Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2024

«Uma Língua em terra de ninguém...»: reflexão de alguns subscritores do Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, sobre a tragédia linguística que está a levar-nos à perda da NOSSA Identidade

 

O respeito pela democracia que nos trouxe o "25 de Abril", cujo cinquentenário celebramos este ano, é incompatível com a criminosa imposição política do AO90 a Portugal. E nestas eleições não é democraticamente defensável continuar a silenciar - como se fez em todas as outras - a discussão deste tema fundamental para a defesa da nossa identidade.

"Acordai"!

Maria José Abranches

 

RUI VELOSO.png

 

(...) No "Público", mais um artigo de Nuno Pacheco, em defesa da nossa língua. Leiam, por favor, e enviem comentários - apoiem, não se calem - se sentem e entendem que a nossa língua é a coluna vertebral da nossa identidade, coisa que os outros povos conhecem, designadamente os antigos colonizadores, ingleses, franceses, que não recorreram a AOs para pseudo-defender as suas línguas!

Recordo as palavras de Jacques Attali: «L'identité française, c'est la langue, bien plus que le territoire. La langue d'un peuple est la colonne vertébrale de son identité

(...)

Por favor, não se calem, não podemos deixar morrer a nossa língua! E este apelo é particularmente endereçado aos professores, de todos os níveis e disciplinas, porque é a língua que suporta o nosso conhecimento! 

 

Lembrem-se do que foi a ditadura e a censura, que estamos a aceitar de novo!

Celebremos os 50 anos do 25 de Abril, defendendo a democracia, que a imposição política do AO90, irresponsável e criminosamente, desprezou! 

Maria José Abranches

Attali.png

***
(Momento 1)

Como eu sempre afirmei, o PS de António Costa, no qual nunca votei, nem voto e não confio nada de nada, governou com maioria absoluta que, na verdade, como sempre afirmei e foi confirmado, essa maioria absoluta transformou-se numa autêntica ditadura da maioria sobre a minoria do povo português. Não valem nada.

Fernando Alberto 


***

(Momento 2)

Como já referi e mantenho, foram eles mesmos que reforçaram  a minha opinião amplamente negativa. Parece que se sentem bem assim, tanto mais que, o povo queixa-se sempre muito mas, na hora de votar só pensa sempre, sempre, de forma mórbida, muito mórbida e sem pragmatismo algum, na velha "geometria política", de "esquerda", "extrema-esquerda, "direita" e "extrema-direita". Isto parece-me a mim, um pensamento mórbido, de uma autêntica "pandemia política". Não me admiro nada que, ás tantas, acabem todos os indecisos, por voltar a oferecer maioria absoluta ao PS, que o mesmo é dizer, oferecem a forma de continuarem a governar de forma "ditatorial", como se verificou até agora. Estou muito triste com tudo isto.
 
Fernando  Alberto

 

[Um Povo maioritariamente apolítico, como poderá votar em consciência? Vota em bandeiras, mas não sabe a quem pertence as bandeiras. (Isabel A. Ferreira)].

***

A propósito do texto O que precisas de saber para acompanhar os debates das legislativas, da autoria de Liliana Borges, publicado no Jornal Público

 

«E, mais uma vez, políticos e jornalistas estão a fazer tudo para não falar do Acordo Ortográfico de 1990, imposto a Portugal ditatorialmente, sem discussão pública, ignorando os inúmeros pareceres dos especialistas que o condenam, assim como os muitos apelos dos cidadãos - manifestos, petições, e uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos, que subscrevi e para a qual recolhi centenas de assinaturas, e que a Assembleia da República preferiu 'esquecer'! Democracia isto? E é com o desprezo pela nossa língua que estamos a celebrar o 25 de Abril, que nos trouxe a democracia?! Se isto tudo não fosse criminoso, seria sobretudo ridículo!!!»

Maria José Abranches

 

***

Os sinais de abuso de poder tendendo para censura e métodos de ditadura do poder socialista já vêm de longe. Quis condicionar notícias de jornal e ameaçou jornalistas, abusou durante a pandemia e até quis manipular o nosso telemóvel, lança filhos contra pais obrigando-os a perfilhar na escola opiniões que rejeitam, faz contratos sem concurso, etc. - e ter corrompido a língua portuguesa por decreto é 'só' mais um dos crimes do declínio tirânico do PS.

Mário Gonçalves

 
***

Tem toda a razão! Não estamos mal, estamos pessimamente.

Já reparou que, em todos os debates para as próximas eleições que houve, até agora, apenas um dos candidatos, o do PC, aludiu, de passagem ao tema da Cultura?

Com perfis destes, como nos havemos de admirar que a nossa língua que, como diz Pessoa, é "a nossa Pátria", seja apunhalada constantemente, com étimos estropiados pelo Desacordo Ortográfico e pelo uso abusivo, a torto e direito, de anglicismos despropositados?

No meu trabalho de escritor, de muitas décadas, (cerca de 60 livros publicados) e de Presidente da, infelizmente já extinta, Sociedade de Língua Portuguesa, sempre considerei tais atropelos, como um crime hediondo de lesa-cultura.

Há que não baixar os braços e seguir em frente com o combate a esta forma de analfabetismo...

Adalberto Alves

***

Há vários crimes na atitude servil dos acordistas no Poder e fora dele: crime de lesa-pátria, crime de lesa-cultura, crime de lesa-língua e crime de lesa-infância (por obrigarem as nossas crianças a escreverem incorrectamente a Língua materna delas. Os adultos podem optar ou não optar pela ignorância, as crianças, não.  As crianças são obrigadas a seguir as más orientações dos muito servilistas e acríticos professores.

Isabel A. Ferreira

 

***

Numa outra oportunidade, tive ocasião de mencionar que vivo na Dinamarca há quase 50 anos. Apesar de andar arredado, in loco, das actividades e situações relacionadas com a política, há já muito que me tenho vindo a observar o estado da Nação, através do que vou tendo conhecimento do que se me oferece ver e ouvir nos meios de comunicação - mesmo longe da Mãe Pátria, o cordão umbilical continua sempre conotado.

A democracia não se impõe -- como aconteceu há 50 anos em Portugal -- mas aprende-se. A maioria do povo português pouco sabe o que a Democracia é e como se gere. Mas afirmo-lhe com tristeza que, mesmo aqui no norte da Europa onde a democracia tem orientado e governado as nações, ela tem-se vindo a definhar e a ser abusivamente mal interpretada. Isto deve-se aos governos de maioria absoluta, que não dão ouvidos à voz pública.

 Fernando Kvistgaard

***

Concordo plenamente com a sua análise, Fernando. As maiorias absolutas não fazem parte da dinâmica de uma Democracia, que tem, forçosamente, por inerência à sua própria designação, de ouvir a  voz do Povo.

Isabel A. Ferreira


***

(A propósito do artigo de Eduardo Marçal Grilo, intitulado «Reivindicações, opiniões, debates, comentários e tudo mais», publicado no "Público", 12 Fev. 2024

 

«O debate é paupérrimo. Não se ouve uma só posição sobre a situação internacional; ninguém consegue perceber como se quer pôr o país a crescer, para além das descidas dos impostos...» (E. M. G.)

 

"Sim, a própria concepção destes debates, com este formato, deixa muito a desejar. Mas, mais uma vez, no que toca aos debates, tendo em conta os políticos e os jornalistas, assim como relativamente ao autor deste artigo, ex-ministro da Educação, constato como o analfabetismo tradicional marcou este país: a imposição política criminosa dessa ortografia aberrante, que desfigura e ridiculariza a nossa língua materna, continua a ser tabu! Mais uma vez, temos eleições em que essa questão é cobarde e estupidamente silenciada! Os ingleses imitam a ortografia americana, os franceses a do Québec, os espanhóis uma qualquer da América Latina? E se investíssemos no estudo e ensino sério da nossa Língua, como fazem os outros, em vez de andarmos há décadas a fazer 'acordos ortográficos' com o Brasil?"

Maria José Abranches

 

***

Abrir o escuro (expressão utilizada pelo meu filho, portador da Síndrome de Down, para “acender a luz” e que eu adoptei por a considerar brilhante) é do que mais precisamos, mas não vejo jeito de chegar à luz, porque não temos políticos interessados em resolver os problemas do País. Nenhum deles vai para a Política pelos lindos olhos de Portugal. Se fossem, Portugal, neste momento, e passados 50 anos desde o “25 de Abril”, já estaria no topo dos Países Europeus mais desenvolvidos, e, como sabemos, continuamos na cauda da Europa, em quase, quase, quase, quase tudo...

Isabel A. Ferreira

 

***

Já nada me surpreende nas atitudes da "Vida Política", os verdadeiros, aqueles que colocavam Portugal, os Portugueses e a Verdadeira Língua Portuguesa, como algo Imperdível, já não existem na Política mesquinha, interesseira, no tempo doente que atravessamos. Mas, não faz mal, mesmo assim, continuaremos o nosso caminho, rumo aos nossos objectivos, lutando contra o AO90. (...)  

Acácio Martins

***

(A propósito da Carta aberta aos actuais responsáveis pelos destinos de Portugal da autoria de Maria José Abranches)

 

Belíssimo trabalho! Se depois disto não formos ouvidos... Que gente é esta que apareceu para nos governar, que mentalidade, que amor a Portugal e à nossa Língua?! Onde está quem nos acuda?! Lamento tanto, mas tanto... Precisamos de um outro 25 de Abril, mas, se calhar, sem cravos. As verdadeiras revoluções não podem (e vê-se) ser feitas com flores! Que posso dizer mais? Que a louvo a si e a outros, que têm tentado, com esforço, sabedoria e amor ao nosso País e à nossa Língua, combater por todos os meios ao seu alcançe, esta Grande Ofensa Nacional, que nos é feita com a maior impunidade, arrogância e despotismo. 

Soledade Martinho Costa


***

Isto parece incrível no Séc. XXI. Se bem que penso que em nenhum período da História, um governo, regime ou civilização procedeu à sua autodestruição. Os políticos portugueses estão a contribuir para a destruição da Língua Portuguesa e da Cultura do país! Não conseguirão, pois enquanto cá andarmos, tudo faremos para que eles não consigam destruir algo que possui séculos de história! NÃO AO ABORTO ORTOGRÁFICO!

Updated Words  

 

***

Esta carta devia ser lida em voz alta no Parlamento. É inacreditável que os destruidores de Portugal (todos os Governos desde o 25 de Abril) também queiram destruir a nossa alma colectiva como Povo, tendo vomitado um criminoso aborto ortográfico imposto brutalmente, totalitariamente a toda a administração pública. Pobres crianças portuguesas consideradas atrasadas mentais por esse Casteleiro de má memória (...)! Parabéns à autora da carta Maria José Abranches. Vou partilhá-la imediatamente. Desde ontem que estou em estado de choque depois de ouvir o de-bate-bate dos dois senhores que querem governar o País. Tanta mediocridade, tanta falta de educação, tanta ignorância, tanta falsidade, tanta hipocrisia. Nunca se viu uma coisa destas. E os comentadores, para se mostrarem muito importantes a analisar o inalisável! Que tristeza. Portugal não caminha para o abismo. Já está mergulhado no abismo. O PR vai ser obrigado a eleger um Governo de Salvação Nacional, que devia já ter elegido depois da retirada do (des)governo de Costa que continuou a (des)governar...

Idalete Giga

 

***

 Idalete Giga, eu ontem vi o debate dos partidos sem representação parlamentar. Alguns são novos, outros lavaram a cara, mas quando abrem a boca percebemos onde estamos. Nem os fascistas, nem os "patriotas", nem os europeístas, nem os soviéticos, nem os lunáticos genéricos disseram nada sobre a língua.

Este modelo de debates também está inquinado, porque os temas são lançados pelos apresentadores, "os assuntos que preocupam os portugueses".

Ou eu não sou português, ou a Língua não é assunto.

E depois vê-se ad nauseam os comentários: "votaram neles...", ou "não votaste, não te queixes". Se me apresentarem 20 pratos de excrementos de um animal diferente, devo comer um ou perder o direito de dizer que tenho fome?

 Pedro Henrique

***

(A propósito do bloqueio do PS aos textos que Isabel A. Ferreira envia aos políticos, via e-mail)

 

Como foi possível que o PS bloqueasse o seu texto?  Prova bem a falsa democracia que tal Partido diz defender. Que atitude totalitária, arrogante, nojenta!  Hoje, a censura é uma espécie de verme subterrâneo, que trabalha no escuro e na mais repugnante hipocrisia. Portugal caminha para o abismo e parece que ninguém quer ver. Não há um único seCtor da vida do nosso País que esteja bem. Cada governo que engana os portugueses e assalta o Poder é sempre pior que o anterior.  Se assim não fosse, Portugal seria um dos Países mais desenvolvidos do mundo, pois temos recursos para isso. Não temos líderes. Não temos políticos humanos.  Temos marionetes a mando da UE. E agora na questão da Língua, temos os maiores cobardes da nossa História, incapazes de assumir o erro GRAVÍSSIMO que foi o Aborto AO/90. Quem terá coragem para o dinamitar?

 

A cobardia total já foi revelada pelos falsos democratas do PS.

Tive a minha página do FB bloqueada e alguém criou três perfis falsos de mim.

Já não podemos confiar em nada. Cada vez me revejo menos nesta sociedade alienada.

 Idalete Giga

 

***

Este bloqueio só veio confirmar o que há muito venho, vimos dizendo, porque a Idalete e tantos outros também o dizem: vivemos numa ditadura de esquerda, disfarçada de democracia. As ditaduras tanto são de esquerda como de direita. Por isso, não faço distinção: são todos farinha do mesmo saco.

Como sempre, as suas análises são lúcidas e dizem da triste realidade do nosso desventurado País.

Pergunta: quem terá coragem para dinamitar o AO90?

Quem, se só temos COBARDES no Poder?

Estamos a ser cercados por uma mediocridade e pobreza intelectual urdida nos calabouços de São Bento e de Belém, para tramar Portugal.


E quem se opõe a esta mediocridade e incompetência é vigiado, é bloqueado, é interceptado, porque incomoda as mentes obscuras que nos desgovernam.   

Vimos que nenhum partido político incluiu a perda da nossa identidade devido à imposição ilegal do AO90, como um assunto também prioritário.

Este é um dos maiores tabus de sempre. Porquê? Porque desde Dom Afonso Henriques que nenhum Rei, nenhum presidente da República, nem mesmo António Oliveira Salazar vendeu Portugal a um país estrangeiro. E o nosso Dom João VI, tão vilipendiado pelos ignorantes, foi um Rei que teve a coragem de enganar Napoleão, e salvar o Reino de Portugal e do Brasil, transferindo a Corte para o Brasil. Todos os outros monarcas europeus caíram às mãos de Napoleão, excepto o nosso Dom João VI.

Precisávamos de um novo governante corajoso, para nos salvar dos que estão a usurpar a nossa identidade, com a cumplicidade dos muito subservientes actuais decisores políticos portugueses.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:04

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2024

Pedro Nuno Santos (PS) diz que a direita é uma "bagunça". Será igual à “bagunça” da esquerda que transformou Portugal no 28º Estado da República Federativa do Brasil, e querem que comecemos todos “à fálá à brásilêrá”?

 

Bagunça é uma palavra exclusivamente do léxico brasileiro, de origem duvidosa, e significa desordem (de des+ordem, do Latimordo”), confusão (do Latim confusio). Só usamos estrangeirismos quando não temos palavras que correspondam a esses estrangeirismos, ou quando a linguagem pertence a matérias específicas, como Ciências, Medicina, Botânica, Física, Química, Informática, entre outras.

 

Sérgio Vaz.png

 

 

Agora compreendemos, por que o AO90 é o maior tabu, no Portugal pós-25 de Abril, e NÃO foi levado para os debates entre os principais partidos políticos que vão a eleições, por motivos que, não estando no segredo dos deuses, estão fechados a sete chaves, nos calabouços do Ministério dos Negócios DOS Estrangeiros, a que alguns poucos têm acesso.  E nós sabemos. No pré-25 de Abril, o maior tabu em Portugal era a pedofilia.

 

Mudam-se os tempos, mudam-se os tabus.

 

Será que Pedro Nuno Santos também pensa, tal como António Costa afirmou, que os Portugueses estão doidos por fálá à brásilêrá?



Não, não estamos. Temos uma Língua que é NOSSA, e se os desgovernantes portugueses NÃO a defendem devido à sua cobardia, ao seu servilismo e ao seu complexo de inferioridade, à sua ignorância, que lhes apaga a memória, estamos cá NÓS para a defender.

A ignorância nunca criou raízes em terras onde vivem pessoas que PENSAM e estão disponíveis para a combater.

 

Obs: não tenho nada contra o vocábulo "bagunça" ("bágunçá") já o proferi muitas vezes, quando vivia no Brasil. É um vocábulo interessante, mas não é para ser usado num País que tem termos próprios para designar "bagunça". É uma palavra que desceu das favelas.


Isabel A. Ferreira

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:32

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Terça-feira, 23 de Janeiro de 2024

Passam hoje 500 anos sobre o Nascimento de Luís Vaz de Camões. Qual a melhor forma de assinalarmos esta data? Defendendo a Língua que TODOS os Portugueses Pensantes designam como «Língua de Camões»

 

E a primeira pergunta que se impõe é a seguinte:

 

Por que motivo os decisores políticos portugueses decidiram NÃO assinalar os 500 do Nascimento de Luís Vaz de Camões, aquele que HONROU a Língua Portuguesa de tal forma que ficou imortalizada como “Língua de Camões”?


Não que tenha conhecimento dos desígnios ocultos dos que mandam e desmandam no nosso País, que, como sabemos, está entregue às urtigas, para que decidissem NÃO assinalar os 500 anos do Nascimento de Camões, SE até  Rosângela da Silva, conhecida como Janja, mulher de Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, mereceu ser agraciada, pelo presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, destinada a distinguir serviços relevantes a Portugal ou na expansão da Cultura Portuguesa!!!! (Gostaríamos de saber que serviços a primeira-dama brasileira prestou a Portugal ou à expansão da Cultura Portuguesa.)

 

Nos tempos que correm, os estudiosos da obra e vida de Camões, já podem fixar com relativa certeza o ano de 1524, como o ano do Nascimento de Luís Vaz de Camões, em 23 de Janeiro, supõe-se que em Lisboa. O ano da sua morte sabemos que foi em 10 de Junho de 1580, dia que se fez feriado, em homenagem ao Poeta e à Língua Portuguesa, que ele soube usar com grandiosa mestria, tornando-se imortal no Poema Épico «Os Lusíadas», onde cantou os feitos dos Portugueses (e que não foram coisa pouca), obra comparável à Eneida de Vergílio, e à Ilíada e Odisseia de Homero. Mas a sua obra é feita também de belíssimos sonetos, poemas líricos, entre outras.

 

Qualquer pessoa que esteja a par do que se passa ao redor da “Questão da Língua”, em Portugal, que políticos acordistas, governantes acordistas, presidentes da República acordistas, ministros acordistas, deputados da Nação acordistas, comunicação social servilista-acordista e seguidistas acríticos dos acordistas, sem noção alguma do que é o AO90, querem esconder, fazendo disto um tabu maior do que a pedofilia no tempo de Salazar.

 

A “Questão da Língua” é tão grave, tão grave que os nela envolvidos da parte portuguesa, ficarão para a História como os cobardes traidores da Nação Portuguesa. Os da parte brasileira serão recordados como os usurpadores da Língua herdada do colonizador, por motivos que nada têm a ver com HONRA.

 

O que está por detrás desta questão, NÃO é tabu para os Portugueses Pensantes, nem para os poucos (o problema é sermos poucos) que se têm empenhado em denunciar a tramóia que sustenta o acordo ortográfico de 1990, em que estão envolvidos o Brasil (o que manda) e Portugal (o que obedece). Isto até já é público, mas os acima referidos acordistas e uma grande fatia da sociedade portuguesa impensante (aquela que não pensa) fazem-se de cegos, surdos e mudos, e nem são de cá, e assobiam para o lado, e aceitam, com uma indiferença assustadora (não esquecer que a indiferença é uma forma de ignorância) que Portugal, actualmente, NÃO tenha uma Língua própria, porque políticos ignorantes a venderam ao Brasil despudoradamente. E, cinicamente, desprezando e pisando a ALMA dos Portugueses, o Brasil comprou-a NÃO porque AME a Língua Portuguesa, mas porque a ODEIA ao ponto de a ter destruído ao deslusitanizá-la: americanizando-a, italianizando-a, castelhanizando-a e afrancesando-a.


Posto isto, não será legítimo pensar que os decisores políticos decidiram NÃO assinalar os 500 anos daquele que deu nome à Língua Portuguesa, a «Língua de Camões», por essa Língua ter sido destruída? Para quê estar a recordar o Poeta maior de uma Língua que foi deformada, menosprezada, mutilada, e que para esses decisores não vale nem um tostão furado?

 

Então, qual a melhor forma de assinalar os 500 anos de Nascimento de Luís Vaz de Camões, hoje?

 

É defendendo a «Língua de Camões», com todas as garras de fora.

É APELAR aos governantes portugueses, nomeadamente ao actual presidente da República Portuguesa, Professor Marcelo Rebelo de Sousa,  acérrimo defensor do AO90, passando por cima da Constituição da República Portuguesa, e ao ex-presidente da República de Portugal, professor Aníbal Cavaco Silva, um dos grandes promotores da aplicação do DESAO90, em Portugal, que, se querem redimir-se do erro que um está a cometer, e o outro cometeu no passado,  contribuam para a anulação do acordo que não foi, e HONREM Portugal, HONREM Luís Vaz de Camões e HONREM a Língua Portuguesa, a Língua dos Portugueses.


Os Portugueses não são brasileiros. Não queremos trocar a NOSSA Língua pela Variante Brasileira do Português, nem na sua forma grafada, disfarçada no acordo ortográfico de 1990, que só Portugal, muito subservientemente aplica, nem na sua forma oral, como António Costa, aludiu falando em nome dos Portugueses (um belo momento para estar calado).

 

Contudo, ainda vão a tempo de assinalar, institucionalmente, os 500 anos do Nascimento de Luís Vaz de Camões: o ano de 2024 ainda vai no início. Têm 11 meses para livrar Portugal de um acordo fraudulento, um insulto à inteligência dos Portugueses Pensantes.



A Língua Portuguesa, a Língua de Camões, a Língua de Portugal, a Língua que nos deu Dom Diniz,  NÃO é a Língua de Fernando Henrique Cardoso,  nem de Mário Soares, nem de Inácio Lula da Silva, nem de Aníbal Cavaco Silva, nem de José Sócrates, nem de Pedro Santana Lopes, nem de Augusto Santos Silva, nem de António Costa, e muito menos a de Marcelo Rebelo de Sousa, que pugna pela Língua dos seus netos: a Variante Brasileira do Português, a Língua Brasileira, ainda a ser.

 

A Língua Portuguesa é do Povo Português, que a espalhou pelo mundo.

VIVA a NOSSA Língua Portuguesa imortalizada pelo NOSSO Luís Vaz de Camões!

 

Isabel A. Ferreira

 

Retrato de Camões.png

O retrato de Camões por Fernão Gomes ou Hernán Gómez Román (pintor português de origem espanhola) em cópia de Luís de Resende. Este é considerado o mais autêntico retrato do poeta, cujo original, que se perdeu, foi pintado ainda em vida do Poeta.

 

Selo comemorativo dos 400 anos de N. de Camões.jp

Selo português comemorativo dos 400 anos do Nascimento de Luís de Camões, em 1924, onde se mostra o poeta a salvar o manuscrito de Os Lusíadas no naufrágio; era então presidente da 1ª República Manuel Teixeira Gomes, apelidado de presidente-escritor.

 

Túmilo de Camões.png

Túmulo de Luís Vaz de camões, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:54

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Quarta-feira, 13 de Setembro de 2023

António Costa, numa cerimónia na residência oficial de São Bento, condecorou Caetano Veloso com a Medalha de Mérito Cultural pelo “afeCto e defesa da Língua Portuguesa” por parte do cantor brasileiro

 

ATENÇÃO! Para que conste, e não vejam chifres em cabeça de Cavalo, devo dizer que segui a carreira de Caetano Veloso desde o início, em 1967, era eu ainda jovem, e, desde então, até aos dias de hoje, continuo a ser muito sua fã. Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

***

 

O primeiro-ministro de Portugal justificou esta condecoração pelo afeCto e defesa da Língua Portuguesa, por parte do músico brasileiro, esquecendo-se que Caetano Veloso, em momento algum, cantou em Português ou defendeu a Língua Portuguesa, tão-só levou brilhantemente a música brasileira, cantada em brasileiro, por esse mundo fora, com a sua voz inconfundível, e, em Espanha, há cerca de uma semana, quando recebeu o Doutoramento “Honoris Causa” pela Universidade de Salamanca, NÃO fez uma defesa apaixonada da Língua Portuguesa, como disse António Costa, para justificar a condecoração. Caetano fez, isso sim, uma defesa apaixonada da sua própria Língua, a VARIANTE Brasileira do Português, que é a linguagem que ele usa para cantar.

 

Eu vi a reportagem, ontem, na SIC, e apeteceu-me atirar um vaso à televisão. Não porque Caetano Veloso não merecesse a condecoração. Afinal é um artista do mundo. Contudo, a justificação dada por António Costa foi obviamente uma afronta ao Povo Português, como se todos nós fôssemos parvos.


Fiquei, como é óbvio, indignadíssima. O primeiro-ministro de Portugal continua a puxar para cima a ainda a ser Língua Brasileira [para já é uma Variante Brasileira do Português] como se fosse Língua Portuguesa.


No Brasil ninguém condecora os nossoscantores, e sabem porquê? Porque NÃO levam a ainda a ser Língua Brasileira a lado nenhum, nem com afeCto, nem com desafeCto. Li no Portal do Fado que Amália Rodrigues, conhecida como a “Rainha do Fado”, a mais universal voz portuguesa, realizou as suas primeiras gravações no Brasil, por ocasião da sua segunda visita em 1945, e  teve uma carreira, onde o Brasil esteve sempre muito presente, e, que saibamos, nunca recebeu uma condecoração do governo brasileiro por Mérito Cultural ou qualquer outro mérito (cliquem no link e leiam).


Com esta distinção, Caetano Veloso não fez mais do que entrar no jogo. Nunca ninguém lhe disse que ele nunca levou a Língua Portuguesa a parte alguma. Teve e tem um mérito enorme em levar a sua preciosa música, na sua preciosa linguagem, que dá um sabor tropical às sua melodias, por esse mundo fora.

 

Experimentem cantar O Leãozinho, em Português.
Se ele cantasse em Português  NÃO seria o Caetano Veloso, nem O Leãozinho teria a musicalidade que tem.

Os nossos governantes continuam a prestar-se a fazer papéis de vassalos, o que não lhes traz prestígio algum, muito pelo contrário...  

Condecorar Caetano Veloso pelo mérito de ser uma voz universal é plausível. Condecorá-lo pela defesa da Língua Portuguesa é uma falácia.

 

Isabel A. Ferreira

 

CAETANO.PNG

"É uma honra falar Português", disse Caetano Veloso, ao agradecer a condecoração. Será?

Seria, se ele, de facto, falasse Português. 


publicado por Isabel A. Ferreira às 16:21

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Segunda-feira, 14 de Agosto de 2023

Ponto único: os decisores políticos portugueses e, muito menos, os decisores políticos brasileiros NÃO são os donos da Língua Portuguesa. BASTA de negociar o património linguístico de Portugal como se fosse um cacho de bananas...

 

ATENÇÃO.png

 

Vem isto a propósito de um artigo publicado no Expresso, no passado dia 20 de Julho, sob o título O português de Portugal está em risco?, assinado pelo  economista português Rodrigo Tavares, o qual passa bem por brasileiro.

 

Ao ler este artigo senti-me insultada. E não fui a única.

 

Vou fazer completamente minhas as palavras do cidadão pensante Sérgio Teixeira que,   sobre a argumentação apresentada pelo articulista, no referido artigo, o qual se prestou a vender gato por lebre, talvez  pensando que todos os leitores são tão servis como os decisores políticos portugueses, disse o seguinte: «Repudio por completo esta argumentação sofística vestida com jargões inacessíveis e léxico brasileiro para dar ideia, no texto, que o dialecto brasileiro por ter estes termos pluri-étnicos inseridos por alporquia na Língua Portuguesa, que é mais virtuoso, dinâmico e adaptável. (Adaptável a quê?). Na óptica dele, um economista (!), quanto mais descaracterizada, delapidada, esfrangalhada e, obviamente, mais abrasileirada, mais interessante é a Língua Portuguesa! São assim tão importantes os negócios no e com o Brasil para que estes senhores digam estas alarvidades com cara e tom sérios?» 

 

Eu também repudio.

Nem todos os leitores e nem todos os portugueses são servis, nem servos da gleba.

 

Eis uma outra opinião sobre o mesmo artigo, da cidadã pensante Maria José Abranches, a qual também subscrevo inteiramente, e que aqui deixo como testemunho do sentimento de rejeição que estes arautos da novilíngua provocam nos portugueses que têm a capacidade de PENSAR:

 

«Leiam, por favor: «A língua portuguesa está efectivamente em risco», Francisco Miguel Valada, no "Público", a 03/08/2023.

Felizmente há quem não se cale, e a persistência incansável deste autor é de salientar e louvar (...).

Peço desculpa por me repetir, mas creio sinceramente que o maior crime nesta matéria é o silêncio, sobretudo de quem tem posição cultural, política e socialmente visível! Porque é indispensável 'gritar', até que alguém responsável nos ouça e tenha vergonha da traição, ao país e ao povo que somos há séculos, de que são responsáveis - a começar pelo Presidente da República!

Os meus dois comentários ao artigo que referi, já publicados, que passo a transcrever:

Excelente! «Porque há-de haver quem ouça, ainda há-de haver / quem ouça.» (Jorge de Sena, "O Grito do Silêncio"). Sim, a nossa língua «estará sempre em risco, enquanto (...) pairar sobre ela» "uma classe tecnocrático-burocrática, de aleatório saber, mas, sobretudo de específica vontade de poderio e gozo de privilégios, a única que até hoje tem fabricado a 'imagem portuguesa' em função da qual Portugal parece escolher-se «livremente», quando afinal é (e foi) apenas por ela 'escolhido'. (Eduardo Lourenço, "O Labirinto da Saudade").

Não assino nem compro nada em 'acordês', mas fui ler esse artigo de Rodrigo Tavares, "O português de Portugal está em risco?" - de que vou salientar uma passagem: «Não convém esquecer que o português deriva do Latim Vulgar, aquela língua do povo que se misturou a dialetos locais. Por isso é que sobreviveu.» Qual é a ideia?! Evitar o referido 'murchar' do português europeu, adoptando tudo o que vem de fora, até que surja uma outra 'nova' língua? E que tal ensinar Português capazmente nas nossas escolas e cuidar do seu emprego nos 'media', evitando, por exemplo, a perda colossal de vocabulário que está a acontecer, visto que já poucos lêem e poucos se exprimem, por escrito e oralmente, com profundidade e riqueza?»

 

As análises que acabei de reproduzir dizem tudo ou quase tudo o que há a dizer sobre esta imposição forçada de uma linguagem que nada diz aos Portugueses, porque a NOSSA Cultura é diferente da Cultura brasileira. Nem é melhor, nem é pior, é simplesmente DIFERENTE, e cada Povo deve ficar com a sua, porque é a maneira mais inteligente de estar no mundo.

 

O economista Rodrigo Tavares tem todo o direito de escrever artigos de opinião e publicá-los em jornais que se prestam a aceitá-los acriticamente, mas não tem o direito de vir para o país dos outros tentar impingir uma linguagem que só ao Brasil pertence. Não queiram que os Portugueses passem a dizer “xará” (vocábulo tupi, que significa que tem o mesmo nome que outro), só porque o Brasil descartou o vocábulo português homónimo (do Latim homonymus < Grego συνώνυμος) que significa que tem o mesmo nome que outro. O Brasil tem toda a legitimidade de escolher entre “homónimo” e “xará”, mas NÃO tem a legitimidade de insinuar que passemos todos a dizer “xará”.

 

Ao ler este artigo fica-se com a nítida sensação de que existe um conluio entre Portugal e Brasil, para impor aos Portugueses, de um modo FORÇADO, ou seja, ditatorialmente, a Variante Brasileira do Português, e, para tal, até se forjou uma artimanha, que dá pelo nome de acordo ortográfico de 1990, saído da mente do enciclopedista brasileiro-libanês, Antônio Houaiss, que acenou aos políticos portugueses com os milhões de falantes sul-americanos do mal denominado “português” do Brasil, DESLUSITANIZADO (e o termo é dele), e os muito subservientes políticos portugueses, aceitaram sem pestanejar. E nada mais falacioso do que usar os “milhões”, quando todos sabem que esses “milhões” NÃO falam Português, mas, sim, o dialecto brasileiro oriundo do Português, conforme o classificou José Leite de Vasconcelos, o nosso maior dialectologista (consultar o Prontuário da Língua Portuguesa, de Manuel dos Santos Alves, páginas 12/13, 2ª Edição 1993: Universitária Editora, LDA.):

CLASSIFICAÇÃO do PORTUGUÊS.png

 

Por alma de quem a linguagem mais AFASTADA do Português, ou seja, uma Variante do Português (um dialecto) tem de se impor à Língua-mãe, a não ser por muita má-fé e muita ignorância de quem pretende substituir uma Língua Culta por uma sua Variante?


Sofrendo os políticos portugueses do mesmo mal de que sofrem os políticos brasileiros, ou seja, de um acentuado complexo de inferioridade, tendo necessidade de se porem em pedestais para se imporem ao mundo, e, no caso dos portugueses, faz com que sejam servis capachos daqueles que eles julgam ser “grandes” (e isto é coisa de mentes pequenas), logo arranjaram um modo de aliciar arautos para propagandear a linguagem brasileira, infiltrando-a sub-repticiamente em todas as redes sociais e no Google, chamando-lhe simplesmente “português” e ilustrando-o, até, com a bandeira brasileira

 

Português.PNG

para enganar os mais incautos, como fizeram, por exemplo,  com o Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude

Quando o Papa foi à Universidade Católica, os serviçais jornalistas de serviço, informaram que o Sumo Pontífice iria saudar os presentes em “português”. Foi então quando ele nos surpreendeu com um bem brasileiro “bom djia”. Saberia o Papa o que disse? Ou alguém o enganou ao dizer-lhe que “bom djia” era uma saudação em Português? Não era. Djia NÃO é Português. Também não é um sotaque. Djia faz parte da fonética brasileira, que é totalmente djifêrêntchi dá fônétchicá pôrrtuguêsá, o que lhe dá estatuto de Variante.

 

Untitled.png

 

Certo dia, um acordista disse-me isto: «Mas, então, a escrita de português atingiu o máximo da sua perfeição? Já não poderá ser modernizada, acompanhar a evolução dos tempos?»

 

Respondi-lhe: «Quem faz semelhante pergunta, desconhece o que é uma Língua, e que as Línguas até podem modernizar-se, como o Português, o Inglês, o Francês, o Castelhano (...) se modernizaram, contudo, "modernizar" não é sinónimo de MUTILAR, DETURPAR, EMPOBRECER e MODIFICAR as palavras desligando-as das suas origens [algo que nenhum outro país fez] e isto nada tem a ver com “modernização”, nem com "acompanhar a evolução dos tempos". Isto tem a ver [galicismo por opção de elegância linguística] com RECUO, com IGNORÂNCIA, ao reduzir-se as palavras à sua forma mais BÁSICA, ou seja, ao patoá dos que não têm capacidade de PENSAR a Língua.» E isto vale apenas para Portugal, porque nada tenho contra a Variante Brasileira do Português.

 

Realmente, a introdução do AO90 que, como toda a gente sabe, assenta na deslusitanização ou no abrasileiramento [como se queira] do Português, só veio fabricar ignorância e analfabetos funcionais, em Portugal.

 

Mas o objectivo dos que criaram o AO90, acolitados actualmente por Marcelo Rebelo de Sousa (PR), por António Costa (PM), por Augusto Santos Silva (PAR) e pela maioria dos deputados da Nação, é não só DESTRUIR a Língua Portuguesa, como fabricar analfabetos funcionais, para melhor poder manipulá-los. Quanto mais culto for um Povo mais insubmisso ele é, e isto não convém aos governantes.

 

E os nossos muito subservientes órgãos de informação, ou são funcionários públicos, ou, se não são, não passam de meros serviçais, de bonifrates à mercê dos cordelinhos dos que desgovernam Portugal, os quais se vergaram, sem o mínimo espírito crítico e brio profissional, ao AO90, e pior do que isso, propagam os disparates que dizem e escrevem nas televisões e jornais (salvaguardando, obviamente, as raríssimas excepções, que, no entanto, se mantêm silenciosas, não vão perder empregos e tachos), disseminando, deste modo, o não-saber e o desprezo pelo seu instrumento de trabalho: o Idioma Português.

 

Não existe Democracia [δῆμος (demos ou "povo") e κράτος (kratos ou "poder")] em Portugal. Existe uma espécie de "democracia" onde o POVO tem a liberdade de protestar à vontade, mas NÃO é ouvido pelos "kratos", ou seja, pelos que se julgam “poderosos”, que querem, podem e mandam, e o POVO que se lixe.


A questão da Língua Portuguesa continua cada vez mais grave, e os decisores políticos cada vez mais subservientes ao "Krata" brasileiro. E os decisores judiciais são cúmplices dessa "aliança com benefícios apenas unilaterais”, porque ainda que se esteja a violar a Constituição da República Portuguesa, NADA fazem para repor a legalidade.


Portugal está a ser altamente prejudicado por essa atitude COBARDE dos quatro Órgãos de Soberania: Presidente da República, Assembleia da República (Parlamento), Governo e  Tribunais.

 

Isto está péssimo. Somos um país terceiro-mundista, à conta de gente com mentalidade terceiro-mundista, onde uma elite intelectual compactua, com o seu silêncio, com este assalto à NOSSA Língua, e não só.

 
Portugal é um fruto podre, e não tardará a cair em mãos ainda mais podres.

 

Para fechar esta reflexão, quero partilhar algo, e apenas o partilho por ser o prato do dia na Internet, redes sociais, YouTube, em publicações sobre a Língua Portuguesa, sobre imigração etc.. Trata-se de uma publicação no Facebook, que não me deixou indiferente, aliás coisas destas nunca deixam, seja onde for, porque sou adepta desta "filosofia": se nada dissermos ou fizermos, se não demonstrarmos a nossa indignação diante do enxovalho, vão pensar que tudo está bem na República DOS Bananas de Portugal, por isso vou deixando mensagens aos ignorantes, com a esperança de que nem todos sejam calhaus com olhos.

 

Quanta ignorância leio em publicações como a que refiro! Só gente com mente muito pequena precisa de USURPAR uma das Línguas mais antigas da Europa, e DETURPAR a História de uma das Nações mais antigas da Europa, para se impor ao mundo, quando todos os povos CULTOS sabem que a Língua Portuguesa NÃO é falada no Brasil. No Brasil, fala-se e escreve-se a Variante Brasileira do Português. E quem quer aprender o Português para fixar o Pensamento, a Cultura, o Saber, não procura a Variante, mas a original. A Variante, para a grande maioria dos estrangeiros que a aprendem, serve apenas para língua de comunicação passageira, de viagem.


Sei disto porque aprendi a ler e a escrever no Brasil, e estudei nas escolas brasileiras, cujo ensino está bem patente nas publicações e comentários ignorantes que pululam na Internet, fruto da lavagem cerebral que os esquerdistas, da ala mais ignorante, fizeram aos brasileiros menos instruídos, e que, por serem menos instruídos propagam essa ignorância, sem terem a noção disso.  Isto só envergonha a minoritária elite culta brasileira, e passa uma imagem PODRE e POBRE do Brasil, algo que me deixa muito triste, e incomodada, porque tenho o Brasil como a minha segunda Pátria.

 

Se assim o quiserem os desacordistas, ainda vamos muito a tempo de salvar a NOSSA Língua, porque a linguagem que anda por aí escrita e falada, um pouco por toda a parte, mais visível nas televisões e nos manuais escolares (um autêntico atentado à inteligência das crianças e jovens alunos) é uma linguagem pobre, andrajosa, deformada, desenraizada das suas origens, um verdadeiro insulto à Cultura Linguística Portuguesa, e isto não pode continuar assim.

 

O que temos de fazer?

 

Em primeiro lugar ter consciência de que os muito subservientes decisores políticos portugueses se vergaram aos muito perseverantes decisores políticos brasileiros (e não se pense que isto é uma alucinação) e NADA, NADA, NADA farão para defender os interesses dos Portugueses, e disso é prova máxima o DESPREZO que o presidente da República está a votar ao APELO subscrito por 297 cidadãos pensantes portugueses e também alguns brasileiros, que lhe foi enviado por quatro vias, através do formulário de Contacto, do site da presidência.

 

Em segundo lugar temos de AGIR em GRUPO e obrigar o Chefe de Estado Português a DEFENDER os interesses dos Portugueses, os quais passam pela PRESERVAÇÃO da Língua Portuguesa, ainda que MINORITÁRIA, aliás, como tantas outras Línguas de Povos que NÃO sofrendo da Síndrome da Pequenez são grandes Povos, porque a grandeza do Povos não se mede pela quantidade, mas pela qualidade do seu saber ser e estar em sociedade.

 

As Línguas Minoritárias fixam o Pensamento, a Cultura, a História e o Saber dos Povos, com tanta grandiosidade como as Línguas de grande tiragem.gente de mentalidade pequena e mirrada NÃO se orgulha de uma Língua minoritária, tão grandiosa como a Língua Portuguesa.

 

Por que haveríamos nós, Portugueses, de substituir a NOSSA Língua, que já foi dialecto do Latim, mas construiu um caminho próprio, transformando-se numa Língua autónoma, que, como sabemos, é uma das mais antigas da Europa, e que, pela simples vontade de políticos que sofrem da síndrome do pequeno poder (*) pretendem substituí-la pelo dialecto de uma ex-colónia que, de má-fé, USURPOU a Língua do ex-colonizador, com um objectivo pouco nobre, que acabou por contaminar a classe política portuguesa, que não teve o menor pejo em trair Portugal.

 

Pode não ser fácil eliminar o CAOS linguístico, no nosso País, mas NÃO é impossível. Basta empenharmo-nos, SEM MEDO de melindrar quem nos USA como trampolim para negociatas obscuras, que NÃO servem os nossos interesses.

 

Isabel A. Ferreira

 

(*) Segundo a Psicologia, a síndrome do pequeno poder é uma atitude de autoritarismo por parte de indivíduos que, ao alcançar o poder, usam-no de forma absoluta e autoritária, desprezando as consequências e problemas que possam vir a causar. Nem mais nem menos isto é o que está acontecer em Portugal.

***

Comentários na Página  NOVO MOVIMENTO CONTRA O AO90  (Facebook):

USURPAÇÃO 1.PNG

USURPAÇÃO 2.PNG

USURPAÇÃO 3.PNG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:45

link do post | comentar | ver comentários (7) | adicionar aos favoritos
partilhar
Quinta-feira, 6 de Julho de 2023

Até breve...

 

A ignorância, a estupidez, a mediocridade, a falta de sensibilidade e bom senso dos governantes, a indiferença (uma outra forma de ignorância) e uma inconcebível INSANIDADE disseminadas em Portugal, tal qual uma praga virulenta, obrigam-me a afastar-me disto tudo, por uns tempos...

 

Bem sei que é certo e seguro que

 

MIGUEL DE CERVANTES.png

 

Portanto, não percamos a ESPERANÇA, porque a ESTUPIDEZ que se implantou em Portugal com o aval de Marcelo Rebelo de Sousa (PR), António Costa (PM) e Augusto Santos Silva (PAR e ex-ministro dos Negócios DOS Estrangeiros) assistidos pelos deputados da Nação  e por  uma legião de servos da gleba, NÃO veio para ficar, até porque a História da Humanidade diz-nos que a estupidez jamais venceu a RAZÃO.

 

E a RAZÃO está do nosso lado.

Brevemente poderão cair o Carmo e a Trindade e Portugal libertar-se-á do jugo dos MAUS.

 

Até breve.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:09

link do post | comentar | ver comentários (2) | adicionar aos favoritos
partilhar
Terça-feira, 20 de Junho de 2023

Atribuída "Distinção de Mérito Acordo Zero" ao Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa»

 

ATRIBUÍDA DISTINÇÃO DE MÉRITO ACORDO ZERO!

Pela consciência e responsabilidade demonstradas na defesa da Língua Portuguesa, a iniciativa Acordo Zero atribui a sua distinção de mérito ao blogue O Lugar da Língua Portuguesa.


Um enorme obrigado pela coragem de rejeitar o Acordo Ortográfico de 1990!

Página oficial: https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/

Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=259121210055108&set=a.201433638882893

 

***

Só me resta agradecer a Paulo Teixeira, criador da Distinção de Mérito Acordo Zero.

O ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990,  e "O Lugar da Língua Portuguesa" foi criado em 16 de Outubro de 2015, depois de ver trinfar as nulidades, e  com um objectivo bastante específico, que pode ser consultado neste link:


https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-lugar-da-lingua-portuguesa-750?tc=137282398317

Estamos juntos neste barco, porque 
Língua Portuguesa só há UMA. Nem verdadeira, nem falsa. É a Língua Portuguesa. A única, e poderá estar em extinção não daqui a décadas, mas já amanhã, se se continuar a assobiar para o lado, e permitirmos que os governantes portugueses nos andem a tomar por lorpas: caso do presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), do primeiro-ministro (António Costa)e do presidente da Assembleia da República (Augusto Santos Silva).

Preservá-la é uma tarefa de todos. Não pode ser apenas de alguns.

Na escola, as crianças aprendem o "brasileiro". Em casa, treinam o Português, para quando se libertarem do carrasco escolar, poderem reabilitar a Língua Materna delas, e mandar às malvas a Língua Madrasta, que tentaram impingir-lhes ilegalmente. 

Isabel A. Ferreira

 

ACORDO ZERO.jpg

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:59

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Sexta-feira, 5 de Maio de 2023

Hoje, 05 de Maio, andam por aí a celebrar o que dizem ser o “dia mundial da língua portuguesa”, mas é mentira. O que os acordistas celebram hoje é a MIXÓRDIA Ortográfica Portuguesa

 

«É a nossa aversão à cultura, o baixo índice de sentido crítico, bem como a total falta de desejo de defesa e preservação do nosso Património Linguístico que ajudam a manter o AO90» (Professor António Vieira)



Por isso, os Portugueses Pensantes REJEITAM este falso dia desta FALSA celebração.

A mixórdia ortográfica portuguesa, que andam por aí hoje a celebrar, é tão ridícula, tão medíocre, tão pobre, tão sem sentido, tão feia que, por muito que a queiram impingir ao mundo, ela NÃO tem pernas para andar, porque é coxa das duas pernas. 

O verdadeiro Dia em que se celebra a Língua Portuguesa é o Dia 10 de Junho, Dia de Camões.

 

Hoje, uma vez que os predadores da Língua Portuguesa andam por aí a “celebrar” o dia mundial do mixordês, (NÃO, o Dia da NOSSA Língua Portuguesa), repesco um  poderoso texto do Professor António Vieira, que faz uma análise nua e crua, numa linguagem apropriada à mediocridade, à subserviência e a tiques de rastejamento inerentes ao uso e abuso de um acordo abortográficosobre o qual Augusto Santos Silva (o ainda pretenso dono da língua) disse esta coisa inaceitável no tempo em que era ministro dos Negócios DOS Estanheiros«Se quisesse, o Governo podia denunciar o acordo ortográfico – mas não quer», ou seja ELE, Augusto Santos Silva que se apoderou da Língua DOS Portugueses,  NÃO QUER, como se a Língua Portuguesa fosse pertença do Governo e possa andar por aí aos rebolões, segundo o querer ou o não-querer de suas “excelências”, que de excelências nada têm. E isto tem um nome: ditadura

 

Hoje, mais do que nunca, temos todos os motivos para estarmos de LUTO pela nossa Língua Portuguesa, que anda por aí desenraizadadespojada da sua beleza, apenas porque uns nada esclarecidos políticos, impregnados de um colossal complexo de inferioridade, entre outros que tais estados psicológicos, assim o querem.

Hoje, NADA HÁ, portanto, a celebrar. Muito pelo contrário: há a lamentar que Portugal tivesse vendido ao desbarato a sua preciosa Língua, e ande agora por aí a celebrar os farrapos que dela restam.


Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva deviam vir a público retractar-se, pela VERGONHOSA imagem que passam ao mundo, ao permitirem que por aí se ande a enxovalhar  uma  das Línguas mais antigas da Europa, com mais de 800 anos de história [e, na Europa, nem todos são parvos, para não verem a diferença entre o que é Português e o que é Brasileiro] apenas porque sofrem de um complexo de inferioridade patológico.

 

Por isso, HOJE, os Portugueses Pensantes EXIGEM a preservação da Língua Portuguesa, e fazem LUTO por vê-la ignorantemente tão ENXOVALHADA na Internet, no Google, na Wikipédia, nas redes sociais, nos documentos oficiais do Estado Português, sites governamentais, site da presidência, nas televisões, nos livros incurrêtâmente traduzidos, nos livros acordizados de escritores que abominavam o AO90, enfim, no mundo MEDÍOCRE que é o dos PREDADORES da íntegra, culta, original e verdadeira Língua Portuguesa.

 

Uma coisa é certa e segura: Língua Portuguesa há só UMA e mais nenhuma: é a de Camões, a de Gil Vicente, a de Pessoa, a de Eça, a de Camilo, a de Saramago, a MINHA.

 

A Língua Portuguesa deu várias Variantes dela ao mundo, sendo uma delas a Variante Brasileira, tal como os navegadores portugueses deram novos mundos ao mundo.

Isto chegará a um ponto em que os Portugueses, não tendo mais uma LÍNGUA sua, terá um linguajar escrito e falado que, NÃO pertencendo às Famílias Linguísticas do mundo, que foi estruturando as suas Línguas Maternas segundo as regras das Ciências da Linguagem, estarão fora desse mundo a papaguear e a juntar umas letras com outras, que não fazem o mínimo sentido, ou seja, os Portugueses estão a caminhar para o regresso ao tempo das cavernas, e os que se estão nas tintas para esta tragédia linguística, e não se manifestam, começarão a fazer desenhos nas paredes dessas cavernas, para se entenderem uns aos outros, e a rebusnar como um animal de uma nova espécie que, em vez de evoluir, regride, ao ponto de ser candidato a uma criatura em vias de extinção.

Esta é uma previsão do que poderá acontecer ao nosso País, cujos actuais governantes não têm capacidade intelectual para defender o seu património, e uma grande fatia do seu Povo é zombie.

Para os interessados, para os que querem manter-se informados, para os que amam a Língua Portuguesa, aqui deixo o texto do Professor António Vieira.

 

Isabel A. Ferreira

 

LUTO PELA LÍNGUA POERUGUESA.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:17

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2023

Ao redor dos “porquês” da legendagem em Português de uma pequena entrevista de António Costa, num exclusivo para a TVI

 

Pela primeira vez, vi uma fala de António Costa, ser legendada no ecrã de uma estação televisiva, em Portugal, em Português.

 

 Fiquei surpreendida. E então ocorreu-me questionar o porquê desta legenda, uma vez que o primeiro-ministro NÃO estava no Brasil, a falar para Brasileiros.
 

Bem sabemos que a dicção de António Costa não é perfeita, o que não é um defeito assim por aí além, até porque quase ninguém dos que falam nas televisões têm uma dicção perfeita, incluindo a classe jornalística (salvaguardando aqui as raras excepções). Se bem que o primeiro-ministro de um País, deva usar a sua Língua Materna com mestria, para não fazer má figura e não dar mau exemplo às crianças que têm na Televisão, no YouTube, no Tik-Tok e noutros sítios que tais, uma verdadeira escola de mal-falar, de mal-escrever e de mal-pensar.

 

Por outro lado, pode perguntar-se: mas que Língua Materna é essa que a Isabel mencionou? Ora essa!!!! A Língua de Portugal, obviamente.

 

Então, se António Costa estava em Portugal, a falar a Língua de José Saramago, porquê, as legendas?


Pelas imagens, que ilustram este texto, vemos que não foi para que os cidadãos com défice auditivo, pudessem perceber o que Costa estava a dizer, porque está lá uma senhora a acompanhá-lo em Língua Gestual.

 

Também não seria para os Portugueses, porque estes já estão habituados ao falar de António Costa, e percebem-no mesmo quando come as sílabas.

 

Uma vez que o assunto era sobre “um ano de guerra na Ucrânia”, as legendas seriam para os Ucranianos que se encontram em Portugal? Não me parece, pois os que já cá estão há mais tempo, já se entendem com a Língua Portuguesa, e até a falam muito bem, e este muito bem é um muito bem quase sem sotaque estrangeiro, melhor até do que muitos portugueses, de todos os sexos, que vêem demasiadas telenovelas brasileiras. Se as legendas se dirigiam aos refugiados ucranianos, que Portugal recebeu, estes, não sabendo Português, de nada lhes serviria as ditas cujas.

 

E como nunca ninguém se incomodou em legendar em Inglês, Língua que quase todos dominam, as falas dos políticos portugueses, para que os muitos imigrantes, de todas as partes do mundo, que vêm para Portugal à procura de uma vida melhor, e NÃO sabem Português, pudessem perceber o que os políticos dizem sobre as políticas que a eles lhes dizem respeito, mais estranho me pareceram aquelas legendas em Português, na fala  de António Costa.

 

Foi então que me ocorreu o seguinte: puseram aquelas legendas para que os Brasileiros percebessem o que António Costa estava a dizer? Assim como se faz no Brasil, que se tem de legendar as falas dos Portugueses ou dobrar as falas dos actores portugueses em novelas luso-brasileiras ou em filmes portugueses, para que os Brasileiros possam entender a Língua que eles NÃO falam? Sim, porque nos tempos que correm, quem manda na Língua e exige que se imponha a Variante Brasileira do Português, nas escolas portuguesas,  são os Brasileiros. Como se alguma vez, no Brasil, os Portugueses, ou qualquer outra nacionalidade, impusessem a sua Língua Materna, aos Brasileiros!


Bem, talvez não fossem os Brasileiros o motivo da loegendagem. Talvez fosse por outro motivo qualquer, que NÃO me passa pela cabeça.

 

Fiquei apenas surpreendida pelo inédito da situação. Gostaria de saber exactamente o porquê daquelas legendas em Português, de uma fala portuguesa.


Contudo, tudo é possível. Há pouco tempo veio para Portugal uma senhora brasileira, que me foi recomendada para que eu a ajudasse no que pudesse.  Como sempre faço, com todos os que vêm para Portugal, procurar uma vida melhor, sejam brasileiros ou outra nacionalidade qualquer. Se vêem por bem, o meu DEVER é ajudar.  

Só que essa senhora tem muita dificuldade em perceber o meu falar, que é um falar coimbrão, martelando todas as sílabas, e que aprendi com aprumo, para poder dar AULAS de Português e de História, e os meus alunos perceberem o que eu dizia. Nunca tive dificuldades em fazer-me entender com ninguém, nem com nenhuma outra nacionalidade. E embora essa senhora seja uma brasileira dos quatro costados, neta de uma avó indígena, instruída, frequentou uma Universidade brasileira, e fale a Língua que o Brasil chama erradamente “Português do Brasil”  não me entende, quando falamos pelo WhatsApp.


Como ainda não é possível pôr legendas no WhatsApp, a nossa comunicação tem de ser feita através de mensagens escritas, grafadas por mim, à portuguesa, e grafadas por ela, à brasileira.

Eu podia comunicar-me com ela, falando à brasileira, porque a Variante Brasileira do Português é a minha segunda Língua, com a qual aprendi a ler e a escrever (repito), a seguir à Portuguesa, Inglesa e Castelhana. Mas não o faço.  Se vou ao Brasil, comunico-me em Brasileiro. Se vou a Inglaterra, em Inglês. Se vou a Espanha, em Castelhano. No meu país comunico-me em Português, com quem o entende. Se os estrangeiros com quem lido não souberem Português, comunico em Inglês ou Castelhano, conforme for. Com os Brasileiros, que dizem que Portugal e Brasil falam a mesma Língua, mas não entendem o Português, e precisam de legendas ou dobragens, se calha de não me entenderem, não me ocorre falar noutra Língua a não ser em Português. Nem que se seja apenas através de mensagens escritas.

 

Isabel A. Ferreira

 

A Costa 2.png

A Costa 1.png

A Costa 3.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:55

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar
Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2022

Três histórias que envolvem o ministro da Educação, a Associação de Professores de Português e Marcelo Rebelo de Sousa, contadas pela Professora Maria do Carmo Vieira

 

Do fingimento à mais profunda hipocrisia: três histórias recentes

 

Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro? São três as histórias que contarei a esse propósito.

 
 

Convencer, é estéril.[1]

Foi um grande avanço no meu conhecimento, quando, pela primeira vez, a pobreza se me revelou na ignomínia do trabalho mal pago.[2]

Não se liam os livros de uma ponta à outra; habitávamos entre as suas linhas.[3]

Walter Benjamin (1892, Berlim – 1940, Portbou)

 

Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro, situação a que também não é alheia a Cultura e o Saber? São três as histórias que contarei a esse propósito. A primeira tem como figura principal o Ministro da Educação, João Costa; a segunda, a Associação de Professores de Português (APP); e a terceira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Foi a Reforma de 2003, cujo espírito perdura, e na qual o professor João Costa (Associação Portuguesa de Linguística – APL) interveio arduamente, em parceria com a APP, e depois no Ministério da Educação, que ditou o descrédito relativamente às Humanidades, situação que se tem vindo a prolongar até aos nossos dias, tendo dado azo ao esvaziamento de programas e à quase destruição das disciplinas de Filosofia, de Geografia, de História e obviamente de Português. João Costa, a par de muitos outros ministros da educação, tem sido efectivamente um fervoroso adepto do colapso das referidas matérias, mas agora tenta dar uma imagem contrária. Imitando, sem brilho, António Damásio que afirmou “A matemática e as ciências não fazem cidadãos”, na Conferência da Unesco, em Lisboa, (Março 2006), João Costa referiu no seu discurso que “As grandes conquistas da humanidade não se fizeram com cálculos financeiros”, aconselhando ainda, e fingidamente condoído, a “não deixarmos o mundo nas mãos de quem para tudo faz contas e de quem para tudo desumaniza”. Ter-se-á esquecido da perseguição que instaurou aos professores alterando o Regime de Mobilidade por Doença e das consequências daí advenientes? Nesse sentido, leia-se o artigo do Professor Santana Castilho (Público, 12/10/2022) e compreender-se-á o grau de hipocrisia de políticos como João Costa, numa actuação que apregoa invariavelmente os “direitos humanos” e o “bem público”.

 

No seu surpreendente discurso de dia 14 de Novembro p.p., repleto de frases vazias ou absurdas como a que transcrevemos – “A escolha das humanidades não precisa de justificação, da mesma maneira que a escolha pela poesia, pela literatura e pela arte não precisa de justificação” – lamentamos veementemente a triste sorte do Ensino entregue a gente deste calibre. Gente que pactuou com a sugestão de se retirar a Literatura dos programas de Português, tentando elevar a Linguística a matéria única e fazendo reinar o texto funcional; que pôs de parte, como sendo desmotivantes, os autores clássicos; que feriu o estudo dos que por conveniência tiveram de permanecer, somando-se decisões desastrosas como retirar da leitura de Os Lusíadas a “Dedicatória” porque, segundo colegas do Ministério, apoiando-se em argumentação APP, “os alunos faziam imensa confusão com o facto de Luís de Camões dedicar o poema ao rei D. Sebastião, narrando o poeta um evento acontecido no reinado de D. Manuel. Obrigá-los a decorar datas era desmotivante…” ou o episódio de “O Velho do Restelo” que, felizmente, grande número de professores continua a ler e a interpretar porque imprescindível para compreender o Humanismo, o mesmo Humanismo a que se refere o Ministro da Educação. Sem dúvida que é o Senhor Ministro “quem tem medo da democracia e da liberdade” e por isso também “dos escritores, dos poetas, da palavra e da arte”, palavras que igualmente proferiu no seu discurso. Explicar-lhe-ei mais em pormenor o porquê da minha afirmação.

 

Conhece certamente o teor dos exames ou das provas de aferição de Português, para adolescentes e crianças. Todos, sem excepção, superlativamente longos, repletos de páginas, a que se juntam diferentes textos para analisar, todos igualmente extensos, alguns dos quais com recurso a cruzinhas em que, por vezes, as várias hipóteses são puras ciladas. Junte-se-lhes uma avalancha estonteante de TLEBS e ainda a produção de textos. O senhor Ministro é contra os exames e eu sou a favor, mas eu sou totalmente crítica destas aberrações que impedem os alunos de tempo para pensar, de tempo para planear e organizar um texto escrito. A literatura e qualquer outra arte exige um diálogo com o que se lê, ouve ou olha e esse diálogo não pode ser impedido sob pena de se perder o contacto com o autor. Não será assim que se entusiasmará os alunos para a leitura e para a arte em geral. Na verdade, temos de “habitar” entre as linhas de um livro ou de uma pauta ou das cores. Porque adepto da rapidez, o senhor defende desde 2003 o funcional, se bem que inesperadamente na entrega deste prémio surja com um discurso enganador, mas tão facilmente desmontável. Dou-lhe conta de que não é com o funcional que “se formam cidadãos”, nem é com o funcional que se estimula a imaginação e a criatividade, sem as quais “não haveria evolução científica e tecnológica porque não haveria curiosidade”. (ainda António Damásio).

 

A segunda história incide sobre a Associação de Professores de Português (APP) e a iniciativa de levar a uma reunião do IAVE o que considera ser a penalização dos alunos brasileiros nos exames, pelo uso da sua variante do português. Sem querer entrar nesta questão, porque seria matéria para um artigo, e desconhecendo se no Brasil aceitam que os alunos portugueses escrevam segundo a norma portuguesa, questiono a APP a propósito da defesa da aberrante “unificação ortográfica” que o acordo de 1990 traria, permitindo que as várias lusofonias espalhadas pelo mundo finalmente “se entendessem”, como se anteriormente isso não acontecesse. Afinal, a APP terá de concluir, engolindo um imenso sapo, que o acordo trouxe apenas desentendimento, penalização e caos, evidenciando simultaneamente uma imensa falta de respeito pela “diversidade das diversas lusofonias como património de uma comunidade de estados soberanos unidos por uma raiz histórica comum […].”[4]

 

Por ironia do destino, a APP, desde sempre fiel aliada do Ministério da Educação, irá reencontrar um antigo colega de trabalho, o actual Ministro da Educação, João Costa, dado necessitar certamente do seu aval para a resolução do problema dos exames e dos alunos brasileiros. Dever-se-á salientar, no entanto, que a APP abraçou desde o início a imposição do acordo ortográfico, não tendo promovido um debate sério com os seus associados, que nas palavras da direcção eram metade a favor e metade contra. Além disso, promoveu inúmeras acções de formação para difusão e “ensino” do acordo ortográfico, dentro e fora do país, quando até julgara poder ser o mesmo compreendido “em algumas horas”. Já João Costa, enquanto sócio da APL e seu Presidente, acompanhou o parecer desfavorável da direcção, solicitado, em 2005, pelo Instituto Camões, e no qual se concluía: “1. Que seja de imediato suspenso o processo em curso, até uma reavaliação, em termos de política geral, linguística, cultural e educativa, das vantagens e custos da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990. 2. Que, a manter-se o texto actual do Acordo, Portugal não ratifique o Segundo Protocolo.” Este parecer, custará a acreditar, não foi divulgado pelo Instituto Camões (IC), e só em 2008 veio a público, porque a Direcção da APL em funções “manifestou a sua concordância com este parecer e, no exercício das suas competências enviou-o à Assembleia da República, por ocasião da Audição Parlamentar de 7 de Abril de 2008.” Mas será certo que a APP encontrará em João Costa um parceiro adequado, porque enquanto linguista já esqueceu o parecer da APL e a sua missão política não admite que recue na amnésia forçada.

 

A terceira e última história incide sobre o Mundial de Futebol, encharcado em corrupção, crueldade e aviltamento dos direitos humanos, situações que a comunicação social e os países ditos democráticos, entre os quais Portugal, têm vindo veementemente a criticar e a acusar. No entanto, por um qualquer golpe de magia, e porque na verdade está na sua natureza (justificaria o “escorpião”) são os mesmos (e não quero generalizar porque haverá honrosas excepções) que se enfureceram tanto contra esta e outras injustiças afins que agora, em tom grave e paternalista, anunciaram ir deslocar-se ao Qatar para assistir aos jogos de Portugal, com o argumento de irem representar o país. É preciso dizer-lhes que quem nos representa num estádio estrangeiro é a equipa, são os nossos jogadores. Prova-o o entusiasmo com que adeptos de diferentes continentes envergam camisolas do equipamento português, ou hasteiam bandeiras portuguesas, tendo como justificação “Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo!”. Não caiamos, pois, em patranhas: quando alguma figura institucional decide assistir a um jogo, fá-lo exclusivamente por prazer, pelo gosto que tem em ver jogar futebol e torcer pela sua equipa (e lembremos o rodopio de políticos em viagens pagas ao estrangeiro para assistir a jogos de futebol ou quem foi forçado a demitir-se, desvendado o irresistível charme que atrai o futebol à política e vice-versa).

 

A acentuar o “exotismo” do país, onde certamente estes “representantes da nação” nunca iriam, está o imperdível prazer da viagem na mira das inimagináveis boas-vindas que “a representação” lhes proporcionará. Eles têm disso consciência e eles são o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro, almas provincianas em procura de destaque e de colecção de “selfies” e histórias para contar. Causam igualmente dó e alguma repulsa o teor das justificações apresentadas, colidindo estas com as de outros países que politicamente não estarão presentes neste Mundial. Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto Santos Silva e António Costa envergonham-nos. Digamos, usando as palavras de Séneca que “não são advogados à altura…

 

Talvez o único bem deste mundial possa surgir da diversidade de povos e culturas que aí se juntam, resultando numa alegria que alguns jovens qataris entrevistados directamente testemunharam. Também os gestos que se têm vindo a manifestar, nos estádios, sejam os das equipas iraniana, inglesa ou alemã, sejam os das equipas dinamarquesa e belga que a FIFA proibiu, terão seguramente um qualquer efeito benéfico porque o Outro é, na verdade, essencial para um despertar. Neste momento, o Qatar, e usarei de novo as palavras de Walter Benjamin, é como um “bairro de proprietários” que ignora a “existência dos outros”.

 


[1] In Rua de Sentido Único e Infância em Berlim por volta de 1900, com introdução de Susan Sontag. Lisboa, Relógio D’Água, pág. 40

[2] Idem, pág. 177

[3] Idem, pág. 23

[4] António Emiliano, O Fim da Ortografia. Lisboa, Guimarães Editores,2008.

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:13

link do post | comentar | adicionar aos favoritos
partilhar

.mais sobre mim

.pesquisar neste blog

 

.Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

.posts recentes

. «Uma Língua em terra de n...

. Pedro Nuno Santos (PS) di...

. Passam hoje 500 anos sobr...

. António Costa, numa cerim...

. Ponto único: os decisores...

. Até breve...

. Atribuída "Distinção de M...

. Hoje, 05 de Maio, andam...

. Ao redor dos “porquês” d...

. Três histórias que envolv...

.arquivos

. Março 2024

. Fevereiro 2024

. Janeiro 2024

. Dezembro 2023

. Novembro 2023

. Outubro 2023

. Setembro 2023

. Agosto 2023

. Julho 2023

. Junho 2023

. Maio 2023

. Abril 2023

. Março 2023

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

.Acordo Ortográfico

A autora deste Blogue não adopta o “Acordo Ortográfico de 1990”, por recusar ser cúmplice de uma fraude comprovada.

. «Português de Facto» - Facebook

Uma página onde podem encontrar sugestões de livros em Português correCto, permanentemente aCtualizada. https://www.facebook.com/portuguesdefacto

.Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt

. Comentários

1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias.

.Os textos assinados por Isabel A. Ferreira, autora deste Blogue, têm ©.

Agradeço a todos os que difundem os meus artigos que indiquem a fonte e os links dos mesmos.

.ACORDO ZERO

ACORDO ZERO é uma iniciativa independente de incentivo à rejeição do Acordo Ortográfico de 1990, alojada no Facebook. Eu aderi ao ACORDO ZERO. Sugiro que também adiram.
blogs SAPO