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De Maria João Brito de Sousa a 2 de Dezembro de 2015 às 15:40
Interajo muito mais com escreventes do Português do Brasil do que do que com escreventes do Português de países africanos, Isabel mas, quando abordo o tema AO90 faço-o de forma a abranger todos os países lusófonos...
Posso estar errada, mas quer-me parecer que o Brasil é o país que mais se vai distanciando de nós, ao nível da língua... e as diferenças são enormes, se repararmos bem nos contrastes sintáticos. (abissais...)

Mais uma razão para eu considerar absurda esta frustradíssima tentativa de unir as variantes do Português de Portugal por uma ortografia que, "formatada" pelo AO90, é uma verdadeiro hino à falta de discernimento de quem a concebeu...
De Isabel A. Ferreira a 2 de Dezembro de 2015 às 15:58
O que eu quis dizer é que o AO/90 foi elaborado para “agradar” ao mercado livreiro brasileiro, e não ao mercado livreiro dos outros países lusófonos, por isso quando se aborda os estropiamentos que a nossa Língua sofreu com este acordo, estamos a referir-nos ao abrasileiramento de vocábulos que, no Brasil, foram estropiados (e nos outros países lusófonos não) para FACILITAR a aprendizagem, e diminuir o analfabetismo que era altíssimo.

Ora isto não resultou, porque os analfabetos, no Brasil, continuam a ser mais do que muitos, e os que são instruídos escrevem MAL a própria Língua, que perdeu a sua raiz europeia.

Os Brasileiros, na verdade, foram os que mais se distanciaram de nós, não respeitando algo que deve ser sagrado para um povo: a Língua Materna.
De Maria João Brito de Sousa a 2 de Dezembro de 2015 às 16:17
Tem toda a razão, Isabel!

Se eu não tivesse as muitíssimas limitações que tenho, atrever-me-ia a começar a estudar a sintaxe dos manuais oficiais do Brasil, garanto-lhe.
Há mil e uma coisas que dificilmente entendo, porque escritas por pessoas com formação superior...

Mas isto já é um desabafo,Isabel... pouco ou nada tem a ver com o AO90, embora possa reforçar a notória inutilidade de um (des)acordo ao nível ortográfico...

De Isabel A. Ferreira a 2 de Dezembro de 2015 às 17:29
Este é um "acordo" que não pode ser levado adiante. Em Coimbra está a realizar-se um Congresso, onde uns tantos traidores da Pátria vão falar da Língua como se ela fosse uma língua-de-trapos...

É esta INCULTURA das pessoas que se dizem INSTRUÍDAS que me DÓI!
De Maria João Brito de Sousa a 2 de Dezembro de 2015 às 17:49
... e o que me espanta, confesso, é que muitas dessas pessoas andaram mesmo a "instruir-se" durante anos e anos...

Sabe como vejo este desacordo? Como uma espécie de operação plástica escusada, feita por mero capricho... uma daquelas que deixam as pessoas tão artificiais,tão "repuxadinhas" que mal se podem rir e, no todo, se tornam rídiculas de tão desarmónicas... cá com os meus botões chamo-lhe "o silicone da língua", "a escrita congelada" e " a ortografia do pronta-a-comer" ou "o Português de Plástico"...
De Isabel A. Ferreira a 2 de Dezembro de 2015 às 18:41
Este desacordo é um cancro que está a destruir a nossa Língua.
De Maria João Brito de Sousa a 2 de Dezembro de 2015 às 19:05
Completamente! E tanto quanto pude perceber, também está a espalhar metástases entre os escreventes brasileiros...

Só estou um pouco reticente quanto ao Referendo... ainda não assinei, mas... será mesmo a única forma de tentar derrubar esta aberração ortográfica? Receio bem que a esmagadora maioria dos falantes se esteja perfeitamente "nas tintas" para um referendo, no que à ortografia respeite...
E eu não sou minimamente elistista. Muito pelo contrário, encontro por aí grandes e talentosos poetas populares que mal sabem escrever, à semelhança do nosso grande Aleixo, e admiro-os muitíssimo. Só tenho pena de que sejam tão poucos os que têm talento e tantos, tantos, tantos os que se auto-proclamam poetas e que, não tendo nem uma "fagulhazinha" de talento, estropiam continuadamente tanto a Poesia quanto a Língua Portuguesa...

Penso já lhe ter dito que sou sinesteta. Nem queira saber quão vulnerável um sinesteta fica perante os erros. Sobretudo os sintáticos que são isuportavelmente agressivos. Todos os sentidos me imploram que pare... mas eu teimo e, no final de um dia de leituras, estou completamente arrasada.

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