Neste Dia dos Namorados, vamos namorar.
Aproveitemos a inspiração de Orlando Machado.
O Dia pode ser romântico, mas também divertido e muito, muito sério...
Isabel A. Ferreira
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Sendo assim:
Imagem retirada da Internet
«O Dia dos Namorado
No dia dos Namorado
Nada vamos ter dji mau
Não há dolo nem pècado
O nosso amor é fatau
Ai se o meu coração fossi
Tão malandro como o seu
Faria do amargo doci
Muito mais doci qui o méu (mel)
Aqui mais ninguém si deita
Dibaixo dos nosso lençóis
A nossa cama é istreita
Nela só cabemos nóis
Si ocê mi queri a miu (mil)
Passos de ti é dizê
Este qui quando tji viu
'Parô e pô si a mexê
...
Temos outro cáxu xério
Xom Balentim caxador
Caxei um coelho, quéri o?
Eu xó cáxu pur amôre
Gustaba de t' escrebêre
Num purtuguêx cumu fálu
Cumu tu num me bais lêre
Pur Xôm Balentim me cálu
***
«Pela necessidade de a língua evoluir no sentido de *simplificação, eliminando letras desnecessárias* e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam»
Gostava de saber se este parágrafo faz parte da introdução oficial do AO90 e se é este o mote principal para esta mudança.
É que, sendo assim, haveria de perguntar:
Como simplificamos, se todas as outras línguas (Castelhano, Francês, Inglês, Italiano e outras mais) continuam com o seu vocabulário respeitando a origem?
Mais, a duplicação de letras na mesma palavra: oggetto, aggettivo...
Alguns exemplos:
Colecção / collection
Selection Selección Egypt fact
object abstraction activaty act active adjective electricity baptize reception
abstracción activar acto activo electricidad Recepción
abstraction activer acte actif adjectif électricité baptiser Réception éditeur
oggetto astrazione attivare atto attivo aggettivo elettricità battezzare reception
Orlando Machado
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Respondendo ao Orlando:
Quando os acordistas dizem que deve aceitar-se o AO90 «pela necessidade de a língua evoluir no sentido de *simplificação, eliminando letras desnecessárias* e acompanhando a forma como as pessoas realmente falam», há que salientar que:
Primeiro: desconhecem o significado de EVOLUÇÃO linguística.
Segundo: desconhecem que não pode simplificar-se uma Língua ao sabor da ignorância dos que NÃO a sabem usar.
Terceiro: desconhecem que não pode eliminar-se o que eles chamam "letras desnecessárias", porque ignoram que as consoantes não-pronunciadas (esta é a designação correcta) têm uma função diacrítica, tendo sido poupadas por esse motivo. No vocábulo ella, suprimiu-se um dos éles, por não ter função diacrítrica e não deturpar a pronúncia, ou seja, ella com dois éles ou só com um éle, pronuncia-se do mesmo modo. Já objeto sem o cê, lê-se "objêtu".
Quarto: desconhecem que ao escrever-se como se fala, a Língua transformar-se-á numa babel ortográfica, apenas para os básicos.
Quinto: quem não tem capacidade intelectual para PENSAR a Língua, jamais conseguirá aprendê-la, logo, NÃO pode projectar essa incapacidade para os que têm capacidade intelectual para PENSAR a Língua, e não é preciso ter-se um QI superior a 85.
Sexto: os acordistas desconhecem que os outros Povos, que têm Idiomas da mesma Família linguística da Língua Portuguesa, não são parvos, nem são governados por políticos com vocação reptiliana.
Isabel A. Ferreira
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(1) Com esta pequena frase "Aderi ao acordo ortográfico", como se poderá depreender, depois de lido o poema, pela questão que põe, o Orlando Machado, pretendeu ironizar, porque o que se segue à frase é o argumento parvo que os acordistas dão para justificar a adesão ao AO90. Obviamente, o Orlando Machado abomina o abominável aborto ortográfico.
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