Dr. Francisco Seixas da Costa, eu poderia NÃO publicar este seu comentário, porque nele o senhor INSULTA a inteligência colectiva, ao dizer que a minha linguagem é desrespeitosa, insultuosa, sem o mínimo de educação e desprovida de civilidade. Não me insulta a mim, porque, a mim, só insulta quem eu deixo.
No entanto, a minha consciência diz-me para o publicar, para “lavar a honra colectiva”.
Não é a minha linguagem que é desrespeitosa, nem insultuosa, nem deseducada, nem desprovida de civilidade.
Desrespeitosa, insultuosa, deseducada e desprovida de civilidade é a linguagem, na sua forma grafada, que o Estado Português impingiu aos Portugueses, contra a vontade da esmagadora maioria dos povos envolvidos. E essa sim, é uma linguagem que INSULTA a inteligência de todos os lusófonos pensantes.
Eu apenas ouso usar, às claras, a linguagem ADEQUADA à circunstância que rodeia o AO90, e que muitos notáveis usam pela calada.
É natural que o senhor, que escreve Egito, aspeto, exceto, setor, infeção, ação, afetado, teto, arquiteto, espetador, adoção, etc., etc., etc., (esta, sim, uma linguagem insultuosa, desrespeitosa, inculta, que fere a sensibilidade dos Portugueses) não tenha argumentos para rebater os meus argumentos, que considera terem sido apresentados incivilizadamente, ou seja, usando os termos certos, para relatar a circunstância certa.
Quando se trata do AO90 ou dos predadores da Língua Portuguesa ou dos déspotas que o impuseram ditatorialmente (isto é um facto mais do que comprovado) eu não estou a fazer romance, nem poesia. Estou a falar de ESTUPIDEZ (e o senhor pode fazer uma busca no Google usando ESTUPIDEZ AO90, e veja a quantidade de pessoas que o dizem).
Ora, quando falo de ESTUPIDEZ e das pessoas que a promovem, eu ouso usar a linguagem adequada a esta circunstância, para que seja mais fácil compreender do que falamos quando falamos do AO90.
Os adjectivos que ouso usar existem nos dicionários de Língua Portuguesa, para adjectivar adequadamente a envolvência do AO90. Há quem lhe chame LIXO, e eu concordo. Sérgio Vaz, jornalista brasileiro, vai mais longe, sobre isto disse o seguinte: «Avacalharam a Língua Portuguesa. Com este acordo ortográfico, mal-ajambrado, PORCO, criaram um desacordo fenomenal entre os países de Língua Portuguesa» (isto anda por aí publicado). Todos estes adjectivos são adequadíssimos a esta questão, que só merece a mais veemente repulsa.
Poderia eu usar uma linguagem poética e civilizada? Poderia. Mas essa linguagem uso-a nos meus livros “Manual de Civilidade” (uma reflexão sobre ética do comportamento – algo que falta aos predadores da Língua) e «Entre Brumas e Penedios» (um cântico ao Mar).
O AO90 e os seus seguidistas NÃO me merecem respeito algum, porque me INSULTAM ao INSULTAREM o meu mais precioso instrumento de trabalho - a minha LÍNGUA MATERNA, a PORTUGUESA, com a MIXÓRDIA ortográfica (roubei esta designação do Ricardo Araújo Pereira) que impuseram às desventuradas crianças e jovens portugueses, vilmente atraiçoadas por quem devia dar-lhes um ensino de qualidade, a começar pela Língua Materna.
E o senhor ainda se atreve a vir aqui exigir de mim uma linguagem civilizada, quando a linguagem que preconizam INSULTA a inteligência de qualquer SER PENSANTE? E só precisa ter um neurónio a funcionar.
Ainda nenhum acordista conseguiu argumentar RACIONALMENTE a favor do AO90. Nenhum. Ou rementem-se ao silêncio, ou simplesmente fogem à argumentação, sentindo-se insultados pela VERDADE, dita nua e cruamente, como todas as verdades devem ser ditas. O lixo não pode ser designado de um modo civilizado, ou deixará de ser lixo.
Boa tarde, Carlos Gonçalo.
Eu também penso que SE (SE) nos uníssemos TODOS, poderia ser que alguma coisa acontecesse.
Mas há um grande e grave problema: unir os Portugueses que se dizem avessos à aberração ortográfica não é uma tarefa fácil, até porque já houve gente, com peso na sociedade, que tentou, eu própria já tentei, e NADA. A adesão foi quase nula. Apelou-se a manifestações, a acções, a tudo e mais alguma coisa, e nada. Nada resultou. Os portugueses hodiernos não são lutadores. Desde que não lhes mexam nos bolsos, barafustam, barafustam, mas nada fazem. Só saem à rua para gritar “queremos aumento de salários”. E é nesta inércia que os governantes apostam, para manter a parvoíce do AO90, pois estão comprometidos com negociatas obscuras e com a mediocridade.
SE o Carlos Gonçalves tiver alguma ideia de como poderemos mobilizar portugueses para esta causa, agradeço, e, repito, ponho o meu Blogue à disposição. Cumprimentos.