Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017

"Receção" (r'c'ção)... só em Portugal…

 

Os Portugueses (bem, alguns portugueses, incluindo a esmagadora maioria dos governantes) primam por gostar de ser diferentes do resto do mundo, quando se trata de rececionar, seja lá o que isto for.

Vai daí… esmiucemos:

 

RECEÇÃO1.png

 

Como todos sabem, ou melhor, como nem todos sabem, a palavra recePção deriva do Latim recePtio = acção ou resultado de captar,  receber.

 

Até à chegada do malfadado e fraudulento AO90 a Portugal, a palavra escrevia-se assim: recePção, com , como deve ser, para podermos saber do que estamos a falar, mas por mais incrível que pareça, um vento bravio soprou ali para os lados do Palácio de São Bento e veja-se o que aconteceu, neste nosso pobre país, à beira-mar plantado, com a cabeça enterrada na areia:

 

Brasil – RecePção

Angola – RecePção

Moçambique – RecePção

Espanha – RecePción

Inglaterra – RecePtion

França – RécePtion

Itália – RecePtion

Portugal – Receção (isto lê-se r'c’ção).

 

E foi isto mesmo - r'c’ção - que hoje ouvi no telejornal da SIC Notícias, que agora tem jornalistas brasileiros ao seu serviço.

 

O jornalista brasileiro, que estava a relatar a notícia dos prémios que Portugal recebeu no que diz respeito aos Hostals lisboetas, pronunciou r'céção à portuguesa, com sotaque brasileiro (rêcêção) que sem o deve ler-se precisamente deste modo, porque no Brasil diria “rêcépição”, porque lá, a palavra nunca perdeu o , porque pronunciam o  e, por conseguinte, escreve-se o . Vá-se lá saber porquê, uma vez que em faCto o cê caiu. 

 

E a pergunta que se põe é a seguinte: por alma de quem é que em Portugal se escreve incorreCtamente uma palavra que o resto do mundo escreve correCtamente, até o Brasil, que tem tantas palavras mutiladas, sem sentido algum… mas recePção salvou-se, não sei por  milagre de que santo…?

 

Se alguém tiver uma resposta com lógica que se adiante…

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:34

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comentários:
De Arsénio Sousa Pires a 26 de Janeiro de 2017 às 09:45
É claro que o Sr. Malaca tem a resposta!

Esta VERGONHA do desACORDO 1990 vai dar cabo da língua portuguesa.
De Isabel A. Ferreira a 26 de Janeiro de 2017 às 14:07
O vergonhoso desACORDO só dará cabo da Língua Portuguesa se NÓS DEIXARMOS, Arsénio.
De Fernanda Ferreira a 6 de Março de 2025 às 15:46
Artigo um tanto quanto desdenhoso com o Brasil, como sempre.
De Isabel A. Ferreira a 6 de Março de 2025 às 17:05
Fernanda Ferreira, tem todo o direito de ter essa opinião, e eu tenho todo o direito de escrever o que escrevo, baseada em FACTOS (não, fatos), nem em preconceitos.

Primeiro, porque não sou bajuladora, nem com os meus, nem com os outros.

Segundo, porque sou Portuguesa, e tenho o direito e o dever cívico de defender a minha Cultura, a minha História e a minha Língua.

Terceiro, porque o Brasil é a minha segunda Pátria, e por ser a minha segunda Pátria trato-a com a mesma deferência com que trato a minha primeira Pátria –- Portugal, ou melhor, trato os Portugueses e os Brasileiros com a mesma consideração, tanto para o bom, como para o mau. Os amigos devem medir-se não pelo bom que dizem de nós, mas por chamar-nos à atenção por aquilo que fazemos de mau. Se o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, tivesse realmente bons amigos, já lhe teriam dito que ele vai nu. Sabe o que quer dizer essa expressão, não sabe? Mas está cercado de bajuladores, e ele não sabe.

E quando escrevo o que escrevo sobre os Brasileiros ligados à Língua, que eles maltrataram quando a mutilaram, e continuaram a chamar-lhe “Português”, estou a dizer-lhes que eles vão nus. Por amizade, e não por desdém, que é uma coisa muito feia, que não cultivo no meu coração.

Graças a Deus e a todos os Santos que a minha família brasileira (já na terceira geração) e os meus amigos brasileiros e muitos desconhecidos brasileiros CULTOS não lêem os meus textos com olhos vesgos, que deturpam o que escrevo. Sabem que eu tenho razão, porque os factos são factos e contra factos não há argumentos.

Apenas aqueles que não sabem distinguir um facto de uma conjectura, interpretam o que escrevo como a Fernanda Ferreira interpretou.

E para que não lhe restem dúvidas, e se ainda não leu, leia, por favor, estes artigos que escrevi, entre outros:

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/eis-um-naco-de-bela-prosa-529062

https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-minha-declaracao-de-amor-a-lingua-167130

Por vezes, as aparências iludem os que não sabem ler nas entrelinhas, onde se dizem coisas, por vezes, mais importantes do que nas linhas.

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