Ainda ontem, no telejornal da SIC, ouvi lamentos relacionados com o mau desempenho escolar dos alunos portugueses. E pensei cá para os meus botões: como é possível ter bom desempenho escolar se os alunos são bombardeados com uma Língua TORTA? Logo a Língua, que é o pilar de todo o Ensino.
Os alunos, desde o básico ao superior, estão desmotivados (sei disto porque frequentemente falo com eles, além disso, tenho netos a quem ensinaram a PENSAR, e uns e outros queixam-se do mesmo): a desmotivação tem origem na mixórdia ortográfica que lhes apresentam. De todas as disciplinas, a Língua Materna é o principal elo de comunicação no Ensino. Se a Língua está abandalhada, tudo o resto se abandalha, e o termo correCto é mesmo este. Não será o mais elegante, mas o que oferecem aos alunos não é uma escrita elegante, como veremos neste comentário que recebi, de um aluno do IEFP, que demonstra a infelicidade de ser aluno (seja do que for), em Portugal, nos tempos que correm.
E por mais que chamemos à atenção dos governantes, estes, muito despoticamente, fazem ouvidos de mercador, para não destoar do absolutismo que há muito se impôs no nosso País, e agora, mais do que nunca. Eles servem o Brasil. Eles não servem Portugal.
Obrigada, António M.
O seu testemunho é precioso, e faz eco do sentimento generalizado de todos os restantes alunos portugueses dotados da substância cinzenta que está dentro dos seus crânios.
O que nos conta António M. acontece também noutros estabelecimentos de ensino, e constitui uma VERGONHA para um País que perdeu o rumo e o prumo.
E já agora, atente-se no que diz Afonso Reis Cabral, trineto do nosso magistral Eça de Queiroz, no cartaz mais abaixo: espera-se que [o AO90] morra à fome.
Isabel A. Ferreira
António M. comentou o post «O discurso enviesado [do dono e senhor da Língua Portuguesa] A. Santos Silva [na AR] tresandou mais a ódio do que a elevação intelectual» às 17:18, 05/04/2022 :
Estou a tirar um curso num centro de formação do IEFP e as aulas que os formadores nos dão, são apresentadas com diapositivos escritos em brasileiro, acordês e português correcto. Tudo à mistura. Até tive um teste escrito cujas perguntas foram tiradas de um "site" brasileiro e a formadora nem se deu ao trabalho de modificar o português. Estes formadores, que supostamente deveriam ter qualidade para darem formação, vão buscar textos à internet e toca de plagiar o que vêem por lá para mostrar aos seus formandos. Isto é de uma falta de qualidade tremenda e de uma falta de respeito para com os alunos por duas razões:
1 - Falta de qualidade porque sendo licenciados e mestres deveriam ter a obrigação de saber transmitir os seus conhecimentos numa determinada área, com explicações concretas e fornecer bibliografia (e não o fazem);
Depois, há aqueles que nos dão vídeos brasileiros do Youtube para aprendermos a matéria (trata-se de um grupo de formadores que não se quer dar ao trabalho de dar formação) e outros pedem desculpa aos alunos porque aquele texto que estão a apresentar está sem acordo ortográfico! Pedir desculpa porque aquele texto está bem escrito? Até me ri com isso. E quando alguém, como eu, demonstra estar contra o AO90, é logo alvo de uma interpretação errada por parte de pessoas menos informadas. Não tenho nada contra os brasileiros, pelo contrário, apoio-os quando defendem que o português deles evoluiu de forma diferente e que isso tem de ser respeitado. Claro! Então e o nosso português não deve igualmente ser respeitado? Não merecemos o mesmo respeito? Pelos vistos não e toca de impor aos portugueses um novo acordo ortográfico que mais não fez do que provocar o caos ortográfico no nosso país. |
Muitas e variadas vezes deparo-me com professores a dizerem que são OBRIGADOS a adoptar o AO90, porque não têm outro remédio, não têm outra opção, senão OBEDECER, etc., etc., etc..
Obedecer a quê?
São obrigados como? Quem os obriga? Baseados em qual Lei? Sim, porque só somos obrigados a alguma coisa através de um Decreto-lei. Ainda assim, se essa lei for contrária às nossas convicções éticas, humanísticas, filosóficas, religiosas, temos o Direito à Objecção de Consciência, consignado no n.º 6 do artigo 41 da Constituição da República Portuguesa (CRP), que permite a um cidadão NÃO cumprir determinadas “obrigações”; e, pelo mesmo motivo, temos ainda o Direito à Resistência, consignado no Artigo 21, da mesma CRP. Mas isto aplica-se quando EXISTE uma Lei que obriga a determinada obrigação legal.
O que não é o caso do AO90. Quando NÃO existe lei, estes direitos são ainda mais direitos.
Nesta questão do AO90, NÃO EXISTE lei alguma que obrigue os professores a ensinarem os alunos a escrever incorretamente (lê-se obrigatoriamente “incurrêtâmente”) a Língua Portuguesa, a que, de facto e de direito, identifica a Nação Portuguesa, a nação-berço dos alunos portugueses, e a qual vem consignada na Constituição da República Portuguesa, que o Presidente da República tem o DEVER de defender, e é o primeiro a descartá-la.
Comecemos por ler atentamente o que nos dizem sábios JURISTAS:
Portanto, o AO90 além de ser INCONSTITUCIONAL, é ILEGAL e NÃO ESTÁ em vigor, nem em Portugal, nem em parte alguma.
O problema é que os professores NÃO estão para se incomodar, e muitos são chantageados com a ameaça de penalizações, que os fazem recuar na afoiteza. Contudo, se os professores se unissem e se recusassem obedecer a uma “ordem” ( = Resolução do Conselho de Ministros) que não faz lei, e não existindo lei, algum governo teria o atrevimento de penalizar, em bloco, os professores que se dispusessem a lutar pela NOBRE missão de ENSINAR?
E ainda que fossem penalizados! Como se pode viver com a consciência do dever cumprido, depois de andar por aí a “ensinar” os estudantes portugueses, que têm o DIREITO a um ENSINO DE QUALIDADE, consignado na CRP, a escrever incurrêtâmente a Língua Materna deles, obrigando-os a usar uma mixórdia ortográfica, imprópria para consumo de seres instruídos?
Contudo, ainda que existisse uma lei que obrigasse a aplicar o AO90, (garantidamente INJUSTA), por substituir a ortografia portuguesa, por uma vergonhosa mixórdia ortográfica, apenas para fazer o jeito a políticos incompetentes, irresponsáveis, servilistas e eivados de prepotência, e a editores mercenários, não teriam os professores o direito de RESISTIR, por não ser da Ética Profissional andar por aí a enganar os alunos, chamando Português ao MIXORDÊS, oriundo do AO90, que os obrigam a escrever?
Não me agrada nada dizer isto, mas isto, além de ser voz corrente, é também a minha voz: o que falta aos professores é BRIO PROFISSIONAL, e vontade de se inteirarem dos seus direitos, porque NÃO SÃO OBRIGADOS a ser cúmplices da injustiça cometida contra crianças e jovens portugueses.
Se queremos ser justos, acima de tudo, não teremos de ser LIVRES?
Para sermos livres, não teremos de ser CORRECTOS?
Se queremos viver de acordo com a nossa consciência livre, justa e correcta, e exercer, plenamente, o nosso direito de cidadania, não teremos o DEVER de desobedecer a uma ordem prepotente, digna apenas de ditadores, e que está a lesar gravemente o Ensino em Portugal, e a gerar os analfabetos funcionais do futuro?
Poderão os professores viver com o peso desta responsabilidade às costas?
Para consulta (obrigatória) deixo aqui este link, onde Portugueses cultos dizem de sua justiça, acerca do monumental erro que foi a criação do AO90, mas mais do que a criação, foi a aplicação ilegal, inconstitucional e unilateral do AO90, porquanto apenas Portugal, servilmente, cedeu à monumental ignorância acordista.
Neste link, existem mais dois links, que conduzem ao que Brasileiros cultos e Africanos cultos, de expressão portuguesa, pensam acerca do AO90.
O que os portugueses cultos pensam sobre o Acordo Ortográfico de 1990
Isabel A. Ferreira
. Um testemunho impressiona...
. Ao cuidado da classe doce...