Um texto repescado de 2018, apenas para lembrar que, apesar do caos linguístico instalado na oralidade e na escrita, em Portugal, nem tudo está perdido, porque queimaram a Língua Portuguesa, mas ela renascerá das cinzas…
Origem da imagem: https://pt.slideshare.net/IBMemorialJC/nem-tudo-est-perdido-75308260
Algures em Portugal, numa esquadra da PSP
Hoje, pela manhã, tive de me deslocar a uma Esquadra da PSP, para uma audiência. (Ossos do ofício).
Enquanto esperei para ser atendida, estive a ler os recados afixados nos quadros. Tudo escrito em boa Língua Portuguesa, com todos os cês e pês e acentos nos seus devidos lugares. Ali, ninguém para para ver o que acontece. Ali, naquela Esquadra, ninguém é tatibitate.
Bem… devo confessar que me senti bem dentro daquele lugar, onde a Língua Portuguesa é respeitada.
É que costumo ficar bastante nauseada, quando vou a um Banco, a um Hospital, a uma Escola, ao Centro de Saúde… ou a outro qualquer lugar público e me deparo com recados escritos segundo a cartilha brasileira, estando eu em Portugal.
Mas desta vez, não. Senti-me bem, e fui prestar as minhas declarações com boa disposição.
Disse o que tinha a dizer, o Chefe da PSP escreveu o relatório no computador, e tirou uma cópia para eu assinar.
Maravilha! Além de estar conforme o que eu acabara de declarar, encontrava-se bastante bem redigido e escrito segunda a cartilha portuguesa. Como deve ser.
Antes de assinar, dei os parabéns (não parabenizei, como agora andam por aí a dizer… o meu computador marca erro), dei os parabéns ao Chefe da Esquadra, e disse-lhe que ia assinar o relatório com muito prazer, porque estava escrito num Português escorreito. Dá gosto, quando assim é.
O Chefe sorriu ligeiramente, um sorriso que me pareceu de agrado.
Saí da Esquadra e, cá fora, pareceu-me Primavera!
O tempo, hoje, está ameno, e amena também estou eu, porque descobri que, afinal, em Portugal, nem todos são subservientes, ainda existem homens livres, ainda existe lucidez, ainda existe quem resiste, quem saiba discernir, quem saiba que Portugal é Portugal, um país europeu com uma Língua europeia. Nada de suprimir cês e pês e acentos.
Nem tudo está perdido.
Apenas as crianças portuguesas estão perdidas. E é por elas que continuaremos a resistir. A insistir. A lutar. A exigir que os governantes portugueses devolvam a Portugal a ortografia portuguesa. É que a ortografia portuguesa não é só étimo. Também é estética.
Isabel A. Ferreira
Queimaram a Língua Portuguesa, mas ela renascerá das cinzas…
Origem da imagem: https://pt.slideshare.net/IBMemorialJC/nem-tudo-est-perdido-75308260
Hoje, pela manhã, tive de me deslocar a uma Esquadra da PSP, para uma audiência. (Ossos do ofício).
Enquanto esperei para ser atendida, estive a ler os recados afixados nos quadros. Tudo escrito em boa Língua Portuguesa, com todos os cês e pês e acentos nos seus devidos lugares. Ali, ninguém para para ver o que acontece. Ali, naquela Esquadra, ninguém é tatibitate.
Bem… devo confessar que me senti bem dentro daquele lugar, onde a Língua Portuguesa é respeitada.
É que costumo ficar bastante nauseada, quando vou a um Banco, a um Hospital, a uma Escola, ao Centro de Saúde… ou a outro qualquer lugar público e me deparo com recados escritos segundo a cartilha brasileira, estando eu em Portugal.
Mas desta vez, não. Senti-me bem, e fui prestar as minhas declarações com boa disposição.
Disse o que tinha a dizer, o Chefe da PSP escreveu o relatório no computador, e tirou uma cópia para eu assinar.
Maravilha! Além de estar conforme o que eu acabara de declarar, encontrava-se bastante bem redigido e escrito segunda a cartilha portuguesa. Como deve ser.
Antes de assinar, dei os parabéns (não parabenizei, como agora andam por aí a dizer… o meu computador marca erro), dei os parabéns ao Chefe da Esquadra, e disse-lhe que ia assinar o relatório com muito prazer, porque estava escrito num Português escorreito. Dá gosto, quando assim é.
O Chefe sorriu ligeiramente, um sorriso que me pareceu de agrado.
Saí da Esquadra e, cá fora, pareceu-me Primavera!
O tempo, hoje, está ameno, e amena também estou eu, porque descobri que, afinal, em Portugal, nem todos são subservientes, ainda existem homens livres, ainda existe lucidez, ainda existe quem resiste, quem saiba discernir, quem saiba que Portugal é Portugal, um país europeu com uma Língua europeia. Nada de suprimir cês e pês e acentos.
Nem tudo está perdido.
Apenas as crianças portuguesas estão perdidas. E é por elas que continuaremos a resistir. A insistir. A lutar. A exigir que os governantes portugueses devolvam a Portugal a ortografia portuguesa. É que a ortografia portuguesa não é só étimo. Também é estética.
Isabel A. Ferreira
. "Queimaram" a Língua Port...
. Algures em Portugal, numa...