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De Bartolomeu a 19 de Janeiro de 2023 às 09:08
Uma coisa que eu não percebo é a real necessidade dum Acordo Ortográfico "internacional" do Português. Quer dizer, foram, por exemplo, suprimidas as consoantes mudas mas porquê? No Brasil ainda se diz "baptismo" ou "recepção" e nós em Portugal não começamos a ter convulsões por causa disto. Da mesma maneira que em palavras como "acadêmico", "colônia", "fenômeno", nós sabemos que cá se escreve "académico", "colónia", "fenómeno". Por que razão, então, foi criado este DesAcordo? Só porque temos ortografias ligeiramente diferentes, não nos faz de todo incompreensíveis nem incompreendidos. E porquê? Porque, como humanos, somos inteligentes e o nosso cérebro preenche inconscientemente estas diferenças na escrita. O AO90 foi criado para as pessoas se tornarem mais burras, não para tentar "uní-las".
De Isabel A. Ferreira a 19 de Janeiro de 2023 às 15:35
Bartolomeu, concordo com o que diz, mas permita-me uma observação: no Brasil, a grafia para o NOSSO baPtismo é “batismo”, sem pê; mas sim, eles escrevem recePção com pê, um dos poucos vocábulos que, no Brasil, escapou à mutilação. De resto, eles mutilaram 99% das consoantes mudas, de acordo com o Formulário Ortográfico de 1943, afastando-se desse modo, da RAIZ da Língua Portuguesa, o que criou uma grafia NÃO ligeiramente, mas quase totalmente diferente.

O (des)acordo ortográfico foi criado para DESTRUIR a Língua Portuguesa, e substituí-la pela (que há-de ser) a Língua Brasileira. Mas foi também criado a pensar naquelas pessoas com graves dificuldades para PENSAR a Língua, como os CRIADORES do AO90.

Um dos argumentos mais idiotas para sustentar o AO90 é este: «como uma criança pode saber que “director” se escreve com cê?», achando que as crianças portuguesas são mais idiotas do que as crianças inglesas, alemãs, francesas, espanholas, polacas, croatas, enfim, uma infinidade de outras nacionalidades com Línguas cheias de CONSOANTES MUDAS.

E o que dizer das gerações anteriores ao AO90, que sempre souberam que director, se escrevia com cê. Éramos uns super-cérebros (se eles podem escrever “correú”, eu tenho toda a legitimidade para escrever super-cérebros, com hífen, como penso que deve ser escrito, para não criar abortos ortográficos, é para isso que os hífenes existem). De repente, as crianças portuguesas perderam a sua inteligência.

Só mesmo DOIDOS VARRIDOS acham (porque não sabem pensar) que a grafia do AO90 é grafia de GENTE.
De Bartolomeu a 19 de Janeiro de 2023 às 17:52
Ora aí está um belo ponto: o inglês. Talvez uma das mais - senão a mais - ortograficamente inconsistente de todas as línguas. Por exemplo, o nome Hughie pronuncia-se "Hyuie": esta é uma das várias maneiras diferentes de pronunciar o "gh" (ghost, though, tough, dough, tight, sigh). No entanto, não conheço ninguém que tenha ficado severamente danificado ao nível cerebral por estes fenómenos, sejam ingleses ou portugueses...
De Isabel A. Ferreira a 19 de Janeiro de 2023 às 18:35
Bartolomeu, os acordistas ADULTOS, além de não conseguirem descortinar que "director" é escrito com cê, jamais conseguiriam escrever as palavras inglesas que mencionou. E muito menos palavras alemãs com uma carrada de sílabas e consoantes não-pronunciadas como em Schlittschuhlaufen ou Kraftfahrzeug-Haftpflichtversicherung. E nem sequer jamais as pronunciariam.

As crianças alemãs e inglesas devem ser uns génios, comparadas com os acordistas ADULTOS que engendraram o AO90.

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