De Jorge Pacheco de Oliveira a 8 de Dezembro de 2021 às 13:31
Os defeitos da maioria dos políticos portugueses, aqui bem elencados pela Isabel Ferreira - ignorância, estupidez, complexos de inferioridade e falta de sangue na guelra - têm uma origem que pode ser identificada : as juventudes partidárias dos principais partidos.
As juventudes partidárias são autênticas escolas da má vida. Política, entenda-se. Enquanto estas organizações não forem desarticuladas dificilmente poderemos esperar o aparecimento de políticos decentes.
Jorge Pacheco de Oliveira, tenho de concordar consigo. O exercício da POLÍTICA (assim em maiúsculas) é uma verdadeira ARTE (também assim, em maiúsculas).
As juventudes partidárias andam ali a brincar aos politicozinhos e quando chega o momento de aparecerem numa lista para exercer funções na POLÍTICA, vêm com todos os defeitos acumulados durante o joguinho infanto-juvenil. E isto é um verdadeiro desastre para a governação do País, em todas as suas funções: presidenciais, governamentais, parlamentares e autárquicas.
Não tenho em grande conta os que se apodam de “políticos”. Poderá haver um ou outro com competência política, ética, social, cultural, para estar na Política, mas são tão poucos que não se evidenciam.
Então, penso que seria de toda a conveniência que, para se ser Político, como se é Professor, Engenheiro, Médico, Enfermeiro, Biólogo, Advogado, etc., etc., etc., os candidatos a cargos políticos deveriam frequentar um Curso Superior, especificamente baseado nas Ciências Políticas, e que, ao menos, tivessem lido «A History of Political Theory» («História das Teorias Políticas»), de George H. Sabine (um professor de Filosofia norte-americano, considerado a autoridade máxima em Ciências Políticas) para terem uma ideia geral da Política, desde Platão ao advento dos fascismos e comunismo) e pudessem adquirir competências para o exercício ÉTICO da POLÍTICA, algo que não existe em Portugal.
Não podemos, de todo, ter na governação do país gente que olha para a Política como um boi para um palácio.
De Jorge Pacheco de Oliveira a 9 de Dezembro de 2021 às 10:49
Cara Isabel Ferreira
Estou de acordo consigo em quase tudo... mas em desacordo quanto à obrigatoriedade de os candidatos a cargos políticos frequentarem um curso superior especificamente baseado nas ciências políticas.
Isso é o que os partidos políticos simulam quando ministram às juventudes partidárias uns cursos rápidos a que pomposamente dão o nome de "universidades de Verão".
Um político não necessita de cursos específicos. O que se deve exigir a quem quer desempenhar cargos públicos é que tenha um currículo de trabalho numa empresa da economia real durante um período mínimo de 5 anos. Isso afastaria muitos carreiristas e oportunistas.
Cumprimentos
Caro Jorge Pacheco de Oliveira, não sei exactamente o que é que os “jotinhas” aprendem enquanto “jotinhas”, mas se me diz que o que eu referi é «o que os partidos políticos SIMULAM quando ministram às juventudes partidárias uns cursos rápidos a que pomposamente dão o nome de "universidades de Verão"», bem, se SIMULAM ministrar em cursos rápidos as Ciências Políticas, que estudamos a partir de grandes calhamaços e nos leva uns anos a apreender, aposto que os “jotinhas” saem desses cursos especialistas apenas em “ciência da politiquice”, e não em Ciências Políticas.
Quando referi que os candidatos a Políticos deveriam frequentar um curso superior “especificamente” baseado nas Ciências Políticas, deveria ter dito “essencialmente”, porque eles precisam de muito mais saber em múltiplas matérias, como Língua Portuguesa, Cultura, Literatura, História e Arte Portuguesas, Cultura Geral, Ética, Economia, Biologia, Geografia, Matemática, enfim, todo um conjunto de conhecimentos, para não fazerem a triste figura que fazem quando têm de votar matérias onde estes conhecimentos são necessários, e não os tendo, o voto sai ao lado, e fazem-se leis de bradar aos céus.
Ou seja, para bem governar, os Políticos têm de ser sábios, inteligentes, honestos, éticos e ter bastantes conhecimentos em matérias várias.
Portanto, concordo consigo, apenas, em parte, quando diz que «um político NÃO necessita de cursos específicos. O que se deve exigir a quem quer desempenhar cargos públicos é que tenha um currículo de trabalho numa empresa da economia real durante um período mínimo de 5 anos. Isso afastaria muitos carreiristas e oportunistas».
Isto só não chega, porque nem só de “economia» se faz um Político. Este tem de ter um conhecimento abrangente da sociedade real, no seu todo, e não apenas em parte. É a ignorância do TODO que falha na governação.
Veja como faz falta o conhecimento, por exemplo, da Língua Portuguesa, quando um ministro diz que era apenas um “passageiro”, na viatura oficial do seu Ministério. Se ele soubesse o significado de “passageiro”, não teria aplicado a palavra e teria saído da política com menos zeros abaixo de zero.
Isto é apenas um pormenor, para dizer da importância do SABER estar na Política com SABER, e para tal, a necessidade premente do conhecimento de todas as matérias (e mais algumas que agora não me vêm à cabeça) que referi.
É exigir demais? Penso que não, porque são os políticos que vão ao leme do “barco”, e se não têm conhecimentos profundos de navegação, em todas as circunstâncias, lá vai o País ao fundo, e nós com ele, à mais leve passagem de uma brisa.
Serei exagerada, caro Jorge Pacheco de Oliveira?
De Jorge Pacheco de Oliveira a 9 de Dezembro de 2021 às 16:49
Sim, um pouquinho exagerada...mas apenas nesta parte dos políticos...
De facto, um político pode não ter uma formação esmerada mas possuir a sensibilidade suficiente para reconhecer as suas limitações e saber rodear-se de gente séria que o possa ajudar.
Dou-lhe um exemplo pela negativa : quando ganhou as eleições de 2011 e foi empossado como PM Passos Coelho recebeu uma pequena delegação de engenheiros conhecedores dos problemas do sistema eléctrico nacional. Ele ouviu mas meteu na gaveta os conselhos que lhe deram. E eram bons. Sei, porque conheço todos os elementos dessa delegação. Ao rejeitar aquela ajuda ele tomou várias decisões que prejudicaram ainda mais o sistema eléctrico nacional.
Mas Passos Coelho era um jotinha e aconselhava-se com gente de fraca envergadura.
Cumprimentos
Caro Jorge Pacheco de Oliveira, poderei ser exagerada, no que toca aos políticos, não nego, mas tenho um motivo, que é um dos meus lemas: nunca dês um passo maior do que a tua perna. E os políticos que temos, despreparados a quase todos os níveis, dão passos maiores do que as pernas deles e espalham-se no chão e Portugal e nós com eles. E isto é algo que não tolero e considero inconcebível.
Também penso que são raríssimos os que têm sensibilidade e reconhecem as suas limitações, e se rodeiam de gente séria. São raríssimos, e, se quer que lhe diga, até nem conheço nenhum, e olhe que há mais de 40 anos que lido com políticos. Conheço-os de trás para a frente e da frente para trás.
Quanto a Passos Coelho, refira-me UM político, PRs incluídos (retiro daqui o General Eanes, que, para já, não tem nada que se lhe aponte) pós-25 de Abril, que tenham uma ficha governativa valorosa, daquelas que merecem uma estátua.
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