E uma pessoa faz uma pausa pascal, e quando regressa, leva com isto!
Quando li esta coisa no meu e-mail, disse cá para mim: isto só pode ser é uma fake new (assim em inglês, porque não um anglicismo, quando se anda por aí a obrigar os portugueses a escrever à brasileira, e ninguém diz nada?) Mas não, a notícia deste vergonhoso procedimento, foi publicada aqui:
O registo civil obrigou cidadãos a mudar a grafia do nome, em nome do falso acordo ortográfico, e quem nasce Victor passa a ser Vítor e os Baptistas, a Batistas, e as Lourdes, a Lurdes.
E eu nem posso acreditar nisto:
Aquando da renovação do cartão cidadão (CC), um número apreciável de cidadãos viu-se obrigado a trocar a grafia do seu nome para ficar em conformidade com o acordo ortográfico de 1990 pelo Instituto dos Registos e do Notariado (IRN)?
E esses cidadãos permitiram, aceitaram que lhes mudassem o nome? A desinformação será assim tão descomunal?
Isto é inconcebível, e só num país onde a estupidez e a ignorância (ao mais alto nível) reinam, tal coisa pode acontecer. Em mais país nenhum do mundo, nem no mais atrasado país dos confins do mundo, esta inominável “coisa” acontece. Só mesmo em Portugal, onde a mais básica racionalidade deu lugar à mais afrontosa irracionalidade.
Já somos motivo de chacota, na Europa e no Mundo, pelos mais variados motivos. Faltava mais este. E o que virá mais?
Portugueses com cês (ViCtor) e pês (BaPtista) e ous (LOUrdes) nos respectivos nomes: ninguém tem o poder de obrigar-vos a mudar o vosso nome de registo civil. Se isso acontecer, recusem-se a mudar o nome, e se insistirem, recusem-se a sair do recinto, até que reponham o nome correCtamente, e se chamarem a Polícia, digam à Polícia para vos apresentar a LEI que vos obriga a mudar o nome com que foram registados, quando nasceram. E se ainda assim, nada disto trouxer luz à escuridão em que vivem os servilistas, saiam do Registo sem renovar o CC, mas recusem-se a obedecer a uma tal ordem irracional, porque isso faz parte de uma estupidez descomunal, até porque os nomes próprios não estão incluídos nessa abominável lista de mudança de grafia, a que chamam AO90, assente na grafia brasileira, que mutilou as palavras apenas para facilitar a escrita, e isso não é motivo para se destruir uma Língua. E muito menos os nomes próprios.
E não se tenha pejo de chamar os bois pelos nomes. As palavras existem para serem usadas de acordo com as circunstâncias. E nestas circunstâncias, as palavras mais adequadas são precisamente estupidez, ignorância, parvoíce, irracionalidade. Das mais puras e duras.
Imagine-se agora, os imigrantes, oriundos de todas as partes do mundo, que se instalam em Portugal e têm filhos nascidos em Portugal, terem de mudar a grafia dos seus nomes de origem, para se adequarem à parvoíce de uma norma que impõe a mudança da grafia dos nomes com que foram registados ao virem a este mundo!
Se um brasileiro, de nome Danyel ou Arthur, (que os há), quiser naturalizar-se português, terá de deixar de ser Danyel ou Arthur? Porquê?
Eça nasceu Queiroz, mas há quem lhe grafe o nome Queirós, e a isto chama-se violação de identidade.
No Brasil, grafa-se o meu nome Isabel com Z (Izabel) e eu jamais permitiria deixar de ser Isabel, porque nasci Isabel. Na minha certidão de nascimento estou registada como Isabel. Nenhuma política me faria grafar o meu nome com Z. Jamais.
Este modismo, instalado por aí como uma praga, só é igualável a outra descomunal parvoíce: a de não se poder mandar às malvas o AO90, por causa das criancinhas, como se as nossas criancinhas fossem muito estúpidas e não pudessem desaprender, com uma perna às costas, a grafia brasileira, e começar a escrever correCtamente a grafia da sua Língua Materna, até porque o Português original é muito mais fácil de aprender do que a sua fotocópia mutilada: o AO90)
E não se esqueçam disto, quando ficarem parvamente sós, a braços com a fotocópia do Português.
Isabel A. Ferreira
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