Segunda-feira, 30 de Setembro de 2024

Intolerável: no tradutor Google existe o Português e o Português (Portugal). Já nem sequer é “Português do Brasil”, ainda que não o seja. Apoderam-se de uma Língua estrangeira, e o Estado Português autoriza. Porquê?

 

Os interesses de Portugal NÃO estão a ser defendidos por quem de direito.

O que aqui denuncio é um INSULTO ao Estado Português e aos Portugueses.

 

Usurpação da Língua Portuguesa.png

 

Ontem, precisei de traduzir do Inglês para Português uma palavra que desconhecia, fui ao tradutor do Google e deparei-me com isto:

tradutor.PNG


[Antes de prosseguir, um aparte: em Português, designamos a Língua da Polónia como Polaco. Polonês é à brasileira, mas EU sou portuguesa e resido em Portugal, não, no Brasil, portanto, NÃO deveria levar com brasileirices, nas minhas buscas, embora, devido às circunstâncias, tenha a sensação de que é Inácio Lula da Silva quem manda em Marcelo Rebelo de Sousa, chefe de Estado Português, e este não toma a atitude que qualquer Chefe de Estado tomaria, se a Língua Oficial desse Estado estivesse a ser indevidamente usada na Internet. Aqui, se quisessem ser honestos, o que deveria constar era simplesmente Português (que há apenas UM, como o Inglês, o Francês, o Castelhano) e Variante Brasileira do Português, referente ao Brasil].

 

Fiquei estupefacta. O quê? Existe um Português (matriz) e o Português de Portugal, como se o berço do Português não fosse Portugal?

 

Fui ver que “Português” era aquele que não era português, e usei o vocábulo train, adivinhando o que poderia vir dali, e deparei-me com isto:

 

Train.png

 

Trem, é uma palavra pertencente exclusivamente ao léxico brasileiro. Mas a Língua mencionada é “Português”, e em Português não dizemos trem, para designar comboio. Trem (do Francês train) usamos para designar comitiva, trem de cozinha, trem de aterragem, entre outros significados, excePto comboio.


 Isto levou-me a explorar mais. Fui ver o que me sairia, no Português (Portugal), e deparei-me com isto:

 

COMBOIO.PNG

 

CorreCto. Só que um estrangeiro sabe que Português é Português, assim como English é English, French é French e Castellano é Castellano [Já agora, um aviso: o espanhol NÃO existe como Língua].


Então, fui pesquisar ainda mais. Fui ver se o Inglês, o Francês e o Castelhano também tinham duas designações: Inglês e Inglês (Grã-Bretanha); Francês e Francês (França); e Castelhano e Castelhano (Espanha).

Não encontrei nada disso. Apenas Portugal permite que um país estrangeiro se apodere da sua Língua Oficial, e a use e abuse deste modo, a rondar o maquiavelismo.

Tal situação conduz os estrangeiros ao engano: e a isto chama-se FRAUDE.

O que acontece no tradutor do Google, acontece por toda a Internet: o Brasil apossou-se da Língua Portuguesa, e esta é A língua deles, e nós, Portugueses, ficámos com a variante de Portugal, porque os decisores políticos brasileiros assim o determinaram, obviamente com a autorização subserviente dos decisores políticos portugueses, como parece.

Mas o uso e abuso do Brasil dos símbolos da Nação Portuguesa, também está espelhado na eliminação da NOSSA bandeira:

Bandeiras na ONU.png

Em Portugal, que pertence à União Europeia, não se fala, nem se escreve Brasileiro. A Bandeira que deve constar neste quadro é a Bandeira Portuguesa, se quiserem ser honestos.

 

O abuso da bandeira entre bandeiras pertencentes unicamente à Europa, devia ser criminalizado. Isto leva ao engano os estrangeiros. O Brasil anda a espalhar pela Internet informações FALSAS.

 

Isto não fará parte de uma necessidade patológica da muleta europeia para se imporem ao mundo?

 

Por quê isto?

O Brasil ameaçaria Portugal com algo de que os nossos governantes sentem um medo tão terrível que lhes tolhe a inteligência, para se sujeitarem a esta humilhação pública, por todo o mundo? Ou a situação é mais obscura e humilhante do que uma simples alegada ameaça?

Isso é incompreensível e intolerável e deveria merecer intervenção judicial.

Isabel A. Ferreira

***

Nota: para aqueles que NÃO sabem, defender a  Língua Portuguesa, o MEU Idioma, NÃO é sinónimo de insulto, nem de racismo, nem de xenofobia, bem como dizer as verdades também NUNCA foi sinónimo de insultar.

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:42

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Sábado, 28 de Setembro de 2024

Acordo Ortográfico: «Muda o Regime, muda a ortografia»

 

«"Acordo ortográfico" produz legiões de analfabetos funcionais», por Pedro Correia, no Blogue Delito de Opinião.

 

Delito de opinião.png

Muda o regime, muda a ortografia

Pedro Correia, 11.07.24

 

Certos leitores que pretendem fazer ironia com as orthographias antigas da língua portuguesa -- às vezes referindo-se a autores que publicaram há pouco mais de cem anos -- estão, no fundo, a produzir argumentos contra o "acordo ortográfico" e não a favor. Ao contrário do que supunham.

 

É incompreensível que um inglês leia Walter Scott ou Oscar Wilde na grafia original, o mesmo sucedendo a um francês em relação a Balzac ou Zola, um espanhol em relação a Pérez Galdós e um norte-americano em relação a Mark Twain, enquanto as obras de um Camilo ou um Eça de Queiroz já foram impressas em quatro diferentes grafias do nosso idioma.

 

As sucessivas reformas da ortografia portuguesa são um péssimo exemplo de intromissão do poder político numa área que devia ser reservada à comunidade científica.

 

Cada mudança de regime produziu uma "reforma ortográfica" em Portugal. Para efeitos que nada tinham a ver com o amor à língua portuguesa, antes pelo contrário.

 

Cada "reforma" foi-nos afastando da raiz original da palavra, ao contrário do que sucedeu com a esmagadora maioria das línguas europeias -- como o inglês, o francês, o alemão e em certa medida o espanhol. A pior de todas essas reformas foi a de 1990 que separa famílias lexicais, produzindo aberrações como «os egiptólogos que trabalham no Egito [sic] são quase todos egípcios»«sofre de epilepsia, é epilético [sic]» ou «uma característica dos portugueses é terem forte caráter [sic]

 

Esta ruptura com a etimologia ocorre, convém sublinhar, num momento em que nunca foi tão generalizada a aprendizagem de línguas estrangeiras entre nós.

 

Assim, enquanto os políticos de turno pretendem impor a grafia "ator"[sic] à palavra actor, os portugueses continuarão a aprender "actor" em inglês, "acteur" em francês, "actor" em castelhano e "akteur" em alemão.

 

Não adianta deitar fora a etimologia pela porta: ela regressa sempre pela janela. Através de idiomas nunca sujeitos aos tratos de polé de "acordos ortográficos" destinados a produzir legiões de analfabetos funcionais.

Fonte:

https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/muda-o-regime-muda-a-ortografia-17148675

[Sugestão da autora do Blogue:  para complementar a leitura deste excelente textos, leiam também os comentários]

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:51

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Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024

RTP Notícias: Luís Montenegro defendeu que a ONU ganhava em ter Português como língua oficial. De que “português” estará a falar Montenegro, quando os intérpretes do “Português” na ONU falam “Brasileiro”? A quem quer enganar o PM?

 

Será este português amixordizado que se vê na imagem, que Montenegro pretende impingir à ONU?

DireCtas à portuguesa; proteção à brasileira?

 

Mixordês.png

 

Ou este:

 

Untitled.png

 

Lê-se na notícia que «Luís Montenegro considera que as Nações Unidas tinham muito a ganhar em ter o português como língua oficial e diz que o Governo está empenhado em dar esse passo».

As Nações Unidas tinham muito a ganhar ao adoPtar um Idioma truncado? Tem a certeza, Dr. Luís Montenegro?

Que os governos PS e PSD e o PR estão empenhadíssimos em dar esse passo já todos nós sabemos, pois desde há muito que andam a enganar o mundo com o tal “português” que NÃO é Português, mas tão-só a Variante Brasileira do Português, embrulhada no acordo ortográfico de 1990, para disfarçar. E a trapaça que se gerou ao redor deste empenhamento é uma vergonha para Portugal.

 

Primeiros-ministros e presidentes da República que NÃO defendem a Língua Portuguesa, não merecem consideração alguma.

 

Eu, pessoalmente, não tenho consideração por governantes que desprestigiam os cargos que ocupam, com este tipo de atitude subserviente, não defendendo os interesses de Portugal e dos Portugueses.
 

Que obrigação tem Portugal de servir os interesses brasileiros em detrimento dos interesses portugueses?

Lê-se também na notícia: «Declarações de Luís Montenegro ao canal ONU News. O primeiro-ministro português disse estar confiante de que o presidente brasileiro acompanha Portugal nesta matéria.»

Pudera! Desde há muito que o alvo do presidente do Brasil é introduzir na ONU, por vias nada ortodoxas, a Variante Brasileira do Português, transvertida de Português, porque a ONU só aceita Línguas nacionais, e não as suas variantes. E se algum dia, esse “português” transvertido assentar arraiais na ONU, esta perde toda a sua credibilidade, porquanto para agradar aos Troianos  traiu os Gregos, e isto é algo que não pertence ao foro de nações unidas, pois traição não faz parte da união de nações.


Farei minhas as palavras de João Robalo de Carvalho, que sugeriu, num comentário no Facebook, que os brasileiros se assumam como brasileiros e deixem o Português em paz, ou então adoptem a estrutura gramatical portuguesa se quiserem usar uma Língua Universal Maior.

 O Brasil precisa da muleta europeia, para impor o Brasileiro, e usam dos seus milhões de falantes como trunfo, como se esses milhões falassem Português! Só os parvos aceitam tal premissa.  Isto é algo que ultrapassa todos os limites da boa-fé.

As Línguas Oficiais da ONU são Línguas Universais Maiores: o Inglês, o Francês, o Castelhano, o Mandarim, o Russo e o Árabe. Todas elas são Línguas Originais. Nenhuma delas é uma Variante.

Luís Montenegro não terá a noção de que ao ceder ao Brasil,  nesta questão, está a apoucar a  Língua Portuguesa, a  Língua Oficial de Portugal?

 

De que nos serve governantes que não pugnam pelos interesses de Portugal?

Pensem nisto, Portugueses!

Acordem, Portugueses!

Ajudem a salvar a NOSSA Identidade, Portugueses!


Isabel A. Ferreira


Fonte da notícia:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/onu-ganhava-em-ter-portugues-como-lingua-oficial-defende-montenegro_a1602594

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:32

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Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024

João Barros da Costa dixit: «Cara Isabel [A.] Ferreira, o que escreveu contra o "Acordo Ortográfico" tem o meu (parcial) apoio. O seu esforço é interessante, mas não é suficiente. A Lei pode ser usada para acabar com o "Acordo Ortográfico".»

 

Então vamos a isso, caro João Barros da Costa.

Mas antes, preciso dizer-lhe que está a comentar na publicação errada, e que o meu nome é Isabel A. Ferreira, sendo que este A. faz toda a diferença, porque não me faz ser confundida com muitas outras Isabéis Ferreiras, que circulam na Internet, o que acontece bastantes vezes, e isso é algo que me incomoda, por me responsabilizarem de coisas que não escrevi.

 

João Barros da Costa comentou o post «A loucura como hipótese», por Henrique Neto às 01:35, 23/09/2024 :

 

Queluz, Domingo 22 de Setembro de 2024

Cara Isabel Ferreira, o que escreveu contra o "Acordo Ortográfico" tem o meu (parcial) apoio. O seu esforço é interessante mas não é suficiente. A Lei pode ser usada para acabar com o "Acordo Ortográfico". Um "blogue" não (por muito bem feito e escrito que seja). Conheço e conheci (algumas das pessoas já faleceram) apoiantes e não apoiantes, com maior ou menor visibilidade social. A favor: Edite Estrela (possuo um exemplar do livro "A Questão Ortográfica - Reforma e Acordos da Língua Portuguesa", Edite Estrela, Editorial Notícias, Lisboa, 1993, com uma dedicatória dela para mim: "Para João Costa, da Edite Estrela 9/12/93"). Contra: Maria Isabel Dias da Silva Rebelo Gonçalves, Justino Mendes de Almeida, Vitorino Magalhães Godinho. Conheci a Edite quando ela estava a oferecer exemplares do supra referido livro em frente à Estação de Comboios Queluz-Belas. Conheci a Maria na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1990. Conheci o Justino na Uni versidade Livre (Lisboa), em 1984. Conheci o Vitorino em sua casa, na Segunda-Feira 13/12/1999 (levei um exemplar do livro "Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa", Vitorino Magalhães Godinho, Editora Arcádia, S.A.R.L., Lisboa, 3a. Edição, Maio de 1977 e pedi-lhe para escrever uma dedicatória para mim, o que ele fez: "Para João Luís Barros da Costa em incitamento para o seu combate republicano cordialmente Vitorino M. Godinho Dez. 1999" ). Recomendo o livro "A Questão do "Acordo Ortográfico"", Movimento contra o Acordo Ortográfico, Gráfica Maiadouro, Maia, Fevereiro de 1988. O que fazer para retirar Portugal do "Acordo Ortográfico"? Algum partido político português está contra o "Acordo Ortográfico"? Existe alguma associação, legalmente constituída, que esteja contra o "Acordo Ortográfico"? Cumprimentos.

 

 

Esta publicação gira à volta da guerra da Ucrânia, desencadeada por um russo descerebrado, e NÃO à volta do AO90, parido por dois inimigos de Portugal: um brasileiro (Antônio Houaiss) e um português (Malaca Casteleiro) que tiveram o aval cego de vários políticos portugueses, também inimigos de Portugal, desde Mário Soares, que o ratificou. O meu comentário ao seu comentário está a ser publicado como um texto, no lugar que deve estar: «O Lugar da Língua Portuguesa».

 
O caro João Barros da Costa diz que o que escrevi contra o AO90 tem o seu “(parcial)” apoio. Nesta matéria ou se é CONTRA o acordo ilegal e inconstitucional, que envolve uma gigantesca fraude, que está a destruir a Língua Portuguesa, ou se é a FAVOR. Nesta causa ninguém pode ser parcial, ou corre o risco de ser cúmplice da fraude, contribuindo para o desaparecimento do nosso maior património identitário: a NOSSA Língua.

 

Depois, o senhor diz que o meu esforço é interessante, mas não suficiente, e que a Lei pode ser usada para acabar com o acordo ortográfico (por que hei-de escrever esta aberração em maiúsculas?). Não me dá novidade nenhuma. Sei que o meu esforço NÃO é suficiente, e que além de interessante (ou seja, de TER interesse) é um esforço válido, que não vejo ter paralelo entre as conceituadíssimas figuras públicas, que se dizem contra o AO90, mas estão todas encolhidas no seu canto. Só que eu, não sendo uma figura pública, e muito menos conceituadíssima, NÃO estou encolhida no meu canto, actuo, e sei que deixarei o rasto de uma tentativa de DEFENDER o meu mais precioso instrumento de trabalho, a qual até pode ser inglória, mas os meus desventurados netos, que estão a ser COBAIAS desta fraude (e eles sabem disso), não dirão de mim, o que irão dizer dos que se encolheram e nada fizeram para SALVAR a Língua Portuguesa, que é a deles (e eles sabem disso).

Quanto à Lei que pode ser usada para acabar com o acordo ortográfico, peço-lhe o favor (que já pedi a muitos juristas, mas não me responderam [de que terão medo]?), que Lei é essa que pode ser usada para acabar com o AO90? Pode fazer-me esse favor? Se não quiser fazê-lo via comentário, faça-o, por favor, via e-mail: isabelferreira@net.sapo.pt


Cita no seu comentário a Edite Estrela. Se eu tivesse um livro acordista autografado por tal personagem, que escreveu um livro, juntamente com Maria Almira Soares e Maria José Leitão, que eu até consulto algumas vezes, «Saber Escrever Saber Falar – Um guia completo para usar correctamente a Língua Portuguesa» eu deitá-lo-ia ao lixo, pois não concebo que alguém que já defendeu a sua Língua, a fosse desprezar, incentivando à sua destruição, sendo cúmplice de interesses absolutamente vácuos, e que nada têm a ver com as Ciências da Linguagem.


Pergunta: «O que fazer para retirar Portugal do "Acordo Ortográfico"?»

Resposta: obrigar, por vias legais (daí a importância da LEI que refere) o presidente da República a cumprir a Constituição da República Portuguesa, e os governantes a admitirem o ERRO, ou convencer os decisores políticos que apenas mentes elevadas o fazem, e nós queremos crer que os nossos governantes são gente com mentes elevadas.

 

Pergunta: «Algum partido político português está contra o "Acordo Ortográfico"?»

Resposta: sim, existe um que está CONTRA o AO90 e escreve correCtamente em Português: o Partido Comunista Português (PCP), que já se pronunciou várias vezes na Assembleia da República, sobre esta matéria, porém, como está em minoria, os seus projectos e ideias são ditatorialmente desprezados.

 

Pergunta: «Existe alguma associação, legalmente constituída, que esteja contra o "Acordo Ortográfico"?»

Resposta: se existe, está muito encolhida também. O que existe é um Grupo Cívico espontâneo de cidadãos portugueses com trabalho já feito, mas também ditatorialmente desprezado pelo PR (várias vezes), pelos PMs socialista e social-democrata, por Cavaco Silva (duas vezes), pela Embaixada de Angola, mas NÃO pela Senhora Ursula von der Leyen, que teve a amabilidade de nos responder, logo à primeira, e sem muita demora.  

 

Esse Grupo chama-se Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes  (pensantes, porque os há não-pensantes, que talvez, infelizmente, sejam a maioria). Pode clicar no link e terá toda a informação do Grupo.



Para concluir, quando pessoas, no exercício dos seus cargos, como Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Luís Montenegro, Embaixadora de Angola, e Aníbal Cavaco Silva, este, abordado como ex-presidente da República e um dos culpados-mor pela introdução do ilegal e inconstitucional acordo ortográfico em Portugal, desprezam um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, cujo objectivo é defender o património maior da identidade portuguesa, a sua Língua Materna, vilipendiada pelos motivos mais torpes, não ficará tudo dito, quanto ao desdém que votam a Portugal e aos portugueses, e diz tanto da subserviência a uma ex-colónia que está a usar de má-fé, para impor ao mundo a Variante Brasileira do Português?

Pense nisto, caro João Barros da Costa.


Isabel A. Ferreira

 

Malaca.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:48

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Domingo, 22 de Setembro de 2024

Dra. Índigo Brasileira dixit: «Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acordo ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos!

 

Recebi um comentário da Dra. Índigo Brasileira – PDA ao comentário de Helion, cidadão brasileiro, ao meu texto [clicar no link] indicado mais abaixo, o que me obrigou a destacá-lo por conter afirmações muito interessantes, que poderiam passar despercebidas aos leitores, e são importantes para compreendermos o que aqui está em causa.

 

Untitled.png

 

Dra. Índigo Brasileira - PDA respondeu a um comentário no post NÃO existe Português de Portugal vs. Português do Brasil, muito menos Variante do Português de Portugal. Enquanto insistirem nestes antilogismos a Língua Portuguesa continuará a ser vilipendiada... (Parte I) às 04:16, 11/09/2024 :

Você e uma esmagadora maioria de brasileiros são descendentes de europeus, principalmente portugueses... Desde quando alegar descendência europeia virou um novo tipo de "carteirada"? Só explicando sobre o modo de expressão da autora: o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade... Trabalho como advogada na causa TDAH (PHDA em Portugal) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados... Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem... Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acor do ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos! Tem um tal de O(c)távio dos Santos q tem ideias tão tiranas aqui no SAPO sobre como o Brasil sempre será "mérito" de Portugal, quanto àqueles que bem sabemos o q fizeram com Tiradentes na inconfidência Mineira... Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio nunca respeitarão a nossa identidade e independência. Não faço ideia de qual é a sua idade, mas cabe aos 30tões e 40tões da minha geração refletir sobre o nosso papel enquanto nação brasileira (mais evoluídos intelectualmente, com uma das melhores tecnologias democráticas disponível para o cidadão do mundo e com melhor consciência social/humanitária) sobre essa Independência Brasileira q parece hj em dia ter sido só um pano quente colocado pelos colonizadores pra "evitar a fadiga". Sabe a quantidade de exploraç� �o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea? Dá um Google q vc vai ficar surpreso! As línguas indígenas nativas estão na lista de Línguas em Perigo de Extinção da UNESCO, o Brasil em todo o seu território fala aproximadamente 210 línguas de maneira miscigenada, é uma das Línguas mais ricas em cultura do mundo! Manter essa "escravidão" de identidade linguística com Portugal, é contribuir para que os nossos amados indígenas percam também a cultura tão rica que eles preservaram com SANGUE e suor desde 1500... Pode até parecer um discurso de pura bobagem e idealismo meu, mas nada nesse mundo faz mais meu coração bater do que o nosso país... O Brasil é meu verdadeiro amor, "Nem teme quem te adora a própria morte, Terra Adorada!" - eis a declaração de uma verdadeira patriota, que não tem lado político NENHUM! Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção.

***

Dra. Índigo Brasileira -- PDA, começo por agradecer o seu comentário.

No entanto, não percebi onde quis chegar com algumas das suas observações, como por exemplo esta: « (...) o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade...»

Não vejo, na maneira como um português se expressa, nem agressividade, nem grosseirismo, a não ser quando está furioso com o interlocutor, mas penso que isto é comum a todos os Povos.

 

Também não percebi esta ideia: «(...) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados».


A frase está muito confusa, mas dá para ver que isto NÃO é verdade. O Português NÃO tem menos expressões do que o Brasileiro, muito pelo contrário. O Português é uma Língua riquíssima em expressões e vocábulos, e não vejo onde está a “impolidez” do Português vs. a “polidez” do Brasileiro, a não ser por, como é hábito dos brasileiros, usarem determinadas palavras com um sentido totalmente diferente do seu significado original.

 

Também não percebi esta passagem «Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem...» (????)


No vocabulário português, para “flertar” [o vocábulo é brasileiro, em Português dizemos namoriscar ou namoricar, cortejar, galantear] existem “ene” maneiras de nos expressarmos, porque o Português é muito rico nessa matéria. Poderá ser muito diferente do Brasileiro, e isto é muito natural, porque as duas Línguas foram enriquecidas pela linguagem de Povos com origens completamente diferentes, nos dois países.

Concordo consigo, quanto à Língua Brasileira e na eliminação do “acordo ortográfico”, que de acordo nunca teve nada, muito pelo contrário, foi um desacordo total, e o que estava bem nas duas Línguas, passou a estar mal apenas no Português, graças a anuências obscuras entre políticos ignorantes d’aquém e d’além-mar.

Também concordo consigo, exceptuando a referência ao “tal O(c)távio” quando diz: «Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio, nunca respeitarão a nossa identidade e independência».


Não será apenas o Octávio [é deste modo que se grafa o nome do jornalista Octávio dos Santos, que, para sua informação, é uma pessoa culta e informada] que não respeitará a identidade e a independência brasileiras: somos todos os que esperavam do Brasil independente, livre dos grilhões da ex-colónia, mais respeito pela Cultura, pela História e pela Língua do ex-colonizador, que o deixou cheio de ferramentas, para que pudesse evoluir. O Brasil já devia ter cortado o cordão umbilical com Portugal e seguir a sua vida, pelo próprio pé, sem estar agarrado à muleta europeia. O Brasil é um país sul-americano. Nada tem a ver com a Europa. Olhem para o exemplo dos sul-americanos de Língua Castelhana, que nunca precisaram de fazer acordos com Espanha.



Os Brasileiros até poderão estar evoluídos em tecnologias democráticas (?), mas no plano intelectual não estarão assim tanto, com os milhões de analfabetos que ainda persistem em todo o território Brasileiro, que é enorme, graças à acção dos Bandeirantes. Além disso, um país intelectualmente desenvolvido jamais impingiria a sua Língua a um País livre, se bem que esse país livre (Portugal) está cheio de gente sem coluna vertebral, para que possa defender a nossa Cultura, História e Língua, das investidas de má-fé do Brasil.

 

Também não percebi esta parte: «Sabe a quantidade de exploraç o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea?» (???)


A frase é confusa. Gostaria que a Dra. Índigo fosse mais explícita e esmiuçasse essa estranha acusação: « (...) os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea».



As Línguas indígenas do Brasil estão em extinção UNICAMENTE devido à atitude bárbara que os brasileiros hodiernos encetaram contra eles (algo que os Portugueses nunca fizeram) ao escorraçá-los das terras deles. Tantas línguas autóctones e muito válidas e ricas tem o Brasil, porque hão-de precisar de estar amarrados ao Português, a Língua de um Povo que os Brasileiros, na sua generalidade, tanto desprezam? Sei do que estou a falar porque vivi muitos anos no Brasil, além de que, de passagem pela Internet, a lusofobia está por toda a parte.


Para finalizar, eis algo que temos em comum: «Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção».

Vou reproduzir as suas palavras sob o MEU ponto de vista: «A MINHA devoção é exclusivamente pelo MEU País, por esse motivo, defendo que o Brasil deve nomear a Variante Brasileira do Português como Língua Brasileira, para que a MINHA Língua, a Portuguesa, possa continuar a sua gloriosa existência de quase 800 anos, porque a MINHA Cultura é digna desta MINHA devoção».

 
Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:23

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Quarta-feira, 18 de Setembro de 2024

Em Defesa da Ortografia (LXXI), por João Esperança Barroca

 

«Por vezes, os falantes de português de Portugal e de português do Brasil têm dificuldades em entender-se, mas é por razões de vocabulário e de sintaxe, não de ortografia. Nunca foi por uns escreverem “acção” e outros “ação”, mas pelo facto de uns chamarem “mesa-de-cabeceira” àquilo que outros chamam “criado-mudo”. Portanto, ir mexer na ortografia para resolver este problema, é como uma senhora ter a casa alagada pelos joelhos, começar a chorar, e chegar o prof. Malaca Casteleiro e dizer: “Minha senhora, não chore porque as lágrimas vão inundar a casa.”»

Ricardo Araújo Pereira, Humorista e cronista

 

«Nunca o permitirei, fica já aqui declarado. Nunca aceitarei este acordo. Óptimo sem “pê” não existe.»

Fausto, Cantor e compositor

 

«Todos se lembrarão que o dito foi imposto por decreto e depois à martelada […]. A caixa de Pandora foi aberta, para não dizer escancarada, e até os então mais ferozes defensores de Acordo Ortográfico refreiam os seus ímpetos inebriantes de modernidade contra o espartilho da ortografia. Os rodapés das televisões, os jornais, a publicidade, as páginas online, e até os livros tornaram-se uma floresta de horrores […]. Não seria com certeza preciso ser filólogo, bastaria uma réstia de bom senso, para se prever que decidir decapitar todas as consoantes mudas salvo o “h”, entregando em muitos casos a grafia à vontade do freguês, […] acabaria numa degola infernal, letras a rolar como cabeças no cadafalso […].»

Ana Cristina Leonardo, Tradutora, crítica literária e cronista

 

Continuando a mostrar o estado calamitoso a que chegou a ortografia, vejamos o que foi respigado numa breve incursão por alguns órgãos de comunicação social:

 

1 - “Eduardo Mauricio [sic] salientou que foram registadas, no processo de extradição, “diversas ofensas às garantias processuais, sobretudo ao devido processo legal, ampla defesa, contraditório, busca da verdade real dos fatos e descumprimento da Lei”, tendo o seu cliente sido “julgado e condenado no Egito à revelia e sem nunca ter sido notificado formalmente de nenhum ato processual”. Expresso, 28-06-2024. (O Egipto a quem decapitaram o pê, o que já levou à criação do aberrante termo egício, o ato, que parece uma forma do verbo atar e a cereja no cimo do bolo, os omnipresentes fatos, que, na maior parte das vezes, não servem para vestir, nem para doar a gente carenciada).

 

2 - “Em 2023, recebemos diversos contatos [sic] e mensagens de moradores com queixas relacionadas com o ruído provocado pelas novas esplanadas, incluindo muitas vezes já depois da sua hora de encerramento, com o aglomerado de pessoas que ali permaneciam até de madrugada, refere, em comunicado, a junta liderada por Madalena Natividade. Um argumento que tanto Ricardo Maneira como Miguel Leal afirmam estar a ouvir pela primeira vez.” Expresso, 27-06-2024. Os omnipresentes contatos, de que dificilmente nos livraremos, numa notícia do jornal Expresso, transcrevendo um comunicado da Junta de Freguesia de Arroios em Lisboa.

 

3 - “"Hoje, e após uma análise conscienciosa e aprofundada, é forçoso constatar que a ocorrência de um tal jogo na nossa capital, neste período particularmente preocupante, irá provocar incontestavelmente manifestações importantes e contra-manifestações, comprometendo a segurança dos espetadores, dos jogadores, dos habitantes de Bruxelas, mas também das nossas forças policiais", explicou o texto, publicado esta quarta-feira.

 

Para o jogo contra Israel, estamos em contato constante com os serviços de segurança, o município de Bruxelas e o governo federal. A situação de segurança está analisada e as evoluções são avaliadas atentamente", acrescentou aquele organismo, prometendo "para mais tarde" novas informações. “RTP, 20-06-2024. (O hífen, que, provavelmente, estava em reclusão, aqui a ser encaixado e o mais uma vez omnipresente contato. Além disso, a preocupação com os espetadores, que não deverá ser genuína, pois basta apreender os espetos para que os espectadores se sintam seguros. O que uma simples consoante pode fazer!).

 

Como vê, caro leitor, nos sítios do costume continuam a usar a ortografia do costume, aquela a que Miguel Esteves Cardoso, amplamente citado no nosso escrito de Junho, chama tortografia. Não será por acaso que o jornalista Pedro Correia afirmou, há dias, no programa “Prova Oral”, de Fernando Alvim, que, sem ferramentas tecnológicas, ninguém sabe usar a nova ortografia. Porque será?

 

Ah, já passaram mais umas quantas meias horas e o panorama continua igual.

Ah, a coerência ortográfica dos apoiantes e dos utilizadores da nova ortografia continua desaparecida.

Ah, a SIC, entre outros, vai tendo umas saudáveis recaídas.

 

João Esperança Barroca

 

Barroca 3.png

Barroca 1.jpg

Barroca 2.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:04

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Segunda-feira, 16 de Setembro de 2024

Reflexão de Carlos Coimbra (cidadão português a viver em Toronto, Canadá), sobre uma carta de José Pinto de Lima (U. de Lisboa) que equiparou a língua falada no Brasil ao Português padrão que para lá foi levado

 

O texto de José Pinto Lima foi publicado na secção «Cartas ao Director” do Jornal Público, acerca de um artigo [clicar no link] onde um “linguista” português afirma que o “português do Brasil” tem os dias contados. Ora isto já tem barbas brancas, e portanto, está ultrapassadíssimo.

 

Este tema já foi tratado neste Blogue por várias vezes, desde sempre, e, no Brasil, ainda no tempo em que por lá estudei, a linguagem que se falava e escrevia era já brasileira, porque demasiado distanciada do padrão português, no léxico (enriquecido pelos falares indígenas e africanos e de outros povos que lá se fixaram), na fonologia, na ortografia, na morfologia, na sintaxe, na semântica, e em ene vocábulos que o Brasil castelhanizou, americanizou, afrancesou e italianizou e abrasileirou.

 

Não é preciso ser-se linguista, basta estar-se atento à evolução da linguagem no Brasil, para poder comprovar que o Português dos excelentes clássicos da Literatura Brasileira já nada tem a ver com a linguagem do século XXI d. C..

Tal artigo também me deixou bastante irritada à conta dos disparates que lá se disseram, o que me obrigou a escrever um texto [clicar no link] a contestá-lo.   

A designação “português do Brasil” não passa de uma ferramenta política, que nada tem a ver com linguística.


José Pinto Lima diz que «o linguista Fernando Venâncio sugere que o português do Brasil se passe a chamar “brasileiro”». A sugestão NÃO é do Venâncio. Isto é algo que já vem de longe, e alguns linguistas e estudiosos brasileiros, há muito, mas muito tempo, já puseram e explicaram porquê, essa hipótese, que só ainda não foi concretizada, porque o objectivo político para que tal aconteça ainda não foi alcançado.

Aqui deixo as cartas de José Pinto Lima e de Carlos Coimbra, com esta observação:  tudo indica que está a ser cometido um crime de lesa-pátria   em Portugal, tendo o Estado Português descartado a Língua Oficial do País, para a substituir pela Variante Brasileira do Português, na sua forma grafada e, à força de tanto nos atirarem com novelas brasileiras e luso-brasileiras e comentadores e cantores brasileiros, todos os dias, nas televisões, já se começa aqui e ali a falar mal o Brasileiro, que é uma linguagem que apenas os Brasileiros sabem falar bem.  E isto é algo a que os portugueses na diáspora estão muito mais atentos do que os portugueses que vivem em Portugal, e são neutros, e são indiferentes e olham e não fazem nada...

Isabel A. Ferreira

 

Dante e Albert.png

 

Sobre o português do Brasil

Li nos meios de comunicação que o linguista Fernando Venâncio sugere que o português do Brasil se passe a chamar “brasileiro”. Sendo também eu linguista, conheço bem o Fernando Venâncio, bom colega e amigo. Contudo, não posso aceitar a designação de “brasileiro” para o português falado no Brasil. Seria preferível dizer “português do Brasil” ou “português brasileiro”. Quanto ao português de Portugal, a expressão “português europeu” parece-me acertada.

 

Assentemos em “português brasileiro” e “português europeu”. Não vejo a necessidade de introduzir a designação “brasileiro”. Compreendo que o português falado no Brasil se tenha afastado muito desde o século XVII até hoje. Mas não estamos perante duas línguas! Vejamos: em Portugal, temos uma colónia de brasileiros a viver e a trabalhar aqui porque precisamente compreendem o português europeu e são compreendidos pelos portugueses. Como os linguistas sabem, a inteligibilidade mútua é um critério fundamental para diferençar dialectos e línguas. Aceitemos que estamos perante uma língua, o português, que tem (pelo menos) duas variantes: o português europeu e o português brasileiro.

 

Temos assim dois portugueses. Como também há o inglês do Reino Unido e o inglês dos EUA. Ao inglês dos EUA também se pode chamar “inglês americano”. Reitero a ideia de dois portugueses: o português europeu e o português brasileiro.

 

José Pinto de Lima, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras [Nota à margem

 in https://www.publico.pt/2024/09/15/opiniao/opiniao/cartas-director-2104043

 
[Nota à margem: NÃO existe “inglês do Reino Unido”, nem «inglês dos EUA”, mas sim a Língua Inglesa e as suas Variantes; NÃO existe um “português europeu” e um “português brasileiro”, mas sim a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira, isto se quisermos ir de encontro às Ciências da Linguagem] – Isabel A. Ferreira

 

***

Reflexão de Carlos Coimbra, sobre o que disse José Pinto de Lima, recebida via e-mail:

 

«No dia 15 de Setembro, foi publicada uma carta de José Pinto de Lima (JPL), basicamente equiparando a língua falada no Brasil ao Português padrão que para lá foi levado.

Nessa carta li comparações descabidas, do tipo de apreciações que terão levado ao uso dum Acordo (ainda não formalizado) que abdica do papel da Língua Portuguesa original.

Vivo no Canadá, sou praticamente trilingue, e também falo alemão e russo. A minha mulher era brasileira e conheço bem o Brasil, desde Manaus até ao sul.

É preciso notar que a diferença entre Brasil e Portugal não é só uma questão de pronúncia. Em Angola ou Moçambique, a pronúncia é diferente, mas a Língua é o Português, sem qualquer dúvida.

 

Já no Brasil usam semântica diferente, alteram a devida ordem das palavras, desrespeitam a etimologia na escrita e pronunciam "sílabas" inexistentes entre duas consoantes (hequitares, atimosfera e muitas mais).

 

Eu falo o Português normal de Lisboa, mas garanto que é difícil fazer-me entender no Brasil, especialmente ao telefone. Isto enquanto JPL escreve "a inteligibilidade mútua é um critério fundamental"...

 

Aliás, no Brasil tive ocasião de examinar uma prova escrita de Português para alunos na ordem duns 15 anos, a qual parecia um exame para estrangeiros, e tão básica era que nunca seria usada em Portugal.

 

JPL tenta equiparar Brasil e Portugal fazendo uma comparação entre o inglês americano e britânico. Vivendo no Canadá há muitos anos, estou perfeitamente familiar com o que se fala na Inglaterra, Escócia, Irlanda e neste lado do Atlântico.

 

A única diferença é a pronúncia e a escrita em umas poucas palavras, e nunca o Reino Unido faria um Acordo com os EUA que o levasse a escrever "à americana"!

Falam a mesma Língua, sem fazer as trapalhices que a língua sofre no Brasil.

A expressão "português europeu", usada por JPL, considero-o um insulto à minha língua nativa, tantas vezes descrita como "Língua de Camões". Eu falo PORTUGUÊS.

 

O que se fala no Brasil é uma variante, um português "malfalado", bem sonoro, com pronúncia dominante e atraente, compreensível (não completa e mutuamente), mas "Português", não é, não.

Em outros tempos, teria outra designação...

Carlos Coimbra,

Toronto, Canadá

(416)-239-4759

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:21

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Quinta-feira, 5 de Setembro de 2024

Perplexidade de um português a viver na Dinamarca: «Agora fala-se brasileiro em Portugal? O que será uma “geladeira”?

 

Perguntou-me Fernando Coelho Kvistgaard.

Pois é!
E isto saiu na RTP,  estação de televisão estatal.

Geladeiras.png

 

Respondi-lhe simplesmente que isto é um abuso do ignorante de serviço.

Mas mais abusados e ignorantes são os directores de programação.
E viva a ESTUPIDEZ linguística em Portugal!
Uma geladeira, em Português, é um tanque utilizado nas fábricas de gelo para congelar a água.
No BRASIL é um eleCtrodoméstico que, em Português, se designa como FRIGORÍFICO.



Mas Fernando Coelho Kvistgaard, apresentou-me uma outra perplexidade:


«Outro caso que desejo apresentar-lhe é a palavra "câmeras" que, segundo parece, é termo brasileiro –  a RTP deve estar cheia de brasileiros –, a meu ver, e tanto quanto sei, chama-se câmaras

Camêras.png

 

Exactamente, Fernando. Em Portugal o vocábulo câmara, que é o que usamos, deriva do Latim camara, originário do grego Κάμερα. Portanto, camêras é um vocábulo usado exclusivamente no Brasil, porque em Portugal caiu em desuso, há muito, muito tempo. Em Portugal houve uma evolução da Língua, mas esta regressou a um nível básico, depois do aparecimento do ignorantíssimo AO90.  

 

Na verdade, a RTP está apostada no brasileiro, e deve ter muitos brasileiros ao seu serviço. Se não tem, parece. Temos de contrariar esta tendência, se quisermos salvar a nossa Língua.

 

A sua perplexidade, diante da linguagem agora adoptada em Portugal, é a perplexidade de muitos outros portugueses que se encontram fora do País, e, obviamente, o governo português e o presidente da República, que poderiam resolver isto de uma penada, estão a contribuir vergonhosamente, talvez até intencionalmente, para o caos ortográfico, também entre as comunidades portuguesas na diáspora, e isto devia ser tratado como um crime de lesa-pátria.

 

Mas a perplexidade de Fernando Coelho Kvistgaard vai mais além dos brasileirismos que por aí circulam de má-fé, pois Portugal NÃO é o Brasil, para que se ande por aí a brasileirar, como se estivessem no Brasil, e isto configura uma falta de respeito pelo Estado Português e pela sua Língua Oficial, e pelos próprios Portugueses.

Fernando diz mais:

«Agora, no que respeita a vêem, vêm e veem, quanto mais leio mais fico confundido. Do verbo ver, a terceira pessoa do plural do presente do indicativo é: vêem ou veem? O AO90 até nisto se meteu. Nunca em nenhum país se maltratou tanto uma língua nacional, ao ponto em eu próprio ficar com dúvidas sobre palavras que não conheço por lhe faltarem as letras que retiraram. Nós, adultos, não soletramos as palavras, pelo menos, no que me diz respeito, leio uma palavra como um símbolo/bloco que se refere a qualquer coisa: um objecto ou qualquer outra coisa. Quando leio "ator" paro, espanto-me, e desconheço a palavra. Nem já gosto de ler livros em Português


Fiquei bastante triste quando li «Nem já gosto de ler livros em Português». Se sabemos outras Línguas, na verdade, é melhor ler os nossos autores traduzidos para as Línguas estrangeiras que conhecemos. Eu ainda gosto de ler em Português correCto. Os bons autores portugueses NÃO se renderam ao AO90, nem e à linguagem amixordizada. Mas já não gosto de ir às feiras do livro, porque já não vale a pena: más traduções, maus livros escritos em mau Português, de autores que não interessam para nada.  
  

Quanto ao vêem, vêm e veem, temos o seguinte: as palavras vêem e vêm estão correCtamente escritas. A palavrinha veem dá erro ortográfico, nos correctores ortográficos de Língua Portuguesa, que tenho inseridos no meu computador. E, na verdade, é algo que, em Português é erro ortográfico. A supressão do acento circunflexo foi uma palermice trazida pelo AO90.

Não desista de ler em Bom Português, Fernando, porque os nossos BONS Autores escrevem correCtamente.

***

Vou terminar com uma imagem, também da RTP, que demonstra a ignorância dos ignorantes que a RTP põe ao serviço  desta estação de televisão estatal:

 

Esportação.png

Isabel A. Ferreira


publicado por Isabel A. Ferreira às 17:45

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Quarta-feira, 4 de Setembro de 2024

«Más decisões são anuláveis», diz o jornalista Octávio dos Santos. E a imposição do AO90 é uma delas, logo, este é anulável se a inteligência dos decisores políticos prevalecer

 

Isto vem a propósito de um texto [clicar no link] da autoria de Maria do Rosário Pedreira, publicado no seu Blogue Horas Extraordinárias, sob o título Boas Notícias, onde se fala dos manuais digitais [já rejeitados pelos países mais desenvolvidos do Norte da Europa] vs. manuais em papel.

 

Um texto, cuja leitura recomendo, bem como a dos comentários que lhe fizeram.

Destaco aqui o comentário do jornalista Octávio dos Santos, por ter posto o dedo na enorme ferida aberta no Ensino português, causada pelo «abominável aborto “pornortográfico”», segundo a sua óPtica,  que também é a minha [o P em letra maiúscula é para ser lido e, desse modo, facilitar a aprendizagem dos que têm dificuldade em PENSAR a Língua].

 

Octávio dos Santos.PNG

 

Concordo absolutamente com Octávio dos Santos.

Na verdade, é incompreensível que se mantenha o erro, passados dez anos de um monumental caos ortográfico, disseminado por toda a parte, do Ensino, onde o caos é mais gritante, porque nem professores nem alunos conseguem escrever escorreitamente um texto, passando pela comunicação social escrita e falada, e aqui, além do caos, existe uma vergonhosa falta de brio profissional, até aos que fazem parte dos órgãos de soberania portugueses,  que falam e escrevem incorreCtamente a Língua Oficial de Portugal, a que está consignada na Constituição da República Portuguesa, com a Grafia de 1945.

 

Já não será tempo de reconhecer o gravíssimo e feíssimo erro, usar a inteligência e descartar a estupidez, que consiste em manter esta aberração ortográfica, que apenas os mais iletrados defendem?

Aqui fica o APELO aos decisores políticos portugueses, a bem de Portugal, dos Portugueses, mas, sobretudo, a bem da próxima geração, que ainda vai a tempo de retomar o caminho do SABER escrever, falar e ler correCtamente a sua Língua Materna, e livrar-se de vir a ser a geração dos analfabetos funcionais, mais ignorantes de todos os tempos.



Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:39

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