Um magnífico texto de Paulo Pereira, para ler e reflectir sobre as “interconeções” com que diariamente somos agredidos, nos media que se renderam, com veneração, à mais colossal ignorância (Isabel A. Ferreira)
Por Paulo Pereira
«Não, não é uma asneira vulgar, perpetrável em qualquer momento e destinada ao mero registo de asneiras. É (mais) uma bojuda tolice, impossível de ser meramente despejada por um vulgar ignorante, ANTES do Aborto Ortofágico.
Este aleijão foi concebido em dois momentos.
Primeiro, o ignorante de serviço - porque já constrangido pela caótica “regulação” do AO 90 - deixou de saber para que serve o “x”. Pelo que optou, pessoal e inseguramente, pela hipotética grafia “interconecção”.
O segundo momento decorre de o ignorante integrar uma vastíssima comunidade de utentes que, do AO 90, retêm apenas o que lhes parece serem os Mandamentos fundamentais, poucos, curtos e de aplicação universal: a extinção de consoantes acasaladas (quiçá, sem a indispensável bênção pastoral); o extermínio dos acentos, dos hífenes e - na radical simplificação que conseguem memorizar, qualquer que seja a idade e grau de escolaridade - tudo o que achem que “deve estar a mais”; etc..
Voluntários, coagidos, ou crentes de que o AO 90 foi criado e enviado por uma entidade mais ou menos transcendente - e não engendrado por um grupo de eruditos incultos; aprovado, às três pancadas, por um Parlamento que representa condignamente a vastíssima comunidade já referida; e ilegalmente declarado como coisa legal por um Governo pouco interessado nestas "culturices", porque nada pratique que se lhe assemelhe -, estes desorientados utilizadores do AO 90 são amplamente maioritários. Como os implicados nesta cadeia de actos tresloucados deveriam saber, se adicionassem alguma capacidade de perceber para que é que servia (e para quem) o mostrengo que congeminaram e apaparicaram.
Assim, no cumprimento de um dos mandamentos que interiorizou como coisa verdadeira e assim acata, o nosso ignorante de turno vai-se à sua fantasiosa grafia, que reputa de caduca, e extrai-lhe a consoante acusada de “persona non grata”.
Surge, então e enfim, a vistosa grafia “interconeções”, cujas possíveis interpretações me abstenho de investigar.
Mais um espectacular resultado do horrendo conúbio da ignorância comum e desvalida com a besta acórdica.
E assim o Serviço Público de rádio e TV, onde decorreu a minha vida profissional, que muito prezo e cuja existência é fundamental, para a Democracia e a Cultura portuguesa, incumpre a sua missão.
Certamente, o ignorante de turno nunca será alvo, com todos os outros que, diariamente, espalham estas patetices, de acções de formação adequadas, para que supere as suas incompetências.
Suspeito de que nenhum responsável terá, sequer, o cuidado de o aconselhar, de lhe chamar a atenção para as incorrecções que comete.
Claro que situações ainda mais graves se sucedem em todo o tipo de "media", o que é condenável. Mas, no Serviço Público, é absolutamente inaceitável.»
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=3043854345887935&set=gm.4729723647072971
Será que os actuais professores de Português têm conhecimento do conteúdo do texto que se segue?
Será que os actuais professores de Português andam a ensinar Português aos alunos?
Ou andarão apenas a obedecer, servilmente, a quem nada sabe da Língua Portuguesa (refiro-me à Língua Portuguesa), desprezando com isso a nobre missão de ENSINAR?
... porém, insistir no HERRO é insano...
Por Amadeu Mata
Fonte:
Compêndio de Gramática Portuguesa 1º e 2º anos do Liceu, Porto Editora, páginas 325 e 326, conforme a escrita correcta das palavras segundo as normas oficialmente ainda estabelecidas.
Três Princípios Gerais:
1º - Não se escrevem letras geminadas ou dobradas;
Exceptuam-se rr e ss, que, entre vogais, conservam respectivamente o som sonoro e surdo: torre, carro, massa.
Obs :
Em connosco, comummente, ruimmente, não há letra dobrada, mas uma ressonância nasal e uma consoante.
2º - Só se escrevem as letras finais b, c, d, g, t (ainda que se não pronunciem) nos nomes próprios bíblicos consagrados pelo uso: Jacob, Job, Isaac, David, Gog, Josafat, e ainda em Cid, Madrid, Valhadolid, Calecut ou Calicut.
O n final só se escreve quando se pronuncia e não torna nasal a vogal anterior: alúmen, glúten, líquen, mas gérmen ou germe, regímen ou regime.
3º - Em geral não se escrevem letras que representam consoantes que se não pronunciam.
Exceptuam-se o c e o p dos grupos cc, cç, ct, pc, pç, e pt nos casos seguintes:
abstracto, acção, accionar, actual, acto, actor, actuar, actuação, actualização, activo, accionista, adoptar, adopção, adjectivo, arquitectura, arquitecto, arquitecta, atracção, aspecto, afecto, baptismo, colecta, colectivo, característica, correcto, correcção, corrector, defectivo, detectar, difracção, directo, direcção, distracção, efectivo, erecto, espectador, espectáculo, espectro, exacto, excepção, excepto, expectativa, faccioso, factor, factura, fraccionário, fracção, friccionar, inactivação, indirecto, infecção, infectado, intelecto, intelectual
insecticida, inspector, inspecção, lectivo, leccionar, nocturno, objecção, objectivo, objecto, optimista, projecção, projecto, perspectiva, predilecção, prospectiva,reacção, respectivo, recepção, receptáculo, reflectir, retrospectiva, sector, sectário, sectorial, sectarismo, selecção, selecto, seleccionar, tacto, tecto, tracto, tractor, tracção, trajectória, vector, vectorial ..........
Egipto e egípcio
corruptor e corrupto
carácter e caracteres
contacto e contactar
facto e factual
interrupção e interruptor
micção
pacto e pactuar
eléctrico e electricidade
bactéria e bactericida
Obs:
O grupo sc conserva-se no interior de palavras, quando se pronuncia, mas cai o primeiro elemento, quando inicial; consciência, proscénio, mas ciência, cena cenário, ciático, cindir.
O u de gu e qu pronuncia-se, quando está seguido de a ou o;
não se pronuncia, quando se segue e ou i: língua, quase, qualidade, quota, sangue, que, queimar, quilo, quimera; mas equestre, equidade, frequência sanguíneo.
Obs:
Como consequência do princípio, escrevem-se nos grupos consonânticos as letras que representam consoantes que se pronunciam em Portugal e no Brasil, ou num só dos países:
súbdito, obter, dicção, amígdala, indemne, designar, ruptura, amnistia, afta, ficção, aritmética, indemnizar, Agnelo, interruptor
Grafia das Consoantes e dos grupos consonânticos
Casos particulares
O h mantém-se no princípio de palavra, quando a etimologia, uma longa tradição ou uma convenção o justifica:
Haver, hera, hoje, humano, húmido, harmonia, haurir, harmónico, hábil, habilitar, humor, há , hem? , hum !
Escreve-se úmero, ombro, ontem, Espanha, porque a etimologia o exige; erva, ervaçal, ervanário (formas populares)
. suprime-se o h inicial:
Fora disto, só se usa o h quando, posposto a c, l ou n, representa os fonemas ch, lh, nh de palavras como chave, filho, ninho.
Os grupos finais de origem hebraica ch, ph e th conservam-se em próprios, quando soam ch = c, ph = f, th = t: Baruch, Moloch, Ziph, Loth, mas eliminam-se, quando se não pronunciam: José Nazaré. Note-se Judite
Quanto à ortografia, que precede a gramática.
A separação de famílias lexicais ('se[c]tor'/'sectorial'; ve[c]tor/ vectorial;
'cará[c]ter'/'característica'; 'Egi[p]to'/'egípcio') é fatal para a apreensão do significado das palavras e da sua origem etimológica, e do seu parentesco face a outras línguas europeias.
Fazer depender esta ortografia do conceito de "pronúncia culta" (que ninguém sabe definir) é um grosseiro atentado à seriedade intelectual. Fazer aprovar um "acordo ortográfico" à revelia da comunidade científica, e com a oposição expressa da esmagadora maioria dos seus agentes, é uma aberração.
Em suma o AO90 é um "aborto ortográfico".
Mais um texto a contestar a monumental estupidez implícita na birra dos políticos ao manter o AO90, contra a vontade dos milhares de vozes que gritam e exigem a eliminação do “aborto ortográfico” que, com o tempo, vai ficando cada vez mais desfigurado, prontinho para atirar ao lixo.
Os políticos, com assento na Assembleia da República, são apenas 230, se a ele juntarmos o inclino de Belém, são 231 que, assentes na Lei do Quero, Posso e Mando, insistem no erro.
E (uma vez mais me repito) se errar é humano, insistir no erro é absurdamente insano.
Fiquemos, então, com o assertivo texto de Júlio Gago (Teatro Experimental do Porto - TEP), que subscrevo inteiramente.
Isabel A. Ferreira
Por Júlio Gago
«Meio às escondidas, em pleno feriado da cidade do Porto, a Assembleia da República aprovou ontem, dia 24 de Junho de 2020, com os votos favoráveis do PS e do PSD e a abstenção do PCP e do Bloco de Esquerda (os restantes Partidos estavam ausentes do Plenário), um parecer da Comissão de Assuntos Constitucionais, elaborado pelo deputado do PS Pedro Delgado Alves sobre a suspensão do (dito) Acordo Ortográfico de 1990, elaborado pelo Malaca Casteleiro. Este projecto de Lei, entrado na Assembleia da República em 10 de Abril de 2019, obtendo o número 1.195, acompanhado pelas assinaturas de 20.669 portugueses, entre os quais eu me encontrava, foi reprovado com a alegação de que não poderia ser aprovado, pela Assembleia da República, por ser proposto e subscrito por não-deputados, o que denunciava uma inconstitucionalidade!...
Este Aborto Ortográfico, assim lhe chamo eu e muitos outros portugueses, não foi aprovado por Angola e Moçambique, foi aprovado e não implementado pela Guiné-Bissau e Timor-Leste, e vem sendo aplicado, não integralmente, pelo Brasil, que já tinha uma quota bem diferente com enormes alterações em relação aos Países restantes de Língua Portuguesa. Ora só poderia estar em vigor no caso de apenas dois Países não o implementarem. Portanto, é ilegal estar em vigor em Portugal...
Apenas o está, ainda a partir de agora, com a conivência arbitrária de dois Partidos e a abstenção de outros dois. O texto desse Aborto Ortográfico - 1990 põe em causa as origens da Língua Portuguesa, as normas com que falamos e a própria legislação; e tem características bem distintas dos anteriores Acordos Ortográficos.
Aproveito para lembrar o livro em que Vasco Graça Moura, em Abril de 2008, na Alêtheia Editores, lançou as bases da sua contestação, consubstanciada num conjunto de artigos publicados no Diário de Notícias, a que juntou a intervenção que fez, na conferência internacional promovida pela Assembleia da República em 7 de Abril de 2008. O Vasco Graça Moura esteve sempre na vanguarda desta luta contra esse chamado "acordo", prosseguindo-a até à morte, em 2014, no mesmo jornal e noutros órgãos e frentes culturais de defesa da Língua. Além de inúmeros artigos de outros intelectuais e figuras da Cultura de Língua Portuguesa, em Portugal e noutros Países com destaque para o Brasil, achei que deveria destacar este livro e este autor, pelo exemplo. Já que deverão ser deputados (será assim?) a subscreverem o Projecto de Lei será que não temos os suficientes para derrotarem uma Lei que só interessa a algumas editoras? Quando sabemos que uma grande percentagem dos intelectuais, dos académicos e do Povo Português se recusa a aceitar este "aborto ortográfico" que nos foi imposto sobretudo por políticos ignorantes...
Espero, ainda, por uma centelha de luz que os ilumine.
Termino com uma garantia: nunca votarei num Partido que seja favorável a esta monstruosidade acordista...
Em defesa da Língua Portuguesa, das suas origens históricas e de desenvolvimento, e em defesa da legalidade: NÃO AO ABORTO ORTOGRÁFICO...»
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2606899339576837&set=a.2149589558641153&type=3&theater
Eis um texto que recebi via e-mail, da autoria de Amadeu Mata.
Para bom entendedor este texto bastaria.
Acontece que não temos “entendedores” na governação.
Eles não entendem nada, e o pior é que não querem entender… E isto tem um nome que me abstenho de dizer…
Mas… quem sabe, desta vez, eles, os “desentendedores” entenderão o que pretendi dizer nas entrelinhas?
Porém, ainda que entendam, há outro problema: a falta de vergonha…
Texto de AMADEU MATA
«O Acordo Ortográfico de 1990 está envolto em polémica desde que começou a ser utilizado – e Carlos Fernandes, autor do livro “O Acordo Ortográfico de 1990 não está em vigor”, defende que o diploma é inconstitucional, e porquê?
O embaixador Carlos Fernandes, autor do livro “O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor” (Guerra & Paz), é um acérrimo defensor da abolição do acordo.
Em declarações ao JPN, afirmou que isto “não é uma questão de opinião, mas sim um problema jurídico” e que o processo ficou pela fase da ratificação, o que não chega para pôr um acordo em vigor.
Segundo o embaixador, o acordo (o aborto) “nunca reuniu unanimidade dos países e, portanto, nunca esteve em condições, nem está, de poder entrar em vigor, porque Angola e Moçambique não o ratificaram, nem o ratificam. Se pretendessem fazê-lo já o teriam feito há bastante tempo!»
Em Portugal, para esse acordo poder entrar em vigor, tinha de continuar o processo que parou na ratificação, em 1991, não se chegou a fazer referendo, não se chegou a publicar o aviso no Ministério dos Negócios Estrangeiros e não se chegou a publicar um decreto a seguir a isso.”
O Professor de Direito Internacional assegura que a “aplicação do acordo (do aborto) está a ser feita de uma forma manifestamente inconstitucional” porque se apoia numa Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, de 25 de Janeiro e “qualquer acto que a administração pratique tem de ter o apoio numa Lei ou num Decreto-Lei, ouviram bem, numa Lei ou num Decreto-Lei, nunca se legisla por uma resolução”.
Para terminar não há ninguém no País que dê “um forte murro na mesa” e grite à viva voz:
“alto e pára o baile....”
No meu tempo da tropa havia duas espécies de homens, "os bailarinos" e os "filhos da …." por sinal não sabiam dançar.
Chega de tanta "palermice" e "sacanice política"....
Amadeu Mata
Novo? O acordo? Nãaaaao. Isto é um velho sul-americano, já muiiiiiito velho…
O programa INFERNO (Canal Q., que não utiliza o aborto ortográfico) apresenta uma excelente reflexão/denúncia acerca do fraudulento acordo ortográfico de 1990, que de novo nada tem, e impinge o dialecto brasileiro ( = variante oriunda do Português): mais trema, menos trema, mais acento grave ou agudo, menos acento grave ou agudo, mais hífen, menos hífen…
Muito humor revestido de verdade.
Por Amadeu Mata
Fonte:
Compêndio de Gramática Portuguesa 1º e 2º anos do Liceu, Porto Editora, páginas 325 e 326, conforme a escrita correcta das palavras segundo as normas oficialmente ainda estabelecidas.
Três Princípios Gerais:
1º - Não se escrevem letras geminadas ou dobradas;
Exceptuam-se rr e ss, que, entre vogais, conservam respectivamente o som sonoro e surdo: torre, carro, massa.
Obs :
Em connosco, comummente, ruimmente, não há letra dobrada, mas uma ressonância nasal e uma consoante.
2º - Só se escrevem as letras finais b, c, d, g, t (ainda que se não pronunciem) nos nomes próprios bíblicos consagrados pelo uso: Jacob, Job, Isaac, David, Gog, Josafat, e ainda em Cid, Madrid, Valhadolid, Calecut ou Calicut.
O n final só se escreve quando se pronuncia e não torna nasal a vogal anterior: alúmen, glúten, líquen, mas gérmen ou germe, regímen ou regime.
3º - Em geral não se escrevem letras que representam consoantes que se não pronunciam.
Exceptuam-se o c e o p dos grupos cc, cç, ct, pc, pç, e pt nos casos seguintes:
abstracto, acção, accionar, actual, acto, actor, actuar, actuação, actualização, activo, accionista, adoptar, adopção, adjectivo, arquitectura, arquitecto, arquitecta, atracção, aspecto, afecto, baptismo, colecta, colectivo, característica, correcto, correcção, corrector, defectivo, detectar, difracção, directo, direcção, distracção, efectivo, erecto, espectador, espectáculo, espectro, exacto, excepção, excepto, expectativa, faccioso, factor, factura, fraccionário, fracção, friccionar, inactivação, indirecto, infecção, infectado, intelecto, intelectual
insecticida, inspector, inspecção, lectivo, leccionar, nocturno, objecção, objectivo, objecto, optimista, projecção, projecto, perspectiva, predilecção, prospectiva,reacção, respectivo, recepção, receptáculo, reflectir, retrospectiva, sector, sectário, sectorial, sectarismo, selecção, selecto, seleccionar, tacto, tecto, tracto, tractor, tracção, trajectória, vector, vectorial ..........
Egipto e egípcio
corruptor e corrupto
carácter e caracteres
contacto e contactar
facto e factual
interrupção e interruptor
micção
pacto e pactuar
eléctrico e electricidade
bactéria e bactericida
Obs:
O grupo sc conserva-se no interior de palavras, quando se pronuncia, mas cai o primeiro elemento, quando inicial; consciência, proscénio, mas ciência, cena cenário, ciático, cindir.
O u de gu e qu pronuncia-se, quando está seguido de a ou o;
não se pronuncia, quando se segue e ou i: língua, quase, qualidade, quota, sangue, que, queimar, quilo, quimera; mas equestre, equidade, frequência sanguíneo.
Obs:
Como consequência do princípio, escrevem-se nos grupos consonânticos as letras que representam consoantes que se pronunciam em Portugal e no Brasil, ou num só dos países:
súbdito, obter, dicção, amígdala, indemne, designar, ruptura, amnistia, afta, ficção, aritmética, indemnizar, Agnelo, interruptor
Grafia das Consoantes e dos grupos consonânticos
Casos particulares
O h mantém-se no princípio de palavra, quando a etimologia, uma longa tradição ou uma convenção o justifica:
Haver, hera, hoje, humano, húmido, harmonia, haurir, harmónico, hábil, habilitar, humor, há , hem? , hum !
Escreve-se úmero, ombro, ontem, Espanha, porque a etimologia o exige; erva, ervaçal, ervanário (formas populares)
. suprime-se o h inicial:
Fora disto, só se usa o h quando, posposto a c, l ou n, representa os fonemas ch, lh, nh de palavras como chave, filho, ninho.
Os grupos finais de origem hebraica ch, ph e th conservam-se em próprios, quando soam ch = c, ph = f, th = t: Baruch, Moloch, Ziph, Loth, mas eliminam-se, quando se não pronunciam: José Nazaré. Note-se Judite
Quanto à ortografia, que precede a gramática.
A separação de famílias lexicais ('se[c]tor'/'sectorial'; ve[c]tor/ vectorial;
'cará[c]ter'/'característica'; 'Egi[p]to'/'egípcio') é fatal para a apreensão do significado das palavras e da sua origem etimológica, e do seu parentesco face a outras línguas europeias.
Fazer depender esta ortografia do conceito de "pronúncia culta" (que ninguém sabe definir) é um grosseiro atentado à seriedade intelectual. Fazer aprovar um "acordo ortográfico" à revelia da comunidade científica, e com a oposição expressa da esmagadora maioria dos seus agentes, é uma aberração.
Em suma o AO90 é um "aborto ortográfico".
Só a ANULAÇÃO do ABORTO ORTOGRÁFICO de 1990 interessa a PORTUGAL.
As crianças que já o aprenderam, desaprendê-lo-ão num ápice.
Apenas os políticos (e os editores) devem pagar a factura desta que foi a maior fraude de todos os tempos.
Novos livros darão muito lucro. Poderão continuar a encher os bolsos.
Um amigo brasileiro, disse-me que se não fossem os portugueses, os brasileiros ainda escreveriam pharmacia, não tendo a mínima noção do que levou a substituir-se o PH pelo F.
Se ainda escreveriam pharmacia, então por que não continuaram a escrever ACTO, FACTO, DIRECTOR, ACTOR, CONTACTO, DIRECTO, etc.??????
Sem os CÊS essas palavras deveriam ser escritas deste modo: áto, fáto, dirétor, átor, contáto, diréto... Não existindo os CÊS nem os acentos, essas palavras são meros disparates e leva-nos para outras significações…
Se o Brasil não deixou cair o PÊ, por exemplo, em recePção, deixou cair muitas consoantes em palavras onde elas também são absolutamente necessárias, como as que já referi, entre muitas outras.
O AO90 não passa do abrasileiramento da Língua Portuguesa, com um único objectivo: acabar com ela, e passar a chamá-la Língua Brasileira.
E impedir esse absurdo é o que me move.
Se querem mudar ao nome da língua, mudem. Mas em Portugal, ela deverá ser sempre a PORTUGUESA.
É este detalhe que não devemos descurar.
Algumas pessoas (menos esclarecidas, devo dizer) acusam-me de um sentimento anti-Brasil. A existir, tal sentimento seria muito estúpido e irracional, da minha parte. O que há em mim é simplesmente um puro, sincero e infinito AMOR pela Língua Portuguesa, o meu mais precioso instrumento de trabalho.
E isto não será motivo suficiente para que eu a defenda, num combate leal, usando armas lícitas?
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