Sábado, 16 de Setembro de 2023

Não é verdade que o Português foi a língua-líder nos exames de acesso a universidades dos EUA, em 2023. A verdade é que foi a Variante Brasileira do Português que liderou, à qual, erradamente, chamam “português”

 

Andam por aí a vender gato por lebre, ao dizerem que o “português” registou o maior número de inscrições, batendo línguas como o Russo ou o Árabe, que integram o National Examinations in World Languages, conferindo créditos para acesso ao ensino superior nos EUA. E para chegarem aí chamam à Variante Brasileira do Português, Português, e depois a comunicação social portuguesa, sem o mínimo espírito crítico, diz que sim, e propaga a mentira, que muitos acham que é verdade, mas NÃO é.

Simplesmente, NÃO é.

 

Sabe-se que nos EUA existe uma colónia brasileira muito superior, em número, à colónia portuguesa. Daí que, seguindo uma política expansionista do vale tudo da Língua que se fala e escreve no Brasil, esta comunidade brasileira, que se apoia na muleta europeia, sem a qual não conseguiria impor-se, dá aulas do que denominam “português”, enganando, assim, os mais incautos. E a isto chama-se USURPAÇÃO de Património CVultural Imaterial alheio.

 

É preciso que se saiba o seguinte: a Língua oficial do Brasil denomina-se Portuguesa, unicamente por conveniência política. A língua, de facto, no Brasil, é a Brasileira, reconhecida por milhões de brasileiros, desde os tempos em que por lá andei a estudar. O Brasil jamais conseguirá singrar sem a sua MULETA europeia, daí continuar a fingir que existe um português do Brasil. NÃO há. O Português, que os Brasileiros herdaram [poderiam ter escolhido o Tupi-Guarani, depois da independência], foi completamente deslusitanizado, logo, já não é Português.

 

Além disso [mulher] tem outra coisa [para relembrar um marco da cultura musical brasileira (***)]: a deslusitanização foi de tal ordem que, no Brasil, e passo a citar: «Há alguns anos, o Ministério da Educação resolveu mudar os currículos e a metodologia do ensino da Língua Portuguesa. Até o nome da disciplina foi modificado oficialmente: saiu o Português dos programas e deu lugar à Comunicação e Expressão.» inDestratando o Português” – capítulo do livro «A Brasilidade dos Portugueses», págs. 144/145, de A. Gomes da Costa [falecido presidente do Real Gabinete Português de Leitura], crónica escrita em 20/08/2001.

 

E isto é um facto, mais do que comprovado.

 

É de lamentar que tenhamos uns governantes que, sofrendo de um brutal complexo de inferioridade, optam pela ignorância, acreditando nas baboseiras que uma esquerda brasileira ignorante anda por aí a espalhar, e que uma comunicação social portuguesa, muito servilmente (ou deverei dizer rendida ao deus pataca?), anda por aí a dizer ÁMEN.

 

Isabel A. Ferreira

 

(***) A Cultura Brasileira é riquíssima, a Variante Brasileira do Português também é riquíssima. Haverá necessidade de andarem a USURPAR o Português, que pertence à Cultura Portuguesa, para se imporem ao mundo? Não havia necessidade alguma, apenas por uma  secreta maldade o fazem . A cada Povo o que lhe pertence: a Portugal o que é de Portugal – o Português), e ao Brasil o que é do Brasil – a Variante Brasileira do Português. 

 

Português e Brasileiro.png

***

 

Eis um comentário com uma súmula perfeita do que realmente se passa, em relação a esta questão da Língua.

Daí que o tenha apensado ao meu texto, para que chegue a mais pessoas, porque, nem todos os que lêem o texto, lêem os comentários, no que fazem muito mal, porque, por vezes, nos comentários está escondida muita verdade.

Muito obrigada pelo esta sua análise, que condiz perfeitamente com a mais pura realidade.

Quanto aos totós alegres, penso que eles estão quase todos na classe política, na classe docente e na classe jornalística, porque o Povo não pensa, pelo menos, não pensa no que é essencial, e porquê? Porque não o INFORMAM, nem o FORMAM.

No meu tempo de Jornalismo, no activo, o lema era INFORMAR, FORMANDO.

Hoje, é o que se vê: uma subserviência bacoca ao Poder também bacoco.

 

***

Anónimo comentou o post Não é verdade que o Português foi a língua-líder nos exames de acesso a universidades dos EUA, em 2023. A verdade é que foi a Variante Brasileira do Português que liderou, à qual chamam, erradamente, “português” às 17:39, 16/09/2023 :

 

Aos brasileiros falta-lhes o conhecimento do que é Portugal e da sua cultura, boa ou má, mas portuguesa e, ao mesmo tempo, qual o contributo que Portugal deu ao Brasil para que hoje seja o império territorial que é, ou seja: metade do território de toda a América do Sul. A maioria desconhece a história do Brasil e não sabe falar Português porque os brasileiros estão independentes há duzentos anos e não ensinaram o Português aos seus cidadãos e no princípio do século XX não quiseram aceitar o estudo e a dinâmica linguística que Portugal imprimiu à sua própria língua. Basta ler Cândido de Figueiredo, membro da Academia de Lisboa e autor do dicionário de Língua Portuguesa de seu nome, para concluir que uma certa casta brasileira de iluminados não aceitava que Portugal desse orientações à sua própria língua e Portugal respeitou essa não aceitação. Agora, no último quartel do século XX, os brasileiros vendo no que se tinham metido, para ganhar tempo, propuseram a Portugal essa iluminada ideia de uniformização de ortografia mas com uma percentagem quase nula para eles e a grande percentagem de alteração para nós. Todos estes pormenores são quase desconhecidos da grande maioria dos portugueses. Portanto, há gato escondido com rabo de fora e a maioria dos portugueses são eufóricos com coisas pequenas e têm pouco jeito e rigor para analisar as coisas. Resultado: somos uns tótós alegres.
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 16:15

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Segunda-feira, 20 de Março de 2023

As duas Línguas Oficiais de Portugal estão em vias de extinção. O que estão efectivamente a fazer os “desacordistas” para as DEFENDER?

 

Por exemplo, o que fizeram ou estão a fazer objectivamente as “conhecidíssimas personalidades” e os “parceiros oficiais” que constam da lista do ACORDO ZERO - iniciativa independente de incentivo à rejeição do AO90, criada em 10 de Julho de 2021, no Facebook?

Ver lista neste 
aqui

 

A Língua Portuguesa está moribunda, e a sua morte iminente deve-se não só aos governantes portugueses, que CEGAMENTE rastejam aos pés de quem a destruiu com um objectivo dos mais abjectos, como também à INACÇÃO daqueles que dizem ser contra este incompreensível, inacreditável e inútil acordo, mas NÃO passam das palavras às acções. E com palavras não levaremos a água ao nosso moinho. E os que estão a fazer alguma coisa, precisam de fazer muito MAIS.  


Por sua vez, a segunda Língua Oficial de Portugal, a  Língua Mirandesa está em risco de desaparecer, e  aguarda ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias, que enumera uma série de premissas com que os Estados-membros, entre eles Portugal, se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias”. Ora neste caso, Portugal, como em tudo o resto, anda a passo de caracol, e, por este andar, o Mirandês, que devia ser aprendido, tal como o Português, nas escolas portuguesas, está também em vias de extinção. Apenas os péssimos políticos NÃO estão em vias de extinção.

 

E com que Língua Portugal entrará no futuro? Com a Variante Brasileira do Português? Aquela que, devido a um ensino altamente ineficaz e defeituoso, se tem degradado a olhos vistos, estando a ser disseminada pela Internet como sendo “língua portuguesa”, mas com bandeira brasileira?

 

O erro já foi cometido, mas ainda vamos muito a tempo de o reparar. Para tal, é necessário que as figuras públicas, mais divulgadas nos média ou com acesso a eles, como  escritores, músicos, cantores, professores ou ex-professores, actores, políticos, poetas, ensaístas, tradutores, jornalistas, cineastas, advogados, juristas, juízes-conselheiros, historiadores, linguistas, humoristas, filólogos, revisores, autores, investigadores, aprendizes d’escrita, editores, embaixadores, livreiros, agentes culturais, explicadores de português, enfim, todos os que constam da lista abaixo apresentada (e também todos os que não constam, mas são anti-AO90) da INICIATIVA ACORDO ZERO, se UNAM numa acção que aqui vou apresentar, para instar o presidente da República Portuguesa a cumprir o seu DEVER, ou seja, a ANULAR o AO90, e devolver a Portugal a grafia portuguesa.

 

O que PROPONHO é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, mais abaixo reproduzido, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões (ainda que já na reforma), para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para  o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, PORÉM, o fundamental é que FAÇAMOS alguma coisa, se quisermos SALVAR a Língua Portuguesa. Ela está a com os pés na cova, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só QUERER e AGIR.

 

Atentem nesta notícia, do Jornal Observador:

 

«Exame de Português para acesso a universidades nos EUA tem recorde de inscritos»

 

O exame de “português” do National Examinations in World Languages (NEWL), que atribui créditos para acesso ao ensino superior nos Estados Unidos da América, registou um recorde de alunos inscritos e é já o idioma líder nesse segmento, segundo fontes oficiais, ultrapassando o Russo, o Coreano e o Árabe.
 

Esqueceram-se, porém, de dizer o principal: essa linguagem, a que chamam “português” é a Variante Brasileira do Português. Nos EUA o que mais há é brasileiros a leccionar a Variante Brasileira da nossa Língua. Desses cursos os alunos sairão a falar Bráziu e não, Brâzil, e a escrever “onipresente”, “umidade” “exporte”, “trem”, “tornozeleira eletrónica” e NÃO, omnipresente, humidade, desporto, comboio, pulseira electrónica ( = bracelete OU dispositivo usado geralmente no tornozelo, que transmite sinais em radiofrequência e permite a vigilância de determinada pessoa em local previamente definido).


Não sei qual é a vossa opinião. A minha, é que estão a USURPAR a Língua de um País livre e soberano, ALTERANDO-A, tendo o desplante de continuar a chamá-la “portuguesa”, fazendo isto parte de um objectivo abjecto, já em curso.

 

E isto com a cumplicidade dos governantes portugueses, acolitados pelos que os SERVEM acriticamente, cegamente, servilmente.

 

Ver notícia aqui:

https://observador.pt/2023/03/18/exame-de-portugues-para-acesso-a-universidades-nos-eua-tem-recorde-de-inscritos/

 

Vamos tentar SALVAR, a SÉRIO, a NOSSA Língua?

 

Isabel A. Ferreira

 ***

Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.

 

SÍMBOLO.png

 

 

Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.

 

Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.

 

Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.

 

Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.

 

Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.

 

Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.

 

Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.

 

Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna –  aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a  ser acordizadas, num  manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).

 

Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.

Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.

Com os nossos melhores cumprimentos,

(Nome dos subscritores)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:44

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Quarta-feira, 27 de Junho de 2018

«Os factos que os apoiantes do Acordo Ortográfico não querem ver revelados»

 

Um texto imperdível, para todos os que se dizem amantes da Língua Portuguesa.

Um importantíssimo e magnífico texto assinado por J. Nuno A. P. S. Ferreira que põe a nu a irracionalidade da mais monumental fraude linguística de todos os tempos, em todo o mundo: o mal dito AO90.

E isto acontece em Portugal.

Pobre país quando cai nas mãos de pobres de espírito (não confundir com pobres em espírito, que é outro conceito).

 

AO90.png

 

Discórdia Ortográfica

 

1 - A unificação que não existe

 

Não existe nenhuma Língua global que seja unificada.

Admitindo que seremos (erradamente) pioneiros numa iniciativa deste tipo, fica apenas a certeza de que haverá o dia em que um povo adoptará numa nova palavra ou ortografia não adoptada por outros.

A unificação é uma miragem que o tempo se encarregará de levantar.

Ficará apenas a certeza dos erros cometidos.

As Línguas, faladas ou escritas, não pertencem a nenhum governo.

Pertencem ao povo que as falam e escrevem.

A fala e a escrita estão tão vivas quanto o povo, e sofrem as influências do ambiente que as rodeia.

Em Portugal diz‐se “betão” do francês “béton”, enquanto que no Brasil usa‐se um “concreto” do inglês “concrete”.

Ainda no Brasil, “espingarda” é “rifle” (“rifle” em inglês), “travões” são “breques” (“breaks” em inglês), e “congéneres” são “contrapartes” (“counterparts” em inglês).

Demonstra‐se apenas a ignorância a respeito das regras e práticas das restantes Línguas que se querem como exemplo, mas também a respeito na nossa própria Língua.

 

Em discussão, esta ignorância fica patente quando os defensores do Acordo Ortográfico referem como exemplo a seguir uma Língua Inglesa que, segundo estes, não têm diferenças de ortografia entre os vários países com esta Língua Oficial.

Nada poderia estar mais errado.

Existe “color” nos USA e “colour” no UK, “gray” e “grey”, “modeling” e “modelling”, e muitas outras diferenças ortográficas.

Isto para além das análogas a um “betão/concreto” como é o caso do “solicitor/lawyer”.

 

Não existe qualquer mal na ignorância, apenas na omissão de se informar antes de argumentar.

 

A verdadeira unificação é a aceitação das diferenças. É entender que as diferenças contribuem para um enriquecimento da Língua.

 

Quantos mais países falarem a Língua, mais contribuições existirão para o enriquecimento da mesma.

Isto é riqueza linguística, cada país com a sua variante:

O que o Acordo Ortográfico promete, é a substituição do “Português (Brasil)” e do “Português (Portugal)” por um tímido e fraco “Português”.

No entanto, aquilo que deveríamos almejar seria um “Português (Brasil)” e “Português (Portugal)” acrescidos de: • “Português (Angola)” • “Português (Cabo Verde)” • “Português (Guiné)” • “Português (Macau)” • “Português (Moçambique)” • “Português (São Tomé e Príncipe)” • “Português (Timor)”

E já agora, porque não: • “Português (Galiza)” • “Português (Goa)”

Os mais atentos terão certamente reparado que a versão que possuo do Microsoft Word é em inglês.

Lá chegaremos em momento oportuno.

Outro aspecto, que só pode ser distracção, é a eliminação das ditas consoantes mudas, sustentada em argumentação de facilidade de aprendizagem.

Resta saber o que fica dificultado.

Se actualmente se escreve “colecção” (do latim “collectio”), e se pretende mudar para “coleção”, gostaria que explicassem como facilita a aprendizagem de Línguas estrangeiras (ou a Língua Portuguesa por estrangeiros), quando temos “collection” em inglês e “collection” em francês.

Voltamos à base do facilitismo.

A iliteracia é elevada.

Escreve‐se mal Português.

Mudar o sistema de ensino está fora de questão.

Muda‐se a Língua.

Albarda‐se o burro à vontade do dono.

Enquanto nos outros países se aumenta a exigência do sistema de ensino, de modo a produzir recursos humanos com maiores competências, em Portugal promove‐se as passagens de ano administrativas.

O resultado de anos de facilitismo, tanto em Portugal como no Brasil, salta à vista, como facilmente se pode observar:

 

2 - Força da Língua

 

Muito se fala em torno da Língua Portuguesa ser a quinta ou a sexta mais falada em todo o mundo.

Como se a quantidade de pessoas fosse assim tão relevante quanto isso.

Na lógica da quantidade temos à frente do Português o Mandarim, Hindi, Castelhano, Inglês e, dependendo de como se conta, o Árabe.

Mas será a quantidade assim tão importante, tão relevante? Ou será a qualidade?

Não será mais importante a qualidade dos artigos, documentos, livros originais escritos nessa mesma Língua? Não será mais importante a excelência profissional e intelectual das pessoas com essa Língua nativa?

 

SIC.png

 E assim anda a "inteletualidade" da comunicação social televisiva…

 

Onde está o Mandarim? O Hindi? Alemão, Francês, Polaco, Japonês, Italiano e Holandês à frente do Português? Como?!

 

Parece óbvio que o desenvolvimento económico, tecnológico e cultural dos países é mais importante para a projecção de uma Língua do que a quantidade de falantes.

Nem entendo como é possível pensar o contrário.

Repare‐se como o Espanhol (Castelhano) foi prejudicado (de segunda Língua mais falada para nono lugar na WIKIPÉDIA) pelo fraco desenvolvimento da generalidade dos países com esta Língua materna.

Se Portugal pretende dar projecção mundial à Língua Portuguesa, não alcançará o sucesso através de Acordos Ortográficos, mas sim através do apoio económico, tecnológico e cultural aos restantes países de Expressão Portuguesa.

O problema é que ainda nem nos conseguimos apoiar a nós mesmos.

Urge resolver o problema do sistema de ensino Português.

Aumentar o nível de exigência.

Acabar com os facilitismos.

 

3 - Exemplos de bom senso

 

Ainda ao abrigo da ignorância, há quem torture os números para que estes digam que a Língua Portuguesa está em oitavo lugar na WIKIPÉDIA devido às diferenças ortográficas, que sem elas estaríamos num lugar muito mais honroso.

Como, uma vez mais, o problema não é a ignorância, mas sim a falta de pesquisa de informação que sustente a argumentação, aqui fica, preto no branco, essa mesma informação em falta.

Informação esta que denota o bom senso e elevação demonstrado por uma comunidade de colaboradores na WIKIPÉDIA que terá, certamente, um elevado nível cultural.

Vejamos de que se trata: «Wikipédia: Versões da língua portuguesa (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

 

O Português escrito em Portugal, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné‐Bissau, Angola, Moçambique, Timor‐Leste e Macau (chamado de ʺportuguês europeuʺ) tem diferença sensível em relação ao português escrito no Brasil (chamado de ʺportuguês brasileiroʺ). Ainda, entre cada país do considerado ʺportuguês europeuʺ há diferenças locais relevantes.

 

No próprio território brasileiro, entre uma região e outra, também há diferenças no modo da escrita e nas gírias locais.

Por exemplo, na página principal aparece em vários sítios a palavra ʺprojectoʺ.

Esta palavra está escrita na norma seguida em Portugal e na África.

No Brasil, escreve‐se ʺprojetoʺ, omitindo a letra ʺcʺ.

Qual das duas versões está correcta? Ambas.

Simplesmente uma versão é usada no Brasil e outra em Portugal, África e territórios asiáticos.

Como acontece nas outras grandes línguas internacionais, não existem versões superiores ou inferiores: são apenas diferentes.

Por isso, não veja algo que não está escrito no seu português como incorrecto apenas por isso.

Este projecto é a Wikipédia em língua portuguesa, também chamada de Wikipédia lusófona.

Ou seja, é de todos os falantes do português, seja qual for a norma que utilizam.

Consequentemente, mudar da norma ʺAʺ para a norma ʺBʺ não é bem‐vindo, porque isso implica uma falta de respeito com os utilizadores das edições anteriores. (...)»

 

Se os defensores do Acordo Ortográfico partilhassem deste mesmo bom senso e elevação, e estivessem despidos de outros interesses que não a riqueza da Língua Portuguesa, não haveria certamente lugar a um tão ridículo acordo.

 

Mas ainda se pode ir mais longe.

Podemos chegar ao topo da lista: a Língua Inglesa. «National varieties of English (See also: Wikipédia: Manual of Style (spelling).

The English Wikipedia has no general preference for a major national variety of the language. No variety is more correct than the others. Users are asked to take into account that the differences between the varieties are superficial. Cultural clashes over spelling and grammar are avoided by using four simple guidelines. The accepted style of punctuation is covered in the punctuation section. Consistency within articles Each article should consistently use the same conventions of spelling and grammar. For example, center and centre are not to be used in the same article. The exceptions are: quotations (the original variety is retained);   titles (the original spelling is used, for example United States Department of Defense and Australian Defence Force); and   explicit comparisons of varieties of English.   Strong national ties to a topic An article on a topic that has strong ties to a particular English‐speaking nation uses the appropriate variety of English for that nation. For example:

 

American Civil War—(American English)   Tolkienʹs The Lord of the Rings—(British English)   European Union institutions—(British or Irish English)   Australian Defence Force—(Australian English)   Vancouver—(Canadian English)   Retaining the existing variety If an article has evolved using predominantly one variety, the whole article should conform to that variety, unless there are reasons for changing it on the basis of strong national ties to the topic. In the early stages of writing an article, the variety chosen by the first major contributor to the article should be used, unless there is reason to change it on the basis of strong national ties to the topic. Where an article that is not a stub shows no signs of which variety it is written in, the first person to make an edit that disambiguates the variety is equivalent to the first major contributor. (…)»

 

Como se pode observar, exactamente os mesmos problemas (ou ainda maiores, com os problemas derivados das unidades de medida), e ainda assim conseguem ter o maior número de artigos na WIKIPÉDIA.

 

4 - Perigos e certezas

 

Muitos são os que olham para este Acordo Ortográfico como uma oportunidade de negócio.

Um longo caminho se percorreu para evitar que os manuais escolares fossem substituídos anualmente.

Neste momento as editoras esfregam as mãos de contentes para terem a oportunidade de substituir novamente todos os manuais escolares. Em 2009 os do primeiro ano, em 2010 os do segundo, e assim sucessivamente.

Poucos são aqueles que se apercebem dos perigos vindos de Oeste.

Grandes editoras, com matérias‐primas mais baratas, mão‐de‐obra ainda mais barata e sem garantias de qualificações apropriadas.

Por coincidência, ainda há pouco tempo peguei em alguns manuais dos tempos da universidade.

Em dois manuais de apoio (probabilidade e estatística), um era de origem brasileira.

Desconheço a situação actual a nível universitário, mas a nível profissional sei que a grande maioria de traduções para Português de livros técnicos de informática são em Português do Brasil.

Mas não se restringe a livros impressos.

Não é necessário estar muito atento para entender as dificuldades que os tradutores Portugueses têm em Portugal para encontrar trabalho, com a concorrência dos congéneres Brasileiros.

Com o Acordo Ortográfico a situação só tende a agravar‐se.

 

É um Acordo muito mais vantajoso para o Brasil que para Portugal.

Não só pela mão‐de‐obra mais barata, como também pela facilidade na desvalorização da moeda para facilitar as exportações.

E quem fala em livros, fala em filmes, em programas de computador, etc.

 

TVI.png

As legendagens estão entregues a mão-de-obra barata brasileira daí este “de dia 23”…

 

Estes são os perigos.

Quanto às certezas, apenas as de que não existe nenhum Acordo Ortográfico que obrigue as pessoas a mudar o modo como escrevem, nem que obrigue a ler o que quer que seja que esteja nessa forma imposta.

Não posso falar pelos outros Portugueses, mas, no que me diz respeito, posso afirmar que continuarei a escrever do mesmo modo, e que evitarei comprar tudo o que não esteja na forma pré‐Acordo.

Aliás, a esse respeito pouco irá sofrer alguma alteração.

Como se pôde observar, faço os possíveis por ter software apenas em Inglês, sempre que tenho possibilidade de escolha.

Quando não encontro em lojas nacionais, compro através da Internet no UK.

Prática que adquiri desde que fui confrontado nos finais dos anos 80 com a tradução de “help” por “socorro”.

O mesmo se passa com os livros técnicos.

O único livro técnico que tenho em Português do Brasil está vergonhosamente escondido atrás de muitos outros, e apenas consta na minha biblioteca porque foi oferecido num curso de formação que frequentei.

Nunca o teria comprado.

Livros técnicos em Português (poucos) só mesmo os de autores portugueses.

Canais de TV sofrem do mesmo tratamento.

A evitar as dobragens e as legendagens de fraca qualidade.

Para telenovelas não há pachorra.

A avaliar pela quantidade e qualidade dos opositores ao Acordo Ortográfico, fico com a sensação de que a única garantia é que este Acordo irá conseguir afastar ainda mais estas mais‐valias para a Língua Inglesa, empobrecendo cada vez mais a Língua Portuguesa.

Imagino que a tendência seja para haver cada vez mais crianças a frequentar colégios Ingleses, Franceses. Espanhóis e Alemães.

 

Realmente haverá muita gente a lucrar com este Acordo Ortográfico.

A perder só fica o País.

Penso mesmo existir uma excelente oportunidade de negócio, a editar livros em Português pré‐Acordo.

Quem sabe se não poderá chegar‐se ao extremo de criar um sistema de ensino paralelo. E com a certeza de uma qualidade claramente superior. Também imagino ser difícil fazer pior que o sistema de ensino que existe actualmente.

 

5 - Referendo

 

Como já foi referido, a Língua Portuguesa não é propriedade do Estado, nem de nenhum Governo, e muito menos de um qualquer partido político.

A nossa Língua apenas ao povo pertence, seja ele Português, Brasileiro ou outro.

Não me recordo, tão pouco, de um qualquer partido político ter feito referência à sua posição a respeito do Acordo Ortográfico em campanha para qualquer uma das eleições legislativas.

Se o Tratado de Lisboa poderá ser considerado como uma opção política, já o mesmo não se passa com esta questão da Língua que apenas ao povo diz respeito.

Tal ingerência apenas pode ser legitimada através da consulta popular num referendo.

 

6 - Autoria

 

J. Nuno A. P. S. Ferreira

 

Fonte:

http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:09

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Quarta-feira, 17 de Janeiro de 2018

Que Português para a ONU?

 

ONU.jpg

 

Na entrevista feita pelo acordista Jornal Expresso a Luís Faro Ramos, presidente do “Camões” – Instituto da Cooperação e da Língua (mas qual língua?) li que fazer do Português uma das línguas oficiais da ONU é uma aposta estratégica do Governo (mas qual governo?). E esta foi uma das razões que levaram Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios dos Estrangeiros, a nomear pela primeira vez um diplomata para dirigir o instituto que tutela a língua e a cooperação.

 

E aqui colocam-se algumas questões: o tal “Camões” que agora é cooperador dos verdugos da Língua Portuguesa, nesta questão, estará a servir os interesses de quem? De Portugal, como Estado soberano e independente de influências estrangeiras, ou do Portugal subserviente aos interesses do Brasil?

 

É que a Portugal só interessa apresentar na ONU a Língua Materna Portuguesa, na sua versão culta e europeia, para não destoar das restantes Línguas Maternas cultas (algumas europeias) que fazem parte das línguas oficiais da ONU, a saber: o Inglês (de Inglaterra e não das ex-colónias); o Francês (de França e não das ex-colónias); o Chinês (o mandarim e não nenhum dos dialectos chineses); o Espanhol, (de Espanha e não das ex-colónias); o Árabe culto e não nenhuma das suas variantes; e o Russo, Língua Materna da Rússia e de vários outros países da Eurásia, e não nenhuma das suas variantes.

 

Ora não podemos apresentar na ONU outra língua que não seja a Língua Materna de Portugal, que é a Língua Portuguesa na sua versão falada e escrita, culta e europeia, e não na variante ortográfica brasileira que tem implicações com a oralidade (por exemplo, os que escrevem “direto” terão forçosamente de ler “dirêto”, sob pena de estarem a pronunciar mal o monstrinho ortográfico), e a qual andam a impingir aos Portugueses.

 

Sabemos que a aposta estratégica do Governo é a de apresentar à ONU a versão brasileira da Língua Portuguesa, no que respeita à ortografia, até porque foram os Brasileiros que tiveram a ideia primeiro, porque acham que eles são milhões, e nós, os outros escreventes e falantes lusófonos, que incluem os Angolanos, Moçambicanos, Timorenses, Cabo-Verdianos, São-Tomenses e Guineenses somos apenas milhares. Por isso, é tão importante para Santos Silva que os portuguesinhos aceitem o AO90 sem barafustar. A negociata passa por este pormenor. Por isso, o nosso ministro dos negócios DOS estrangeiros anda tão empenhadíssimo nesta negociata, e o “Camões” (quanto desprestígio para o Poeta!) ajuda a esta “missa (ão)”.

 

Portugal não pode impor-se internacionalmente com uma variante da Língua Portuguesa. Seria o desprestígio total. E penso que a ONU descartará essa possibilidade, a exemplo do que já fez o Vaticano: a Língua Portuguesa deixou de ser língua de trabalho na Cúria Romana, por ter perdido o seu cunho de língua culta europeia...

 

(Ler notícia aqui)

 

A Santa Sé fartou-se do Acordo Ortográfico 1990

 

Lusofonia: bispos lamentam suspensão do uso da Língua Portuguesa nos processos de canonização

 

Seria uma vergonha, um país europeu impor-se internacionalmente com uma variante ( = dialecto) da Língua Portuguesa, e não com a Língua Materna, como todo os outros países.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:42

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