comentários:
De Diana Coelho a 6 de Julho de 2021 às 14:54
Que engraçado Isabel. Eu tirei Arqueologia mas nunca quis ser arqueóloga. O que eu queria mesmo era ser professora de História mas nunca consegui. No ano em que terminei a licenciatura em Arqueologia fui até à secretaria da FLUL para me inscrever no ramo educacional mas foi precisamente nesse momento que me cruzei com uma colega, com o estágio já concluído, que me disse que os estágios para os futuros professores deixariam de ser remunerados a partir do ano lectivo seguinte. E pensei “Eu, com o meu feitiozinho, não vou aguentar levar com um apagador de quadro na minha cabeça de forma gratuita. Nem de forma remunerada e muito menos de forma gratuita. Está fora de questão dar aulas.” Desisti de um sonho pois, tal como a Isabel, senti que naquelas condições de ensino não havia lugar para mim. Ao longo dos tempos fui ouvindo relatos dos meus colegas de curso que davam aulas no secundário e na preparatória e os relatos eram aterrorizantes. Lembro-me bem da história do menino Leandro e as histórias que eu oiço da escola do meu filho mais velho só demonstram que pouco ou nada mudou e tende a piorar. Mas o que fazer quando temos uma sociedade dita moderna mas que adora a humilhação do próximo, que adora o fracasso dos outros…? E tal como a Isabel referiu a sociedade está cada vez mais competitiva e eu creio que é por isso mesmo que as injustiças irão aumentar.
De Isabel A. Ferreira a 6 de Julho de 2021 às 19:17
Diana Coelho, agradeço o seu testemunho.

O grande e grave problema de Portugal é ter os governantes que tem, que em vez de pugnarem pelos interesses do País e do Povo Português, afasta-nos para bem longe dos nossos sonhos, não nos dando oportunidades de nos fixarmos em Portugal, naquilo que mais gostamos de fazer, tendo investido muito dinheiro nos Cursos que tiramos, para não os exercer.

O Ensino, na verdade está um caos, e não vamos a lado nenhum, com um ensino tão desqualificado, que sim, vai fazer aumentar as injustiças, num futuro bem próximo.
De Arsénio de Sousa Pires a 8 de Julho de 2021 às 11:00
Excelente testemunho que bem poderia servir de base para um manifesto levado a cabo por professores que tivessem a coragem de se assumirem com EDUCADORES.
Mas, o estado em que se encontra o ensino em Portugal faz-me suspeitar que muitos professores sentem o que a Isabel aqui relata mas não têm coragem para assumirem uma atitude e posição colectivas perante o caos em que se debatem dia-a-dia.
Educar também é domesticar. Mas isto soa muito mal perante certos "libertários" estatais e sindicais que da verdadeira liberdade pouco ou nadam querem saber.
Parabéns pelo seu excelente testemunho.
De Isabel A. Ferreira a 8 de Julho de 2021 às 12:03
O grande e grave problema é esse mesmo, que o Arsénio refere: a falta de CORAGEM por parte dos professores para virar a mesa.

E não me venham dizer que são contra o AO90, quando, não sendo obrigados, subservientemente o aplicam e, pior, obrigam os alunos a aplicar.

Se os professores quiserem, ainda vão a tempo de reverter o erro, e salvar a Língua Portuguesa.

De Diana Coelho a 22 de Julho de 2021 às 12:44
Arsénio, tem razão no que escreveu mas o mal está em quase todo o povo português. Fala, fala mas não faz nada. Quanto à maioria dos professores, do ensino secundário e também universitário, não se querem assumir como educadores. Como a Isabel referiu, entram na sala e despejam um copo de água.

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