«O que existe na literatura que lhe confere um potencial de sedução e/ou de atracção? No ensaio O Poder da Literatura: Café Martinho da Arcada (1984-1992) da Professora Maria do Carmo Vieira, evidencia-se a necessidade de expor os alunos a textos literários, desde muito cedo, dada a sua importância na educação da sensibilidade, na formação do pensamento crítico e no incentivo à intuição e à apreciação estética da palavra. Releva-se igualmente como fundamental a partilha de experiências de leitura de um professor, factor determinante, neste caso, na criação de um expressivo elo de ligação entre alunos e o espaço emblematicamente pessoano – o Café Martinho da Arcada – de que resultou uma acção concreta, em prol da cultura e do património.»
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Comecei a ler o livro com muito entusiasmo pelo possível e plausível desfecho desta iniciativa, encetada pela Professora Maria do Carmo Vieira, que, por via da Literatura, mais concretamente da apresentação de textos literários de Fernando Pessoa aos seus alunos, conseguiu que eles se entusiasmassem pela aventura do projecto de recuperação do célebre Café Martinho da Arcada, localizado no Terreiro do Paço, e frequentado pelo Poeta, e onde ele escreveu muitos dos seus textos, à época (1983) muito degradado e em vias de fechar, como fecharam muitos outros estabelecimentos da baixa lisboeta.
O livro conta-nos, de um modo entusiasmante, esta história linda, iniciada em 1983, pela mão da Professora Maria do Carmo Vieira, que desempenhou um papel importantíssimo ao levar até aos seus alunos a Literatura. O livro é interessantíssimo, poderoso, está muito bem escrito, e conforme pode ler-se na contracapa «(...) é um manifesto apaixonado sobre o poder de a literatura inspirar novos interesses e paixões e desencadear mudanças na sociedade. Defende também o papel fundamental do professor de Português como transmissor de um legado cultural, que desafia imposições e métodos, evidenciando o contraste entre o sentido da literatura, arte da palavra, e o utilitarismo de um texto funcional».
E mais não conto, para não retirar aos leitores a surpresa que nos espera no capítulo 4. Persistência da APAMA [Associação Pessoana dos Amigos do Martinho da Arcada] e última iniciativa (1990-1991).
Para finalizar, e tendo conhecimento de que inúmeros leitores deste Blogue não adquirem livros que estejam de acordo com o imponderado AO90, deixo aqui a informação de que a autora d’ O Poder da Literatura: Café Martinho da Arcada (1984-1992), não sendo cúmplice da ilegalidade vigente, escreve de acordo com o que foi estabelecido na Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945, pelo Decreto nº 35.228 de 08 de Dezembro de 1945, actualmente em vigor, “de jure”, em Portugal.
Um livro que, por todos os motivos, recomendo vivamente.
Isabel A. Ferreira
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