Mas que invasão mais insólita!
Eurocéticos? Quem serão estes?
A Visão teria sido informada por extraterrestres que iremos ser invadidos por essa espécie desconhecida de alienígenas?
Serão parecidos com os terrestres?
Cá por mim, desconfio que sejam acordistas que perderam o rumo e não conseguem discernir, por isso, vestem as palavras portuguesas com uma roupagem tão antinatural, que parecem gatafunhos de outro planeta, e invadem-nos com esta mixórdia ortográfica.
Se vamos ser invadidos por eurocéticos, talvez seja melhor prepararmo-nos para os mandar de volta para o lugar obscuro de onde vieram.
Nós, os Portugueses, não queremos cá esse tipo de invasores.
De facto, esta é a Visão como nunca a vimos: de uma subserviência cega a um Poder também ele completamente cego.
Esta é que é a verdadeira invasão: a dos que escrevem às cegas.
Fonte da notícia desta invasão insólita:
http://visao.sapo.pt/atualidade/2019-03-10-Vem-ai-uma-invasao-de-euroceticos-
Isabel A. Ferreira
Mais uma voz lúcida e culta contra uma ortografia que envergonha as línguas cultas europeias, oriundas do Latim e do Grego.
Até quando os governantes portugueses se farão surdos à voz de todas as RAZÕES?
Até quando Portugal terá de suportar esta espécie de modernidade míope (de que fala José Pedro Serra), ou a nova ignorância (de que fala José Pacheco Pereira) tão entranhadas nos órgãos do poder?
Até quando os governantes portugueses vão continuar a vergar-se a interesses alienígenas, que não interessam nem sequer às pedras da calçada portuguesa?
José Pedro Serra, professor catedrático e director da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
«A discordância e a acção contra o Acordo Ortográfico não são efeito de um capricho, fundam-se em razões de ordem formal, material e científica. Além dessas razões, aquilo que mais me choca é que, segundo esta má e lunática proposta, dificilmente podemos encontrar os ecos de uma história semântica e, por uma espécie de modernidade míope, esquecemos séculos de cultura que pretenderam tornar mais luminosa a palavra dita e escrita. Eu não gosto que me mexam na conta bancária, mas ainda menos naquilo que me tece a alma como um património que não é de um governo, é de uma História que nos ultrapassa a todos. Por isso, digo "não" ao acordo!» (José Pedro Serra)
Fonte:
(Tradutores Contra o Acordo Ortográfico)
(Origem da imagem: Internet)
Passei estes dias a investigar, a ler sobre a génese do acordo ortográfico de 1990.
Sobre o ninho onde foi parido.
Sobre os mais profundos motivos que estão por detrás da imposição deste acordo que tem gerado tanto desacordo.
O que descobri não me surpreendeu absolutamente nada.
Para mim sempre foi evidente, porque não ando no mundo só por ver andar os outros, nem aceito tudo o que me querem impingir, até porque desde criança aprendi a questionar tudo o que me ensinavam. Sempre tive na ponta da língua a interrogação “porquê?”, e nunca me dava por satisfeita até que compreendesse tudo o que havia para compreender, ainda que tivesse de procurar as respostas em livros e lugares proibidos.
O que descobri sobre o AO90 não me surpreendeu.
O que me surpreende, e de um modo profundamente inquietante, é o servilismo do primeiro-ministro e do presidente da República de Portugal e dos deputados da Nação e o de todos os que subservientemente se curvam perante esta tentativa de assassinato da Língua Portuguesa, e das duas uma: ou não sabem da missa a metade; ou se sabem, estão-se a sobrepor interesses alienígenas aos inalienáveis interesses de Portugal.
E isto é bastante grave.
Mas esta história será para contar numa outra oportunidade.
É preciso escolher as palavras certas para dizer as coisas certas. E isso levará o seu tempo.
Isabel A. Ferreira
. TÍTULO DE UM ARTIGO NA “V...
. AO90 – A "má e lunática p...