… não vá não saberem que a Língua Portuguesa não é casta vinhateira que esteja à venda no mercado internacional, mas vector do Património Cultural Imaterial, de acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultura Imaterial da UNESCO, de 7 de Outubro de 2003, ratificada por Portugal, e a qual foi violada, ao impor-se a Portugal uma grafia estrangeira.
A evolução da ortografia consiste na sua estabilização e é isso que ocorre nos países cultos.
Mais um texto antigo sobre um tema actual, porque em Portugal não se avança, não se evolui. Cai-se no erro e ali se fica a putrificar, por comodismo, por ignorância, por interesses duvidosos, apenas porque sim… E a isto chama-se, em bom Português, irracionalidade.
A propósito desse texto antigo, publicado no Blogue Delito de Opinião, “Penso Rápido 19”, de Pedro Correia, escreveram-se vários comentários, que podem ser lidos clicando no link
https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/penso-rapido-19-6470222
comentários esses que, só por si, são uma autêntica lição para os governantes que insistem nessa coisa insólita de quererem, porque sim, fabricar uma nova geração de analfabetos escolarizados e funcionais, e acabar com a Língua Portuguesa.
Ao primeiro-ministro António Costa, e a Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, dedico esta lição, constituída pelo apanhado de comentários inseridos no texto citado acima.
(Nota: os trechos a negrito são da responsabilidade da autora do blogue)
***
«Parabéns pelo novo texto sobre o velho tema.
Não convém esquecer desta violação grosseira, cometida com requintes de bestialidade primitiva, no simples acto despótico do legislador.
Na minha opinião é matéria clara para o Tribunal Constitucional.
A Constituição nos seus artigos 9º e 11º refere-se à língua portuguesa em vigor aquando da aprovação, e a mais nenhuma outra.
Isso implica a forma oral e escrita.
A legislação sobre a língua não pode ser feita ao gosto das leis ocasionais dos governos, tem que ser referendada.
Não vou entrar nas conversas sobre o que faz ou não faz sentido.
Já sabemos dos exemplos e contra-exemplos.
O ponto fulcral que o Pedro aqui assinala, e muito bem, é o da estabilidade.
A nossa língua está estável na sua forma falada há mais de 500 anos, conforme atestam os documentos mais antigos a que temos acesso impresso.
Durante todo este tempo sofreu alterações de forma escrita, e foram muitas ao longo destes 500 anos, umas com mais "h" que outras.
Por um breve período de 50 anos adquiriu uma estabilidade sem paralelo, e que era factor de união com os países lusófonos africanos, onde era igual, e nesse acordo de 1946 foi estabelecida a melhor harmonia com o Brasil, dentro das pequenas diferenças.
Eu não me importo de ver escrito português num formato brasileiro, sempre achei que era igualmente possível, e se os brasileiros se entendem assim, isso não causa maior mossa.
Não me importo que os documentos informais, como a Wikipedia, e outros, sejam escritos nesse formato comum.
Não me importo que os documentos entre Brasil e Portugal usem essa grafia.
A Inglaterra tem o mesmo problema com os EUA e nunca se importou.
A solução mais simples, é admitir que ambas as grafias são possíveis.
Ponto Final.
Nunca a Inglaterra abdicou da sua língua original, em termos de património, acima de acordos pragmáticos de vivência.
O que está em causa neste acordo é que com o pretexto de se usar a forma fonética se está a destruir a forma fonética, porque se não lemos o "c" em "espectador", havia uma diferença clara entre "espetador" e "espétador".
Porque o "c" servia a acentuação.
O contexto não resolve tudo, e o exemplo óbvio disso é o "pára" e o "para".
Casteleiro foi um indigente encarregado de trabalhar uma coisa séria, e isso foi propositado, porque certas partes da maçonaria gostam de usar a confusão e destruição de memória pública como móbil privado.
O problema, como é óbvio, é que há certos assuntos que são muito mais delicados do que parecem à primeira vista.
Tanto podemos ter inocentemente o cábula a preferir tirar os "c" todos porque assim é mais fácil escrever, como podemos ter cabala em vez de cábula.
Gosto de exemplos com o Ph.
O nome "Púnica" é suposto ter derivado da transliteração do "phi" grego que passou "Phoenicia", ou seja Fenícia, tirando letras sucessivamente "Poenicia" ou "Punicia" e "Punica".
Assim, quando falamos em "Guerras Púnicas" deveríamos falar em "Guerras Fenícias", mas já nem era bem isso, porque era então com os fenícios de Cartago.
Assim, a transliteração do grego para o alfabeto latino sempre originou problemas. Não foi só recentemente, e podemos ver quando fundo isto pode ter ido, com pai e mãe:
- Em latim, pater e mater, em grego, patera e mêtera.
No português temos pouca correspondência com padre e madre.
No inglês é interessante ver como a colocação de "h" pode ter levado ao que conhecemos, ou seja, "phather" e "mather"... daqui aparece a passagem conhecida do "ph" para "f" ficando "father" e a pronúncia de "mother" usa o "o" como "a".
Se este exemplo pode ser dúbio, não restam dúvidas de como o "Ch" foi usado como passagem a "K" ou não, entre outros.
Por exemplo, ler "Charles" como "Sharles", mas ler "Chaos" como "Kaos".
Este convite à confusão é antigo, e serve poderes que o conhecem contra populações que o desconhecem.
Irrita-me haver gente favorável às modas, quando são as modas que conduzem o rebanho, e já basta o que basta, quanto mais ouvir os "méeee" concordantes.
A evolução da ortografia consiste na sua estabilização e é isso que ocorre nos países cultos.
A modificação por motivos ideológicos e religiosos da ortografia (e de política externa brasileira) - que foi o que aconteceu em Portugal - é um sintoma de atraso e a mudança da grafia de milhares e milhares de palavras um comportamento de ditatorial.
Perdeu-se a noção de norma, aliás com a preciosa ajuda do AO90, que introduz um conceito nada científico - o de "pronúncia culta" para justificar a pseudo-aproximação da ortografia à oralidade.
Um erro, em qualquer parte, é um erro. Mas na ortografia portuguesa, com o mais alto beneplácito do Estado português, um erro passou a ser um não-erro. Porque se perde cada vez mais a noção do que é certo e do que é errado.
Os juízes do tribunal constitucional são nomeados pelos partidos. Por isso, escrevem alegremente em acordês.
Será mais de confiar no Supremo Tribunal ou no TEDH (Tribunal Europeu dos Direitos do Homem) - onde o estado português é um réu condenado repetidas vezes.
O STJ é órgão de recurso das leis comuns, e o TEDH parece completamente fora de causa.
Acho que os juízes do TC já deram mostras que nem sempre alinham com os partidos que os elegeram... mas se respondem a outras "entidades", pois isso não sei.
Se houvesse o número mínimo de deputados, com vontade de colocar a questão, isso seria fácil... se não, é mais complicado.
Curiosamente, ao escrever "órgão" lembrei-me de mais um total disparate do acordo ortográfico... se havia dupla acentuação que não fazia sentido era esta.
Sempre achei uma estupidez, e preferiria escrever "orgão", mantendo a regra de acentuação simples numa palavra que não oferece qualquer confusão.
Mas, não. Os idiotas, foram idiotas ao ponto de tirarem o acento a "pára", mas deixaram ficar os dois em órgão... se isto não é absoluta incompetência caótica, o que se pode chamar?
Precisamente por ter sido elaborado à pressa e às escondidas, em 'petit comité', por meia-dúzia de pessoas ao serviço não da língua portuguesa, mas de propósitos políticos, aliás rapidamente confessados.
Outro dos problemas do actual AO é que grande parte dos seus paladinos não fazem a menor ideia de como aplicá-lo.
Um exemplo característico disso é precisamente a "caraterística", que tem o c pronunciado em português, e assim assinalado em qualquer dicionário com transcrição fonética e, imagine-se, até no próprio VOP, do mais do que insuspeito ILTC:
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/simplesearch.php?
action=lemma&lemma=125633&highlight=^caracter%C3%ADstica$
Sendo que "caraterística" surge assinalado apenas como variante do Brasil.
E no fundo, esta é uma das grandes falhas do AO de 1990: confundir dicção com fonética, e, a partir daí, querer fixar a ortografia com base na fala apenas.
O exemplo salta à vista, falas afectadas, ou truncadas, como a da "caraterística", começam a plasmar-se na escrita (mais uma vez, à margem do recomendado pelo próprio AO), a ganhar forma e até justificação.
Em termos práticos, verifica-se que a tão apregoada mudança da língua (os defensores do AO normalmente valorizam a mudança per se, confundindo mudança com evolução) começa a ser operada da má escrita para a fala, e não da fala para a escrita.
O binómio "cará[c]ter/característica" é um dos exemplos mais chocantes da falta de unidade lexical propiciada pelo AO90 ao sabor das flutuações daquilo a que no acordo se chama "pronúncia culta" - conceito que nada tem de científico e, como tal, não foi caucionado pela comunidade científica portuguesa.
De facto, confunde-se dicção com fonética. E pretende-se impor uma dicção pseudo-superior para impor novas regras de normalização da ortografia, algo que só pode provocar a rejeição liminar de qualquer lexicógrafo.
No limite, estas almas iluminadas pretendem alterar a pronúncia e a dicção de milhares de fonemas da língua portuguesa, num combate implacável já não às supostas consoantes mudas, mas às próprias consoantes sonoras.
Utilizam o "acordo ortográfico" como instrumento para atingir este objectivo. "Uniformizar a ortografia" - algo que não foi conseguido nem jamais o será - funcionou apenas como pretexto. Nada mais.
Fonte e respectivos comentário:
https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/penso-rapido-19-6470222
O ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diz que a Língua Portuguesa vale 30 milhões de Euros por ano, quase 17% do PIB.
De que língua “portuguesa” estará Santos Silva, que anda por aí a vender a verdadeira Língua Portuguesa ao desbarato, a falar? Não estará a falar, com toda a certeza, da Língua Portuguesa, a íntegra, a europeia, que continua a ser a Língua Oficial de Portugal, apesar do ilegal AO90 andar por aí a circular, como se fosse legal.
Essa tal “língua portuguesa”, que vale 30 milhões por ano (os trinta dinheiros recebidos pelo Judas Iscariotes do século XXI?) é tão-só a língua portuguesa grafada à moda brasileira, ou seja, o AO90.
Porque a Língua verdadeiramente Portuguesa não tem preço. Essa, é um Património Cultural Imaterial superior a toda e qualquer avaliação, e não é comerciável.
As palavras mutiladas (entre umas poucas mais), que se vêem na imagem, são as excePções à regra brasileira. Escaparam de ser mutiladas, no Brasil, aquando da elaboração do Formulário Ortográfico de 1943. Origem da imagem: Facebook
Nota: os excertos que se seguem, grafados a itálico são retirados da notícia do jornal Observador, que servilmente segue o AO90 (sem a tal ser obrigado); as partes a negrito são de minha autoria; e a vermelho destaco as palavras grafadas à brasileira, introduzidas à pressão, na Língua Portuguesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que a língua portuguesa "é das pessoas, depois da cultura, especificamente da literatura, e só depois é uma língua económica".
A Língua Portuguesa é das pessoas, não é de políticos ignorantes. Portanto, devolva-se a Língua Portuguesa às pessoas. E os políticos que vão aprender a História da Língua, para que saibam o crime que estão a cometer, ao imporem ILEGALMENTE um acordo ortográfico, assente na grafia brasileira, que nada tem a ver com as raízes greco-latinas, com Portugal, com a Europa, com a Família das Línguas Indo-Europeias, da qual a Língua Portuguesa faz parte.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacou esta terça-feira que a língua portuguesa representa, como “matéria para a atividade económica”, quase 17% do Produto Interno Bruto de Portugal, o equivalente a 30 mil milhões de euros por ano.
Como se a Língua Portuguesa fosse a bolota da aCtividade económica, para constar no PIB.
“A língua portuguesa é também de trabalho, é um valor económico de nós todos”, disse o governante, na inauguração da exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), no edifício Central Tejo, com a presença do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira.
Não é verdade. A Língua Portuguesa não é uma Língua de trabalho, nem é um valor económico de todos nós. Essa “língua” de trabalho, de que fala Santos Silva, não é a Portuguesa, mas o AO90, uma linguagem grafada à brasileira, que poderá ter um valor económico apenas para os predadores da Língua Portuguesa, mas não para todos nós, que abominamos este novo modo de grafar. Para um Dialecto, como o do Brasil, a mutilação das palavras poderá ter um sentido. Não o tem, com toda a certeza, para uma Língua europeia.
Augusto Santos Silva lembrou que um estudo estimou “um conjunto de atividade económicas cuja matéria prima é o português, que vai desde as artes literárias performativas até à indústria do cinema, da edição didática e pedagógica até ao mundo da televisão ao audiovisual”. O ministro referiu que “a estimativa de todos estas atividades” em Portugal levam a “um número próximo de 17% do PIB, o que quer dizer que, a preços atuais, a língua, matéria para atividade económica, vale por ano pelo menos 30 mil milhões de euros”.
Veja-se como para Augusto Santos Silva a Língua não passa de um saco de batatas, comerciável, vendável, rentável. Veja-se o estrago que Augusto Santos Silva anda a fazer por aí, quando eleva a aCtividade económica o mais valioso Património Cultural Imaterial de Portugal: a Língua Portuguesa. O ministro dos negócios da língua, qual Judas Iscariotes, vende a Língua Portuguesa por 30 milhões/ano, e ainda se vem gabar do que os ignorantes políticos portugueses fazem, como se estivessem a vender gato por lebre, num leilão de velharias escaqueiradas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acentuou também que “é uma língua de afirmação internacional e de comunicação internacional e é esta flexibilidade e polivalência que faz a sua força”.
Se ao menos, o ministro do negócio da língua soubesse do que está a falar. Mas não sabe. A Língua Portuguesa até poderia ser uma Língua de afirmação e de comunicação internacional, se não andasse por aí mutilada, como se vê nestes excertos acordizados, grafados à brasileira. A força da Língua Portuguesa está na sua diversidade, não numa pseudo-unificação que faz dela uma mixórdia europeia, e apenas europeia.
A Língua Portuguesa está de rastos, em Portugal. Na África escreve-se em Bom Português. Na Europa, onde a Língua Portuguesa teve origem, é a mixórdia total. A Língua Portuguesa, aCtualmente, não vale nada. Anda por aí deturpada, mutilada, incorreCtamente escrita. Abandalhada. Vendida como um saco de batatas deterioradas.
“Se Fernando Pessoa pôde dizer que a língua portuguesa era a sua pátria e se Vergílio Ferreira pôde dizer que da língua portuguesa se via o mar, acho que nós todos – os portugueses, os brasileiros, os angolanos, os guineenses, os são-tomenses, os moçambicanos, os cabo-verdianos e os timorenses – podemos todos dizer que da língua portuguesa, que é a nossa língua comum, se vê hoje o futuro”, disse.
Augusto Santos Silva devia lavar a boca antes de citar Fernando Pessoa ou Vergílio Ferreira, portugueses que souberam honrar a Língua Portuguesa, ao contrário dele, que a vende por 30 milhões/ano.
Augusto Santos Silva devia ter vergonha de meter no mesmo saco dos Portugueses e Brasileiros acordistas, os Angolanos, os Guineenses, os São-tomenses, os Moçambicanos, os Cabo-verdianos e os Timorenses que se estão nas tintas para o AO90, que o ministro dos negócios da língua anda por aí a vender. Cabo Verde até já dispensou o Português, e tem-no como língua estrangeira. E os restantes países mantém a grafia portuguesa, para vergonha de Portugal. E quanto ao ver-se o FUTURO através da linguagem que anda por aí a vender como Língua Portuguesa, é uma grande falácia. A Língua Portuguesa ao ser grafada à brasileira, tem os dias contados como Língua Portuguesa. E só os muito cegos mentais é que vêem futuro, onde não há a mínima probabilidade de haver futuro.
O ministro dos Negócios Externos do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, declarou que a língua portuguesa tem “relevância política e diplomática” na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP. O membro do Governo de Michel Temer notou a importância do idioma na CPLP para “estreitar os laços de cooperação, de comunicação e buscando a aproximação de posições que os países têm sobre as grandes questões do mundo”.
O senhor Aloysio Nunes Ferreira pode declarar o que bem entender, porque tem de puxar a brasa para a sardinha brasileira. Quanto à importância da Língua (Original) Portuguesa, ela vale ZERO para a inútil e colonialista CPLP, que propaga a grafia brasileira, sabendo que não haverá futuro para a Língua Portuguesa dentro deste organismo falacioso e oportunista.
A exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no Brasil, exibe-se parte do acervo desta mostra apresentada na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que percorreu países de África de língua portuguesa, como Cabo Verde, Angola e Moçambique.
A mostra faz um percurso pela presença da língua portuguesa no mundo, que representa atualmente cerca de 270 milhões de falantes nos cinco continentes, além de abordar o contacto com outros idiomas e a sua participação na formação cultural brasileira. Esta exposição no MAAT transitará, com caráter permanente, para a Cidade Literária de Óbidos.
Esta exposição itinerante nada tem a ver com a Língua Portuguesa, mas com o Dialecto Brasileiro, do qual derivaram vários outros dialectos brasileiros, espalhados de Norte a Sul do Brasil; nem tão-pouco tem a ver com 270 milhões de falantes no mundo, porque apenas no Brasil se fala brasileiro e se escreve à brasileira. Falemos antes assim, porque isto é o que se aproxima mais daquela verdade que muitos sabem, mas não dizem alto.
E se alguém tiver argumentos mais válidos e correCtos do que os meus, para rebater o que acabo de dizer, agradeço que os apresentem. Não vá eu estar errada, e não sei. Garanto que me retractarei.
Quanto ao senhor Augusto Santos Silva, tenho a dizer que tenha vergonha, porque já ninguém engole as suas patranhas.
Isabel A. Ferreira
Fonte:
«Agora as crianças (no Brasil) vão poder falar e escrever errado para não serem constrangidas...»
«Uma tristeza a mais em nossa educação... E pasmem o nome do livro é "por uma vida melhor". Logo não teremos mais nada que nos diferencie dos animais irracionais...
***
Em Portugal passa-se exactamente o mesmo. As crianças já estão a escrever incorreCtamente a sua Língua Materna, e aquelas, que não conseguem seguir a matéria e não estão preparadas para avançar de ano, não podem reprovar para não serem constrangidas e o Ministério da Educação possa mostrar um pseudo-sucesso escolar, quando o falhanço é total!
Uma tristeza a mais também na Educação em Portugal.
Ambos os países estão unidos na formação dos futuros analfabetos escolarizados e funcionais, e na destruição da Língua Portuguesa.
Pois é!
Em Portugal também se calibra tudo por baixo, com a chancela da IGNORÂNCIA!
Deste modo, nem Brasil nem Portugal terão um lugar no futuro. Serão dois países atulhados de analfabetos.
Até porque a LÍNGUA não é apenas um meio de comunicação, mas essencialmente um vector de IDENTIDADE NACIONAL e PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL de cada país.
«A Língua é um dos elementos da nacionalidade; pugnar pela vernaculidade daquela (Língua) é pugnar pela autonomia desta (nacionalidade)» J. Leite de Vasconcellos dixit.
A identidade brasileira está no modo como falam e escrevem, no Brasil, tendo-se distanciado do modo de falar e de escrever português, daí que possamos designar esse modo de falar e de escrever como Dialecto Brasileiro, seguindo todas as definições do vocábulo dialecto, sem que tal seja um insulto (como os menos esclarecidos, para não dizer ignorantes, consideram) para o Povo Brasileiro.
A identidade portuguesa, também está na sua Língua, na Portuguesa, e no modo como ela é escrita e falada na Europa.
Quando um Português e um Brasileiro estão frente a frente, num debate, apenas os surdos mentais não conseguirão ouvir as enormes diferenças fonéticas, lexicais e sintácticas da fala dos intervenientes, e essas diferenças é que constituem a base para diferenciar uma Língua de um Dialecto, e dizem: este fala Português; o outro, Brasileiro. Até uma criança diz isto.
E o que é que isto tem de insulto?
Isabel A. Ferreira
Foi usando estas expressões eruditas, referidas no título, que o mui ilustre escritor português, intelectual, crítico literário e académico, actualmente com a nacionalidade holandesa, Fernando Venâncio, comentou no Facebook, numa página intitulada «Acordo Ortográfico Não!» a Carta enviada à UNESCO Pela Salvaguarda da Língua Portuguesa como Património Cultural Imaterial, subscrita por 61 cidadãos de nacionalidade portuguesa (que integraram o núcleo inicial, mas que, em poucos dias, já aumentou para 85).
Não que eu tenha alguma coisa contra o eruditismo de tão notável intelectual, muito pelo contrário, penso que tal até lhe confere bastante prestígio, além de que o insigne académico tem todo o direito e liberdade de expressar o que lhe vai na alma.
Mas não à custa do meu nome e de falácias.
Pois o notável escritor português, que agora tem nacionalidade holandesa, escreveu o seguinte, nessa tal página do Facebook, sobre a Carta à UNESCO, que, ao que parece, leu pela rama:
«Como é possível que gente sensata como NUNO PACHECO, ANTÓNIO CHAGAS (António Chagas Dias?) e ANTÓNIO-PEDRO VASCONCELOS tenham aposto o seu nobre nome a esta abominável mixórdia (refere-se à Carta) cozinhada pela pseudo-linguista ISABEL A. FERREIRA, conhecida detractora do Português do Brasil?
«Existe actualmente uma situação absurda em Portugal, onde, de forma oculta, está a tentar-se substituir a Língua Portuguesa, conforme determinado no artigo 11.º n.º 3 da Constituição da República Portuguesa (CRP), pelo Dialecto Brasileiro», lê-se no texto.
Mais se lê: «O governo português violou a Constituição da República Portuguesa (CRP), impondo de forma brutal, autoritária, ilegal e inconstitucional, o dialecto brasileiro».
Meus Senhores e Amigos: para cozinhados indigestos, já nos chegava o próprio "Acordo Ortográfico de 1990".
Link para a Carta à UNESCO:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/movimento-em-prol-da-lingua-portuguesa-147014
também publicada no Jornal PÚBLICO, aqui:
Link para a publicação de Fernando Venâncio:
https://www.facebook.com/groups/acordo.ortografico.nao/permalink/2275121362512331/
***
Como mulher PENSANTE e LIVRE, sou frequentemente alvo do ataque de machistas que acham que a mulher foi feita para estar em casa a coser as meias do marido, ficar de boca calada, e não fazer sombra ao homem. Daí que me veja obrigada a vir a público, de vez em quando, defender-me desses ataques, não só para marcar posição, como também para pôr no seu devido lugar os que acham que as mulheres existem para serem dominadas socialmente pelos homens.
Ora acontece que, já há bastante tempo, sou o ódio de estimação do distinto crítico literário Fernando Venâncio, o qual certa vez me mandou calar, e claro, eu não me calei, fiz-lhe frente e fiz-lhe sombra, facto que ele nunca me perdoou, e isto acontece até aos mais ilustres intelectuais!
Excelentíssimo Senhor Doutor Fernando Venâncio,
Continuarei, como sempre, a fazer orelhas moucas aos que odeiam as mulheres que PENSAM, e desafio-o a mostrar-me onde encontra, no meu currículo, que é público, que sou "linguista", para dizer que sou pseudo; e exemplifique essa de ser "detractora" do que chama erradamente Português do Brasil; e justifique a designação de abominável mixórdia, para que os leitores percebam o que quis dizer com isso, e eu possa defender-me deste elevadíssimo ataque de um holandês.
Que me odeie, porque tem aversão a mulheres que PENSAM, que têm opinião, que não aceitam tudo o que suas eminências dizem, tudo bem. Estou habituada a esse tipo de ódio machista.
Mas não me calará com a sua verborreia! Entendido?
E tudo por causa do "dialecto", como se chamar dialecto ao que se fala e escreve no Brasil seja um insulto! Logo no Brasil, que é um poço de dialectos! Enfim, gostaria que as pessoas reflectissem, mas ao que vejo, reflectir é algo inacessível a muitos.
E os que mais criticam são os que menos fazem em prol da Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
Escolhemos a Hortênsia como insígnia do MPLP porque esta flor (dizem) é símbolo de devoção, coragem, determinação, dignidade, pureza de sentimento e elevação espiritual, e símbolo também da realização dos bons propósitos! Ora, o nosso bom propósito é a anulação do AO90 e a devolução da Grafia Portuguesa a Portugal.
Pois bem, o Francisco João da Silva teve a ideia. Pediu-me uma opinião. Considerei a ideia óptima. Iniciámos, então, o que concordámos denominar MOVIMENTO EM PROL DA LÍNGUA PORTUGUESA (MPLP), e em nome deste Movimento, que, forçosamente e por razões óbvias, não foi imediatamente aberto a todos, teria de haver um núcleo inicial restrito (61 subscritores), foi enviada à Directora-Geral da UNESCO, no passado dia 7 de Setembro, uma Carta apresentando uma queixa contra o Estado Português, essencialmente, pela violação da Convenção da UNESCO de 2003, para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), assente numa bem elaborada fundamentação jurídica, e, por arrasto, demos conta à UNESCO de outras violações graves, tal como a violação da Constituição da República Portuguesa (CRP) e violação da Convenção de Viena de 23 de Maio de 1969, pelo AO90, assim como a violação da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira (COLB) de 10 de Agosto de 1945, aprovada pelo Decreto-Lei Nº 35.228 de 8 de Dezembro de 1945.
Agora que Alea Jacta Est, e que a carta, traduzida do Francês, foi publicada no Jornal Público (ver aqui):
já podemos avançar para a segunda fase desta iniciativa, da qual faz parte o seguinte apelo:
Convida-se todos os que são contra o AO90, a subscreverem esta Carta e a fazerem parte do MLPL, que não deixará morrer a Língua Portuguesa.
Para subscreverem a Carta e o MLPL basta enviar, por mensagem privada, para os e-mails, que deixarei no final deste texto, o vosso nome e e-mail, e receberão todos os documentos que fazem parte desta acção, e dar conhecimento de todas as iniciativas futuras, quer a nível nacional, quer a nível internacional, que forem sendo tomadas. Estas iniciativas fazem parte da luta que continuaremos a travar, até à revogação do pseudo “acordo” ortográfico (AO90) e a consequente restauração da Língua Portuguesa em Portugal, conforme estabelecido no artigo 11, alínea 3 da Constituição, que foi violada pelos sucessivos governos.
Aguardamos, pois, a vossa adesão.
Isabel A. Ferreira
Coordenadores do MLPL e igualmente subscritores:
Francisco João DA SILVA
Isabel A. FERREIRA
Um núcleo de cidadãos, já fartos de ver a Língua Portuguesa espezinhada, decidiu enviar uma carta à Directora-Geral da UNESCO, apresentando uma queixa contra o Estado Português, pela violação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI); e, por arrasto, dar conta da violação da Constituição da República Portuguesa (CRP) e da Convenção de Viena de 23 de Maio de 1969, pelo AO90; e da violação da Convenção Ortográfica Luso-Brasileira (COLB) de 10 de Agosto de 1945, aprovada pelo Decreto-Lei Nº 35.228 de 8 de Dezembro de 1945, assente numa bem elaborada fundamentação jurídica.
A carta, enviada no passado dia 7 de Setembro, foi recebida pela UNESCO a 13 de Setembro. E é do conteúdo dessa carta que aqui damos conta.
A Carta, foi publicada no Jornal Público online, e encontra-se neste link:
A imagem é uma amostra da mixórdia ortográfica gerada pelo AO90.
Fonte da imagem:
https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/photos/a.645077242260614/1724354557666205/?type=3&theater&ifg=1
Carta à UNESCO pela salvaguarda da Língua Portuguesa como Património Cultural Imaterial
Excelentíssima Senhora Directora-Geral,
Os subscritores desta carta, de nacionalidade portuguesa, vêm por este meio, submeter à V. apreciação a denúncia da violação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), por um Estado-Membro, ou seja, por Portugal.
De facto, desde Janeiro de 2011, os sucessivos governos portugueses têm violado, inter alia, os artigos nºs. 1 (a) (b) (c) e (d), 2 parágrafo 2 (a) e 3, 11 a) e (b), 12, 13, 17 e 19/2 da CSPCI.
De acordo com o Capítulo III da Convenção (Salvaguarda do Património Imaterial a Nível Nacional) e Artigo 11 (Funções dos Estados-Membros), cabe a cada Estado-Membro tomar as medidas necessárias para garantir a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, no seu território. Com efeito, o n.º 2 do artigo 2º da Lei Portuguesa n.º 107/2001, de 8 de Setembro de 2001, sobre o Património Cultural Português, prevê «A valorização e defesa da Língua Portuguesa ". Isto é muito claro.
Mas, e de facto? De facto, nada foi feito, infelizmente! Como aliás detalhado no Anexo 3, Parte I.
Já é suficientemente grave que Portugal tenha violado vários artigos, incluindo o artigo 11.º, alíneas a) e b), da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI). E é por esta razão que os subscritores desta carta vêm, por este meio, apresentar esta questão.
Além disso, o governo português, por decisão ilegal e inconstitucional, ou seja, através da Resolução do Conselho de Ministros (RCM) de 8/2011, de Janeiro de 2011, violou a Constituição de Portugal, em particular o artigo 11.º, n.º 3, que estabelece como Língua Oficial de Portugal, a Língua Portuguesa (cf. Artigos 74.º e 9.º), ou seja, a mesma em que a Constituição foi elaborada e aprovada pela Assembleia da República Portuguesa (ver Partes I e II da Base Legal, dos Fundamentos Jurídicos, apensada como Anexo 3).
No processo, o Direito Internacional também foi violado, porque a Convenção de Viena, de 23 de Maio de 1969, que rege o Direito dos Tratados, estabelece a regra de unanimidade em relação às ratificações de um Tratado Internacional, a qual também foi violada por Portugal (ver Anexo 3 - Parte II, Ibidem).
De facto, 4 dos 8 Países de Língua Oficial Portuguesa, ou seja, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste, não ratificaram o Tratado Internacional denominado "Acordo Ortográfico" - AO1990 ", o que é manifestamente bastante significativo, provoca o caos e retira a pouca credibilidade que o chamado "Acordo Ortográfico" (AO1990) poderia eventualmente ainda ter.
Além disso, Cabo Verde rejeitou, em 2017, a Língua Portuguesa e declarou o Crioulo Cabo-verdiano como Língua Oficial de Cabo Verde, o que, aliás, está em conformidade com o «PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA», [cf. anexo 1-A], e que o colocou, ipso facto, fora dos Países de Língua Oficial Portuguesa, rejeitando assim o "Acordo Ortográfico de 1990", o que veio a aumentar o número de países que recusaram o "acordo ortográfico", estabelecendo assim uma MAIORIA de 5 países em 8, que são contra.
Como já acima referido, através de uma simples decisão do Conselho de Ministros (RCM n.º 8/2011 de Janeiro de 2011), o governo português violou a Constituição da República Portuguesa (CRP), impondo de forma brutal, autoritária, ilegal e inconstitucional, o dialecto brasileiro, indevidamente referido como "Acordo Ortográfico - AO1990", demonstrando, deste modo, abuso e usurpação de poder que não lhe são de todo reconhecidos pela Constituição Portuguesa.
Com efeito, apenas um Decreto ou Decreto-Lei pode revogar e substituir o Decreto-Lei n.º 35.228, de 8 de Dezembro de 1945, no que se refere à Língua Portuguesa e à Convenção Ortográfica Luso-Brasileira (COLB), de Dezembro de 1945. Este Decreto-Lei nunca foi revogado e não se pode, num Estado de Direito, legislar através de uma simples Resolução do Conselho de Ministros (RCM). Apesar de o Brasil ter denunciado unilateralmente esta Convenção, Portugal decidiu mantê-la, e, por conseguinte, ela continua a aplicar-se, na ordem jurídica nacional, na ausência da sua revogação. Esta e outras questões são desenvolvidas em detalhe no Anexo 3.
Esta RCM 8/2011 causou o caos linguístico em Portugal, e muitos escritores, jornalistas, jornais, editores, revistas (para se entender a extensão desta rejeição, que é muito forte em Portugal, por favor consultar as correspondentes LISTAS PÚBLICAS no seguinte link: https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/estas-sao-as-vozes-audiveis-que-gritam-137738, bem como uma grande maioria dos portugueses, todos rejeitam categoricamente este “Acordo Ortográfico - AO1990", e, portanto, não participam na destruição do Património Imaterial de Portugal, bem como na destruição da Matriz da Língua Portuguesa, decorrente do Decreto-Lei n.º 35.228, de 8 de Dezembro de 1945, portanto, em conformidade com o Artigo 11, nº. 3 da Constituição da República Portuguesa.
Como resultado da RCM 8/2011, existe actualmente uma situação absurda em Portugal, onde, de forma oculta, está a tentar-se substituir a Língua Portuguesa, conforme determinado no artigo 11.º n.º 3 da Constituição da República Portuguesa (CRP), pelo Dialecto Brasileiro, tal como definido no "PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA", de Manuel dos Santos Alves, Edição Universitária Editora Lda. (Edição de 1993), portanto uma edição posterior ao "Acordo Ortográfico AO1990" (é aconselhável consultar os pormenores adicionais no Anexo 1-A, para se entender o processo de evolução de um dialecto para uma Língua).
Há ainda a Língua Oficial Portuguesa, definida e protegida tanto pela CRP, como pela CSPCI da UNESCO, a qual é considerada pela UNESCO como “um vector do Património Cultural Imaterial" (ver artigo 2 (a) da CSPCI). E, ilegalmente, o Dialecto Brasileiro, que, de um modo natural, evoluirá para a Língua Brasileira (detalhes adicionais no Anexo 1-A), o qual é indevidamente denominado "Acordo Ortográfico" - AO1990, imposto ilegalmente pelo governo português, sob o falso e quimérico pretexto de querer UNIFICAR A LÍNGUA PORTUGUESA NOS 8 PAÍSES DE EXPRESSÃO LUSÓFONA, o que é obviamente impossível e nada desejável!
É de salientar que o altamente reputado linguista e filólogo português, Leite DE VASCONCELOS, o que mais estudou a Dialectologia Portuguesa, classificou claramente o mal denominado “Português do Brasil” como Dialecto Brasileiro (ver Apêndice 1-A, bem como o link:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/do-que-falamos-quando-falamos-do-138183
cuja fonte é o "PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA", acima indicado.
Senhora Directora-Geral, esta triste situação é única no mundo!
Isto deve ser dito publicamente, alto e em bom som, porque a classe política portuguesa, responsável por esta calamidade, não tem competência nesta matéria (o que não a impediu de ignorar as muitas opiniões negativas de linguistas e gramáticos competentes), e também não tem legitimidade para substituir a Língua Oficial da Nação Portuguesa, por um dialecto estrangeiro (que só poderia ser conjecturado, em teoria, por uma Revisão Constitucional, e isto sem a mínima probabilidade de sucesso).
Agora, deixando de lado as violações da CRP e da CSPCI da UNESCO, pelo governo português, apenas um exemplo é suficiente para demonstrar o absurdo desta situação trágica em Portugal, da qual ninguém se pode orgulhar.
Na Alemanha (e na Áustria), onde a língua oficial é o Alemão, nunca ocorreria à classe política alemã [ou à classe política austríaca] substituir a Língua Alemã, utilizando um "diktat" governamental, por um dialecto alemão, ou mesmo por um dialecto vienense, ou por um dialecto suíço-alemão, sob o pretexto absurdo e irresponsável de querer unificar a Língua Alemã em todos os países germanófonos.
O governo português quer inverter a roda da história, tentando, irresponsavelmente através de uma restrição/obrigação administrativa (a RCM 8/2011), fazer recuar a Língua Portuguesa mais de 800 anos, e reduzi-la ao estado de um dialecto! Todos nós temos o direito de nos opor e perguntar publicamente quais são as razões para a destruição do nosso Património Imaterial, protegido pela CSPCI da UNESCO.
Tudo o que foi dito acima denota, além disso, uma atitude que é, no mínimo, desrespeitosa para com os outros países de Língua Portuguesa, o que prejudica a sua diversidade linguística, social e cultural, que são fontes de riqueza cultural inestimável, e valores que certamente vos são muito caros, como Directora-Geral da UNESCO, e também como ex-Ministra da Cultura de um dos principais países da Comunidade Internacional, como a França.
Na verdade, este falso "acordo ortográfico unificador da Língua Portuguesa" conduziu ao resultado oposto, destruindo, de passagem, a Matriz da Língua Portuguesa (o seu Património Imaterial) desencadeando o caos linguístico e cultural.
Este ultraje é deplorável, e é uma situação impossível de imaginar em relação, por exemplo, ao Francês, ao Inglês, ao Árabe, ao Alemão (veja-se o exemplo citado acima), ao Castelhano etc.. A maioria dos portugueses também se opõe, de acordo com sondagens realizadas a este respeito.
Num Estado de Direito, como se supõe ser Portugal, nos termos do artigo 2º e nºs 2 e 3 do artigo 3º da Constituição da República Portuguesa (CRP), não se pode legislar (quanto mais nesta matéria), senão através de leis ou decretos-lei (artigo 112º nº 1 da CRP).
Não só o supra indicado não foi respeitado, mas também o Decreto-Lei nº 35.228, de 8 de Dezembro de 1945, que aprova a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 10 de Agosto de 1945, sobre a Língua Portuguesa, foi igualmente violado (ver Anexo 3- Parte III, Ibidem).
Este decreto-lei continua em vigor na ordem jurídica nacional, porque, até à data, não foi anulado, nem substituído por um novo Decreto-Lei!
Simples resoluções da Assembleia da República, como a nº 35/2008, de 16 de Maio de 2008, bem como o Decreto Presidencial nº 52/2008, são manifestamente inconstitucionais, e esta resolução (35/2008) no seu artigo nº 2, nº 1 e 2, legisla! E isto é proibido pela CRP (Artigo 2º e 2) e 3) do Artigo 3º) tal como, bem entendido, em todos os Estados de Direito.
Perante estes factos, chegámos a um absurdo, realmente digno de Franz KAFKA! Actualmente em Portugal coexistem duas coisas muito diferentes (ver Anexo 1-A):
1 - A Língua Oficial Portuguesa, na qual a Constituição foi redigida e publicada, e que completou 800 anos, em 27 de Junho de 2018, e, portanto, “levantou voo” há muito tempo, graças ao Rei Dom Diniz (1261-1325). É considerada pela CSPCI "um vector do Património Cultural Imaterial" (artigo 2º a), e, como tal, deve ser preservada pelo Estado Português.
2 - E o Dialecto Brasileiro, na sua forma grafada, indevidamente denominado "Acordo Ortográfico - AO1990".
Este "Acordo Ortográfico AO1990", pedimos desculpa por repeti-lo uma vez mais, é na verdade um dialecto estrangeiro, baseado na grafia do que deverá ser denominada [no futuro] Língua Brasileira (indevidamente chamado Português do Brasil). Este dialecto não pode, de modo algum, substituir a Língua Portuguesa, que é a Língua Oficial de Portugal, aquela que está consignada na Constituição da República Portuguesa (ver artigo 11º nº 3, alínea i) artigo 74º e artigo 9º da CRP, bem como o Anexo 1, abaixo referido).
Muito respeitosamente, convidamo-la, Senhora Directora-Geral, a consultar o Anexo 1-A, onde são fornecidas informações mais amplas, para a ajudar a compreender melhor o desastre linguístico, ortográfico e cultural em que Portugal se afundou!
A linguista brasileira Eni P. Orlandi, no seu livro "A Língua Brasileira outras Histórias, Discurso sobre a Língua e o Ensino no Brasil", que pode ser consultado no Anexo 1-A, lança também luz sobre esta temática, e a evolução do que inegável e inevitavelmente se transformará em Língua Brasileira. A actual grafia brasileira, a que o governo português quer impor a Portugal, assenta no "Formulário Ortográfico de 1943", estabelecido pela Academia Brasileira de Letras.
A sociedade civil, evidentemente, mobilizou-se e opôs-se a esta catástrofe nacional, um verdadeiro desastre anunciado pelo escritor Vasco GRAÇA MOURA, no seu livro «Acordo Ortográfico, a Perspectiva do Desastre (ver Apêndice 2). Tudo isto e muitas outras coisas, têm vindo a ser denunciadas veementemente, muitas vezes publicamente, durante anos, inclusive durante a campanha presidencial de 2016, por um candidato, o professor Paulo DE MORAIS, que, nos Tribunais, ganhou um processo contra três Editoras que lhe moveram acções judiciais, e foram derrotadas! Isto lança luz sobre as motivações [reais] [políticas e financeiras] que estão por detrás desta destruição do Património Imaterial de Portugal, o que mancha ainda mais a imagem internacional da Nação Portuguesa.
Desde há vários anos, em Portugal, temos vindo a assistir, com horror, ao caos ortográfico, ao aumento da iliteracia, bem como à destruição da Matriz da Língua Portuguesa, que é "um vector do Património Cultural Imaterial". "(Ver artigo 2º (a) da CSPCI) e, portanto, um factor coesivo de identidade nacional.
Senhora Directora-Geral,
Chegou o momento de tornar conhecidos, fora de Portugal, os danos (ainda não irreversíveis) causados pelos excessos de uma classe política portuguesa desacreditada e sem competência, nem legitimidade, para substituir a língua da Nação Portuguesa por um dialecto estrangeiro. É, portanto, nosso dever opormo-nos, por todos os meios legais ao nosso dispor, num Estado de Direito.
Infelizmente temos diante de nós uma parede!
Somos, portanto, forçados, por estas circunstâncias dramáticas, a recorrer a uma Instituição Internacional, como a UNESCO, com reconhecida competência para examinar a destruição do Património Imaterial de Portugal.
Infelizmente, este muro é muito mais do que um mero desleixo temporário do governo português, uma vez que nem mesmo a Constituição da República Portuguesa (CRP) é poupada, e foi, deste modo, ilegalmente modificada e republicada de forma adulterada, inclusive por Editores Privados, embora ela não possa ser modificada na sua redacção, excepto nos casos de revisão constitucional, devendo ser mantida na sua redacção original, de acordo com o Decreto-Lei nº 35.228, de 8-12-1945.
Podemos, portanto, comprovar que no site oficial da Assembleia da República Portuguesa a redacção da Constituição já foi ilegalmente modificada! Isto é inaceitável! Isto pode ser facilmente verificado clicando no link indicado no Anexo 1.
Por conseguinte, é com base em todas estas constatações de violações, claras e específicas, incluindo a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), por Portugal, que lhe apresentamos, Senhora Directora-Geral, este pedido, tendo como objectivo a preservação do Património Cultural Imaterial de Portugal.
Os subscritores desta carta, pedem, pois, a V. intervenção, na qualidade de depositária da Convenção (Artigo 37), para que, nos termos do Artigo 7, informe e chame a atenção do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, para esta situação calamitosa, no sentido de que o Património Imaterial de Portugal seja preservado e que o uso da Língua Portuguesa seja restaurado, nos termos do Decreto-Lei n.º 35.228, de 8 de Dezembro de 1945, em vigor desde 1 de Janeiro de 1946.
A UNESCO não será indiferente a todas estas violações e à destruição do Património Imaterial de Portugal.
Invocamos, portanto, os artigos 2 (a), 11 (a) e (b) 12, 13, bem como o artigo 17, 19 (2), porque é urgente restaurar o uso da Língua Portuguesa em Portugal, que, como já foi assinalado, é "um vector do Património Cultural Imaterial", de acordo com a própria definição da Convenção de 2003 para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (ver Artigo 2 (a)).
É também nosso dever informar, Senhora Directora-Geral, que, por uma questão de respeito pela função presidencial, e igualmente por cortesia, enviámos, por correio electrónico, em 29 de Julho de 2018, ao Presidente da República Portuguesa, na sua qualidade de garante da Constituição, uma parte do parecer jurídico, inserido no Anexo 3, e igualmente por razões de transparência e de lealdade para com o Povo Português, bem como para com a Nação Portuguesa.
Senhora Directora-Geral, com a finalidade de lhe facultar mais informações, bem como ao Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, incluímos:
1 - Uma exposição jurídica (Anexo 3) em Língua Portuguesa, intitulada "FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA NOSSA CARTA de 7 de Setembro de 2018, à DIRECTORA-GERAL DA UNESCO", justificando todos os itens acima;
2 - uma cópia (Anexo 4) da capa de um livro, entre tantos outros, intitulado "O ACORDO ORTOGRÁFICO de 1990, NÃO ESTÁ EM VIGOR", do Professor de Direito Internacional (Público e Privado) o Embaixador Carlos FERNANDES, que denuncia o que parece ser uma "ditadura ortográfica", ou se preferirmos, um ataque ao Estado de Direito (artigo 9º, Lei nº 34/87 (ver página 81).
Também citamos Fernando PESSOA, que proclamou em voz alta que [A SUA] "PÁTRIA É A LÍNGUA PORTUGUESA".
Antecipadamente, agradecemos muito a atenção que possa dispensar a este nosso pedido, e solicitamos que medidas urgentes e necessárias, de acordo com o Artigo 17, possam ser tomadas, para pôr fim à violação da CSPCI por parte de Portugal, a fim de salvaguardar o seu Património Imaterial, o que, consequentemente, inclui a restauração do uso da Língua Portuguesa em Portugal.
Receba, Senhora Directora-Geral, a expressão sincera e muito respeitosa da nossa mais profunda gratidão,
Coordenadores e igualmente subscritores:
Francisco João DA SILVA (*)
Isabel A. FERREIRA (**)
Outros subscritores (por ordem de assinatura e até à data de hoje):
Isabel TEIXEIRA-PEREIRA, Francisco SERAFIM, Teresa MEDEIROS, Carlos Manoel VALENTE BORGES, Manuel de Campos DIAS FIGUEIREDO, Amadeu FONTOURA MATA, David F. DELGADO, Nuno PACHECO, Manuel Alexandre L. M. PINTO MONTEIRO, Amílcar da Cunha CAGIGAL ROLO, Almeida e SILVA, Maria Delfina VASCONCELOS, Miguel Silva DA SILVA, Sérgio Manuel ALVES, Tiago F. CERIZ MATA, Ana Luísa PINTO, Helder F. MATA, Altino CARVALHO, Avantino BELEZA, Bernardo BOMGO, Carlos Augusto CASTRO, Carlos CORREIA, Carlos FONTES, Carlos MATA, Cláudio FONTOURA, Dinis F. DELGADO, Dinis M. LOUREIRO, Elijângela TAROUCO, Francisco BARREIRA, André NEVES, Maria Eugénia NEVES, Helder M. FONTOURA, Helder PONTE, Henrique MOTA, Henriques RAFAEL, Herculano J. FONTOURA, Nídia JARDIM, Artur CASTRO, José Blás DE LARA, João Cristóvão Manuel MARQUES, João ABREU, José SIDÓNIO, Júlio CARDOSO, João V. KIAMBOTE, Lopes RITA, Luís CONJIMBE, Miguel S. DA SILVA, Fernando MADEIRA, Nuno Leal MATA, Paulo CAMPOS, Seculdino, Roberto CORREIA, Tomás L. COELHO, Victor F. CORTE, Victor MANUEL, Victor Manuel ELIAS, Francisca FERRAZ, António-Pedro VASCONCELOS, António CHAGAS.
(*) Coordenador do Movimento em Prol da Língua Portuguesa (MPLP)
(**) Coordenadora do Movimento em Prol da Língua Portuguesa (MPLP)
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