No passado dia 29 de Novembro de 2024, Ana Cristina Leonardo publicou no Jornal Público uma crónica intitulada Outras guerras: a vitória dos “espetadores” que me deixou perplexa, logo no parágrafo em destaque no topo do texto: «Embora me custe, devo reconhecer que a batalha do Acordo Ortográfico foi perdida, um “espetáculo” triste onde venceram os “espetadores”.»
A Ana Cristina Leonardo é uma excelente prosadora. E o artigo está bastante bom, sob o ponto de vista literário.
Porém, Ana Cristina Leonardo aceita, publicamente, que a batalha contra o AO90 está perdida, e isso são violinos para os ouvidos dos acordistas, que não sabem, mas ainda não triunfaram, porque os trunfos maiores estão do lado dos desacordistas.
Não devemos, jamais, dar-nos por vencidos, neste combate entre o Saber e o Não-Saber, o qual ainda não terminou. Baixar as armas (leia-se as palavras) é admitir que não temos capacidade de vencer a mediocridade, ou seja, é admitir que o não-saber tem mais força do que o Saber.
Quem é que venceu o quê? Os espetadores (isp’tâdôr’s)? E quem são esses isp’tâdôr’s? Serão aqueles que andam por aí feitos analfabetos a falar e a escrever mal a Língua que desconhecem, sem ter a mínima noção da figura de urso que andam a fazer?
É dever dos que pugnam pelo Saber, contrariar essa ideia de derrota, e lutar pela vitória, porque apenas a vitória interessa a Portugal, e seja o que for que a cronista pensa que os espetadores venceram, é apenas uma miragem, no deserto cultural por onde os acordistas vagueiam...
Do que li, quanto ao Vómito, foi uma cacetadinha ao de leve.
Penso que anda por aí muita gente com medo de dizer o que realmente pensa acerca dos novilinguistas, que dizem e escrevem o que bem lhes dá na real gana, e vão espalhando a nova doutrina retrógrada, sob o olhar indiferente dos adeptos do que não presta, ou seja, dos não-pensantes.
Pelo que vemos, os decisores políticos estão-se nas tintas para o que os desacordistas pensam, dizem ou criticam. A força desses decisores políticos está precisamente na fraqueza e no medo dos que se dizem desacordistas, mas não são capazes de dizer as verdades em voz alta, por cobardia, por medo, ou outra qualquer coisa menos nobre.
O texto da Ana Cristina Leonardo entristeceu-me.
Isabel A. Ferreira
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