Domingo, 8 de Dezembro de 2024

«A língua e o sofá: o paraíso beatífico do acordo ortográfico», por António Jacinto Pascoal

 

Texto magnífico, publicado no jornal Público, no passado dia 05 de Dezembro, o qual foi-me   enviado pelo autor, António Jacinto Pascoal, via-e-mail, e que aqui reproduzo com a sua autorização. (Isabel A. Ferreira)

 

***

 
«O Acordo Ortográfico de 1990 (que não chegou, efectivamente, a sê-lo) procura unificar (nem há como camuflar a pretensão
deliciosamente fascizante) vertentes que, naturalmente, tendem a afastar-se. Ou seja, ao AO90, para ser bom, só lhe faltam as qualidades…» (António Jacinto Pascoal)

 

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«A língua e o sofá: o paraíso beatífico do acordo ortográfico»,

Por António Jacinto Pascoal (*)

 

Podemos fazer o que quisermos da língua, compará-la mesmo a um sofá, escarafunchar nela e estragá-la. Vamos lá a ver: alguém há por aí que estranhe o valor meramente instrumental da língua, como o do sofá de sala, servindo o conforto pessoal e o interesse pragmático do repouso? Descansar na língua (atente-se na poeticidade da expressão) assemelha-se, em registo idílico, ao primeiro olhar crítico (assim lhe chamou Eduardo Lourenço) do Criador, ao sexto dia, de pantufas no seu sofá e a olhar a Criação: concluiu que era bom. Reservou, então, o sétimo para o pleno remanso. É uma visão graciosa e singela da coisa. Está muito bem. As pessoas vão de mãos dadas e entendem-se. Um mundo perfeito. Se não fosse curto e indigente.

 

Num recente artigo de António Guerreiro (PÚBLICO, 22 de Novembro), e a propósito de Elon Musk, chama-se a atenção para o controlo da linguagem e a perspectiva instrumental que dela tem o magnata: a linguagem humana, como a entendemos, tornar-se-á obsoleta, poderá ser agregada a um sistema cibernético de inteligência artificial reduzido a funções básicas como a informação factual, cumprimento de regras, transmissão de ordens. Serão tempos em que a ficção científica deixará de ser ficção. Sabemos como as palavras são importantes e o modo como, sem termos disso plena consciência, transportamos prescrições ideológicas de raízes profundas, mesmo quando (e por isso também) elas são revisionistas e tendem à desafecção ideológica.

 

Há quatro anos, e a propósito do cinquentenário do general de Gaulle, Macron referiu-se-lhe como herói da resiliência francesa, mitigada assim a conotação político-imagética da resistência ao nazismo e ao fascismo. Hoje, em Portugal, os conceitos de racismo e xenofobia transmutam-se, pela palavra, em nacionalismo e proteccionismo, e o termo fascismo, na boca de muitos e em culto de programada naturalidade, alija, esconjurando-a, a carga depreciativa de outros tempos. Na esfera da linguagem, assiste-se à despolitização e dessincalização numa desvitalizada res publica, emancipada de enquadramentos colectivos transcendentes, pelo que os trabalhadores passam a colaboradores e o próprio trabalho, sob novas práticas organizacionais, espartilha-se na execução operacional e na gestão de informação e definição de objectivos, nesta nova relação ambígua entre indivíduo e sociedade. E, em boa parte do mundo, o vocábulo genocídio, conforme o perpetrador, assume ou não significação. Portanto, as palavras contam. Mas não somente como significados; contam ainda como significantes, tanto no plano do objecto sonoro como no da imagem visual gráfica. Esta última, a representação da “palavra”.

 

Quando pensamos em palavras, a sua materialidade percepciona-se melhor na escrita, porque é aí que elas se decompõem em morfemas, sendo mais prático, no plano da grafia, assinalar os efeitos fonéticos, a entoação, a força clítica por acção de consoantes ou vogais finais, mas também os valores semânticos de prefixos e sufixos (o valor avaliativo, o sentido pejorativo ou afectivo, e, portanto, também sociológico e ideológico). Mulherengo, por exemplo, será adjectivo capturado (e em vias de extinção) pelas novas vigilâncias da polícia de costumes da língua. Resumindo: as gramáticas e os dicionários são utensílios fundamentais, preservam práticas, registam admissões dialectais e sociolectais, estimulam a observação de regras (tanto para a língua-padrão como para falares e dialectos) e favorecem a elegância e a riqueza linguística. José Castro Pinto afirmou que “quem diz que um dia acabará a Gramática (como já ouvimos dizer) é porque ainda não compreendeu o que é uma Gramática”.

 

Isto nasce a propósito da ligeireza com que Isabela Figueiredo afirmou recentemente (Expresso on line, 14 de Novembro) que, no seu entender, não há para a língua regras, desde que todos nos entendamos. Segundo a escritora, “proteger a língua de maus-tratos é uma tarefa inglória”. Mas a ser assim, não importa desfigurar a língua, não importa permitir os termos “chulos” e os “vulgarismos” fora de contexto (imagine-se plasmados na Constituição) ou incluir cultismos em prosa popular, não importa ceder aos erros de concordância, não importa confundir – por inépcia – normas de variantes distintas do Português. Nada importa. Diria eu que não importa sequer haver gramáticas ou dicionários. E provavelmente filólogos e revisores e, entretanto, professores de língua. Que significa isto? Significa, suponho, que, quanto a si, se eu escrever “Azarmas ius barõins acinaladus” ou “Quero que tu lês e compreendes este texto”, não vai daí mal ao mundo, porque todos nos entendemos.

 

Nós, que nos opusemos ao Acordo Ortográfico de 1990, apelidados já de velhos do Restelo, Alencares, analfabetos do século XXI, velhotes obcecados, puristas da língua que tomam antiácidos, etc. (acrescentemos “autistas”, “neuróticos”, “casmurros”), e prontos para novos apodos, temos, pelo menos, duas coisas claras. Uma: as línguas são por natureza conservadoras – as suas mudanças raramente se produzem internamente, mas como resultado de tensões e pressões linguísticas externas ou produzidas por artificialismos, como os de reformas ortográficas que possam condicionar a modulação das palavras, o que, traduzido, liquida o argumento da vivacidade estuante das línguas (esse lugar-comum do organismo vivo). Imagine-se uma comunidade isolada do mundo, proceda-se a um estudo diacrónico da língua dos seus falantes e veja-se o que mudou ao longo de séculos. Duas: o Acordo Ortográfico de 1990 (que não chegou, efectivamente, a sê-lo) procura unificar (nem há como camuflar a pretensão deliciosamente fascizante) vertentes que, naturalmente, tendem a afastar-se. Ou seja, ao AO90, para ser bom, só lhe faltam as qualidades…

 

Nunca me imaginei um eugenista da língua com aspirações a higienismo militante. Leio, não raramente deliciado, Clarice Lispector, Luandino Vieira (angolano, que deveis saber português nascido de cá), Rui Knopfli, José Craveirinha, Corsino Fortes, Vasco Cabral, Alda do Espírito Santo, Fernando Sylvan. O que estranho, então, na posição de Isabela Figueiredo é a sua ambivalência em ser permissiva (ao ponto de ambicionar “estragar” a língua como quem estafa o sofá) e, logo depois, intransigente, quando se trata de deixar cada vertente do Português trilhar o seu caminho sem a rédea curta de um “acordo” ortográfico. Mas tudo isto vinha apenas a propósito de palavras.

E as minhas palavras, claro, dirigem-se àqueles que forem capazes de as entender. Ou quiserem, de facto, entendê-las.

 

António Jacinto Pascoal

 

(*)  António Jacinto Pascoal (n. 1967, Coimbra) estreou-se em 1991, com Pátria ou Amor (Prémio da Associação Académica de Coimbra). Ensaísta, contista, poeta e fotógrafo. Editou nove livros de poesia, entre os quais As Palavras da Tribo (2005), Cello Concerto (2006) e Mover-se o Fogo (2018). Em 2018, publicou a colectânea de ficção narrativa Os Joelhos do Meu Pai e Outros Contos. No mesmo ano, editou o seu primeiro álbum fotográfico, Banda Euterpe: a Visão do Som e em 2019 co-realizou, com Inês Galocha Pascoal, o documentário Alunos. Em 2024, foi agraciado com menção pela associação polaca Arendi, em torno da poética de Herbert, e com a edição de dois contos, no prémio Luís Vilaça. Traduziu poemas de Violeta Parra e Ingibjörg Haraldsdóttir, além de uma peça para teatro de Gabriel García Márquez. Poemas seus estão traduzidos e editados em Inglês e Finlandês. É colaborador no jornal Público desde 2009, nas revistas Colóquio/Letras, Eufeme Magazine e Devir e, durante mais de uma década, encenou peças de teatro em escolas básicas e secundárias, entre as quais A Casa de Bernarda Alba de Federico García Lorca, Um Eléctrico Chamado Desejo de Tennessee Williams, John Gabriel Borkman de Henrik Ibsen e O Punho de Bernardo Santareno.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:21

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Sexta-feira, 10 de Maio de 2024

Em Defesa da Ortografia (LXVIII), por João Esperança Barroca

 

 «Custa ver Angola mais sensata do que Portugal num caso como o Acordo Ortográfico. Muito pouca gente quis este acordo. Na verdade, quem quis este acordo foram duas classes profissionais portuguesas que agiram por interesse próprio: a classe dos editores, que maravilha ter que [sic] substituir os dicionários e os livros escolares todos, e meia dúzia de académicos que tiveram aquele sonho clássico do intelectual, que é legislar.»

Pedro Mexia, Escritor e crítico literário

 

«Na história da nossa democracia, não há procedimento tão absurdo e tão próprio de um poder totalitário como este. Assistimos desde o início a manobras visando calar toda a contestação, mesmo a de um órgão de aconselhamento do Governo em matéria de língua, a Comissão Nacional de Língua Portuguesa, coordenada então pelo Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva que, por ter elaborado um parecer bastante crítico do anteprojecto de 1988, foi impedido de ter acesso ao texto do AO assinado em 1990.»

António Guerreiro, Cronista e crítico literário    

 

«Há-de haver um português de Angola, de Moçambique, de São Tomé, etc. Isso é uma forma de riqueza prodigiosa, não há que ter receio disso. Logo, é uma patetice completa este Acordo Ortográfico de 1990 e, mais, uma vigarice, porque não há unificação possível da língua. O que quiseram fazer foi uma mera unificação da ortografia e, mesmo para isso, foram agredir barbaramente a etimologia das palavras. Este acordo cheio de excepções é, portanto, mentiroso, criminoso, completamente inútil e, a meu ver, ilegal. Não percebo esta obstinação e precipitação de Portugal. Nós sujeitamo-nos à vergonha de Angola não aceitar o acordo porque tem demasiado respeito pela língua. E nós merecemos essaeugénio lisboa, bofetada

Eugénio Lisboa, Escritor e crítico literário

 

«Comparadas com as diferenças lexicais e sintácticas entre o português europeu e o brasileiro, as diferenças ortográficas são nada. Daí a inutilidade e a estultícia do Acordo Ortográfico de 1990.»

Helder Guégués, Tradutor, revisor e autor, no blogue O Linguagista, em 14-03-2024

 

«Contrariamente ao muito que se diz por aí, as alterações que vão ser introduzidas são muito poucas e julgo que basta uma meia hora para os professores aprenderem as novas regras. E depois é aplicá-las.»

Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP), em 2-09-2009, “Diário Digital

 

Como tem vindo a ser habitual, nalguns dos anteriores escritos, a par de citações de personalidades ligadas à língua, damos a conhecer exemplos do que consideramos ser o caos ortográfico decorrente da aplicação do AO90. Uma breve investida por apenas dois órgãos da Comunicação Social trouxe na rede o que se segue:

 

1 - «As emissões de dívida obrigacionista continuam a beneficiar de um duplo contexto favorável: “As expetativas de que o Banco Central Europeu vá iniciar o ciclo de descida de taxas de juro em junho, aliado ao fato de Portugal ter visto revisões em alta, quer do seu rating quer das perspetivas para a sua economia, têm levado a uma ligeira descida dos prémios de risco nacional”, refere Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

 

Recorde-se que a notação da dívida faz, agora, o pleno das cinco principais agências de rating, no escalão A, mais favorável à ampliação dos investidores interessados na dívida portuguesa, e que as contas nacionais registaram um excedente de 1,2% do PIB, o maior desde o 25 de abril, e o segundo superávite alcançado pelos governos de António Costa.» Expresso, 10-04-2024.

 

Dando de barato a questão da dupla grafia de expectativa, chamamos a atenção do leitor para a profecia de Pedro Santana Lopes de que “facto é agora igual a fato”, como nos lembra, mais uma vez o jornal Expresso. Acrescente-se que o AO90, que tinha o objectivo de unificar a língua, veio dar-nos a obrigação de utilizarmos a forma abstrusa perspetiva, enquanto um brasileiro continuará a usar perspectiva. Unificação foi o que disseram?  Além disso, à imagem de muitos outros, o Expresso e até as escolas (como se vê numa das imagens, retirada da página de Facebook dos Tradutores contra o Acordo Orográfico) parecem continuar a escrever sempre com minúscula os nomes dos meses, sem terem em conta o que estipula o AO90 no que se refere às efemérides. Chama-se aplicação fatiada!

 

2 - «Para os empresários, contactados pelo Expresso, estar presente no MIPIM é uma oportunidade única para estabelecer contatos, trocar ideias e explorar oportunidades de negócio e, por isso, um conjunto cada vez mais alargado de empresas nacionais repete, ano após ano, a sua presença no evento.

 

O sentimento partilhado é que [sic] os resultados dos contactos realizados na feira têm sobretudo efeitos no médio prazo, resultando daí a concretização de negócios e estabelecimento de parcerias com investidores.» Expresso, 18-03-2024.

 

 Já cá faltava o omnipresente contato, acompanhado três linhas abaixo pela forma correcta contactos. Confuso? Ná, parece um texto escrito com os pés, em que a opção ortográfica é como calha.

 

3 - «Na carta, mostra-se solidária e até preocupada com os polícias portugueses e acrescenta ainda que vai apoiar os polícias e usar a rede de contatos que têm na Europa para lhes dar uma voz mais forte.» RTP, 19-02-2024.

 

Para não ficar atrás, também a RTP, qual Pai Natal, nos presenteia com este exemplo da mixórdia ortotrágica (como lhe chama Clara Ferreira Alves) que por aí vai circulando e da qual parece ser difícil livrarmo-nos de vez.

 

Ah, no novo governo há, pelo menos, três ministros que, no passado, tomaram posição clara na oposição ao AO90. São eles: Nuno Melo, Ministro da Defesa, Paulo Rangel, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Dalila Rodrigues, Ministra da Cultura.

 

Ah, felizmente, quer o jornal A Bola, quer o canal SIC, às vezes, vão tendo umas saudáveis recaídas.       

 

Ah, será que ainda faltam muitas meias horas?

 

João Esperança Barroca

 

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publicado por Isabel A. Ferreira às 16:45

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Quarta-feira, 6 de Março de 2024

Em Defesa da Ortografia (LXVI), por João Esperança Barroca

 

«Acho o AO90 uma máquina de fomentar erros, de criar aberrações e instaurar o caos ortográfico […]. Quando os seguidores e legitimadores deste acordo instaurado por errados e perniciosos cálculos políticos recuam perante algumas das suas regras mais pitorescas […], então é caso para perguntar o que se passa com a monstruosa criatura que não é respeitada nem sequer por quem lhe quer bem. Devo confessar que às vezes até tenho pena do enjeitado, embora não hesitasse em infligir-lhe o golpe de misericórdia

António Guerreiro, Cronista e Crítico Literário

 

«O Acordo Ortográfico é uma das coisas que mais abastardaram a língua portuguesa nos últimos anos, e sobre o qual ninguém se pronuncia. São todos muito patriotas, têm todos Portugal e a bandeirinha na cabeça e no corpo, mas coisas que efectivamente atentaram contra a nossa identidade, que depende em muitos aspectos da língua, ninguém liga nenhuma. O Acordo Ortográfico mantém-se, em grande parte, por inércia, não é porque haja muitos defensores. A maioria das pessoas que escreve bem português não escreve naquela coisa.»

José Pacheco Pereira no programa "O Princípio da Incerteza" 11/02/2024

 

«A coisa foi caindo no esquecimento, embora muitos jornais e revistas tenham decidido adoptar a coisa, que era uma maneira de ir impondo a coisa, em jeito de dose maciça a ver se nos habituamos. A verdade, sejamos claros, é que nunca nos habituámos. E a coisa é confusa mesmo para professores que têm de pregar o Acordo Ortográfico às criancinhas […]. Nunca escrevi segundo o Acordo, porque estou contra, […] sobretudo por isso, por me parecer uma imposição sem grandes bases de verdadeira discussão pública, uma coisa acelerada, precipitada

Rodrigo Guedes de Carvalho, Jornalista e Escritor

 

«Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc

Ponto 9 da Base IX do Acordo Ortográfico de 1990

 

Quando se olha com alguma atenção para a linguagem que por aí vai circulando, à boleia do AO90, uma das situações que nos salta à vista é a da confusão entre pára (forma verbal) e para (preposição). Os bonzos do AO90, enquanto assobiam para o lado, costumam afirmar que o contexto é sempre esclarecedor. Parafraseando um dos mais famosos debates da história da democracia portuguesa, apetece dizer-lhes: — Olhe que não, olhe que não…

 

Para ilustrar a nossa opinião, incluímos uma recolha de títulos, em vários órgãos da comunicação social, nos quais não é clara a classe gramatical do vocábulo para. Consequentemente, ninguém sabe como pronunciar essa palavra. Abrindo ou fechando a primeira vogal?

 

Vejamos, então, o resultado do nosso trabalho de pesquisa: a) Razão para ida ao cinema. b) Sobreprocura para pedopsiquiatria. c) A chegada de Ronaldo para o jogo com o Benfica. d) Horta para o estágio. e) Ritual indonésio para a chuva. f) Estudo para protecção das dunas. g) Ninguém para Portugal. h) Ninguém para o Benfica. i) Ninguém para a juventude do Brasil. j) Médio livre para as águias. k) Certificado digital ou teste negativo para acesso a restaurantes. l) Uma ligação para a vida. m) Mulher de Cabrita para a supervisão dos transportes. n) Ricardo Horta para a história. o) Modric para a história. p) Tudo para o Bessa. q) Para já, o estado de emergência não avança. r) Aliança mundial para a vacina? s) Jesus para três épocas? t) Escutismo, de onde e para onde. u) Bilhete para o clássico. v) Sterling com entrada 'assassina' sobre Dele Alli e Mourinho reage em bom português: «Para o car****, pá! w) Mariano Díaz para o ataque do Benfica. x) Palco para Díaz. y) Carro de vogal para as modalidades com vidro partido. z) Benfica demasiado forte para Braga. a’) Aviso para Páscoa. b’) Defesa reforçada para FCPorto. c’) Mercado ferve: Salin ruma a França, João Félix para quarta-feira e Benfica contrata brasileiro. d’) Penálti para o Vizela.

 

Como vê, caro leitor, nas imagens que acompanham este escrito, muitas vezes a única solução viável, quer nas notícias sobre os futebolistas Evanílson ou Zaidu, quer na imagem televisiva, é acentuar a forma verbal, diferenciando-a da preposição. Isto é, estes órgãos dizem aplicar o AO90, mas fazem-no parcelarmente, considerando-o assim um instrumento defeituoso.

 

Ah, e como se lê mais neste exemplo?

O comboio deslizou lentamente pelos carris.

— Para o comboio! — gritou o chefe da estação.

O chefe da estação ordena que as pessoas entrem no comboio ou manda parar esse mesmo comboio?

Ah, pois é. Como escrevemos no mês passado, dispensar os neurónios dá mau resultado.

 

João Esperança Barroca

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publicado por Isabel A. Ferreira às 15:21

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Sábado, 2 de Dezembro de 2023

Em Defesa da Ortografia (LXII), por João Esperança Barroca

 

«Acho o AO90 uma máquina de fomentar erros, de criar aberrações e instaurar o caos ortográfico […]. Quando os seguidores e legitimadores deste acordo instaurado por errados e perniciosos cálculos políticos recuam perante algumas das suas regras mais pitorescas […], então é caso para perguntar o que se passa com a monstruosa criatura que não é respeitada nem sequer por quem lhe quer bem. Devo confessar que às vezes até tenho pena do enjeitado, embora não hesitasse em infligir-lhe o golpe de misericórdia

António Guerreiro, Cronista e crítico literário

 

Como o leitor já sabe, o AO90 trouxe, como diz (muito bem) António Guerreiro na citação em epígrafe, uma caterva de aberrações. Dentre elas, salientam-se os fatos e os contatos. Só por estes dois termos, o AO90 já deveria estar no caixote do lixo da História, onde estaria agora a repousar, não foram as intervenções, entre outras, de Lula da Silva, de Santana Lopes e de José Sócrates.

 

Uma breve incursão pelas páginas dos órgãos de Comunicação Social permitiu que respigássemos o que se segue nos próximos parágrafos. Gostaríamos de chamar a atenção para a imagem com o canoísta Messias Baptista. O atleta tem o seu nome escrito na embarcação. Mas o que fez o jornalista? Podou a palavra, retirando-lhe a consoante.

 

“A atual crise permitiu ainda verificar que são os hospitais dos grandes centros urbanos que, em situação de caos, conseguem, com enorme esforço, “aguentar” o SNS. Se esse fato merece atenção, para que nunca se perca, não menos verdade é que se impõe um olhar especial para os hospitais mais pequenos, mais afastados dos grandes centros, que servem populações com menos opções de acesso, e que, sendo os “elos mais fracos” do sistema, foram, exatamente, por onde a cadeia quebrou, para os fortalecer de forma duradoura e irreversível.” 

Isabel Galriça Neto e Miguel Soares de Oliveira, Expresso, 22-11-2023.

 

«Em declarações a uma (sic) canal regional da televisão pública NDR citadas pelo jornal francês LE Monde, a porta-voz da polícia Sandra Levgrun, afirma: “Mobilizámos psicólogos policiais e estamos neste momento a falar com o autor destes actos. Procuramos uma solução negociada”. A polícia considera “muito bom sinal” o fato de o pai ter permanecido em contato com as autoridades “durante tanto tempo”.»

Notícia atualizada às 11h51

Expresso, 05-11-2023

 

«A cantora revelou ainda que continua a trocar mensagens com o vocalista da banda britânica. “Ele tem o meu número de telefone. No último concerto [em Coimbra], pediu o meu número, e fiquei em contato com ele”, disse.»

Expresso / Blitz,04-11-2023

 

«A religião muçulmana é vista no Ocidente como limitadora dos direitos das mulheres, como extremista. Há pessoas que vêem um turbante na cabeça de um homem como perigo, que vêem um hijab na cabeça de uma mulher como um perigo.»

Clara Não, Expresso,13-11-2023 

 

«Esta semana, não só não terminou o conflito israelo-árabe como começou o conflito Marcelo-árabe. As declarações do presidente foram criticadas e este fim-de-semana dezenas de pessoas manifestaram-se à porta do palácio de Belém.»

 Expresso, 06-11-2023

 

«De forma indireta e através dos seus, com Augusto Santos Silva a exigir prazos e explicações à Justiça, e de forma concreta e de viva voz, António Costa não pára de disparar desde que foi inesperadamente alvejado.»

Sebastião Bugalho, Expresso, 20-11-2023 

 

«Não ridicularizem a versão que contradiz a vossa nem valorizem a que a validaEsse não é um exercício inteletualmente honesto.»

Duarte Gomes, Tribuna Expresso, 31-12-23

 

«Parte da espectacularidade do jogo assenta nesses factores, os da incerteza e imprevisibilidade de muitos dos seus momentos.»

Duarte Gomes, Tribuna Expresso, 31-12-23

 

«O encenador da peça “Turismo”, Tiago Correia, acusa o diretor do Teatro Municipal do Porto de “censura, chantagem emocional, coação, ameaça e abuso de poder” por ter rejeitado a distribuição da folha de sala da peça da Companhia A Turma, que subiu ao palco do Teatro do Campo Alegre na passada sexta-feira e sábado. Em causa está uma nota de rodapé da sinopse do espetáculo e da autoria de Regina Guimarães - que considera tratar-se de censura e “terrorismo inteletual” a não distribuição da folha.»

 Isabel Paulo, Expresso, 04-02-2020

    

«Extremo moçambicano pára duas a três semanas; apto depois da paragem para os jogos das seleções.»

A Bola, 06-11-2023

   

 «Trabalho não pára por aqui.»

  A Bola, 30-05-2023

 

Como se vê, a boa ortografia ressurge, por vezes, (actos e vêem) concretizando uma das afirmações do texto em epígrafe.

 

Ah, vários órgãos da Comunicação Social noticiaram, há dias, que uma mãe que raptara a filha do Hospital de Faro tinha problemas de adição. Nada que umas explicações com um bom professor de Matemática não resolva.

 

Ah, já saiu o livro Assim se Faz Portugal, que reúne textos de Luísa Costa Gomes, Manuel Matos Monteiro, Filipe Homem Fonseca e Afonso Cruz. Como se pode ler na página da TSF, são crónicas de humor, sátira e reflexão, escritas em Português imaculado.

 

João Esperança Barroca

 

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publicado por Isabel A. Ferreira às 11:53

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Quarta-feira, 28 de Outubro de 2020

Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva: Prémio Camões 2020 e grande opositor do AO90

 

Parabéns, Professor!

Vítor Manuel de Aguiar e Silva é o vencedor do Prémio Camões 2020, seguindo-se a Chico Buarque de Holanda.

Investigador dedicado ao estudo da Literatura Portuguesa dos séculos XVI e XVII, bem como da obra camoniana e das metodologias literárias, o Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva é um dos signatários da Petição on-line Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico que, entre Maio de 2008 (data do início) e Maio de 2009 (data da apreciação pelo Parlamento) contou mais de cem mil assinaturas. Mais de cem mil assinaturas…  

Isto, numa Democracia a sério, teria dado bons frutos e o AO90, por esta altura, já estaria morto e enterrado. Porém, há que ter em conta que isto aconteceu em PORTUGAL. E não ficará tudo dito?

A notícia do Prémio Camões 2020, pode ser lida neste link:

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/vitor-aguiar-e-silva-o-premio-camoes-que-nao-adota-o-novo-acordo-ortografico

 

Mas para que a luta contra o vírus-ao90, que atacou a Língua Portuguesa, e ainda não se encontrou um antídoto para o eliminar da face da Terra, continue viva, recordo aqui hoje, um artigo muito interessante, intitulado Contra o acordo infame, escrito por António Guerreiro, em 2016 (mas poderia ter sido escrito hoje), que tem a ver com o laureado Professor, e onde se diz que «o Acordo entrou em vigor por força da lei», embora não exista nenhuma lei, pela qual o acordo tenha entrado em vigor, e que nos diz também o que (ainda) vai mal nesta República de Portugal.

 

«O Prémio Camões 2020, Vítor Manuel de Aguiar e Silva, disse hoje à Lusa que se recusa a escrever segundo o novo acordo ortográfico, por considerar que resultou numa “língua desfigurada”. “O novo acordo ortográfico tem normas que necessitam urgentemente de uma revisão. A sua aplicação resulta numa língua desfigurada nas suas raízes latinas e românicas”, referiu. Por isso, e por “prezar muito” a Língua Portuguesa, Vítor Aguiar e Silva continua a escrever segundo o acordo ortográfico de 1945.»

 

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Por António Guerreiro

 

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«Contra o acordo infame»

 

«Regressemos a uma questão que não esmoreceu com o tempo e ganhou nas últimas semanas um novo vigor: o Acordo Ortográfico. Inúteis foram as tentativas dos defensores do AO90 para reduzir a discussão a uma espécie de Querela dos Antigos e dos Modernos, por mais que do lado anti-Acordo se tenha levantado muito ruído, produzido por alguns sectores mais dados à exaltação nacionalista, com o seu débil arsenal ideológico, do que à argumentação racional.

Mas esse ruído tornou-se mais audível porque aos defensores do Acordo bastou-lhes ficarem calados ou dizer que o Acordo era bom porque sim. Apenas e sempre porque sim. O máximo risco que correram foi o de ficarem colados à grande operação política que está no início, no meio e no fim de todo o processo. O Acordo entrou em vigor por força da lei, em obediência a uma construção ideológica chamada lusofonia, mas não por força da aceitação pelos cidadãos e da aprovação pelas instâncias de carácter científico.

 

Na história da nossa democracia, não há procedimento tão absurdo e tão próprio de um poder totalitário como este. Assistimos desde o início a manobras visando calar toda a contestação, mesmo a de um órgão de aconselhamento do Governo em matéria de língua, a Comissão Nacional de Língua Portuguesa, coordenada então pelo Professor Vítor Manuel Aguiar e Silva que, por ter elaborado um parecer bastante crítico do anteprojecto de 1988, foi impedido de ter acesso ao texto do AO assinado em 1990.

 

Recordemos as palavras de Aguiar e Silva, quando se demitiu: “Há pontos escandalosos do ponto de vista técnico-linguístico, como o da facultatividade ortográfica, que coloca grandes problemas de natureza pedagógico-didáctica.” De um modo geral, os linguistas portugueses que se pronunciaram sobre o AO90 insistiram na ideia de que a unificação da ortografia do português não passava de uma grande ilusão que iria ser desmentida pelas facultatividades e duplas grafias, dando origem a problemas no sistema ortográfico; e, contra os próprios objectivos do Acordo, criando diferenças onde elas não existiam antes (a provável não ratificação do AO90 por Angola e Moçambique só reforça este argumento). Quem previa a instauração de alguma desordem ortográfica e consequências indesejáveis sobre outros componentes do sistema linguístico viu confirmadas as suas conjecturas em pouquíssimo tempo.

 

Os jornais e as televisões que aderiram ao AO tornaram-se um mostruário de aberrações ortográficas. Os erros induzidos pelo Acordo são legião: abundam, por exemplo, os fatos em vez de factos. Para já não falar das facultatividades que jamais alguém irá respeitar: quem é que sabe que decepção e deceção são facultativas? Só quem conhece a “norma culta” no Brasil, porque é ela que determina essa facultatividade. E quem é que alguma vez pode entender a regra que faz com que cor-de-rosa se escreva com hífen e cor de laranja sem hífen? Quem é que pode confiar num sistema ortográfico que é uma verdadeira máquina de produzir excepções? Que espécie de Acordo é este que, visando a unificação da ortografia, cria grafias duplas e até múltiplas? A demonstração mais eloquente de que se trata de uma aberração está nos próprios documentos oficiais e nas publicações da imprensa que adoptaram o AO90. Mas o mais inquietante é que já começámos a ouvir dizer coisas como receção, com o e fechado como se fosse recessão. No caso de receção, a supressão da consoante muda até é facultativa. Mas como podemos sabê-lo? O AO90 responde: conhecendo a “norma culta” brasileira. Simples, não é?»

 

Fonte: https://www.publico.pt/2016/05/13/culturaipsilon/opiniao/contra-o-acordo-infame-1731512

 

***

Pois é.

E onde estarão as vozes que correspondem às mais de mil assinaturas do Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico? Emudeceram? Estarão a trabalhar pela calada? Acomodaram-se? Não terão força para abanar os alicerces do Poder totalitário vigente e atirá-lo ao chão? O que será feito destas mais de cem mil vozes que, por  serem muitas, não terão poder para ir contra cerca de duas centenas de políticos, que estão a tentar anular Portugal e fazer emergir o Brasil? É que o compromisso dos políticos portugueses é com o Brasil, não é com Portugal.

Isabel A. Ferreira

***

(...) O Prémio Camões veio recordar-nos que é uma honra ter entre nós um pensador como Vítor Aguiar e Silva. Terceiro ensaísta a ser distinguido com tal prémio, depois de Eduardo Lourenço (em 1996) e Antonio Candido (em 1998), a sua erudição e conhecimento só rivalizarão com a sua modéstia. Internacionalmente reconhecido, é autor “de uma Teoria da Literatura (1967) estudada por sucessivas gerações de universitários e de um conjunto de decisivos ensaios camonianos”, como escreveu Luís Miguel Queirós no PÚBLICO. Se tivessem seguido os seus conselhos quanto ao Acordo Ortográfico de 1990 (assinou o parecer desfavorável da Comissão Nacional da Língua Portuguesa, na qualidade de seu coordenador, em 30 de Junho de 1989; e foi um dos subscritores, em 2008, da petição Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico, ao lado de Vasco Graça Moura e de muitos outros intelectuais, entregue no Parlamento – que a discutiu e arquivou! – com 115 mil assinaturas), nunca teríamos chegado ao caos ortográfico em que suicidariamente nos mergulharam. Que este prémio seja um alerta, também para isso.

Nuno Pacheco in:

https://www.publico.pt/2020/10/29/culturaipsilon/opiniao/camara-aznavour-hora-trump-honra-termos-vitor-aguiar-silva-1937041

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:20

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