Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, deslocou-se à Póvoa de Varzim, para presidir à cerimónia de abertura do Correntes d’Escritas, que já foi um evento prestigiante para a Língua Portuguesa, e hoje não passa de um veículo transmissor de uma ortografia que os governantes portugueses, servilmente, importaram do Brasil, e estão a tentar impingir aos Portugueses, vendendo-lhes gato por lebre, ao mesmo tempo que se recusam a ouvir as muitas vozes lúcidas das várias razões que clamam pela libertação da Língua Portuguesa, prisioneira da ignorância e falta de visão mental e política de todos os envolvidos nesta que é a maior fraude de todos os tempos, da História de Portugal.
Origem da imagem: Internet
Além desta inédita circunstância (inédita porque nenhum outro país ex-colonizador europeu, como Inglaterra, Espanha, França ou Holanda, jamais se rebaixou a importar a ortografia das suas ex-colónias, para daí retirar “vantagens” que só a elas interessam), temos a acrescentar o facto de alguns escritores, que se dizem anti-acordistas, terem aceitado um convite escrito em acordês (por muito que me interesse o evento, jamais a ele compareço, se sou convidada em acordês) para participarem no Correntes d’Escritas.
O que se espera desses escritores é que façam muito RUÍDO ao redor da indignidade da aceitação do AO90. Se não o fizerem, ficaremos bastante desiludidos e muito desconfiados desse dito anti-acordismo.
Todos os que vêem um palmo à frente do nariz, sabem que Portugal está a ser colonizado linguisticamente (mas não só) através de uma ortografia mutilada, inculta, desenraizada e afastada das suas origens cultas e europeias, o que está a contribuir para o caos ortográfico, onde quer que esteja a ser aplicada, inclusive nos documentos oficiais que nos chegam, escritos numa ortografia básica, de meninos do primeiro ano da Escola Primária, que começam a aprender a juntar as letras.
O Acordo Ortográfico de 1990 é simplesmente um hino à subjugação de Portugal aos interesses exclusivos do Brasil.
É que nenhum outro país lusófono está interessado nesta ortografia que se afastou da lusitanidade intencionalmente, constituindo um retrocesso, ao contrário do que os acordistas apregoam, porque a mutilação, pura e simples, não tem nada a ver com a evolução de uma Língua. Só assim pensa quem desconhece as Ciências da Linguagem.
EM QUE ASPECTO A ORTOGRAFIA MUTILADA, IMPORTADA DO BRASIL, SERVE OS SUPERIORES INTERESSES DE PORTUGAL?
É esta a pergunta que dirijo ao Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, que jurou defender os interesses de Portugal e dos Portugueses, e a Constituição da República Portuguesa, e está a falhar redondamente nestas suas competências, no que diz respeito à defesa da Língua Portuguesa, o símbolo maior da nossa identidade, remetendo-se a um estranho e cúmplice silêncio.
Como cidadã comum, tenho por hábito escrever às autoridades, sempre que os meus direitos ou os dos que não têm voz, são violados, esperando muito naturalmente uma resposta.
Faço-o, porque entendo que os serviços públicos, neles incluindo todos os que ocupam altos cargos governativos, altos cargos de Poder, suportados com os nossos impostos, devem estar ao nosso serviço, e não o contrário.
Por educação, também deveriam saber que toda a carta merece uma resposta. Mas a triste realidade é que não sabem, e pior do que isso, não querem saber.
E as respostas não vêm.
E os cidadãos têm direito a essas respostas.
AMAR A LÍNGUA PORTUGUESA não é a mesma coisa que “amar” uma jóia que nos é muito cara, porque se a perdermos ou nos for roubada, a mossa será apenas material.
AMAR A LÍNGUA PORTUGUESA é amar a nossa própria identidade, a nossa origem, o nosso País, a nossa individualidade. Se a perdermos, perderemos as nossas raízes e acabaremos por acabar como País independente e livre.
Senhor Presidente da República, o senhor, hoje, participou num evento em que a Língua Portuguesa é bastante vilipendiada.
Pergunto: em que aspecto a ortografia mutilada, importada do Brasil, serve os superiores interesses de Portugal, que o senhor diz ter obrigação de defender, mas neste caso, não defende?
Todas as perguntas merecem resposta. E esta, mais do que qualquer outra, interessa aos Portugueses, porque aqui está em causa a Identidade Portuguesa, que o senhor tem o dever de defender.
Aguardo que Vossa Excelência tenha a gentileza de me responder.
O seu silêncio corresponderá àquilo que todos nós pensamos:
Que Portugal está entregue a pequeninos e pretende agigantar-se da pior maneira, subjugando-se a uma ex-colónia, que lhe acenou com uma falsa e desqualificada “grandeza”.
E os Portugueses terão então de agir em conformidade.
Isabel A. Ferreira
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