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De Laura a 21 de Outubro de 2020 às 07:37
O que mais me deixa estupefata é a falta de noção e respieto em muitos textos que leio sobre este acordo.
Portugal e Brasil não são o mesmo país, e isso já ficou bem claro. O português possuí variáveis entre os povos, tanto em Portugal como no Brasil! A fala é nossa maior riqueza!
Agora se Brasil adotasse o português de Portugal tava tudo ok, não tinha nenhuma briga, tão pouco textos agressivos sobre o assunto!
Obrigar portugueses a falar igual aos brasileiros é estupidez, e o mesmo vale para o inverso ou para qualquer outra nação que adaptou a língua de acordo com sua realidade. Podemos viver bem né, respeitando a particularidade de cada país?!
De Isabel A. Ferreira a 21 de Outubro de 2020 às 16:05
Quer-me parecer que a Laura não será brasileira, como quer parecer. Mas partindo do princípio que é, gostaria que explicasse melhor o que quis dizer com esta frase: «O que mais me deixa estupefata é a falta de noção e respieto em muitos textos que leio sobre este acordo».

Falta de noção e RESPEITO por parte de quem? Do Brasil? De Portugal?

Se alguém aqui não tem a noção do que fez, e faltou ao respeito à Língua Portuguesa, foi o Brasil, quando decidiu unilateralmente aplicar o Formulário Ortográfico de 1943, afastando uma boa fatia de vocábulos, da sua origem greco-latina, deslusitanizando-a, e americanizando-a, italianizando-a, castelhanizando-a e afrancesando-a, retirando-lhe o seu cunho português.

Concordo quando diz que Portugal e Brasil não são o mesmo país. Já foram o mesmo país, mas desde 7 de Setembro de 1822 que não são. Cada um seguiu o seu caminho. E o Brasil, que ficou a governar-se por si próprio, poderia ter escolhido uma língua nativa para língua oficial, mas ficou com a Língua Portuguesa, a língua do ex-colonizador, mas logo tratou de a deslusitanizar o mais que pôde, transformando-a numa VARIANTE ( = dialecto) que bem merecia denominar-se Língua Brasileira.

Não concordo quando fiz que a “fala” é a nossa maior riqueza, ainda se lhe chamasse “comunicação” poderia aceitar, se bem que a nossa maior riqueza seja a ESCRITA, porque é ela que fixa o Pensamento, a Cultura, o Saber. A “fala” voa como folhas de Outono ao vento.

O Brasil adoptou o Português (conforme referi) logo que se libertou do jugo do colonizador. E depois de o DESLUSITANIZAR não poderia, não poderá jamais regressar à origem, ao Português, porque para «trás mija a burra», para usar um ditado bem português, que significa recuar, não progredir.
Por isso, não, não estaria tudo bem, até porque o Brasil é um país livre, não tem de estar atrelado ao ex-colonizador. E Portugal também é um país livre, daí que não tenha de estar atrelado à ex-colónia brasileira, na mesma medida.

Cada país tem a sua própria identidade, a sua própria cultura, a sua própria maneira de ser e de viver. Porque haveria um de estar atrelado ao outro? São países irmãos? Até podem ser. Mas não são irmãos SIAMESES.

E assim como o Brasil rejeitou ficar com a ortografia portuguesa (assinou todos os acordos ortográficos com Portugal, mas logo os rasgou) porque haveria Portugal, um país europeu, de adoptar a ortografia ou o modo de falar brasileiros? Porque os brasileiros são milhões? Isso nada justifica. Existem línguas minoritárias, e todas estão muito bem de saúde.

Daí que possamos viver muito bem, em comunhão de ideias, respeitando as particularidades de cada um, mas JAMAIS em comunhão de Língua. Mas para tal, o Brasil terá de ficar com a sua Variante Brasileira do Português, e transformá-la em Língua Brasileira, e Portugal terá de CONTINUAR a grafar à portuguesa, porque Portugal NÃO É uma colónia brasileira. Nem quando fizemos parte do reino espanhol, entre 1580 e 1640, o NOSSO Português deixou de ser escrito e falado à portuguesa.
Porque haveria agora de deixar de ser PORTUGUÊS, para ser o MIXORDÊS (já nem brasileirês é) em que se transformou a escrita em Portugal?

Amigos, amigos, Idiomas à parte.

Ah! Só mais uma coisa: faço lembrar que foi o enciclopedista BRASILEIRO Antônio Houaiss e, mais tarde, o linguista, também brasileiro, Evanildo Bechara, que CHAMARAM o linguista português Malaca Casteleiro, que andava de candeias às avessas com a Academia das Ciências de Lisboa, para juntos engendrarem o Acordo Ortográfico de 1990, assente basicamente na grafia brasileira, mais acentos, menos acentos e mais hífenes, menos hífenes.

O problema assentou neste faCto desastroso: um punhadito de ignorantes políticos portugueses, com um enorme complexo de inferioridade, deixaram-se levar na conversa dos Brasileiros, que estavam a tratar da vidinha deles (nada contra) e eis-nos, não com falta de noção ou respeito, a tratar da recuperação da NOSSA identidade linguística, um direito que nos assiste, mas dizendo as verdades nua e cruamente, como devem ser ditas, para serem entendidas.
De Gabe a 20 de Maio de 2021 às 18:27
Não quero faltar ao respeito, não pude deixar de reparar na aparente arrogância com que fala (ou escreve) sobre este assunto.

Sou 100% contra o Acordo Ortográfico, e concordo com a maioria dos argumentos mencionados no texto original. Não todos; alguns deles aparentam demonstrar um estranho desdém (quase diria até um ódio) contra a nação Brasileira.

Lembre-se que a língua e a sua ciência não é e nunca será um assunto objetivo - uma ciência exacta! A língua está em constante mudança e isso não é algo que com que se deva lutar. Obviamente, estas mudanças devem acontecer NATURALMENTE, e não através de "regras" ridículas (das quais consiste este novo acordo) impostas por pessoas que se acham no direito de julgar o que está e o que não está correcto.

Imagine-se o absurdo que seria ser publicado um livro de novas regras que todos teríamos de seguir, por exemplo, quando nos apetece fazer uma pintura. Ridículo - pois a pintura é uma ARTE. As mudanças na arte devem ocorrer de forma natural, adaptando-se à sociedade da altura, pois é a sociedade que faz a arte. E eu vejo a língua como uma arte. Acredito que se deva falar na língua com uma mentalidade DESCRITIVA, e não uma PRESCRITIVA. Diria que um papagaio pia de forma errada? Ou que devia piar antes como um corvo? Claro que não. Então por que razão acha (ou parece achar) que os Brasileiros falam de forma menos correcta do que os Portugueses? Não faz sentido nenhum para mim.
De Isabel A. Ferreira a 25 de Maio de 2021 às 17:57
Gabe,

Também não quero faltar ao respeito, e vou ver se consigo não faltar, contudo, o seu comentário é daqueles que me fazem sair do sério, por confundir alhos com bugalhos, não sei se por culpa de alguma falha na sua literacia, ou por pretender entrar pela porta dos fundos furtivamente, para faltar ao respeito e não dar muito nas vistas.

Antes de continuar, devo dizer que, NÃO SEI SE REPAROU, o texto que mereceu este seu comentário, NÃO É da minha autoria. Mas seja ou não seja da minha autoria, confundir EXPOSIÇÃO DE FACTOS COMPROVADOS com “arrogância” (ainda que aparente) é de quem desconhece o significado e o conceito de “arrogância”, ou pretende atirar areia para os olhos dos outros.

Depois não será 100% contra o Acordo Ortográfico, porque um desacordista jamais escreveria “OBJETIVO”, conforme escreveu. Mas adiante.

Diz que concorda com a maioria dos argumentos, mas nem todos, porque vê um “estranho desdém” ou um “quase ódio”, onde EXISTE apenas uma JUSTIFICADA INDIGNAÇÃO, NÃO contra a nação brasileira, OBVIAMENTE, mas contra o MODO como os brasileiros destruíram o PORTUGUÊS, que escolheram, de livre vontade, para Língua oficial, depois da independência, e continuam a chamar-lhe Português. Os Africanos de expressão portuguesa, RESPEITARAM a Língua que escolheram depois da independência deles.

Não sei se GABE é nome de homem ou nome de mulher, mas vou presumir que é de homem, porque só os homens (nem todos, obviamente) têm a mania ou a ignorância, de confundir ódio com INDIGNAÇÃO.

Actualmente, existem milhares de Portugueses (eu incluída) que dizem o mesmo dos acordistas portugueses, que estraçalharam a Língua Portuguesa, e nem por isso ODIAMOS a Nação Portuguesa, que não tem culpa nenhuma de ter uns idiotas a desgovernar, por aí, a NOSSA Língua.

A Língua é uma CIÊNCIA que, como todas as Ciência seguem uma lógica, sem lógica não seria uma Ciência. Poderá não ser uma Ciência exacta, mas NÃO É, com toda a certeza, uma CIÊNCIA da BALDA, manipulada por ignorantes, com intuitos obscuros e mercenários.

A Língua é uma CIÊNCIA, mas não é propriamente uma ARTE. A ARTE da Língua está no modo como é USADA, na escrita e na oralidade.

A finalizar, devo dizer que EU NÃO ACHO NADA, quando muito, posso e devo PENSAR QUE…

Mas neste caso, nem Amadeu Mata, nem eu PENSAMOS que os Brasileiros (na sua esmagadora maioria, porque os mais instruídos falam correctamente a VARIANTE BRASILEIRA do Português) falam de forma menos correCta do que os Portugueses.

Eles DE FACTO falam de forma menos correcta o Português. Se lhe chamassem BRASILEIRO, aí sim, falariam de forma CORRECTA.


E para que não diga que somos só nós a dizer isto, deixo-lhe aqui um “link”, onde pode ler um manancial de artigos sobre o que um PROFESSOR UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO pensa acerca de os Brasileiros falarem INCORRECTAMENTE o Português. Aliás, professor esse, que escreveu o PREFÁCIO de um livro MEU, onde CONTESTO (não odeio) as falácias históricas que se ensinam nas escolas brasileiras. Até porque EU aprendi a ler e a escrever no Brasil, e no Brasil passei por todos os níveis de ensino escolar, tal como o passei também em Portugal, nas minhas idas e vindas, e SEI do que falo, quando falo da Língua Portuguesa e da Variante Brasileira da Língua Portuguesa, até porque, no Brasil, eu escrevia e falava à BRASILEIRA, na ortografia preconizada pelo AO90, mais pê, menos pê, mais cê, menos cê, e com todos os circunflexos e tremas no devido lugar). Em Portugal escrevo e falo à PORTUGUESA. Duas formas diferentes de falar e de escrever.

Eis o link acima referido:

https://www.facebook.com/arthur.virmonddelacerda

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