Texto dedicado às mulheres que têm um complexo de inferioridade em relação aos homens, e necessitam que especifiquem o seu género, quando alguém se dirige ao TODO, em que elas estão integradas.
É que já não aguento mais andar por aí e deparar-me com este modismo (= idiotismo) do “todas e todos” “amigas e amigos”, “eles e elas”, que virou uma moda muito deselegante e sinónimo de ignorância, a qual no Brasil é considerada uma PRAGA LINGUÍSTICA, e em Portugal “é um must”. Como sempre, na cauda do mundo.
Origem da imagem: http://www.geraldojose.com.br/index.php?sessao=noticia&cod_noticia=29802
Chamam-lhe "linguagem inclusiva” e dizem que é por causa da “igualdade de género”, como se a igualdade de género passasse pelo mau uso da Língua Portuguesa.
Dizer “todos e todas”, “amigos e amigas” é um pleonasmo vicioso. É mais do que uma reiteração (repetição), é um ERRO, isto porque o TODAS já está incluído no TODOS. Bem como TODAS as outras palavras masculinas que integram o FEMININO, e o TODO.
TODOS (neutro) engloba todos e todas. Trata-se de um princípio gramatical do Português, que não herdou do Latim o género neutro.
Tentarei explicar o que acima referi (a insciência que por aí vai), como se estivesse numa sala de aula, a explicar a alunos do Ensino Básico, por que não devemos aplicar esta PRAGA LINGUÍSTICA para igualar os géneros.
Quando dizem: todos e todas; Portugueses e portuguesas; caros e caras; adeptos e adeptas; amigos e amigas; camaradas e camarados (esta à Bloco de Esquerda) demonstram que desconhecem o significado dos vocábulos: todos ( = toda a gente; humanidade); Portugueses ( = povo luso, habitantes de Portugal); caros (adjectivo masculino plural = quem estimamos, seja do sexo masculino ou feminino); adeptos (adjectivo/substantivo masculino plural = apoiantes, sejam do sexo masculino ou feminino); amigos (adjectivo/substantivo masculino plural = pessoas a quem nos ligamos por afectos); camaradas (substantivo de dois géneros = pessoas que connosco partilham uma função comum); e de todos os outros vocábulos que englobam o feminino e o masculino, porque se referem a PESSOAS no seu todo: homens, mulheres, crianças, novos e velhos, menos novos e menos velhos. Simplesmente TODOS.
Diferente é dizer especificamente minhas senhoras (porque - em princípio - não serão homens) e meus senhores (porque - em princípio - não serão mulheres). E isto sem qualquer segundo sentido, porque aceito a condição humana, tal qual ela é concebida. Só não sou tolerante (nem tenho de ser) com os que tendo obrigação de SABER, porque lhes foram dadas todas as oportunidades e privilégios, se recusam a QUERER SABER. E para tal não há perdão.
Suponho que o que leva os que se julgam modernos, a aplicar este modismo queira imitar algumas línguas estrangeiras, como o Inglês ou o Castelhano, que especificam, por exemplo, filhos e filhas (sons and daughters, hijos y hijas), quando querem referir-se a boys and girls, e a chicos y chicas. Porém quando se referem à sua prole (filhos) dizem children e niños (ou hijos).
Contudo, na Língua Portuguesa, o vocábulo Filhos é um substantivo masculino plural = conjunto dos descendentes = DESCENDÊNCIA, PROLE…
E o vocábulo filho é um substantivo masculino singular = indivíduo do sexo masculino (ou animal macho) em relação a seus pais. Se queremos dizer que tivemos mais de um indivíduo do sexo masculino, dizemos que temos X filho(s). Mas se quisermos dizer que, no todo, tivemos seis descendentes, dizemos seis filhos.
Portanto, quem anda agora, por aí, a imitar línguas estrangeiras, ou os modismos oriundos do complexo de inferioridade que certas mulheres sentem em relação ao homem, não conhecem nem essas línguas, nem a própria língua.
Experimentem traduzir isto para Inglês: meus queridos amigos e minhas queridas amigas = my dear friends and my dear friends. Experimentem também traduzir: Ingleses e Inglesas = English and English.
Agora reparem: como se traduz o modismo ( = idiotismo) Portugueses e Portuguesas, que agora tanto se ouve por aí:
Para Inglês = Portuguese and Portuguese
Para Castelhano = Portugués y portugués
Para Italiano = Portoghese e portoghese
Para Francês = Portugais et portugais
Para Alemão = Portugiesisch und Portugiesisch
No que pretendem transformar a Língua Portuguesa? Já não basta o Acordo Ortográfico que destruiu a Língua? Querem transformá-la numa língua extraterrestre? Extra-europeia? Extra-indo-europeia? Uma língua de ignorantes?
Já não será tempo de deixar os modismos e regressar ao que estava bem e não necessitava de remendos mal costurados?
Sempre ouvi dizer que o que é demais é moléstia.
E já chega de tanta moléstia!
É de nos deixar os nervos e as nervas em pé!
Isabel A. Ferreira
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