Domingo, 22 de Setembro de 2024

Dra. Índigo Brasileira dixit: «Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acordo ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos!

 

Recebi um comentário da Dra. Índigo Brasileira – PDA ao comentário de Helion, cidadão brasileiro, ao meu texto [clicar no link] indicado mais abaixo, o que me obrigou a destacá-lo por conter afirmações muito interessantes, que poderiam passar despercebidas aos leitores, e são importantes para compreendermos o que aqui está em causa.

 

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Dra. Índigo Brasileira - PDA respondeu a um comentário no post NÃO existe Português de Portugal vs. Português do Brasil, muito menos Variante do Português de Portugal. Enquanto insistirem nestes antilogismos a Língua Portuguesa continuará a ser vilipendiada... (Parte I) às 04:16, 11/09/2024 :

Você e uma esmagadora maioria de brasileiros são descendentes de europeus, principalmente portugueses... Desde quando alegar descendência europeia virou um novo tipo de "carteirada"? Só explicando sobre o modo de expressão da autora: o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade... Trabalho como advogada na causa TDAH (PHDA em Portugal) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados... Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem... Sobre termos a Língua Brasileira: já passou da hora de quebrar esse acor do ortográfico, né? Pense na quantidade de analfabetos funcionais que o Brasil tem por principalmente falarmos muito diferente de como escrevemos! Tem um tal de O(c)távio dos Santos q tem ideias tão tiranas aqui no SAPO sobre como o Brasil sempre será "mérito" de Portugal, quanto àqueles que bem sabemos o q fizeram com Tiradentes na inconfidência Mineira... Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio nunca respeitarão a nossa identidade e independência. Não faço ideia de qual é a sua idade, mas cabe aos 30tões e 40tões da minha geração refletir sobre o nosso papel enquanto nação brasileira (mais evoluídos intelectualmente, com uma das melhores tecnologias democráticas disponível para o cidadão do mundo e com melhor consciência social/humanitária) sobre essa Independência Brasileira q parece hj em dia ter sido só um pano quente colocado pelos colonizadores pra "evitar a fadiga". Sabe a quantidade de exploraç� �o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea? Dá um Google q vc vai ficar surpreso! As línguas indígenas nativas estão na lista de Línguas em Perigo de Extinção da UNESCO, o Brasil em todo o seu território fala aproximadamente 210 línguas de maneira miscigenada, é uma das Línguas mais ricas em cultura do mundo! Manter essa "escravidão" de identidade linguística com Portugal, é contribuir para que os nossos amados indígenas percam também a cultura tão rica que eles preservaram com SANGUE e suor desde 1500... Pode até parecer um discurso de pura bobagem e idealismo meu, mas nada nesse mundo faz mais meu coração bater do que o nosso país... O Brasil é meu verdadeiro amor, "Nem teme quem te adora a própria morte, Terra Adorada!" - eis a declaração de uma verdadeira patriota, que não tem lado político NENHUM! Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção.

***

Dra. Índigo Brasileira -- PDA, começo por agradecer o seu comentário.

No entanto, não percebi onde quis chegar com algumas das suas observações, como por exemplo esta: « (...) o português deles é tão distante do brasileiro que a maneira que eles se expressam soa como agressivo ou grosseiro, mas não é sempre uma realidade...»

Não vejo, na maneira como um português se expressa, nem agressividade, nem grosseirismo, a não ser quando está furioso com o interlocutor, mas penso que isto é comum a todos os Povos.

 

Também não percebi esta ideia: «(...) e percebo que por conta da língua utilizada por eles ter menos expressões devido o brasileiro ter linguagem miscigenada, que nós temos o que chamamos de "polidez" simultaneamente porque temos mais palavras para nos expressar da maneira q estamos acostumados».


A frase está muito confusa, mas dá para ver que isto NÃO é verdade. O Português NÃO tem menos expressões do que o Brasileiro, muito pelo contrário. O Português é uma Língua riquíssima em expressões e vocábulos, e não vejo onde está a “impolidez” do Português vs. a “polidez” do Brasileiro, a não ser por, como é hábito dos brasileiros, usarem determinadas palavras com um sentido totalmente diferente do seu significado original.

 

Também não percebi esta passagem «Antes eu via num português "X" uma maneira extremamente direta e quase q invasiva ao tentar flertar comigo, mas percebi que não; eles se expressam conforme o vocabulário da nação deles permitem...» (????)


No vocabulário português, para “flertar” [o vocábulo é brasileiro, em Português dizemos namoriscar ou namoricar, cortejar, galantear] existem “ene” maneiras de nos expressarmos, porque o Português é muito rico nessa matéria. Poderá ser muito diferente do Brasileiro, e isto é muito natural, porque as duas Línguas foram enriquecidas pela linguagem de Povos com origens completamente diferentes, nos dois países.

Concordo consigo, quanto à Língua Brasileira e na eliminação do “acordo ortográfico”, que de acordo nunca teve nada, muito pelo contrário, foi um desacordo total, e o que estava bem nas duas Línguas, passou a estar mal apenas no Português, graças a anuências obscuras entre políticos ignorantes d’aquém e d’além-mar.

Também concordo consigo, exceptuando a referência ao “tal O(c)távio” quando diz: «Vejo que se permanecermos na inércia como estamos desde 1822, pessoas como o tal O(c)távio, nunca respeitarão a nossa identidade e independência».


Não será apenas o Octávio [é deste modo que se grafa o nome do jornalista Octávio dos Santos, que, para sua informação, é uma pessoa culta e informada] que não respeitará a identidade e a independência brasileiras: somos todos os que esperavam do Brasil independente, livre dos grilhões da ex-colónia, mais respeito pela Cultura, pela História e pela Língua do ex-colonizador, que o deixou cheio de ferramentas, para que pudesse evoluir. O Brasil já devia ter cortado o cordão umbilical com Portugal e seguir a sua vida, pelo próprio pé, sem estar agarrado à muleta europeia. O Brasil é um país sul-americano. Nada tem a ver com a Europa. Olhem para o exemplo dos sul-americanos de Língua Castelhana, que nunca precisaram de fazer acordos com Espanha.



Os Brasileiros até poderão estar evoluídos em tecnologias democráticas (?), mas no plano intelectual não estarão assim tanto, com os milhões de analfabetos que ainda persistem em todo o território Brasileiro, que é enorme, graças à acção dos Bandeirantes. Além disso, um país intelectualmente desenvolvido jamais impingiria a sua Língua a um País livre, se bem que esse país livre (Portugal) está cheio de gente sem coluna vertebral, para que possa defender a nossa Cultura, História e Língua, das investidas de má-fé do Brasil.

 

Também não percebi esta parte: «Sabe a quantidade de exploraç o de recursos naturais do Brasil os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea?» (???)


A frase é confusa. Gostaria que a Dra. Índigo fosse mais explícita e esmiuçasse essa estranha acusação: « (...) os portugueses ainda se beneficiam em exploração contemporânea».



As Línguas indígenas do Brasil estão em extinção UNICAMENTE devido à atitude bárbara que os brasileiros hodiernos encetaram contra eles (algo que os Portugueses nunca fizeram) ao escorraçá-los das terras deles. Tantas línguas autóctones e muito válidas e ricas tem o Brasil, porque hão-de precisar de estar amarrados ao Português, a Língua de um Povo que os Brasileiros, na sua generalidade, tanto desprezam? Sei do que estou a falar porque vivi muitos anos no Brasil, além de que, de passagem pela Internet, a lusofobia está por toda a parte.


Para finalizar, eis algo que temos em comum: «Minha devoção é exclusivamente pelo nosso país, por esse motivo defendo que deveríamos nomear nossa língua como Brasileira: porque nossa cultura é digna dessa minha devoção».

Vou reproduzir as suas palavras sob o MEU ponto de vista: «A MINHA devoção é exclusivamente pelo MEU País, por esse motivo, defendo que o Brasil deve nomear a Variante Brasileira do Português como Língua Brasileira, para que a MINHA Língua, a Portuguesa, possa continuar a sua gloriosa existência de quase 800 anos, porque a MINHA Cultura é digna desta MINHA devoção».

 
Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:23

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comentários:
De Dra. Índigo Brasileira - PDA a 27 de Setembro de 2024 às 20:52
Percebe como a diferença da Língua Brasileira para a Portuguesa gera uma interpretação que diverge sobre a real intenção e da maneira que certas composições de frases soam como afronta/rispidez? Metade do que questionas sobre minha intenção é simplesmente por diferenças culturais no modo de comunicação... De maneira alguma quis ofender, inclusive, peço perdão pelo mal entendido desde já! E sobre o O(c)távio, só insisto em escrever desta maneira porque ele é demasiado crítico com o que ele chama de "C mudo", é necessário que ambas as nações respeitem a identidade e pluralidade da Língua, ambas são belíssimas e são a base de toda a nossa vida em sociedade! Confesso que por vezes uso de certa acidez ao falar da Língua Portuguesa, mas sejamos sinceros: os comentários sobre ambos os países são ácidos tanto daqui, quanto daí 🤭 É uma troca de insultos que queira ou não queira, faz parte da história de todos nós, afinal, aqui era "os quintos" desde que Cabral era vivo 🤷🏻‍♀️ tenho preciosas amizades em Portugal, mas entramos em um consenso de apenas nos comunicarmos por áudio, para que esse tipo de "imbróglio interpretativo" não ocorra.
De Isabel A. Ferreira a 29 de Setembro de 2024 às 16:33
Dra. Índigo, não concordo consigo, quando diz que «a diferença da Língua Brasileira para a Portuguesa gera uma interpretação que diverge sobre a real intenção e da maneira que certas composições de frases soam como afronta/rispidez? Metade do que questionas sobre minha intenção é simplesmente por diferenças culturais no modo de comunicação». Isto nada tem a ver com a linguagem, mas com as INTENÇÕES de quem escreve. As diferenças culturais existem, e ainda bem que existem, mas por que haverão de ser um entrave para a boa relação entre as duas Nações?

Ninguém aqui se sentiu ofendido com o seu anterior comentário, a não ser TALVEZ o jornalista Octávio dos Santos, que viu o seu nome de baptismo ser incorreCtamente grafado, no outro comentário, e repetido neste, apesar de eu lhe ter dito que o nome do Octávio dos Santos se grafava OCtávio, com CÊ, sem parêntesis, obviamente. Isso é um modo indelicado de pôr a questão.

Fica-lhe mal dizer que só escreve o nome dele desse modo torto, porque ele é demasiado crítico com o que ele chama de "C” mudo. O Octávio é tão crítico à supressão das consoantes não-pronunciadas, como EU sou, porque foram os Brasileiros que, desconhecendo que EXISTEM consoantes não-pronunciadas com função DIACRÍTICA, portanto, necessárias à abertura das vogais a elas relacionadas, o que fizeram com elas? Simplesmente as suprimiram e criaram um outro tipo de grafia, que pertence UNICAMENTE ao Brasil, e que nada tem a ver com a Língua Portuguesa.

Isto nada tem a ver com «respeitar a identidade e pluralidade da Língua», pois se alguém desrespeitou essa identidade e pluralidade foi o Brasil, desenraizando os vocábulos portugueses, continuando a integrá-los no Português que vocês designam erradamente como “do Brasil”.

As duas Línguas são riquíssimas, sim, mas separadas. A partir da criação do Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943, quando, na Base IV, se decretou suprimir as consoantes não-pronunciadas, não levando em conta a sua função diacrítica, as duas línguas separaram-se, automaticamente, e então, a vossa devia ter sido designada imediatamente como Língua Brasileira, e é tão válida quanto a Portuguesa, ou quanto a Língua Cabo-Verdiana, de origem Portuguesa, como a Portuguesa é de origem greco-latina. E é preciso que os Brasileiros comecem a perceber isto.

O problema é que sob o ponto de vista dos brasileiros que sofrem do complexo de vira-lata (a designação é do vosso Nelson Rodrigues) é chique ter uma Língua Europeia, e sob o ponto de vista político, dá muito jeito aos políticos esquerdistas brasileiros da ala mais ignorante. Parece que não conseguem PROGREDIR sem esta muleta Europeia.

Dou-lhe razão quando diz que «é necessário que ambas as nações respeitem a identidade e pluralidade da Língua, ambas são belíssimas e são a base de toda a nossa vida em sociedade». É verdade, mas quem NÃO respeitou essa identidade e pluralidade foi o Brasil, que usurpou a Língua Portuguesa, impingiu a Portugal o AO90 engendrado pelo líbano-brasileiro Antônio Houaiss, e, como cá também temos políticos ignorantes, as coisas descambaram.

O azedume de que fala, quanto a comentários de ambas as partes deve-se à vossa paragem no tempo e à insistência de trazer para o presente um passado que já passou e NÃO pode ser modificado nem reinventado, e que trava a vossa evolução como um povo livre e soberano.

Ponham os olhos nos EUA, que não andam com essas “triquices” com o ex-colonizador Inglês, nem os Ingleses se davam a essa baixeza. Os norte-americanos seguiram a sua vida, logo depois da independência e criaram os Estados Unidos da América do Norte, com todo o poder que hoje têm no mundo.

E enquanto o Brasil andar agarrado ao passado e a desdenhar desse passado, e a querer depender da muleta europeia, quanto à designação da Língua, nunca conseguirá ser os Estados Unidos da América do Sul.

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