Carlos A. Coimbra, cidadão português radicado no Canadá, enviou-me o seguinte protesto:
Assunto: E o Marcelo não defende isto...
Carreguei agora a APP do ChatGpt.
Quis ver a lista de línguas.
E pronto, já desinstalei a coisa.
O Português padrão não é o original, de Portugal!
O original vem listado separadamente, entre parênteses, como versão especial.
Nem quis ouvir o que aparece como "português", mas suspeito qual seja!
E não sei para onde me queixar...
Carlos A. Coimbra
***
Obviamente que aquele “português” é a Variante Brasileira do Português.
E o Português (Portugal) é a nossa triste Língua acordizada, pelo brasileiro Antônio Houaiss.
E isto é usurpação de um dos símbolos da NOSSA Identidade: a Língua Portuguesa.

Para que a verdade seja reposta, o que deve aparecer é o seguinte:

E o Marcelo não defende isto???????
NÃO, não defende, e nós sabemos muito bem porquê.
O Carlos não sabe a quem fazer queixa.
Eu também não sei.
Já corremos muitas autoridades, e nenhuma nos respondeu, e nós também sabemos muito bem porquê.
Se houver algum jurista que possa orientar-nos nessa queixa, agradeço que me contacte para o e-mail do Blogue: isabelferreira@net.sapo.pt
Isto é uma vergonha para Portugal.
O Português é de Portugal e de quem não deslusitanizou a Língua Portuguesa, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau.
O Português NÃO é do Brasil.
Do Brasil é a Variante Brasileira do Português.
O que mais me irrita nesta questão do “português” na Internet é ver a pouca vergonha com que a Google, o ChatGpt e outros software passaram a considerar "Português" o que se fala e escreve no Brasil, e "Português (Portugal)" indicado como Língua regional, marginalizada, quando é o Português original, o Português padrão, a GENETRIZ das Variantes que se criaram a partir dela, incluindo a Variante ( = dialecto) Brasileira da Língua Mãe dos Portugueses.
Há que ter vergonha na cara!!!!
Isabel A. Ferreira
Manuel Matos Monteiro questiona:
No Episódio 36 do «Língua na Cama», o tema foi Concordâncias.
«Ele é daqueles que gosta ou gostam de golfinhos assados? A Paula é das que defende ou defendem a monarquia?»
Um episódio recheadíssimo de exemplos de uso corrente.
«Língua na Cama», Episódio 37. Tema: Influências.
Dr. Luís Montenegro, o Jorge Jesus não é uma boa influência- Língua na cama: Episódio 37
«Reuni com ou reuni-me com? Reuniu com ou reuniu-se com? Conheça as nódoas gramaticais do idiolecto do nosso primeiro-ministro».
Como foi possível eu só ter descoberto a rubrica «Língua na Cama», da autoria de Manuel Matos Monteiro, neste 35º Episódio?
Se não fosse o amigo João Esperança Barroca a enviar-me o link, olhem o que eu andava a perder!
Muito bem, Manuel Matos Monteiro. Adorei, o que significa ter gostado muito, muito, mesmo muito desta sua rubrica. Fiquei sua ouvinte.
Na nova rubrica do PÁGINA UM ‘Língua na Cama’, Manuel (Matos) Monteiro – escritor e um dos melhores cultores da Língua Portuguesa, além de formador da Escola da Língua – escalpeliza, de forma caseira e descontraída, erros frequentes do nosso idioma, curiosidades linguísticas, maravilhas idiomáticas. Aprenda e divirta-se. ↓
Este 35º Episódio, tem endereço: o Dr. Luís Montenegro.
E a pergunta é: Dr. Luís Montenegro, a sua Pátria é a Língua Portuguesa?
Caros leitores/ouvintes conheçam as máculas linguísticas do nosso primeiro-ministro, que deixou o idioma nos cuidados intensivos.
«Língua na Cama» é serviço público de qualidade.
Isabel A. Ferreira
(*) Manuel Matos Monteiro é director da Escola da Língua, autor, jornalista, formador e revisor. Autor dos livros: «Dicionário de Erros Frequentes da Língua»; «Por Amor à Língua — Contra a Linguagem que por aí Circula»; «O Mundo Pelos Olhos da Língua»; «Por Amor à Língua e à Literatura»; «Sobre o Politicamente Correcto».
Sugiro vivamente que vejam os Vídeos e leiam os Livros de Manuel Matos Monteiro.


Estes são os candidatos a Presidente da República Portuguesa/2026, que têm mais visibilidade pública, mas há mais alguns, que não constam aqui, porque não têm qualquer possibilidade de chegar ao pódio, o que não significa que não sejam importantes ou não mereçam estar aqui. Não é isso.
Em cima, da esquerda para a direita: Henrique Gouveia e Melo (independente); António José Seguro (independente); André Ventura (Chega); Catarina Martins (Bloco de Esquerda).
Em baixo, da esquerda para a direita: Luís Marques Mendes (PSD); António Filipe (PCP); João Cotrim Figueiredo Iniciativa Liberal); Raul Perestrello (independente).
O que têm em comum estes e todos os outros candidatos que aqui não estão?
Nenhum deles sabe escrever correCtamente a Língua Portuguesa, a Língua dos Portugueses, a Língua de Portugal.
Andei a investigar e já vi que todos, mesmo todos, os candidatos a presidente da República são acordistas, ou seja, seguem a cartilha do acordo ortográfico de 1990 (AO90), que nos impinge a grafia brasileira, que, para o Brasil, é correta (lê-se currêtâ, como em carreta), mas que para Portugal é completamente incorreCta.
Como é possível?
Como querem ser presidentes da República, estando a violar a Constituição da República Portuguesa?
Poderão fazer, com honra e verdade, o juramento solene de Presidente da República Portuguesa ao dizerem
«Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa. — Constituição de 1976, Art. 127.º.»
e escreverem segundo a cartilha do AO90?
Bem sei que a democracia portuguesa é uma democracia escrita com um "dê" minúsculo, como os que a sustentam, e talvez por isso, em Portugal (coisa inédita e insólita!) cada um escreve como lhe dá mais jeito.
Se o próximo presidente da República NÃO souber escrever correCtamente a Língua Portuguesa será igual ou pior ao que nos vai deixar, sem honra nem legado algum, do qual os Portugueses possam orgulhar-se.
Se os candidatos a PR não arrepiarem caminho e chegarem à conclusão de que, insistindo em grafar à brasileira, irão atraiçoar o juramento solene que terão de fazer na tomada de posse do cargo, e no exercício das suas funções irão cometer uma série de violações, tais como:
-- da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI);
-- e por arrasto, da Constituição da República Portuguesa (CRP);
-- da Convenção de Viena de 23 de Maio de 1969, pelo AO90;
-- da violação da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira (COLB) de 10 de Agosto de 1945, aprovada pelo Decreto-Lei Nº 35.228 de 8 de Dezembro de 1945, decreto-lei que continua em vigor na ordem jurídica nacional, porque, até à data, não foi anulado, nem substituído por um novo Decreto-Lei.
têm de saber que serão maus presidentes e estarão a trair Portugal e os Portugueses.
Posto isto todos os Cidadãos Portugueses Pensantes NÃO devem votar em nenhum candidato acordista, porque quem NÃO escrever correCtamente a Língua Portuguesa, e estando em vias de cometer tantas violações, NÃO merecerá representar Portugal nem os Portugueses, como aquele que deixará o cargo NÃO mereceu, e por tal imerecimento será julgado pela História.
NÃO votaremos em candidatos que NÃO saibam honrar Portugal e a sua Língua, logo a Língua que, de acordo com o que José Pacheco Pereira disse numa entrevista no passado dia 10 de Junho, e, todos nós que pensamos, concordamos que é um dos factores mais importantes para a identidade de ser português.
E é essa identidade que o próximo Presidente da República deverá defender, para merecer ocupar tão alto cargo.
Conclusão: ou votamos em branco [já agora, os votos em branco deviam ter a respectiva percentagem em cadeiras vazias no Parlamento, para indicarem o descontentamento dos Portugueses, que ao fim e ao cabo também votaram um voto útil] ou NÃO votamos.
Isabel A. Ferreira
Mas... há um mas: os governantes portugueses são Blocos de Betão, e ali não entram nem sons, nem luz. O que fazer para que o betão se dissolva, e os sons e a luz possam entrar no betão e transformar os blocos em Homo Sapiens Sapiens de carne e osso?

Instituições e individualidades por nós contactadas, para obtermos uma resposta racional à pergunta: «Porquê nos foi impingido ilegalmente o AO90?» E nenhuma teve a hombridade de nos responder.
Foi-me enviado, via e-mail, pela Professora Maria José Abranches, um vídeo da tviplayer.iol.pt/programa/cnn-prime-time, emitido no dia 10 de Junho de 2025, onde José Pacheco Pereira, nos fala de Portugal, da nossa História, da nossa Língua e da Portugalidade, um conceito que lá por ter nascido no Estado Novo, não significa que não seja válido em qualquer actual estado da Nação portuguesa, e hoje em dia, bem precisamos dessa Portugalidade que envolve a Cultura, a História e a Língua do Povo Português, que estão a ser trituradas por uma ignorância nunca vista desde os tempos pré-históricos.
Desse vídeo respigarei um excerto do que José Pacheco Pereira respondeu, à pergunta do Jornalista:
«O que é hoje Portugal?»
JPP: «Nós temos dois países». E Pacheco Pereira apresentou dois mapas, que se sobrepõem, divididos entre Norte e Sul: minifúndios ao Norte, latifúndios ao Sul; religiosidade: ao Norte vai-se à missa, ao Sul não se vai à missa; politicamente: ao Norte partidos mais conservadores, ao Sul partidos mais à esquerda.
O que unificou esses dois países, para podermos falar de Portugal?
Diz Pacheco Pereira:
«Essencialmente duas coisas: a História e a Língua. Repare que ninguém fala da Língua, fala da História, e a Língua é talvez um os factores mais importantes para a identidade de ser português, e quando nós podemos falar da crise da Portugalidade, para utilizar a expressão do presidente da República, ela vê-se na ignorância da História e na degradação da Língua.
A Língua perdeu, com o novo acordo ortográfico, a sua memória, a sua memória histórica, e hoje, fala-se cada vez pior.
Os mais jovens têm um vocabulário particularmente restrito (...). Há uma ignorância sobre a História, sobre as fontes da nossa cultura tradicional: a Bíblia, a fonte greco-latina e a Língua degradada por um vocabulário cada vez mais restrito.
(...)
Para ouvirem a entrevista completa (são apenas 16.24 minutos), cliquem no link: https://tviplayer.iol.pt/programa/cnn-prime-time/6193932f0cf2cc58e7d362d6/video/6848ae620cf20ac1d5f32e40
A José Pacheco Pereira, «uma nobre figura da Cultura portuguesa», como lhe chama a Professora Maria José Abranches, e eu só posso e devo concordar, do alto do seu saber, da sua idoneidade, da sua projecção pública, do respeito que merece pelo contributo indiscutível que oferece à sociedade portuguesa, ouso solicitar-lhe que use dos atributos que mencionei, para fazer ver aos governantes portugueses, o quanto estão errados em insistir na imposição ilegal do acordo ortográfico de 1990, particularmente fazer ver, ao presidente da República, o grande erro que cometeu ao render-se ao AO90. Bem sabemos que está de saída, mas ainda poderia deixar como boa herança da sua passagem por Belém, o seu contributo para a eliminação urgente do AO90, para que Portugal possa recuperar a sua identidade primordial.
E esta minha ousadia deve-se ao fracasso que tem sido a luta de milhares de cidadãos portugueses pensantes, dentro e fora do País, para partir o betão que envolve os blocos, para que a racionalidade possa vencer.
Isabel A. Ferreira


O que se passa é que no Brasil pronuncia-se o "pê" de recePção (eles dizem "rêcépição"). Eu também pronuncio o "pê", e escrevo recePção, e pronuncio "r'céP'ção". No Brasil, a partir de 1943, suprimiram as consoantes mudas em quase todos os vocábulos, em que elas têm uma função diacrítica (a de abrir a vogal anterior), mas algumas escaparam à guilhotina, simplesmente porque no Brasil pronunciam os "cês" e "pês" dessas palavras, e, portanto, escrevem-nas conforme a grafia correCta da Língua Portuguesa.
Em Portugal, no uso ilegal do AO90, cuja regra é «a consoante que não se pronuncia não se escreve», como não se pronuncia o "pê" de recePção, parvamente mutilaram a palavra e ela perdeu o tino: é "receção" (lê-se r'c'ção"), ou seja, é uma palavrinha que significa retrocesso, grafada incorreCtamente.
Em Portugal, os que seguem a lei vigente, a de 1945, continuam a escrever recePção, no Brasil também, e esta é a verdadeira grafia dessa palavra, em Língua Portuguesa. NÃO é grafia brasileira, conforme o Brasil quer dar a entender.
O critério que levou o Brasil a pronunciar e grafar os "pês" e os "cês" de algumas palavras, e a NÃO pronunciar nem grafar os "cês" e os "pês" de uma infinidade de vocábulos é um verdadeiro mistério, que nos atingiu em cheio...
Eu tenho uma solução para isto: começarmos a pronunciar e a grafar os “cês" e os "pês" mudos, para ver se não passamos vergonha diante dos países que também têm uma Língua Românica e os grafam, como mandam as boas regras da Gramática de todas essas Línguas.
Isabel A. Ferreira
E quando o primeiro-ministro de Portugal, mas não só, nos seus discursos inflamados, se dirige às “portuguesas e portugueses”? Um governante, que deveria conhecer a Língua do País que governa? É um murro que dá a todos os Portugueses que sabem o que significa a palavra “Portugueses”.
Assim como Miguel Esteves Cardoso se irrita ao ouvir a piroseira ”portuguesas e portugueses” eu também me irrito, e quando ouço gente instruída (gente que tem um curso superior) a dizer essa parolice nas televisões, apetece-me atirar-lhe o bibelot mais próximo de mim. Bibelot, assim mesmo, à francesa, porque o aportuguesamento desta palavra elegante, visualmente é outra pirosice: bibelô.
Sobre dizer "portuguesas" e portugueses", no começo de um discurso, Carlos A. Coimbra, cidadão português, radicado no Canadá, diz o seguinte, e eu subscrevo: «O que isso mostra é a ignorância dos portugueses, duma maneira indirecta: é que quem diz 'as' e 'es' tem medo que o povo inculto ache que o sexo feminino é ignorado se se disser só Portugueses! Protege-se, dizendo a asneira, e assim ainda aumentando a ignorância...»
Tal e qual...
Isabel A. Ferreira

Texto de Miguel Esteves Cardoso
Da inevitabilidade!... Agora, também nos discursos dos candidatos às eleições autárquicas!

"Portuguesas e portugueses" é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante.
Calem-se!
Cada vez que alguém, prestes a dirigir-se à população, arranca com "portuguesas e portugueses" dou comigo a gritar um grito fininho que me dá cabo dos ouvidos.
Cerro os punhos e rosno quando são machos com aquela condescendência oitocentista de dizer "portugueses e portuguesas" com a entoação de quem se orgulha em mostrar que se é moderno ao ponto de não se esquecer das mulheres. Diz aquele sorriso meio-engatatão, meio-paternal: "Ah pois! Eu faço questão de incluir o mulherio!"
Vamos lá por partes. Somos todos portugueses. Todos nós, seja de que sexo ou de que sexualidade formos, somos portugueses. Somos o povo português ou a população ou a nação portuguesa.
Como somos todos portugueses quando alguém fala em "portugueses e portuguesas" está a falar duas vezes das mulheres portuguesas. As mulheres estão obviamente incluídas nos portugueses.
Mas, ao falar singularmente das portuguesas, está-se propositadamente a excluir os homens, como se as mulheres fossem portugueses de primeiro (ou de segundo, tanto faz) grau.
Somos todos seres humanos. As mulheres não são seres humanas. Quando se fala na língua portuguesa não se está a pensar apenas na língua que falam as portuguesas. É a língua dos portugueses e doutros povos menos idiotas.
"Portuguesas e portugueses" não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho.
MEC
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10235081054699605&set=a.10204307947471157
A questão que podemos pôr é a de saber se esse Português é a Língua Genetriz, a Língua Portuguesa, aquela que gerou as mais diversas variantes nos territórios descobertos, povoados, uns, ou repovoados, outros, por Portugueses, no tempo do Império Português, espalhado pela Ásia, África e América do Sul, ou se é a Variante Brasileira do Português, falada e escrita no Brasil, que tem vindo a ser imposta ilegalmente aos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua [oficial] Portuguesa: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste. A Guiné Equatorial também faz parte da CPLP, tem o Português como Língua Oficial, mas nessa Guiné ninguém fala Português, pois foi introduzida na CPLP, apenas por motivos comerciais. E para os efeitos da conservação da biodiversidade global, inclui-se a Malásia e Indonésia.

É preciso fazer aqui um aparte, porque uma coisa é a Língua Oficial desses países, por motivações políticas ou comerciais, outra coisa são os dialectos, falados em Angola e Moçambique, por exemplo, e até outras Línguas que se falam em alguns países, como é o caso do Brasil, onde se falam actualmente 274 Línguas e dialectos nativos, de acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) em 2022, que considera também as variantes (dialectos); e de Cabo Verde, que já tem a sua Língua Cabo-Verdiana.
É inacreditável como a Língua Portuguesa, a Língua dos Portugueses, a Língua de Portugal, o Português anda por aí na boca do mundo, com vídeos no YouTube onde se diz os maiores disparates sobre uma Língua que desconhecem e da qual se atrevem a falar.
Mas mais inacreditável ainda é não haver nenhum linguista, nenhum jurista, nenhum tribunal, nenhum governante com bom senso, nenhum professor, nenhum escritor, nenhum jornalista que venha ao terreno repor a verdade. Esse tem sido o meu trabalho nos últimos tempos. E não vejo mais nenhum português a defender a Língua Portuguesa, nesses vídeos.
Portugal é mesmo uma República DOS Bananas!
Ver aqui a notícia, que deu origem a este meu alerta.
Isabel A. Ferreira
No entanto, com total ausência de sentido crítico, seguindo uma simples RCM, que não faz lei, e apenas uma lei obrigaria a aplicar o AO90 nas escolas, ou em todo o Portugal Continental e Ilhas, a maioria dos professores, felizmente, NÃO TODOS os professores, decidiu impingir aos seus alunos uma grafia adulterada, que NÃO pertence à Língua Portuguesa, ao Português, à Língua Materna dos Portugueses, causando o caos linguístico, induzindo os alunos portugueses e estrangeiros em erro, vendendo-lhes gato por lebre, ou seja, chamando grafia portuguesa, à grafia brasileira infiltrada no AO90, sugerindo sub-repticiamente que, nós, Portugueses e estrangeiros que andam a aprender o falso português, somos todos uma cambada de parvos.
E o que temos a circular por aí, não só nas escolas, como por toda a parte onde a escrita é usada? Uma vergonhosa mixórdia ortográfica, que desprestigia uma das mais velhas Nações europeias (Portugal) que possui uma das mais antigas Línguas da Europa.
Foi com grande estupefacção que li esta notícia abaixo referida:

Os professores estão preocupados com o futuro do Plano Nacional de Leitura, a leitura acordista sem pés nem cabeça, onde num mesmo texto se escreve à portuguesa (acção) e à brasileira (ação) sem o mínimo brio profissional?
NÃO estão preocupados com o futuro dos seus alunos, que estão a ser formados para serem os analfabetos funcionais desse futuro?
Têm a distinta lata de virem a público mostrar uma preocupação por algo que, à partida, está inquinada pela disseminação de uma grafia adulterada, amixordizada, desrespeitadora de autores da craveira de Sophia de Mello Breyner, por exemplo, que tem a sua obra para crianças desonestamente acordizada, sabendo-se como se sabe que Sophia rejeitava o AO90?
[Nem sei como não lhe mudaram o nome para Sofia de Melo Brainer].

Hoje, para celebrar o Dia Mundial do Professor, sugiro que TODOS os professores, se ainda não leram, leiam o livro do também ele Professor, António Carlos Cortez, intitulado «O Fim da Educação – crise, crítica, ensino e utopia», onde na capa podemos ler:
«O sistema educativo decapitou as gerações mais novas, empobreceu os professores».
Só posso concordar.
A este livro, ainda voltarei.

É isto.
Neste Dia Mundial dos Professores, a minha mensagem para aqueles que se vergaram cegamente ao AO90 é a seguinte:
Parem para pensar no mal que estão a provocar, com a vossa atitude acrítica sobre a pior praga que jamais em tempo algum se abateu sobre o Ensino em Portugal: o inconcebível acordo ortográfico de 1990, que veio destruir a identidade linguística portuguesa, e formar os desditosos analfabetos funcionais do futuro.
E isto só aconteceu, porque Portugal é a República DOS Bananas, que hoje também se comemora, tão desvirtuada, como a sua própria Língua.
Isabel A. Ferreira
O texto de Outubro (o 85.º da série “Em Defesa da Ortografia”), na linha dos recentes antecessores, apresenta, exactamente, as mesmas características.
A aposta continua a ser a de apresentar diálogos, por vezes absurdos, de teor humorístico, que exemplificam a fantochada do AO90, pondo a nu as suas fragilidades, as suas incoerências e a sua completa ausência de lógica.
Os termos a vermelho indicam formas alteradas pelo AO90. As formas a verde, quando ocorrerem, referem grafias do Acordo Ortográfico de 1945, que, nalguns casos se mantêm como duplas grafias. A azul, temos os casos de hipercorrecção, potenciados pela aplicação do Acordo Ortográfico de 1990.
IL
— Estou tramado…
— Porquê?
— Sou arguido num processo que envolve contrafaç
— Contrafação? Então não te preocupes. Quase nem precisas de advogado. Não aplicas o Acordo Ortográfico
— Aplico!
— Então, basta dizeres isso. Crime é a contrafacção. É curioso que “Contrafacção” é o título de uma canção de Sérgio Godinho. Prova-se, assim, que o homem, além de bom compositor e cantor, tem bom gosto ortográfico.
L
— O casamento entre o Raul e a Catarina terminou de forma abruta.
— Qual deles vai ser acusado de violência doméstica?
— E quem falou em violência?
— Tu! Não disseste que foi à bruta. Abrupta é outra coisa, como devias saber. Cortar consoantes a eito dá nisto.
LI
— O que é o trabalho nocturno?
— É o que é feito no turno da noite (do latim nocte).
— Faz sentido manter o cê, por essa razão.
— Pois faz, mas agora com o AO90, é, de poda em poda, até à destruição final e lá nasce o estropício: noturno.
— E noctívago? Ainda leva cê?
— Quase nunca. A Infopédia assume-a como dupla grafia, notívago e noctívago, ao contrário de outras fontes.
— E noctâmbulo e noctilúcio?
— Continuam com cê.
— Não percebo estas incoerências, nem essas coisas das fontes.
— Acho que, pelo menos, esta parte do AO 90 foi redigida de noite e às escuras…
LII
— Já sabes o tema do teu trabalho?
— Já sei, já.
— O que te saiu?
— O Pato de Varsóvia.
— Calma aí… O trabalho não é da disciplina de História? Ou é de Zoologia?
— É de História. O professor é que corta consoantes a eito. É um poupador, percebes?
— Tem literacia financeira. Falta-lhe a outra…
LIII
— Por onde tens andado, pá? Não te tenho visto.
— Ando ocupadíssimo a pedir orçamentos para o batizado do meu filho. Só tenho recebido propostas muito altas, na ordem dos 80 euros por pessoa.
— Olha aqui. Esta empresa organiza toda a cerimónia do baptizado e cobra só 75 euros por pessoa.
— O que te parece? Se fosse contigo, o que farias?
— Eu optaria pela empresa que organiza o baptizado. Penso que dá outras garantias. Certamente, com mais uma consoante, é uma cerimónia mais completa.
LIV
— Esta noite tive um sonho estranhíssimo.
— Sonhaste com extraterrestres?
— Nada disso! Sonhei que era acionista da SAD.
— Isso é mesmo pensar em pequenino!
— Porquê?
— Digno de admiração era se sonhasses ser accionista. Isso é que não é para todos!
LV
— O que te disse o professor sobre a composição?
— Disse que não referi todos os aspetos necessários.
— Espetos? Então a composição era sobre gastronomia ou sobre Alterações Climáticas?
LVI
— O meu neto é extraordinário!
— Então porquê?
— Sabe tudo sobre futebol. Lê tudo o que é publicado nos jornais e nas revistas. Está sempre atualizado.
— Estás enganado! Para saber tudo, teria de estar actualizado. Não é bem a mesma coisa…
LVII
— Ó pai, olha, olha…
— Olho o quê, Rafael Alexandre?
— Tantas palavras…
— Onde? Tenho mesmo de trocar de lentes. Não vejo nada.
— Ali, à porta da Associação dos Espoliados pelo AO 90. Ação, acionar, acionável, acionista, ativar, reação… Todas sem cê. Estão a protestar.
— E o que querem?
— Querem a devolução do que lhes tiraram, ora essa!
LVIII
— Que porcaria, pai. Está tudo cheio de cocó de cão.
— Pois está.
— Mas naquele cartaz pede-se que as pessoas recolham os dejetos dos cães.
— Esse é que é o problema, Rafael Alexandre.
— Não percebo…
— As pessoas levam os dejetos, mas deixam os dejectos. Não é bem a mesma coisa.
LIX
— Trouxeste o que te pedi?
— Aqui está.
— Mas isso é líquido assético.
— Não foi o que pediste?
— Não. E quanto é que pagaste?
— Dois euros.
— Isso é o preço habitual do líquido asséptico, que é muito melhor.
LX
— A minha namorada tem agora um rabo-de-cavalo.
— Passou a frequentar um ginásio?
— Não. Mudou de cabeleireiro, meu estúpido!
Ah, as imagens que acompanham este escrito (primeiras páginas de jornais desportivos, exemplificam o que muitos sabem, mas poucos denunciam.
Como se lê:
Horta para o estágio?
O que significa?
O jogador Horta vai para o estágio ou vai interromper o estágio?
Como se lê:
Melhoria salarial para o avançado?
O avançado vai usufruir de uma melhoria salarial ou vai ser parado por ela?
Ah, Manuel Monteiro publicou no jornal Público um interessantíssimo artigo com o título “Os benefícios da leitura”. Como sempre, vale a pena ler.
João Esperança Barroca


. Em Defesa da Ortografia (...
. A conversa fluida tinha f...
. António Fonseca, académic...
. Périplo pelo último artig...
. «Língua na cama: Episódio...
. «O desprezo da pátria por...
. Sobre o Português que cir...
. No Episódio 37, o tema da...