A isto chama-se despotismo, senhor ministro. DES-PO-TISMO.
O AO90 já devia estar no caixote do lixo há muito, e só não está porque uma estranha espécie de gente se alojou em São Bento e em Belém, a qual gente, por motivos dos mais obscuros, mantém a aberração ortográfica, imposta ditatorialmente, contra tudo e contra todos. Porquê? Para não ter de passar a si própria um atestado de insanidade, já diagnosticada, faz tempo, através de argumentos racionais anti-AO90, por milhares de anti-acordistas?
O ministro português dos Negócios DOS Estrangeiros a quem pretende enganar?
Numa entrevista ao
Por Paulo Jorge Pereira E Fábio Carvalho Da Silva em 09:09, 30 Abr 2021
https://multinews.sapo.pt/atualidade/santos-silva-acordo-ortografico-e-para-cumprir/
a pergunta feita a Santos Silva foi a seguinte:
Por que razão se insiste no acordo ortográfico? Não é já o tempo de o acordo voltar para trás?
Resposta de SS:
- «Bem, isso é da área da Cultura, não é comigo, mas vou responder-lhe com o meu ponto de vista. Eu não tenho nenhuma competência técnica nesse assunto, mas pelo que me dizem este acordo ortográfico é um dos que gozam de maior vigência na história dos acordos, porque tem havido revisões sucessivas. As pessoas escandalizam-se muito hoje por “para” não ter acento, assim como o meu grande mestre Vitorino Magalhães Godinho, em plenos anos 80, ainda escrevia e escreveu até morrer “criar” com “e”, porque não tinha aceitado a revisão de um determinado ano.»
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As coisas da Língua, realmente, deveriam ser da área da Cultura. Mas, em Portugal, NÃO SÃO. Em Portugal, as coisas da Língua são da alçada dos NEGÓCIOS estrangeiros. A única coisa acertada que Santos Silva aqui disse foi que «não tem nenhuma competência técnica neste assunto». Verdade, não tem a mínima competência, nem técnica, nem outra qualquer, porquanto a Língua Portuguesa nada lhe diz, e nem sequer sabe escrevê-la correCtamente.
Depois, em vez de se inteirar do que se passa, de moto-próprio, emprenha pelos ouvidos, e diz que pelo que lhe dizem este acordo é um dos que gozam de maior vigência na história dos acordos, quando isto não é verdade. Este acordo é o que goza da menor vigência, bem como da menor concordância de todos os tempos. Vinda de um ministro, esta declaração é deplorável.
Pois, as pessoas escandalizam-se muito hoje por “para” não ter acento, e escandalizam-se com toda a razão, porque para e pára são duas palavras de origem diferente, com significação diferente, e se o SS soubesse Gramática e a função da acentuação das palavras, não diria o disparate que disse. E também não citaria o seu grande mestre Vitorino Magalhães Godinho (com o qual, pelo visto, não aprendeu nada) no que respeita ao “criar” com e, porque nem tudo o que já se fez nas várias e desnecessárias revisões é para aceitar sem crítica. Há muita coisa errada nessas revisões, e eu sou daquelas que também não as aceita.
E SS disse mais:
- «Agora, eu sou ministro dos Negócios Estrangeiros e Portugal é conhecido e respeitado em todo o mundo por cumprir os compromissos que assume. Há um acordo internacional de que Portugal fez parte – e mais uma vez não encontrará a minha assinatura nesse documento, não porque eu não quisesse, mas porque não fazia parte do Governo de então – e Portugal não é um país que não cumpre os acordos internacionais que celebra. De outro ponto de vista, o acordo ortográfico é uma convenção ao abrigo do qual hoje em dia milhares de crianças aprenderam a escrever na escola, que antigamente se dizia primária e agora ensino básico, e julgo que também devemos respeitar os interesses dessas crianças e tudo o que fizemos.»
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O senhor Santos Silva pretende enganar quem? Portugal é conhecido e respeitado em todo o mundo por cumprir os compromissos que assume, ainda que tenha de ser SERVIL e de rastejar pelo chão, para cumprir um compromisso que ninguém mais cumpre? Apenas Portugal, muito servilmente o cumpre, e o que é pior, cumpre MAL, transformando em cobaias, as nossas inocentes crianças, ao as obrigarem a aplicar uma mixórdia ortográfica, como a da imagem o demonstra. E nas escolas a situação é bem pior.
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/photo?fbid=10221807646014045&set=gm.2932733470304482
Mas o pior, o pior de todos os piores, é o que SS diz a respeito do ensino desta mixórdia ortográfica às nossas crianças: «o acordo ortográfico é uma convenção ao abrigo do qual hoje em dia milhares de crianças aprenderam a escrever na escola e julgo que também devemos respeitar os interesses dessas crianças e tudo o que fizemos.»
Como disse?????
Primeiro: o AO90 foi imposto ilegalmente nas escolas, onde milhares de inocentes crianças/cobaias estão a ser enganadas e a DESAPRENDER a escrever correCtamente a Língua Materna delas, nas escolas, com a cumplicidade de professores, que se acobardaram e nada fizeram para impedir esta violação dos Direitos das Crianças, nas escolas, que deviam ser um lugar de aprendizagem, e não são; e os governantes, que IMPUSERAM ilegalmente a mixórdia ortográfica que os professores “ensinam” nas escolas, NÃO RESPEITARAM os direitos e os interesses desses milhares de crianças/cobaias, muito pelo contrário, esta imposição figura um crime de lesa-infância. E se, na verdade, vivêssemos num Estado de Direito, alguém teria de se sentar no branco dos réus, por este grave crime.
Segundo, além de Santos Silva não ter competência alguma nesta matéria, também nada sabe de crianças, pois se soubesse, saberia que as crianças apreendem e desaprendem, para logo reaprenderem com a maior das facilidades. Não queira que elas venham a ser os analfabetos do futuro. E o argumento de elas já terem aprendido a escrever a Língua Materna incurrêtamente, não tem a menor razão de ser, porque é mais fácil aprender uma Língua com regras, do que uma língua sem regras, “aprendida” à balda.
Alvin Toffler é um escritor/pensador futurista norte-americano, doutorado em Letras, Leis e Ciência, falecido em 2016. É uma daquelas raras mentes brilhantes, que o Universo, de vez em quando, dá à Luz...
Quanto ao respeitar tudo o que fizeram, SS só pode estar a gozar com os Portugueses, porque esse tudo que fizeram foi apenas serem capachos de uma ex-colónia, que se está nas tintas para a Língua Portuguesa, no maior desrespeito por si próprios, e não se respeitando a si próprios, como podem respeitar as crianças e os Portugueses, e ainda pedir que sejam respeitados?
Eu nem acredito que um ministro do meu pobre País possa desrespeitar assim tanto as Crianças portuguesas e subestimar a inteligência dos Portugueses pensantes! Não serve os interesses das Crianças, nem de Portugal nem dos Portugueses, por isso, senhor ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, deveria ter a dignidade de se DEMITIR, de sair do governo, pelo próprio pé, envergonhado da sua péssima prestração como ministro de Portugal.
Para terminar, SS diz o seguinte, como se fôssemos todos muito parvos:
- «Mas enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros o que posso dizer é que é um acordo internacional que foi celebrado pelas autoridades competentes, um Governo propôs a sua aprovação, uma Assembleia da República aprovou, um Presidente da República ratificou, cumpre ao ministro dos Negócios Estrangeiros verificar que o país respeita esse acordo.»
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Diga-se antes como ministro do Negócio da Língua, o que diz ser um acordo internacional não passa de uma falácia que autoridades portuguesas incompetentes celebraram; que um governo incompetente e irresponsável, e uma Assembleia da República, ainda mais incompetente, irresponsável e desinformada, aprovaram, à ceguinha; que um presidente da República, que nem sabia o que estava a fazer, ratificou; e que um ministro dos Negócios DOS Estrangeiros, que indevidamente se apropriou da Língua Portuguesa, pondo-se ao serviço de uma ex-colónia, a mercadejou como se de uma mercadoria regateável se tratasse; e ninguém, com um neurónio a funcionar, respeita este “acordo”, porque este acordo NÃO É PARA RESPEITAR, tão-só para DESPREZAR, até porque nenhum país o aplica, a não ser os muito servis e ignorantes acordistas portugueses.
Posto isto, obviamente, o AO90 é para NÃO CUMPRIR.
Porque em DEMOCRACIA o Povo é quem mais ordena, ou não foi para que o POVO mais ordenasse que se fez Abril? E os milhares de opositores do AO90 são esse Povo que ordena ser urgente acabar com esta prepotência, digna apenas de uma vil e repulsiva autocracia.
Isabel A. Ferreira
A propósito da minha resposta ao “professor” João Abreu, que trata por “penduricalhos” as consoantes mudas, dos vocábulos portugueses, e a qual pode ser consultada neste link:
recebi este outro comentário, via e-mail, (que transcrevo mais abaixo com a devida autorização) do J. Santos que, sendo também professor, tem uma outra visão do que actualmente se passa nas escolas portuguesas.
Eu tenho conhecimento de que nem todos os professores seguem o AO90, e nem por isso são penalizados. Nem podiam ser legalmente. Noutras, a situação é como a descreve o J. Santos.
É da utilidade pública que se comece a DESMASCARAR estas situações.
O ensino está um caos. Escreve-se e fala-se, por aí, incorreCtamente, ao bel-prazer de cada escrevente e de cada falante.
O Ministério da Educação (aliás, como todos os outros ministérios) acha que Portugal é um paraíso de Saber e de Cultura, e até há uma ordem de passar de ano todos os alunos, saibam muito ou saibam pouco ou nada, para dar aquele aspecto (falso) de bom aproveitamento escolar.
Há que pôr fim a esta desordem. Há que pôr fim ao fabrico de analfabetos funcionais.
Alvin Toffler é um escritor e futurista norte-americano, doutorado em Letras, Leis e Ciência, já falecido. Mas como futurista acertou em cheio, no alvo.
Em Portugal, acha-se que não pode recuar-se no AO90 porque coitadinhos dos acordistas (não dos alunos, porque esses aprendem, desaprendem e reaprendem - tal como aconteceu comigo na infância e juventude - porque andam na escola para serem alfabetizados) como é que depois de andarem quase 10 anos a escrever incorreCtamente, vão reaprender a escrever correCtamente? Não é mesmo? Coitadinhos!
Ser analfabeto foi (ainda é) o destino de muitos, a quem a Vida não deu (continua a não dar) oportunidade de frequentar a escola. Ser analfabeto funcional é uma opção, para os acordistas, e uma IMPOSIÇÃO para os alunos.
Mas atentemos no que nos diz o J. Santos:
«Como professor, que também sou, esse colega escreve que nas escolas se redigem "atas". Eu, quando as faço, escrevo Acta e não aceito alterações porque a assino. Só sei atar os cordões dos calções e das sapatilhas e actuo sempre que me sinto desconfortável, com o que me custa ler.
Os alunos não são penalizados, hoje em dia, pelos erros que dão a escrever. Deste modo, escrevem como entendem. Palavras homónimas, homófonas ou homógrafas é tudo igual, palavras acentuadas são para esquecer, termos verbais é o que são, etc.. Desde que o frango esteja "açado" e o peixe "cosido" é a mesma coisa! Ou, se as "tendencias" para escrever "para" quando usam o verbo parar ou referirem-se ao "pelo", para o que lhes nasce nos braços é tudo igual.
Não é verdade que muitos funcionários públicos escrevem mal porque o desejam. Fazem-no, por receio de represálias. Hoje, o ensino tornou-se numa competição para os alunos e para os professores. Não acatar as decisões das chefias implica ser penalizado na classificação e a não progressão na carreira.»
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Pois também sabemos que este (des)acordo ortográfico foi imposto à base de muita chantagem. E se não se puser um travão a isto, caminha-se a passos largos para a criação, em Portugal, da maior comunidade de analfabetos funcionais do mundo (já o é da Europa).
Conferir aqui:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/portugal-tem-a-taxa-de-analfabetismo-96078
E se é isto que os actuais governantes querem para Portugal, o que devemos fazer com eles?
Isso mesmo: ir em massa votar, nas próximas eleições legislativas, e correr com eles do Parlamento!
Isabel A. Ferreira
. Diz Santos Silva: “o acor...