Um texto de Josefina Maller
Origem da imagem: Internet
Eu não sabia o que era uma “Egrégora”. Confesso.
Contudo, quando comecei a ler um texto que me enviaram, via e-mail, não passei destas linhas:
«Se dá o nome de Egrégora à uma Força gerada por uma potente corrente espiritual e alimentada depois por intervalos regulares, segundo um ritmo, em harmonia com a Vida Universal do Cosmos, ou à uma reunião de Entidades unidas por um caráter comum.»
Recuso-me a ler textos que estejam escritos em Língua que pretende ser Portuguesa, mas falta-lhe a essência.
Em Língua Portuguesa escreveríamos:
«Dá-se o nome de Egrégora a uma Força gerada por uma potente corrente espiritual, e alimentada depois por intervalos regulares, segundo um ritmo, em harmonia com a Vida Universal do Cosmos, ou a uma reunião de Entidades unidas por um carácter comum.»
Dizem-me: «Aquele é o modo de dizer brasileiro».
Que seja. Contudo, o dizer é volátil. Ouve-se, mas não visualizando as palavras, elas deslizam pelos ouvidos, passando ligeiras, como um vento apressado, e não nos ferem os olhos.
O modo de dizer não tem fixação visual, e existem tantos modos de dizer, tantos regionalismos, que se escrevêssemos conforme falamos haveria uma infinidade de escritas. Mas uma Língua tem duas vertentes: a falada e a escrita, e para ser Língua, terá de seguir regras, que, desde que se descobriu a escrita, têm vindo a ser apuradas, acompanhando a evolução dos tempos.
Em todos os países da mal denominada lusofonia, existem milhares de modos de dizer. Se os falantes desses milhares de modos de dizer escrevessem conforme falam, não poderíamos falar de uma Língua, mas obrigatoriamente de um mistifório linguístico, babélico, a raiar o absurdo.
Fiquei a saber o que é uma “Egrégora”.
Mas esse saber deixou-me um amargo no olhar, com aquela frase onde o Português é tratado como um bastardo.
Josefina Maller
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