circulava!

 

Os exemplos (alguns, porque eles são às centenas) que aqui vou divulgar só diz da pobreza intelectual portuguesa, com certeza…

 

Isto é uma vergonha.

 

Isto é caso único no mundo.

 

Que miséria cultural é esta que se apoderou dos portugueses servilistas, que não vêem um palmo adiante do nariz e não dão uma para a caixa?

 

E os que actualmente governam Portugal não têm um pingo de brio político que os levem a retroceder neste monumental erro que insistem em prolongar, demonstrando com isso um não-saber governar usando a inteligência?

 

Mas como, se são eles os primeiros a dar o PÉSSIMO exemplo, com a mixórdia que escrevem nos sites oficiais, no Twitter e no Diário da República?

 

Até onde pretendem levar a ignorância que se vê nestas imagens?



E onde estão TODOS os que dizem ser CONTRA o AO90, que não vêm a público GRITAR este enxovalho linguístico?

 

Que exemplo querem dar aos estudantes, que se sentem perdidos no meio de tanta mixórdia?

 

Quando a Língua Portuguesa regressar a Portugal (porque ela VAI regressar) os primeiros a regressar aos bancos das escolas básicas serão de os governantes, PR incluído, e os deputados da Nação, que estão a contribuir para esta VERGONHA NACIONAL.

 

Tenham um pouco de BRIO! Não façam do nosso país a cloaca do mundo!

 

Isabel A. Ferreira

 

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publicado por Isabel A. Ferreira às 19:00

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Terça-feira, 12 de Outubro de 2021

Mais um Livro de Manuel [Matos] Monteiro, lançado amanhã em Lisboa

 

Manuel [Matos] Monteiro lança amanhã, 13 de Outubro, o seu novo livro «O funambulista, o ateu intolerante e outras histórias reais», da editora «Objectiva», e aqui fica o convite para todos os que puderem comparecer.


Para os desacordistas (e são milhares, em Portugal, ao contrário do que os acordistas querem fazer crer), o lançamento de um livro, em Português de Facto, é motivo de grande regozijo, por parte dos leitores, que exigem bons livros escritos em Bom Português, apesar de, ultimamente, notar-se uma certa debandada de escritores, que até há pouco tempo eram acordistas, e agora não o são. Cada vez há mais livros desacordizados.

Manuel Monteiro é um dos que, em Portugal, combatem fervorosamente o AO90,  e «Por Amor à Língua» é «contra a linguagem que por aí circula». Uma linguagem pobre, reduzida ao ínfimo,  assente numa iliteracia - maleita muito disseminada em Portugal - forjada na ignorância optativa, que se tem alastrado, por aí, irreprimivelmente, nestes últimos tempos.

De modo que, quando vem a público um livro livre do AO90 é motivo para festejar.

Parabéns, Manuel [Matos] Monteiro, e muito sucesso para mais este livro.

Isabel A. Ferreira

 

Convite MM  (1).png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:07

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Sexta-feira, 8 de Outubro de 2021

Fase final do Projecto «Abaixo a Ditadura do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)»

 

 

Companheiros desacordistas, uma vez que, por larga maioria, venceu a versão 2 do Autocolante, e foram tidas em conta as várias sugestões apresentadas, nas Páginas do Facebook, eis a versão definitiva do Autocolante, e, mais abaixo, todas as informações necessárias para a sua aquisição.

 

Autocolante definitivo.PNG

 

Antes de prosseguirem talvez fosse boa ideia recordarem os objectivos deste projecto, neste link: «Abaixo a Ditadura Ortográfica!» - Um projecto de Amadeu Mata, no qual TODOS os que abominam o AO90 podem e devem participar

 

Os pormenores da execução dos pedidos de um “kit” e respectivos custos são fornecidos pela Gráfica: 

 

Podemos executar o autocolante por medida ou ao metro2.

 

O "kit" tem um custo de 7,50€ + IVA + portes de envio:

 

- 2 autocolantes 15x15cm;

- 2 autocolantes 8x8cm;

- 3 autocolantes 6x6cm;

***

- A reprodução em t-shirt (Branca ou Cor) tem um custo de 15€ + IVA + portes de envio.

- Podemos fazer tipo emblema académico, ou crachá.

 

- Ou ainda qualquer outra solução de grande formato (poster, tarjas, lonas impressas, etc.).

 

Os pedidos podem ser efectuados para o seguinte endereço electrónico:

 

brigoffice3publicidade@gmail.com

 

GRAFPUB - Grupo Brigoffice
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Posto isto, esperamos que os desacordistas adiram, em massa, a este projecto, pelos motivos mais óbvios. É urgente, muito, muito urgente acabar com este insulto à Língua Portuguesa, aos Portugueses e a Portugal, por parte de quem deveria defender os interesses do nosso País, e não defende. Não podemos ser cúmplices da destruição do nosso precioso Património Linguístico-Cultural Português.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:14

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