A revista SÁBADO, na sua edição do dia 04 de Março, pediu a várias personalidades que dessem ideias novas e conselhos para o novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.
Então, na página 66, podemos ler o conselho mais lúcido que, actualmente, poderia ser dado ao Presidente da República Portuguesa, tão alheado que anda de uma questão de extrema gravidade, e que está a por em causa a soberania nacional.
Origem da imagem: Mário Cruz/Lusa
O conselho é do Dr. António Bagão Félix, e é o seguinte:
5
BAGÃO FÉLIX
O ex-governante quer “desenterrar” uma polémica.
Talvez seja desenterrar, de facto, ou quase, admite: mas o que pretende é mesmo que o Presidente traga, de novo, à luz do dia a questão do Acordo Ortográfico, «enquanto não vai para o crematório». E argumenta: «é extraordinário que as posições de especialistas, de deputados, e até dos cidadãos, expressas numa petição não tenham resultado. E não faz sentido que Angola, Moçambique e Timor não tenham aderido, o Brasil aderiu à sua maneira, e em quase nada, e nós esqueçamos esta questão de soberania nacional».
E deixa uma discreta farpa: «O Presidente já se interessou por tantas questões de menor importância que esta…» (Revista SÁBADO, pá. 66)
Verdade.
No seu primeiro mandato, Marcelo Rebelo de Sousa andou sempre por aí, metido em todas as questões, no que devia, e até no que não era da sua competência.
Muitas vezes foi confrontado com a questão do AO90, em privado e em público (eu própria o questionei em várias Cartas Abertas e privadas) e o silêncio a que se remeteu só teve o efeito contrário àquele que ele próprio pretendeu, pois sempre se ouviu dizer que quem cala consente. E posto diante das inúmeras alusões ao facto de estar a violar a Constituição da República Portuguesa, ao aceitar a fraude mais do que comprovada, que todos sabemos ser o AO90, o seu silêncio o que significará, senão o de consentir o erro?
Mas não é apenas o Dr. António Bagão Félix que quer que Marcelo Rebelo de Sousa traga à luz do dia a questão do Acordo Ortográfico. Querem também os milhares de Portugueses, espalhados pelos quatro cantos do mundo, que se sentem defraudados e envergonhados com a mixórdia ortográfica em que se transformou a nossa Língua Portuguesa, que já nem sequer é Portuguesa, tendo, aliás, desaparecido, por completo, do Universo Internético.
Eu, pessoalmente, também quero que o Presidente da República Portuguesa traga à liça a questão do AO90.
Em 2019, por duas vezes, propus-lhe uma entrevista para que me respondesse apenas à seguinte pergunta:
Porquê o Presidente da República Portuguesa não defende a Língua Portuguesa, como é de seu dever, ao fazer o seguinte juramento: «Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa», na sua tomada de posse, em 2016 e, nesta matéria, sendo o AO90 uma fraude, mais do que comprovada, ilegal e inconstitucional, como o afirmam TODOS os juristas, não só não está a desempenhar fielmente as funções em que ficou investido, como não está a defender, a cumprir e a fazer cumprir a CRP?
A resposta foi o mais profundo silêncio. Sempre o silêncio.
Contudo, queremos e merecemos saber, da boca do Presidente da República, por que motivo Portugal está a perder a sua soberania nacional, cultural e linguística, ao rastejar por aí, sem rei nem roque, e sem Língua que o represente?
É que uma Língua não é apenas um meio de comunicação. Uma Língua é essencialmente um vector de Identidade Nacional e Património Cultural Imaterial de cada país.
Ou isto não é da competência de um Presidente da República?
Esperemos que, sendo Bagão Félix a dizê-lo, o PR saia da caverna e venha explicar o motivo por que deixou chegar a Língua Portuguesa à condição de farrapo linguístico.
Porque muitos de nós já fizemos tudo para que ele desencavernasse, e nada.
A culpa deve ser tanta, que não aguenta a LUZ.
Isabel A. Ferreira
. A novilíngua imaginada na...
. «A língua portuguesa amer...
. Intolerável: no tradutor ...
. AO90, segundo Jorge Lemos...
. Intolerável: no tradutor ...
. RTP Notícias: Luís Monten...
. João Barros da Costa dixi...
. Dra. Índigo Brasileira di...