O Jornal PÚBLICO está a celebrar, hoje, 35 anos de existência, com uma Conferência Internacional no CCB, cujo tema é a Língua Portuguesa.
Aproveito para felicitar o Jornal PÚBLICO, por esta efeméride.
Os leitores podem seguir a Conferência clicando no link acima indicado.
Dos momentos até agora referenciados no PÚBLICO, o que mais me chamou a atenção foi o seguinte:
Acordo Ortográfico de 1990: “A sua vigência é agora provavelmente irreversível”
daí tê-lo destacado no título.
Não percebo por que motivos o “acordo” há-de ser irreversível, porque irreversível, irreversível só a morte, já o tinha dito Nuno Pacheco. O AO90 foi um erro. Errar é humano, mas manter o erro é completamente insano, se o argumento é porque já foi implementado no Ensino.
Também não percebo que depois de tantos argumentos válidos já publicados, demonstrando que o AO90 não atingiu nenhum objectivo, é ilegal, é inconstitucional, e nada tem para "aperfeiçoar", muito pelo contrário, é como remendar algo já remendado, ainda estejam na fase de criar um outro grupo de trabalho para “aperfeiçoar o imperfeiçoável”.
Em 2019 foi criado um grupo de trabalho parlamentar para avaliar o impacto da aplicação do Acordo Ortográfico, terminando sem ter reunido consenso para uma possível alteração a esta convenção. José Carlos Barros (PSD) coordenador do grupo, lamentou que não tenha havido consenso sobre a necessidade de “discutir” a hipótese de alterar ou aperfeiçoar o AO90. Teriam feito bem o trabalho que tinham em mãos? Não era óbvio que o AO90 era uma aberração?
E nós lamentámos que diante dos estragos que o AO90 provocou no Ensino do Português, o grupo de trabalho parlamentar não tenha tido a lucidez de ver o óbvio.
O que é que ainda falta dizer para chegarem à conclusão de que este "acordo", sem pés nem cabeça, sem cabeça, tronco e membros, totalmente afastado do conceito do que é uma Língua, nada tem para aperfeiçoar, e pode ser perfeitamente anulado, porque nenhuma mossa fará aos que já aprenderam a escrever incorrectamente a Língua Materna. O "acordo" é de tal forma mau, que é mais fácil aprender a Língua inteira, do que decepada.
Os nossos alunos serão assim tão mais parvos, do que os alunos dos outros países, que têm Línguas muito mais complexas do que a nossa, e sabem escrevê-las correctamente? Aquele argumento de «como há-de o aluno saber que objeCtivo tem um cê, se não o pronuncia?» é a coisa mais bizarra e idiota que já ouvi.
Foto: Marcelo Rebelo de Sousa - Nuno Ferreira Santos
«Marcelo fala agora sobre a “língua cá dentro, inseparável da cultura cá dentro”. O Presidente da República refere o “período muito inspirador”, com “inúmeros responsáveis” - “plano nacional de leitura, iniciativas culturais, escolas, autarquias e comunicação social”.
O Presidente da República fala de duas dimensões indissociáveis quando se fala da língua: “O livro e a comunicação social”. Sublinhando que a comunicação social atravessa uma crise, Marcelo defende que é “muito difícil” que essa crise “não se repercuta na língua”.
Já a “política do livro” conheceu “ideias inspiradoras” no anterior Governo, sinaliza, mas não tiveram “plena concretização” e “não tiveram sequência na actual governação”, como é o caso do cheque-livro. “É muito difícil dissociar a aposta na língua da aposta na comunicação social nessa língua e da política do livro”.
O chefe de Estado diz que, quando soube que o novo secretário de Estado era um “entusiasta do livro”, o “obrigou a um compromisso: eleger como prioridade cultural a política do livro”, que “é essencial”.
Se for preciso “correr as escolas a ler livros e a comentar livros, eu estou voluntário para isso”, diz. “Vale a pena pensar em novos meios, com o apoio da comunicação social como um todo. O PÚBLICO cumpre a sua missão e as televisões cumprem?” questiona, dizendo que “cumprem, mas com programas a horas esotéricas”.
“Parabéns e como se dizia noutros tempos, quando eu era mais novinho, a luta continua”, concluiu o Presidente da República»
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Não era já altura de acabar com esta novela a cheirar a cravo (do lado de cá), e a canela (do lado de lá)?
Isabel A. Ferreira
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