De Isolete Calheiros a 10 de Janeiro de 2016 às 19:47
Muito bem Isabel. Também fiquei horrorizada com a ignorância e a ligeireza com que Antº Costa "despachou" o assunto. Tal como Malaca, Costa não é português, nem sequer europeu. Não admira que não sinta qualquer apego ao Português.
Isolete, António Costa nasceu em Lisboa. É um português, neto de Goeses.
A ligeireza e o pouco apreço que ele demonstrou ter pela Língua Portuguesa tem outras origens, menos nobres, do que a de ser descendente de Goeses.
Malaca é da Covilhã. O que o move também não é o amor à Língua Materna.
Quando o poder dos €€€€€€€€ se levanta, o resto para eles não interessa. São capazes de vender qualquer coisa.
De Arsénio Sousa Pires a 10 de Janeiro de 2016 às 20:00
Uma vergonha essa intervenção de António Costa.
Mas ele nem sequer sabe que, desde sempre, os nomes próprios não seguem ortografia?
No tempo dele escrevia-se Luiz? Também hoje e, no futuro, também. E Sophia e Lygia...
Ele nem sequer sabe o que é o AO90.
A posição dele é NIM. Uma vergonha!
Parabéns pela excelente e bem redigida carta que lhe endereçou. Certeira!
Obrigada, Arsénio.
Um Primeiro-ministro que assim fala envergonha o país.
Esperei que ele tivesse mudado, ao unir-se ao BE e ao PCP.
Mas pau que nasce torto morrerá torto.
Ficou claro que ele NÃO SABE o que é o AO/90. Mas defende-o.
Porquê? Temos a legitimidade de pensar, de acreditar no que se diz: está vergado ao lobby editorial.
De Jorge Soares a 11 de Janeiro de 2016 às 14:16
Muito bem !
Não critico somente a posição de A. Costa, que por ignorância deve achar o assunto irrelevante para os seus objectivos políticos.
Critico igualmente, os Malacas Casteleiros deste pobre país e os últimos governos que tiveram uma posição cobarde e subserviente neste assunto tão importante.
Deixo aqui um Louvor de gratidão a Vasco Graça Moura, que se bateu até morrer contra esta bestialidade que é o AO90 !
Congratulo-me que os Palops africanos sejam mais inteligentes que esta "elite" nacional.
Subscrevo inteiramente as suas palavras, Jorge Soares.
Também me congratulo que os restantes povos lusófonos africanos estejam a ser muito mais inteligentes do que este nosso mentalmente pobre governo português.
De
APC a 11 de Janeiro de 2016 às 19:45
Gostei do que li. Só me desvio de si um bocadinho, nesta passagem:
"Os livros para crianças ora são colecções (e muito bem) ora coleções - devendo ler-se col’ções (e muito mal)".
Não haveria por que ler-se o "e" fechado. Nem em "coleções", nem em "receção", nem em "espetador", enfim... Quem sabe falar, sabe falar. Sabe que o "a" é aberto em "activo", mas fechado em "actividade". Que "espeto" pode ser substantivo e forma verbal conjugada, e por isso com o "e" do meio fechado ou aberto, respectivamente. Sabe pronunciar a palavra "este" quer se trate de um pronome demonstrativo, quer de um ponto cardeal. Assim como "molhos", consoante se trate de um punhado ou de um tempero. Pronuncia de forma distinta o "o" de bordo, de acordo com o sentido que pretende, e sem necessidade de nenhum sinal diacrítico. Sabe de cor o que cor quer dizer (de memória ou colorido) quando o diz e/ou escreve.
Sabe que há duas sedes, dois pregares, um e uma colheres, duas formas de ser pegada; e, por cada uma destas díades, duas formas de pronunciar. :-)
Não, não temos que fechar as vogais só porque nada de gráfico existe a abri-las. A prova é que os "e" de "decreto”, “repleto”, “completo”, “discreto" e outros nunca perderam a sua abertura. Ao contrário de “amuleto”, “coreto”, “graveto”, “carreto”, etc. É assim porque é assim, ou seja, porque a língua é um conjunto multi-pluri-factorial, constituída por uma panóplia de dimensões e estudada por uma miríade de disciplinas. A ortografia é só uma parte.
Abrimos as vogais em “ilação”, “dilação”, “colação” ou “inflação", “especar” e “especular, "aquecer e esquecer", e não teríamos por que o não fazer em “projeto”, “dialeto”, “coação”, “receção”, “espetador”, "coleção", etc.
Sabemos, portanto (porque aprendemos), a vocalizar as inúmeras palavras que não contêm qualquer sinal diacrítico: “credor”, “caveira”, “padeiro”, “geração”, “mestrado”, “relvado”, “esfomeado”, “retaguarda”, “agachar”, “absorver”, “invasor”, “relator”, “retrovisor”, “comboio”, etc.
Porque abrimos o "o" em fogos e povos? Quem no-lo manda fazer? E como sabemos que o "e" de "peras" é fechado? Onde andam os sinais que nos levam a dizer “tu morres e eu morro” ou “ele é um estorvo porque estorva”?
... Tudo isto para dizer que a pronúncia das palavras não encontra (nunca encontrou) total espelho na grafia (nem na nossa língua, nem nas demais), saindo fora dela e sendo alimentada por outras vias.
Deixo-lhe a minha opinião. E os parabéns pelo texto.
E um abraço.
APC,
Agradeço este seu comentário.
Existe uma história por trás do motivo pelo qual pronunciamos umas palavras de um modo, e outras palavras quase idênticas (quase) de outro modo. Diz-me quem percebe mais da Língua Portuguesa do que eu.
Por isso, todas as vezes que nos deparamos com um ASPETO, forçosamente devemos ler aspÊto. Dizem-me. E com COLEÇÃO, a mesma coisa: col’ção.
Cada palavra tem a sua própria história. Por que dizemos “môlhos” e “mólhos”? Não é porque sim. Existe uma história, e com todas as outras palavras que referiu, também.
Por isso, quando nos deparamos com “projeto”, “dialeto”, “coação”, “receção”, “espetador”, "coleção" devemos modificar a pronúncia, não porque sim, mas porque as letras suprimidas têm uma função específica que faz abrir as vogais. Diz quem sabe.
Se o que disse é apenas a SUA OPINIÃO, sugiro que procure um especialista na matéria, e se informe melhor. Se não é… não sei o que diga mais. É que ou existem regras gramaticais… ou não existem. Se não existem então cada um fala e escreve do modo que quiser… aliás estamos quase, quase mergulhados nessa balbúrdia ortográfica.
Com esta nova MANIA de grafar as palavras retirando-lhes as letras mudas, para facilitar a aprendizagem dos mais empacados, teremos de mudar a nossa pronúncia e dizer: projÊto, dialÊto, coÂção, rec’ção , esp’tador, col’ção, arquiÊto, tÊto, enfim…
E isto NÃO É a MINHA OPINIÃO… É a história das palavras (ponho as coisas nestes termos devido à grande iliteracia que corre por aí, e é para que todos percebam logo à primeira o que se escreve) …
Obrigada, pelos parabéns. E um abraço desacordista.
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