Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025

Dizer «"Portuguesas e Portugueses" é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante», diz Miguel Esteves Cardoso, e dizem todos os que conhecem a Língua Portuguesa

 

E quando o primeiro-ministro de Portugal, mas não só, nos seus discursos inflamados, se dirige às “portuguesas e portugueses”? Um governante, que deveria conhecer a Língua do País que governa? É um murro que dá a todos os Portugueses que sabem o que significa a palavra “Portugueses”.

 

Assim como Miguel Esteves Cardoso se irrita ao ouvir a piroseiraportuguesas e portugueses” eu também me irrito, e quando ouço gente instruída (gente que tem um curso superior) a dizer essa parolice nas televisões, apetece-me atirar-lhe o bibelot mais próximo de mim. Bibelot, assim mesmo, à francesa, porque o aportuguesamento desta palavra elegante, visualmente é outra pirosice: bibelô.

 

Sobre dizer "portuguesas" e portugueses", no começo de um discurso, Carlos A. Coimbra, cidadão português, radicado no Canadá, diz o seguinte, e eu subscrevo: «O que isso mostra é a ignorância dos portugueses, duma maneira indirecta: é que quem diz 'as' e 'es' tem medo que o povo inculto ache que o sexo feminino é ignorado se se disser só Portugueses! Protege-se, dizendo a asneira, e assim ainda aumentando a ignorância...»

 

Tal e qual...

 

Isabel A. Ferreira

 

MEC.jpg

 

Texto de Miguel Esteves Cardoso

Da inevitabilidade!... Agora, também nos discursos dos candidatos às eleições autárquicas!

IMOJI.png

"Portuguesas e portugueses" é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante.

Calem-se!

 

Cada vez que alguém, prestes a dirigir-se à população, arranca com "portuguesas e portugueses" dou comigo a gritar um grito fininho que me dá cabo dos ouvidos.

 

Cerro os punhos e rosno quando são machos com aquela condescendência oitocentista de dizer "portugueses e portuguesas" com a entoação de quem se orgulha em mostrar que se é moderno ao ponto de não se esquecer das mulheres. Diz aquele sorriso meio-engatatão, meio-paternal: "Ah pois! Eu faço questão de incluir o mulherio!"

 

Vamos lá por partes. Somos todos portugueses. Todos nós, seja de que sexo ou de que sexualidade formos, somos portugueses. Somos o povo português ou a população ou a nação portuguesa.

 

Como somos todos portugueses quando alguém fala em "portugueses e portuguesas" está a falar duas vezes das mulheres portuguesas. As mulheres estão obviamente incluídas nos portugueses. 

 

Mas, ao falar singularmente das portuguesas, está-se propositadamente a excluir os homens, como se as mulheres fossem portugueses de primeiro (ou de segundo, tanto faz) grau.

 

Somos todos seres humanos. As mulheres não são seres humanas. Quando se fala na língua portuguesa não se está a pensar apenas na língua que falam as portuguesas. É a língua dos portugueses e doutros povos menos idiotas.

 

"Portuguesas e portugueses" não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho.

MEC

Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10235081054699605&set=a.10204307947471157

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:12

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