Porém, mais dia, menos dia, a casa há-de cair, por não ter capacidade de suster a tamanha infâmia de se ter substituído a Língua Portuguesa por uma Variante (na sua forma grafada).
Será isto fruto apenas da ignorância? Ou será fruto da ignorância aliada a interesses não-nacionais? Talvez esta infâmia seja fruto de um pacto bilateral, avassalado à mais descomunal trapaça, que por ser uma descomunal trapaça, agora não há coragem para se humildarem e reconhecerem o erro, se bem que, reconhecer os erros não é para todas as mentes, apenas as mais evoluídas conseguem.
Não direi que é fácil lidar com os cegos, surdos e mudos que nos governam.
Mudaram-se os tempos. Mudaram-se os governantes, só não mudou aquela retrógrada vontade de não querer mudar, continuando-se a fazer vénias à quantidade, desprezando a qualidade, vincando, deste modo, um entranhado complexo de inferioridade, comum a todos os que governaram Portugal, desde 1990 até aos nossos dias.
Como ajudar as mentes não-pensantes, que se fecham à evolução? Às mentes que vêem no retrocesso, progresso? As mentes para as quais errar é humano, por isso, insistem no erro. Se ao menos tivessem a capacidade de pensar...!
Durante a minha ausência das lides do Blogue, tive tempo para reflectir no desprezo que os governantes votam aos Portugueses Pensantes, que são aqueles que não os bajulam; aqueles que sabem discernir entre um Idioma e a Variante desse Idioma; aqueles que dizem NÃO à estupidez; aqueles que se recusam a aceitar que a ignorância possa prevalecer sobre o Saber.
Ainda ontem, um cidadão português saiu-se-me com esta: «Não sei se já reparou que estamos a lutar contra moinhos de vento!»
Não, não reparei! Por que haveria de reparar em algo que não existe?
No que reparo é num Portugal que já não é o país dos heróis, que já foram do mar, nem de um Povo, que já foi nobre, nem sequer é aquela Nação valente e imortal de outrora...
Reparo num Portugal a finar-se, por estar a matar a própria identidade, através da destruição da Língua Portuguesa, a Língua que o identifica como País livre e soberano.
Não há moinhos de vento, mas se os houvesse, não haveria nada que nos impedisse de destruí-los, se, para tal, tivéssemos mais homens e mulheres com coragem de lutar, demonstrando a infâmia que é o desprezo votado à Língua Oficial de Portugal, trocada por uma Variante (na sua forma grafada).
Tal afronta causa-nos (pelo menos a mim) uma profunda indignação, algo, aliás, a que temos direito, e mostrar aos decisores políticos essa indignação, que os mais distraídos confundem, erradamente, com agressividade, falta de respeito e, por vezes, ódio, é um dever cívico. A História diz-nos que o mundo nunca avançou através dos distraídos politicamente correctos.
Não seremos muitos, eu sei. Mas não podemos esquecer-nos da Batalha de Aljubarrota, quando poucos derrotaram muitos, porque esses poucos eram Portugueses de uma estirpe, infelizmente, em extinção.
Hoje predominam os cobardes, os servilistas, os comodistas, os acomodados, os alienados, os indiferentes, os que andam no mundo só por ver andar os outros, e os subservientes e medricas, tal como referiu José Rentes de Carvalho, escritor luso-holandês, numa entrevista ao jornal Observador, em 13 de Março de 2016 [aconselho a leitura desta entrevista, embora no final, possam ficar com dores de estômago, por ter de engolir uma linguagem tão maltratada, a que ousam chamar “português”].
Posto isto, de regresso à luta, não contra moinhos de vento, mas contra pessoas de carne e osso, que se recusam a ouvir a voz do Povo, que deviam servir, mas desprezam, o que fazer daqui em diante, para sugerir ao presidente da República e ao governo português que tomem em conta o grave erro que estão a cometer, até porque ainda vão a tempo de NÃO ficar à porta da História, recordados como os que, podendo desfazer o malfeito, se recusaram a fazê-lo, por mera cobardia?
Não podemos continuar em banho-maria, enquanto na Internet, a Língua Portuguesa está a ser vilipendiada, desbragadamente, não sei se de má-fé, ou se devido a uma agigantada ignorância, sem que nenhum decisor político português tome medidas para travar esta situação deplorável, da qual, por exemplo, o Google, empresa multinacional americana de serviços online e software, é o transmissor-mor dos disparates linguísticos, quando se trata de pesquisar em “português”, conforme a imagem mostra:
Estes “dereitos” estão ali desde 2015, sem que alguém de direito (linguistas, governantes, professores, ministros da Cultura e da Educação, Academia das Ciências de Lisboa [actualmente, vassala da Academia Brasileira de Letras] mexesse uma palha a favor da Língua Oficial do País que dizem servir, mas não servem.
Por cada calinada destas (são aos milhares na Internet) Portugal devia cobrar uma altíssima multa. Tenho certeza de que encheria os cofres e os Portugueses viveriam à grande e à francesa, até ao fim dos tempos.
Consideram-me melodramática?
Dramática é a situação da NOSSA Língua. Eu apenas transmito uma realidade, que muitos varrem para debaixo do tapete, para não se incomodarem. A vida é curta, há que a gozar! Não é o que dizem? Mas eu não quero mais ser a loba solitária a uivar para a Lua, como os acordistas me consideram.
Será assim tão difícil Marcelo Rebelo de Sousa e os governantes portugueses perceberem o que diz o escritor David Soares, que faz eco do que uma infinidade de Cidadãos Portugueses Pensantes também consideram?
Isto é assim tão difícil de perceber?
As autoridades judiciárias não terão nada a dizer sobre esta violação da Lei e da Constituição da República Portuguesa?
E os que se afirmam defensores da Língua Portuguesa vão continuar a fazer-de-conta que o são, mas nada fazem, ou vão começar a agir?
Isabel A. Ferreira
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