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De Joana a 19 de Setembro de 2022 às 11:55
Bom dia Dona Isabel!
Espero que se encontre bem.

Tenho mais algumas diferenças léxicais para adicionar à sua lista, juntamente com dois reparos. Penso que covarde, ainda que seja pouco utilizado, ainda exista em Portugal, como acontece com: oiro/ouro, toiro/touro. Nunca ouvi ninguém dizer histórias aos quadradinhos, mas sim banda desenhada (BD).
Outros exemplos: sutil/subtil, te amo/ amo-te, Irã/Irão, súdito/súbdito, maquiagem/maquilhagem, exterior/estrangeiro, zumbi/zombie, sobrenome/apelido, esse/este, Em uma/Numa, cachorro/cão, mouse/rato, tela/ecrã, abacaxi/ananás, resfriado/constipação, xícara/chávena, carpatos/atacadores.
Embora existam algumas diferenças léxicais dentro do nosso próprio país e nas PALOP.s, não é na quantidade que existe no Brasil
O que se fala no Brasil já diferenças suficientes para ser uma língua diferente, a qual teve origem na língua portuguesa.
Um amigo brasileiro disse-me que na escola não existe o tu nem o vós é a referência é o dialecto de São Paulo. No entanto, já ouvi vários brasileiros (inclusive nas telenovelas brasileiras) dizerem coisas como : tu ouviu? Tu é burro! Outras vezes, usam o discurso todo em você mas utilizando palavras exclusivas dum discurso com tu, por exemplo: contigo (consigo não existe no Brasil), te amo, me dá em vez de dê-me. Escrevem Meus pais em vez de Os meus pais, por exemplo.

Isto não acontece no português falado e escrito nas PALOP.s e em Timor. Além disso, uma criança portuguesa que esteja diariamente a ver artistas angolanos, por exemplo, não vai falar com sotaque nem usar vocabulário exclusivo do português de Angola (equivale a uma criança lisboeta ouvir constantemente alguém do Porto ou dos Açores a falar), ao contrário do que acontece quando ouvem brasileiros (é semelhante ao que acontecia quando uma criança portuguesa vi o cartoon network em inglês no meu tempo, aprendia inglês).
O que se fala no Brasil já devia ser chamado de língua brasileira e não língua portuguesa.

De Isabel A. Ferreira a 20 de Setembro de 2022 às 15:58
Boa tarde Joana.

Eu estou bem. Obrigada. Espero que a Joana também esteja.

Agradeço os seus reparos e os seus acrescentos.

O termo coBarde, vem do francês “couard”, que nós, portugueses, aportuguesámos para “coBarde, com bê. A palavra coVarde também existe, mas são os brasileiros que a usam, porque a americanizaram de “coward”.

Quando à designação “histórias aos quadradinhos” está correcta, e era deste modo que no meu tempo de criança se dizia. O uso da designação Banda Desenhada apareceu muito depois, e hoje já ninguém diz “histórias aos quadradinhos”, assim designada porque as histórias eram desenhadas em quadradinhos. E BD ou “histórias AOS quadradinhos é exactamente a mesma coisa. Os brasileiros dizem isto de um modo diferente, o que não significa que esteja errado. É simplesmente um outro modo de dizer, que NÃO é o nosso.

Acrescentei algumas das diferenças que mencionou, porém, abacaxi é um termo que vem do tupi-guarani, e é uma variedade de ananás do Brasil. E o ananás é um fruto tropical que tem várias espécies. E dizem que há diferenças entre um abacaxi e um ananás. Eu não os distingo.

Nós por cá também dizemos resfriado, que é sinónimo de constipação.

Não encontrei o termo “carpatos” para designar atacadores.

Existem algumas diferenças lexicais até dentro do nosso país como estrugido/refogado, porém são sinónimos. Mas na lista que apresento não há sinónimos, mas sim diferenças que nos conduzem para um outro tipo de linguajar.

Concordo consigo: o que se fala e escreve no Brasil já não é Língua Portuguesa, mas uma língua que se originou a partir da Língua Portuguesa. Daí que tenha de ser chamada Brasileira.

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