Contudo, mantendo o statu quo, os políticos portugueses, além de não se livrarem de ficar muuuuuuito mal na fotografia, ficarão, de certeza absoluta, no caixote do lixo da História, se continuarem cegos, surdos e mudos aos milhares de vozes que, por A+B, já provaram que o AO90, além de ser ilegal e inconstitucional, pertence ao rol daquelas coisas estúpidas que as mentes mirradas, que conseguem chegar ao Poder, fazem, sem ter a consciência do que fazem, porque a política é como diz Eça de Queiroz:
Esta sordidez já vem de um tempo longe, com certeza, anterior até a Eça de Queiroz, um Homem dotado de uma extraordinária acutilância, que não tinha os políticos do seu tempo em boa conta, tal como eu também não tenho os políticos do meu tempo em boa conta, porque os tempos avançam, mas as mentalidades políticas não acompanham o avanço dos tempos. E temos que o Portugal de 2022, no que a políticos diz respeito, é o mesmo de 1890.
Portugal perdeu a pena, tal como o perdigão de Camões, e não há mal que lhe não venha, em quase todos os aspectos da sociedade portuguesa, e para culminar, temos uns políticos servis, sem capacidade alguma de fazer Portugal erguer-se das cinzas.
Isto vem a propósito do que me disse o Daniel.
E o Daniel disse-me: «Acho que deveríamos escrever "diccionário" como em "dicção".»
Penso que o Daniel tem toda a razão. Afinal, “dicção” e “diccionário”” têm a mesma raiz latina: “dictio”.
Existem muitas incongruências (levezinhas) na grafia de 1945, porém, nada que se compare às incongruências absurdas e imbecis que o AO90 introduziu no Português, recuando a nossa Língua para Variante dela própria.
E poder-se-ia aperfeiçoar ainda mais a Língua Portuguesa, NÃO mutilando as palavras, como preconiza o AO90, que assenta na grafia brasileira, mas repondo a etimologia de todas as palavras, nas quais, sem motivo algum do foro linguístico, foi retirada.
Outra maneira de simplificar a grafia de 1945, que continua em vigor em Portugal, seria pronunciar TODAS as consoantes, ditas mudas, por exemplo, seCtor, afeCto, direCtor, arquiteCto, teCto, excePto, recePção, etc., etc., etc., como, aliás são pronunciadas nas restantes línguas europeias.
Em vez de se desenraizar as palavras, retirando-lhes as consoantes, mantinha-se a sua origem, pronunciando-se as consoantes duplas, que têm uma função diacrítica, e TODOS, até os ACORDISTAS ADULTOS e COM CURSOS SUPERIORES, os ÚNICOS que não conseguem PENSAR a Língua, escreveriam as palavras correCtamente, sem qualquer dificuldade, e sem precisarem de ir buscar ao léxico da Variante Brasileira, oriunda do Português, as palavras que o Brasil mutila desde 1943, para baixar o índice do analfabetismo, que, aliás, continua elevadíssimo tanto em Portugal como no Brasil, e por mais reformas ortográficas que façam (aliás, são os únicos povos do mundo que mais reformas ortográficas fizeram, o que diz bastante da ignorância deles) nunca chegarão a parte alguma, excepto se cada um ficar com a respeCtiva Língua. Portugal, com a Portuguesa, o Brasil, com a Brasileira. E estaria o assunto encerrado. E não me venham falar na CPLP, que nada tem a ver com a Língua, mas com interesses meramente políticos (na CPLP só Portugal faz vénias ao AO90). Portugal é apenas o trampolim para tudo e mais alguma coisa, com a agravante de estar cheio de gente trampolineira.
Saiba-se que as palavras afeto, setor, diretor, arquiteto, teto, e todas as outras palavras mutiladas, com raríssimas excePções, pertencem ao LÉXICO brasileiro, NÃO, ao léxico português.
Há que fazer a Língua Portuguesa regressar às suas origens, e as suas origens não estão no Brasil, mas em Portugal.
Isabel A. Ferreira
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