De Diana Coelho a 24 de Março de 2021 às 15:02
A Isabel sempre a brindar-nos com textos excelentes. Mas olhe que não são só os jornalistas que não são unidos. É o povo inteiro. O povo português raramente se une para alguma coisa. ;)
Cara Diana Coelho, obrigada pela gentileza das suas palavras.
Bem, na verdade tem toda a razão, não são apenas os jornalistas que não são unidos. Lamentavelmente, não são. Temos um povo que só se une e sai às ruas e faz barulho se lhe mexem nos bolsos ou nas contas bancárias. A Língua Portuguesa não se encaixa nem nos bolsos, nem nas contas bancárias.
No Facebook existem uns seis Grupos Anti-AO90 que se limitam a ser contra, mas não agem, quando se lhes pede acção.
Nem os professores se uniram. Nem sequer os linguistas se uniram.
É nesta inércia que os governantes apostam, para se manterem fiéis ao pretenso “dono” da Língua Portuguesa, a quem prestam uma vergonhosa vassalagem. Algo que sairá muito caro a Portugal e aos Portugueses.
De Diana Coelho a 25 de Março de 2021 às 12:42
Foi exactamente essa conclusão a que cheguei depois de ter lançado uma questão no grupo Professores Contra o Acordo Ortográfico. A questão que lancei, "Ensino à Distância" ou "Ensino a distância", era importante (julgo eu) e gerou discussão com centenas de comentários, o que me agradou. A minha intenção era saber a opinião dos professores acerca do assunto mas mesmo assim houve uma ou outra pessoa rude comigo. Depois de ler as centenas de comentários percebi que muita gente está contra o Acordo Ortográfico nas redes sociais mas na prática transformam-se em acordistas. Porquê? Eu estou a tirar uma formação em Museografia em Coimbra e, logo no início, um dos meus formadores quis organizar uma trabalho de grupo com a turma toda cujo texto seria para publicação e escrito com Novo Acordo Ortográfico. Respondi "Então não contem comigo. Não aceito esse desacordo e não participo num texto mal escrito". E não participei.
Grande Diana Coelho!
É assim mesmo! Precisamos de gente com CORAGEM e PERSONALIDADE para dar murros em todas as mesas, para dizer rotundos NÃOS, para virar as costas ao virulento acordo ortográfico.
Se quisermos acabar com esta afronta à nossa Cultura Linguística é preciso que TODOS os que se dizem anti-AO90 (e pelo que se vê no Facebook, são milhares, mas serão, de facto?) façam o seguinte:
- NÃO escrevam segundo a cartilha do AO90, até porque demonstram ignorância;
- NÃO comprem livros, jornais ou revistas “acordizados” (é preciso que as editoras “acordistas” vão à falência, porque merecem);
- NÃO alinhem quando vos pedem para fazer trabalhos escritos em “acordês”, até porque não há lei alguma que vos obrigue;
- Quem tem filhos nas escolas básica e secundária devem adverti-las de que na escola escrevem “incorretamente” (e frisem bem “incurrêtâmente” porque é assim que se lê a palavrinha em acordês) a Língua Materna deles, por decisão do governo português, mas em casa ensinem-nos a escrever correCtamente, como se o AO90 fosse uma língua estrangeira. É preciso incutir espírito crítico às crianças, desde tenra idade, para que não sejam adultos servilistas, e quando chegarem aos 18 anos poderem dizer NÃO ao AO90.
Mas apenas quem tem CORAGEM e PERSONALIDADE consegue fazer isto.
Quanto ao que diz sobre o “ensino a distância” isto é nitidamente “à moda brasileira”, porque eles lá abrem as vogais, e para eles A é À vai dar ao mesmo. Obviamente que o ensino é “à distância”.
Quase a totalidade das pessoas, que estão nesses grupos anti-AO90, alinham com o AO90; ensinam segundo a cartilha do AO90, nas escolas; escrevem teses de mestrado segundo o AO90; e estão-se nas tintas para a Língua Portuguesa, e pior do que isso, escudam-se no “somos obrigadas”, para escreverem incorrectamente a Língua delas, porque é mais fácil acomodarem-se do que lutarem, ou PENSAREM.
Precisamos de muitas mais Dianas Coelhos em Portugal.
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