Atentem na “conversa” inserida nesta imagem, que ilustra o artigo «Reforma ortográfica da língua portuguesa», no Blog do Catarino, de onde retirei o texto que se segue.
As falas das personagens, com pronúncia italiana, não estão ali por acaso.
(As anotações a negrito, no texto do Catarino, são minhas).
Ma dove siamo noi? In Brasile o in Italia? (Isabel A. Ferreira dixit)
«Reforma ortográfica da língua portuguesa.
Hoje, no primeiro dia do ano 2009, vamos ter que nos acostumar com a mudança ortográfica da língua portuguesa. Mas somente a escrita no Brasil, único país que já implantou as alterações. Portugal, o segundo maior país que fala português, ainda não iniciou as alterações propostas.
Portugal, ( que não é o segundo maior país que fala Português) não iniciou em 2009 as “alterações” propostas, mas depois de umas “negociações” à porta fechada entre políticos, nomeadamente o Itamaraty e o ministro dos Negócios DOS Estrangeiros de Portugal, e editores e livreiros, de ambos os países, iniciou-as em 2011, ilegalmente).
Vim em uma reportagem feita na TV Globo que os intelectuais de Portugal são contra as reformas, pois consideram que está havendo um abrasileiramento da língua.
(Só os ignorantes e cegos mentais é que ainda não se deram conta de que a ortografia proposta no falso acordo ortográfico é a ortografia brasileira).
Não sei dizer se as alterações irão facilitar a nossa escrita, pois as alterações se referem à acentuação gráfica e uso do hífen. Mesmo que as alterações sejam pequenas o gasto com impressões de novos livros didáticos, dicionários será grande.
(Espero que aqui tenham ficado bem claras as únicas alterações que os Brasileiros têm de fazer para que o falso “acordo” seja cumprido: acentuação gráfica e hífens. Unicamente. O resto, a supressão das consoantes mudas em vocábulos italianizados (recepção escapou, porque os italianos dizem «reception», e os acordistas portugueses, muito inteligentemente, escrevem receção, porque em Portugal não se lê o pê, dizem eles) mantém-se inalterável para os Brasileiros).
Na prática não haverá nenhuma unificação, pois os demais países não irão seguir de imediato as alterações acordadas.
(Nem de imediato, nem nunca. Por alma de quem os Angolanos, Moçambicanos e os restantes povos (por enquanto) lusófonos irão adoptar a ortografia brasileira, quando têm, nos seus países, dialectos riquíssimos? Foi o que já aconteceu em Cabo Verde, que adoptou o Crioulo cabo-verdiano como primeira língua e o Português como língua estrangeira. No que fazem muito bem).
O mais difícil é ver como natural uma palavra que tinha acento e não tem mais, como idéia que o Word insiste em colocar acento, mas não tem mais.
(Pois é… unificar o quê? Para quê? Para quem?)
in
Neste link:
http://www.blogdocatarino.com/2009/01/reforma-ortogrfica-da-lngua-portuguesa.html
***
A Ignorância é uma senhora que se agarra a qualquer um, desde que esteja disponível: seja homem ou mulher, de qualquer estrato social ou cultural. E em Portugal, muitos andam agarrados a esta senhora.
A babel ortográfica já se instalou em Portugal, e apenas em Portugal, porque mais nenhum país lusófono se vergou à parvoíce de um "acordo" que não é acordo nenhum, e apenas uma minoria inculta o adoptou em Portugal, porque é mais simples escrever como se fala (e como se fala mal!) do que ESTUDAR a Língua Portuguesa na sua Matriz Culta e Europeia e escrevê-la tal como os Ingleses escrevem a Língua Inglesa, os Alemães, a Língua Alemã, os Franceses, a Língua Francesa, os Espanhóis, a Língua Castelhana. Nenhum destes povos jamais faria um acordo ortográfico para adoptar a ortografia de uma ex-colónia, que se tornou um país livre e pode e deve caminhar pelo próprio pé.
Apenas os portuguesinhos, com cérebros mirradinhos, em Portugal, são incapazes de PENSAR a Língua e escrevê-la na sua complexidade, que nem chega aos calcanhares da complexidade, por exemplo, das Línguas Alemã e Inglesa, quanto a consoantes mudas. Vão pelo simplex socratês.
Serão os portugueses menos dotados para aprender uma Língua integral?
Não serão todos menos dotados. Mas, e a minoria que servilmente, apressadamente e parvamente decidiu adoptar a ortografia brasileira (e atenção! não estou a desmerecer a ortografia brasileira porque foi uma opção deles, capisci! só que nós não temos nada com isso) sem pensar, sem questionar, sem reflectir… O que pensar dessa minoria?
E o que pensar do nosso presidente da República, que nem cumpre nem faz cumprir a Constituição?
E o que pensar do nosso primeiro-ministro que não ata nem desata, nesta questão do falso “acordo”?
E o que pensar do ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, que guarda a sete chaves o segredo das negociações com o estrangeiro?
Quem estarão eles a servir?
Isabel A. Ferreira
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