«Este acordo pseudo-unificador é, desde sempre, uma fraude. Não unifica coisíssima nenhuma. Mais não faz que alterar os pontos em que as grafias do português passam a divergir aquém e além-mar. E seus maiores propugnadores, no Brasil e em Portugal, sabem-no tão bem quanto os que melhor o sabem.» (Sérgio de Carvalho Pachá - Lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras (ABL) à época da promoção do acordo).
Excerto de entrevista de Maria Filomena Molder
«A língua não está separada da escrita. Nas "Investigações Filosóficas", Wittgenstein diz: "Pensa que a imagem virtual da palavra nos é num grau semelhante tão familiar como a auditiva."
No Acordo Ortográfico, esta familiaridade foi quebrada por razões enganadoras. Convém não esquecer que se trata de um acordo, um compromisso de unificação do que não é unificável. E é um disparate, porque apregoa uma unificação que ele próprio não consegue: o próprio AO admite grafias diferentes para as mesmas palavras. Além disso, pela primeira vez, uma reforma ortográfica tem consequências no modo de dizer as palavras. O 'p' em 'recepção' tem uma função elucidativa da vogal aberta. [...] A tendência do falante português — não do brasileiro — será fechar essa vogal. [...] Estou em crer que 99% das pessoas que o aplicam nunca o leram.»
— Maria Filomena Molder, filósofa e escritora portuguesa
Fonte: http://leitor.expresso.pt/…
. AO90 – a maior fraude de ...