Com a invasão do AO90 e das novelas brasileiras e da mão-de-obra brasileira (ou portuguesa “domesticada” por brasileiros?) nas televisões, tudo misturado com uma boa dose dupla da mais pura ignorância, e de um inconcebível e inacreditável desleixo, a acrescentar a uma descomunal falta de profissionalismo, a Língua Portuguesa andeja pelo buraco mais negro do Universo.
Em nenhum outro país do mundo isto acontece.
E da triste “comediação” passou-se à mais hilariante “tragediação”, e o resultado é aterrador.
Fonte da foto:
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FaCtos, Fatos e Ternos…
Em Portugal os faCtos, nos canais televisivos, são expostos por jornalistas que, normalmente, usam fatos e gravatas.
No Brasil, os fatos, nos canais televisivos, são expostos por jornalistas que, normalmente, usam ternos e gravatas.
A isto chama-se desunificação.
Mas se querem unificar a linguagem, então comecem os Brasileiros a apresentar faCtos usando ternos, porque em Língua Portuguesa faCto é um acontecimento; fato é um conjunto de vestuário feminino constituído por saia e casaco, ou vestido e casaco; ou masculino, composto por calças, casaco e, por vezes, colete, feitos do mesmo tecido.
Terno (do Latim ternus = três) significa um conjunto de três “coisas” que variam desde objectos, pessoas, cartas de jogar, e apenas no Brasil tem o significado de peça de vestuário composto por três elementos: calças, casaco e colete, feitos do mesmo tecido.
O outro significado de terno, significando ternuna, afectuoso, deriva do Latim tener = tenro, delicado.
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Agrícola e Agricultura
Devia ser obrigatório aprender Latim, para que não se dessem erros ortográficos do calibre do que se vê nesta imagem. Se soubessem que o termo agrícola vem do Latim agricola; e agricultura, vem do latim agricultura, saberiam escrever.
Fonte da imagem:
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Bussaco ou Buçaco?
Vê-se a palavra escrita de ambos os modos. E embora se aceitem as duas grafias, existindo até um Hotel do Bussaco, a grafia correCta e oficial é Buçaco, como em Mata do Buçaco. Bussaco é grafia muito antiga, que foi posta de lado, a partir da reforma de 1945, através da qual a grafia Buçaco se fixou.
Portanto, grafar Bussaco é como grafar photographya.
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Penso que a legenda da imagem seguinte não deixa espaço para qualquer dúvida:
1º Falta de profissionalismo
2º Brasil e Portugal unidos no seu pior.
No Brasil pronuncia-se o CÊ de confeCcionar (e palavras derivadas), por isso, lá, escrevem confeCcionado.
Em Portugal não se pronuncia o CÊ, logo, o CÊ não se escreveria, nesta legenda, segundo as desregras do AO90.
No Brasil, o povo menos culto dirá que os peixes foi confeccionado.
Em Portugal, nos tempos que correm, tudo é possível, a escrever e a falar. A mixórdia domina.
E esta legenda, tal como está, poderia ter sido escrita por um brasileiro menos culto ou por um português analfabeto, mas com conhecimento do alfabeto, ou seja, andou na escola, aprendeu a juntar as letras do alfabeto, mas não atina com a escrita…
REPITO: em nenhum outro país do mundo, isto acontece.
Isto só acontece em Portugal.
Isabel A. Ferreira
De joao moreira a 29 de Outubro de 2018 às 21:20
Isabel,
Qual é a data de construção/início de laboração do Hotel do Bussaco? Não será anterior a 1945?
João Moreira
Exactamente.
O Hotel é anterior a 1945, e o seu nome está grafado à época.
Não se vai agora mudar-lhe o nome.
Existia no Porto, salvo erro, não sei se existe ainda, uma Pharmacia. grafada assim.
Mas, não sendo marcas registadas, o termo Buçaco deve grafar-se com Ç.
Hoje, dizem, parvamente, que BaPtista, perdeu o PÊ. Mas quem nasce BaPtista, terá de morrer BaPtista, porque não se muda um nome apenas porque se decidiu retirar o PÊ. Isto não pode funcionar deste modo. E sem o PÊ é à brasileira.
Quem nasce ViCtor, OCtávio, QueiroZ (como o Eça) LOurdes, deve manter o nome.
O meu nome, ISabel, é grafado com S; no Brasil é grafado com Z. Isto não pode ser à vontade do freguês. Estamos a falar de uma Língua (grafada com maiúscula, para se distinguir de todas as outras línguas).
Os logótipos das empresas, se estão grafados de uma determinada maneira, ainda que seja arcaica, devem manter-se. É marca registada.
De Ricardo a 12 de Outubro de 2019 às 17:47
Falsa premissa de influência brasileira. Nunca vi brasileiros escreverem "tragediação" ou "comediação". Isso não existe no Brasil. É criação única e exclusivamente lusa. Nada tem a ver com novelas ou com a presença de redes de TV brasileiras em Portugal.
E a mesma coisa com "agrícula".
Portanto, não vale pôr a culpa nos brazucas.
Não, não é falsa, a premissa.
Nunca viu brasileiros a escreverem “tragediação”, “comediação”, “latição”? E a falar, também nunca ouviu? Pois estas palavras existem na oralidade brasileira. Não digo que os Brasileiros mais cultos e instruídos as digam. Mas o povo diz.
E “latição” (latir) ouvi-a eu da boca de uma senhora brasileira, cultíssima, cantora de ópera, pianista, palestrante, minha amiga. E como “latição”, dizia muitas mais, que agora não me vem à memória.
É preciso estar por dentro da criatividade brasileira, onde existe um talento inato para formar palavras novas, que afastem a linguagem brasileira do Português do colonizador.
“Comediação”, “tragediação”, e uma infinidade de vocábulos do género, não é uma criação nem única, nem exclusivamente lusa. É única e exclusivamente brasileira. É preciso ter vivido no Brasil e convivido com o povo, para aprender esta linguagem nova, que até tem, a sua razão de ser, se formos olhar à formação das palavras.
As telenovelas brasileiras, que passam hora sim, hora sim, na Globo, têm influenciado substancialmente o “falar”, principalmente das portuguesas, as mais consumidoras desse tipo de entretenimento, e que já não conversam, “batem papo” (os homens vão mais para o futebol). É só dar uma voltinha pelo Facebook, e ver o quanto os “brazucas” têm influenciado o povinho português.
Até se chega ao ponto, de pôr actrizes portuguesas a falar brasileiro, em novelas portuguesas, como se não houvesse boas actrizes brasileiras, para contratar. Enfim, modismos que vão sair caro ao desventurado Portugal, que está a perder a sua identidade.
O “agricula”, não sei se reparou, não está numa legenda. Está numa camisola. E a culpa aí é da ignorância que grassa no que respeita ao estudo da Língua Portuguesa. É só ver, no Facebook as profissionais de EDUCAÇÃO, conforme elas se identificam, a escreverem horrorosamente e com um palavreado de tasca-rasca. Cheio de ordinarices. E só não as publico, porque o meu Blogue é um lugar DECENTE.
As legendas nas televisões são de tal modo escritas à brasileira, que não resta dúvida, que, sendo mão-de-obra barata, e os empresários estando-se nas tintas para a correCta aplicação da Língua Portuguesa, pagam menos a Brasileiros, têm um serviço sem qualidade, e com isso vão enchendo os bolsos.
Portanto, “seu” Ricardo, a culpa não é dos Brasileiros, que naturalmente vêm para cá e precisam de trabalhar, seja no que for, e se os puserem na legendagem, eles fazem o seu melhor, e quem faz o seu melhor a mais não é obrigado, e pelo “cachê” que recebem, por que haveriam de se esmerarem?
A culpa é dos empregadores que, não tendo um pingo de profissionalismo e vergonha na cara, não contratam mão-de-obra qualificada para esses trabalhos, porque ganham mais, além de que a ordem emanada do Ministério dos Negócios Estrangeiros, é para ABRASILEIRAR o mais que se puder, a Língua que é Portuguesa, pois tal ordem faz parte de um paCto que tem por objectivo transformar Portugal numa colónia. Não sabia disso?
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