Domingo, 3 de Março de 2024

«O Brasil se quiser ser um grande país e construir uma nação nesse mesmo país não pode ser leviano e pretender ser professor da Língua Portuguesa»

 

A propósito do texto publicado em «O Lugar da Língua Portuguesa» sob o título  (...) «E a campanha eleitoral continua a ignorar a questão da imposição política 'criminosa' do indefensável AO90 a Portugal! Democracia isto?! Com os tiques da ditadura e da censura?!...» e partilhado no Novo Movimento Contra o AO90 gerou-se uma troca de comentários entre mim e João Robalo de Carvalho, e que aqui reproduzo, por existir matéria de interesse público.

 

É preciso, de uma vez por todas que o Brasil siga o seu caminho, e deixe de humilhar Portugal, algo que já tem barbas brancas e muito, muito longas e que vai muito para além desta declaração de Evanildo Bechara (sucessor de Antônio Houaiss, o brasileiro-libanês, pai do AO90) que em conluio com Malaca Casteleiro, engendraram esta aberração ortográfica. A declaração de Bechara é de 2016, mas antes desta data, esta ideia já estava cimentada, e depois dela, as coisas têm vindo a piorar, devido à repugnante subserviência dos governantes portugueses, desprovidos de coluna vertebral, que rastejam, como lagartos, aos pés do Brasil.

 

Não podemos admitir que o Brasil continue a HUMILHAR-NOS deste modo tão grosseiro, e que se ande por aí a vender gato por lebre, chamando “português” à Variante Brasileira do Português, que está a circular efusivamente na Internet, cheia de disparates. Uma vergonha! Um insulto!


Isabel A. Ferreira

 

***

 

 João Robalo de Carvalho

Quanto a este assunto nacional da alteração da escrita da Língua Portuguesa através de imposição de regras vindas dos órgãos nacionais e com a anuência da figuras representativas do Estado e de alguma parte da intelectualidade portuguesa como o caso do prof. Jorge Miranda, membros da Academia de Lisboa e prof. de língua portuguesa, este caso nacional está para durar enquanto houver desacordistas e se não houver um despertar nacional para este assunto nacional, a Língua Portuguesa de seu nome, identificando um idioma nascido e construído em Portugal chegou ao fim.

 

O Brasil com o seu jeito manhoso e provinciano utilizando a manha ou má-fé, já que usou caminhos desviantes para chegar ao destino que foi alterar escrita da Língua Portuguesa através de um chamado "Acordo" quando é do conhecimento público que esse acordo foi forjado com o intuito de tirar proveitos políticos a seu favor, nada há a fazer, a não ser pela desconstrução do processo que construiu esse "Acordo", ou seja: Revogação.

Para chegar à revogação serão os deputados da A. R. a iniciar o processo, logo que reconheçam que o chamado acordo ofende os interesses de Portugal, já que, se a asneira começou por eles, devem ser eles, deputados, a reconhecer a asneira e com a sua legitimidade própria desfazerem-se dela.

 

A Língua Portuguesa como a conhecemos no século XX está morta e não mais Portugal terá controlo do seu desenvolvimento uma vez que o Brasil tomou o controlo da sua expansão através dos "acordos" estabelecidos entre o Brasil e Portugal.

Portanto, sejamos lúcidos, da forma como o cozinhado foi elaborado será apenas por duas vias. Ou Revogação ou por todos os portugueses que conscientes do valor da sua Língua se prestem a lutar por ela uma vez que ela já não é nossa, mas uma língua desvairada e perdida por aí, pelo mundo, mas sem controlo e com regras comandadas pelo terceiro mundo ou mundo subdesenvolvido, como lhe queiram chamar.

Este é o meu grito de despedida da língua que eu ainda tenho por não aceitar a imposição que me foi imposta, mas que não deixarei de continuar a escrever como me ensinaram em Portugal, meu país.

 

Este caso é sério e nacional e como cidadão consciente de que Portugal como país ocidental bateu no fundo e perdeu consciência dos seus clássicos valores Europeus e ocidentais, digo apenas, Portugal cansa e oprime um homem que pensa.

 

***

BECHARADA.png

Fonte da imagem: https://cedilha.net/ap53/2024/02/becharadas/

 

***

Isabel A. Ferreira

Autor

João Robalo de Carvalho fala em "revogação", a revogação de quê? Sempre ouvi dizer que só se "revogam" leis. Ora não existe uma lei que obrigue ao uso do AO90. Por outro lado, o AO90 não está em vigor, devido à sua inconstitucionalidade e ilegalidade, e só se "revoga" algo que é lei e está em vigor.

 

Ou estarei enganada? Se não estou, o termo a usar não é "revogar", mas será eliminar?

Além disso, sempre ouvi dizer que a Lei que obrigou à grafia de 1945, continua em vigor, porque não foi revogada por outra lei.

 

Tudo isto poderia ser esmiuçado e denunciado aos tribunais, por quem sabe de Leis. Eu não sei, mas tento saber.

 

***

João Robalo de Carvalho

Isabel A. Ferreira a revogação é em linguagem não jurídica a eliminação da produção de efeitos jurídicos e como entre dois Estados soberanos e independentes houve actos que foram assinados por representantes de ambos comprometendo-se mutuamente, para que esse chamado acordo desapareça ou seja eliminado seria bom para Portugal que tal processo de eliminação da produção de efeitos desaparecesse definitivamente para que os arrufos desaparecessem, usando linguagem popular, tanto do lado de cá como do lado de lá do Atlântico.

 

Seria a lavagem da roupa suja que todo este processo originou, porque originado em interesses em nada relacionados com a defesa da evolução da Língua Portuguesa, mas sim por simples motivações ainda nacionalistas como refere Maurício Silva da USP no documento apresentado por Maria José Abranches e com o qual estou de acordo.

 

É um documento interessante e com um apanhado histórico em linha seguida acompanhando o rasto das emoções que trouxeram o caso das divergências na matéria.

 

O Brasil ainda se está a construir como nação e será bom que os brasileiros tenham bem a noção disso para que se dediquem, estudem, divulguem segundo princípios de gramática e estrutura sólida e estimem a Língua Portuguesa para que através dela possam manter a unidade de um território de 8,5 milhões de Kms quadrados. A unidade da língua faz a unidade de um território.

 

JOÃO R CARVALHO.png

Portanto, este problema que o Estado português criou aos seus cidadãos não é coisa de somenos, mas sim um atentado a um símbolo nacional e para que o símbolo não fique manchado deve ser todo o processo bem lavado.

Outro caminho a seguir entre nós é o de os portugueses não respeitarem as novas regras de escrita, mas isso, entre nós, não me parece ser solução para que o Português como idioma original volte ao seu estádio de evolução que adquiriu no sec. XX, já que pessoas como o prof. Jorge Miranda diz o que diz, os homens e mulheres da Academia e professores de Língua Portuguesa se calam, parece estar tudo dito.

 

É verdade que a Lei de 1945 é a lei que está em vigor por ser uma lei de grau superior à Resolução do Conselho de Ministros que criou o AO90, pois trata-se aqui de hierarquia de leis e por essa razão a Lei que é emanada da AR ou o Dec.-Lei emanados do Governo da República sobrepõem-se à Resolução do Conselho de Ministros.

 

***

 

Isabel A. Ferreira

Autor

Muito boa a sua análise João Robalo de CarvalhoObrigada pelos seus esclarecimentos, até porque não percebo muito de leis, percebo das que fui obrigada a aprender para me defender em tribunal, nos diversos processos em que estive envolvida, sem nunca ter sido levada a julgamento, porque segui sempre os ditames da Lei. O que eu disse da "revogação" foi o que me disse um jurista: não se pode revogar o que NÃO está em vigor.

Estou sempre a aprender.
O que interessa fundamentalmente é que se faça alguma coisa para que o AO90 desapareça da face da Terra, para sempre.

 

 ****

Para completar esta reflexão, sobre a ingerência do Brasil no que pertence exclusivamente a Portugal, embora com o vil consentimento dos que cá (des)mandam, acrescento estes comentários, da autoria de Maria José Abranches, Professora de Português, e grande lutadora em prol da Língua Portuguesa, desde 2008, publicados no Jornal Público aqui

 

«(...) Contrariamente a outros povos que tiveram impérios coloniais - ingleses, franceses, espanhóis - Portugal despreza a sua própria língua, para a submeter aos interesses da língua do Brasil. Ora o Brasil, no seu respeitável direito, logo em 1907 fez a sua própria reforma ortográfica e, desde então, Portugal e o Brasil têm andado entretidos num combate estéril e nocivo, sobretudo para Portugal, entre as respectivas ortografias! Quando virá um português que, à imagem de D. Pedro -- 07 de Setembro de 1822 -- proclame a independência da língua do Brasil, libertando-nos enfim desta 'guerra' estúpida e interminável, que está a destruir a nossa língua? Ignorância, estupidez, cobardia, 'em nossa perdição se conjuraram'! «Coragem, portugueses, só vos faltam as qualidades.» - A. N."

"E a campanha eleitoral continua, todos silenciando a imposição política do AO90 a Portugal, reagindo como analfabetos que ignoram o que significa a ortografia para uma língua escrita há séculos! Todos empenhados na promoção do imperialismo linguístico brasileiro, com os seus milhões!!! de falantes e os seus 210 idiomas em vigor! Balanço dos 50 anos da Democracia: afinal mantêm-se os tiques da ditadura e a censura continua eficaz!"

 

Maria José Abranches

***

Entretanto...

BECHARADA 3.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:18

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Domingo, 23 de Abril de 2023

Discurso de Lula em Belém: Brasil quer a “Língua Portuguesa” na ONU. Aplaudo, porque os Portugueses NÃO querem a Variante Brasileira do Português designada como “Português do Brasil”, na ONU

 

E nós sabemos das pretensões brasileiras a este respeito, até porque eles consideram-se o Povo da CPLP que tem mais falantes da Língua Portuguesa. O que NÃO é verdade. Essa supremacia vai para Angola, porque Angola continua a falar e a escrever Português. Não o deturpou, não o mutilou, não lhe mudou a Gramática, e nem se vergou ao AO90, ao contrário do Brasil. Portanto, é verdade que o  Brasil tem mais falantes do que Angola. Certo. Mas NÃO tem mais falantes de Português do que Angola, porque no Brasil NÃO se fala Português. Ponto final.

 

Vejamos: o Brasil é país irmão de Portugal e vice-versa?

 

Evidentemente,tweet, reproduzido na imagem, não foi escrito por Lula da Silva. Será com toda a certeza uma montagem, ou algo que a tal “inteligência artificial” anda a engendrar por aí para enganar o mundo, porém, a verdade é que no conteúdo do tweet está uma VERDADE que os nossos órgãos de informação estão proibidos de divulgar. E se a grande maioria, dos que por aqui andam, se recusa a estar informada, penso que uma minoria estará interessada em saber o que está a passar-se nos bastidores do jogo político Brasil vs. Portugal.


Terão medo de ser acusados de xenofobia ou racismo, por defenderem a Língua Portuguesa? Então é porque desconhecem o significado dessas duas palavras feias.

 

Os fracos ganham força, porque os fortes NÃO existem.

 

Lula - 1.PNG

[Nota: evidentemente, o “tweet” acima inserido programaticamente não contém qualquer conteúdo da autoria do próprio presidente brasileiro. O “avatar” e o texto na imagem representam um “tweet”, de 19 de Abril 2023, do utilizador Twitter https://twitter.com/Lvisaug]

Origem da imagem e nota:  Apartado 53

 

Mas ainda que isto não tenha nada a ver com Lula da Silva, ainda que alguém tenha escrito isto por ele, a verdade é que nestas palavras está toda a VERDADE desta ligação Brasil-Portugal.

A mim, não me parece que Brasil e Portugal, nos tempos que correm, sejam países irmãos, por muitos motivos e mais este: o Brasil USURPOU a Língua Portuguesa que herdou dos Portugueses, logo que se libertou do jugo da colonização, com a vinda do Imperador Dom Pedro para Portugal, (podia ter adoptado o Tupi-Guarani, essa sim, uma das verdadeiras Línguas Brasileiras!). Mas não, decidiram adoptar a Portuguesa, que foi deslusitanizada e mutilada, tendo sido nela introduzidas substanciais diferenças fonológicas, semânticas, ortográficas, lexicais, morfológicas e sintácticas, e depois, o Brasil teve a distinta lata de continuar a chamar “portuguesa” à Língua que deturpou, numa flagrante ingerência na Soberania do País ao qual chama “irmão”.  E com irmãos destes quem precisa de inimigos?

 

Lula - 3 (2).PNG

  Origem da imagem: Apartado 53

(Aproveitem e leiam o texto todo, para que não morram sem saber do que se passa, porque a nossa média, está proibida de informar, sobre estas matérias, urdidas nas caves sombrias, por onde se movimentam os políticos portugueses e brasileiros, pensando que em Portugal NÃO existe quem saiba de tudo).

 

A história vem de longe: numa tentativa de baixarem o índice altíssimo de analfabetismo, os Brasileiros, no Formulário Ortográfico de 1943, Base IV, inventaram SUPRIMIR as consoantes que NÃO pronunciavam: “afeto”, “teto”, “arquiteto”, direção” etc., etc., etc..

 

Contudo as consoantes que pronunciavam, mantiveram-nas: recePção, aspeCto, excePto, perspeCtiva, e umas poucas mais.


E o que saiu desse Formulário foi a Variante Brasileira do Português, à qual, por questões meramente POLÍTICAS, envoltas em secretas tramóias, continuaram a chamar Português do Brasil, uma designação que NÃO corresponde à verdade: a Língua é outra, e as regras gramaticais também são outras.

 

Vejamos o que nos diz uma professora que tem uma página no Facebook, denominada “Brasil Escola”, para ensinar “português” a Brasileiros, e com a qual tive oportunidade de esgrimir:  

Lula - 2.png

 

Origem da imagem:  Facebook
 

A solução, para diminuir a taxa de analfabetismo, NÃO estava na supressão das consoantes não-pronunciadas.

A solução estava em PRONUNCIAR as consoantes mudas, como o fazem TODOS os outros povos de Línguas Românicas.

Tal pormenor faria toda a diferença, e, neste momento, não andávamos aqui a LUTAR pela defesa da LÍNGUA DE PORTUGAL, que NÃO é a mesma da do Brasil, porque a do Brasil é uma Variante da Língua de Portugal.

 

Isto para dizer que quando LULA referiu que o Brasil quer a Língua Portuguesa na ONU, significou muito obviamente que Lula da Silva quer, na ONU, a Variante Brasileira do Português, aquela que o Brasil impingiu a Portugal, disfarçado do fraudulento AO90, engendrado por Antônio Houaiss, que em Português se diz e escreve António. Convém ao Brasil que o vocábulo “portuguesa” esteja no meio disto, porque as Línguas representadas na ONU são as ORIGINAIS, não são as variantes das línguas originais.

 

E um estrangeiro que aprendeu a Língua Portuguesa, de origem greco-latina, sabe que Brásiu é Brasileiro, e Brâsil é Português.  Sabe que em Português se escreve afeCto, e em Brasileiro escreve-se “afeto”, que, pelas regras gramaticais portuguesas se lê “âfêtu”.

A ONU até pode ter como secretário-geral um cidadão português que se prestou a vender a sua Língua Materna ao Brasil, mas a ONU não é o secretário-geral, e se os restantes membros desse organismo ainda não sabem, é preciso fazê-los saber que lhes vão apresentar gato por lebre.

E é como diz a Isabel Coutinho Monteiro:

 

Lula - 3 (1).PNG

Origem da imagem: Facebook

 

Pois é!  Se algum dia o Português tiver de ser uma Língua Oficial da ONU, NÃO será o Português que anda por aí “incorretamente” (TF:  incurrêtâmente) escrito e falado pelos políticos portugueses e seus acólitos, mas aquela que foi levada aos quatro cantos do mundo, pelos nossos navegadores.  


Ah! E se Marcelo Rebelo de Sousa não tiver coragem para defender a SOBERANIA de Portugal, jamais lhe erguerão uma estátua, ainda que horrorosa, como a do secretário-geral da ONU, em Vizela.


Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:34

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Quarta-feira, 12 de Abril de 2023

Último “toque de corneta” para a subscrição da proposta para envio de um APELO a Marcelo Rebelo de Sousa, no sentido da anulação do indefensável AO90

 

Por que razão precisamos de fazer este APELO ao presidente da República de Portugal?

1 – Porque a Língua Portuguesa está a ser destruída pelo fraudulento acordo ortográfico de 1990, aplicado ilegalmente em Portugal;

2 – Porque esta é uma questão política, mais do que uma questão linguística, e só não vê as trocas-baldrocas que envolvem Portugal e Brasil, no que à questão da Língua Portuguesa diz respeito, quem não quer ver, quem não quer ser informado, quem se recusa a aceitar o gravíssimo erro que os políticos portugueses cometeram, quando aceitaram, servilmente, que o AO90, engendrado pelo enciclopedista Líbano-brasileiro, Antônio Houaiss, que se propôs a deslusitanizar o Português (o termo é dele) fosse introduzido em Portugal, para acabar com a Língua dos Portugueses. E isto é um facto inegável.

3 – Porque é como diz o Miguel Sousa Tavares:

 

Miguel Sousa Tavares.jpg

 

Portanto, proponho que, quem estiver de acordo com o texto/apelo, abaixo reproduzido, dirigido ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões, para o e-mail deste Blogue: isabelferreira@net.sapo.pt

 

É que, se assim o quiserem os desacordistas, ainda vamos a tempo de salvar a NOSSA Língua, porque a língua que anda por aí escrita e falada nas televisões; nos jornais e nas revistas; nos livros, escritos por acordistas ou traduzidos; nos manuais escolares (um autêntico atentado à inteligência das crianças e dos jovens alunos); nos anúncios, enfim, o que anda por aí a escrever-se é uma linguagem pobre, andrajosa, desenraizada das suas origens, um insulto à Cultura Linguística Portuguesa, e apenas o Chefe de Estado, sendo ele o guardião-mor da nossa Constituição, poderá declarar ilegal e inconstitucional, a aplicação do fraudulento AO90.

 

Texto/apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para subscrição:

 

APELO.png

 

Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.

 

Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.

 

Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.

 

Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico  -- a Língua Portuguesa --  da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.

 

Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.

 

Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.

 

Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.

 

Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem na sua Língua Materna - naquela em que escreveram Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, José Saramago e tantos, tantos outros -, ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, que também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).

 

Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.

 

Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.

 

Com os nossos melhores cumprimentos,

(Nome dos subscritores)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:56

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Quarta-feira, 21 de Setembro de 2022

Defender a Língua Portuguesa é um Dever Cívico de TODOS os Portugueses, nomeadamente, daqueles que, querendo, têm assegurado o sucesso da missão

 

NÓS, Portugueses, que recusamos curvar-nos diante de quem tem o DEVER de nos SERVIR, mas assobiam para o lado, como se não existíssemos; NÓS, que somos em número muito superior aos que nos (des)governam, não só podemos, como devemos EXIGIR que o governo português tome uma posição RACIONAL em relação à IRRACIONALIDADE que por aí circula, neste nosso País DOS Bananas, no que à Língua Portuguesa diz respeito.

 

Não podemos permitir que aquela fatia grossa de zucas idiotas, aos quais políticos esquerdistas e ignorantes fizeram lavagem cerebral e os mandaram andar por aí a disseminar uma estupidez viral, continue a amesquinhar Portugal, os Portugueses e a Língua © Portugal, como se nada tivesse a ver connosco.

 

Isto vem a propósito de eu ter recebido mais um comentário estereotipado, igual aos que costumo receber às centenas, cujo conteúdo circula na Internet, pela boca dessa fatia grossa de zucas idiotas, paus-mandados de políticos esquerdistas brasileiros mal-intencionados, talvez com o objectivo de esmagar a formiga (Portugal) sob as patorras do gigante (Brasil). 

 

E se a estupidez matasse, o “Pretinho Safado” (o comentador de serviço, desta vez) que representa essa fatia grossa de zucas idiotas, já estaria morto e enterrado, desde as 15:47 do dia 19/09/2022.



É bem verdade que este “Pretinho SafadoNÃO representa o Brasil, nem os Brasileiros. Representa tão-só os predadores da Língua Portuguesa, brasileiros e portugueses, que pretendem reduzir a Língua © Portugal à amostra iníqua do comentário, objecto desta minha indignação. Como gostaria que não fosse só minha, esta indignação!!!!

 

Quando recebo um comentário anónimo ou com uma alcunha que pressupõe um bonifrate, tenho duas opções: ou publico-o, por ele trazer mais-valia ao debate do tema em causa; ou ignoro-o, por ele ser completamente estúpido, e não ter ponta por onde se lhe pegue, ou por ser obsceno. No entanto, por vezes, faço uma excepção aos comentários estúpidos (jamais aos obscenos) e publico-os, se me dão oportunidade de praticar algumas das Obras de Misericórdia Espiritual, ou seja, dar bons conselhos; ou ensinar os ignorantes; ou corrigir os que erram; ou consolar os que fazem figuras tristes; ou dar-lhes uma retambana.

 

Todos os que me conhecem sabem que a Estupidez, sobretudo, a Estupidez Organizada é uma das coisas que me fazem saltar a tampa, e que nunca deixo passar em branco, até para que os que sofrem de idiotia, mas não se apercebem de que são idiotas, fiquem a saber, para poderem tomar alguma providência, no sentido de deixarem de o ser.

 

Quem está por detrás da alcunha “Pretinho Safado é alguém notoriamente amestrado para papaguear o que os predadores da Língua Portuguesa querem disseminar, por aí, como verdade, até porque todos sabemos que uma parvoíce repetida ad aeternum transforma-se numa parvoíce válida.

 
Porque não posso, nem devo deixar que os zucas idiotas andem por aí a achar que são os donos da Língua Portuguesa, e que podem deformá-la, conforme o “Pretinho Safado” a deformou, e depois vir para aqui alardear a sua alarvice, com a insolência que caracteriza os medíocres, vou publicar o comentário, e responder-lhe à letra, como merece, até porque há que aniquilar a parvoíce, para não se tornar válida.

 

Nelson Rodrigues.png

E esses muitos idiotas também estão no Poder, e lá ficarão, se continuarmos a permitir que eles se multipliquem. A partir dessa permissão, os IDIOTAS passam a ser também TODOS os que permitem tal anormalidade, e então, aí sim, os IDIOTAS irão tomar conta do mundo, porque serão mais do que muitos. É isso que querem, com a vossa INACÇÃO?

 

Pretinho Safado comentou o post Diferenças lexicais entre a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira às 15:47, 19/09/2022 :

 

Vocês portugueses reacionários são muito incoerentes. Enchem a boca pra dizerem que o português evoluiu do latim, pra se gabarem e se sentirem supeiores lingüísticamente. Mas esquecem que essa evolução se deu através de erros dos falantes do latim vulgar. Duvido que a sintaxe e a pronúncia e qualquer outro elemento estrutural do português europeu seja o mesmo do latim vulgar. Esquecem que o português também sofreu inumeras alterações em sua ortografia desde o tempo do galego-português. E TUDO ISSO ACONTECEU ATRAVÉS DE ERROS NA LÍNGUA FALADA DO POVO! PORQUE A ESCRITA SEMPRE FICA DEFASADA DIANTE DA LÍNGUA FALADA PELO POVO, POIS A PRONÚNCIA, A SINTAXE, O SENTIDO DAS PALAVRA E ATÉ O VOCABULÁRIO ESTÃO SEMPRE EVOLUINDO PELOS ERROS DOS FALANTES. E ainda querem posar de protetores do idioma diante dos brasileiros. Vocês, ao contrário do que acreditam, não falam a língua de Camões. Só é possivel ler Os Lusiadas respeitando-se as rimas o ritmo da poes ia em BRASILEIRO! Até suas crianças já adotam vocabulário brasileiro. Triste não? Eantão, aceite que dói menos: O IDIOMA BRASILEIRO É A REFERÊNCIA NA LÍNGUA HOJE EM DIA! E o que vale é aquele ditado a respeito da língua: MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO. ENTÃO, VIVA A LÍNGUA BRASILEIRA!

 

***

Pretinho Safado”, o seu nome já diz tudo. Não sei se é pretinho, mas safado vê-se que é, a quilómetros de distância. Tenho muita consideração pelos pretinhos, mas NÃO tenho consideração nenhuma, nem tenho de ter, pelos safados.

 

Você é um exemplar que não tem a mínima competência para falar da Língua © Portugal, basta ler e ver a sua “prosa”. E aconselho-o a ir consultar o significado de "reaccionário", porque ele não se aplica aos que são DEFENSORES da Língua Portuguesa. Nós jamais iremos de Cavalo para Burro. 

 

A nossa superioridade não está no facto de a Língua Portuguesa ser uma Língua Indo-Europeia, de raiz greco-latina.  A nossa superioridade, e a superioridade dos países africanos que a adoPtaram, está em termos sabido preservá-la, pois ela continua a ser a Língua de Camões, adaptada aos tempos modernos, mas NÃO mutilada, nem desenraizada.

 

A Língua © Portugal sofreu adaptações ao longo dos tempos. É verdade. Mas NÃO sofreu MUTILAÇÕES, não foi desenraizada, não foi deturpada, não se afastou das restantes Línguas europeias, e da sua Genetriz Latina. Apenas o Brasil, por motivos obscuros, fez questão de a deslusitanizar, o termo é de Antônio Houaiss, o enciclopedista brasileiro, de origem libanesa, que destruiu a Língua Portuguesa. Pudera! A Língua Portuguesa NÃO lhe dizia nada. A partir daí, a língua falada e escrita, no Brasil, perdeu o seu cunho português.

 

O seu delírio vai ao ponto de dizer que é possível LER Os Lusíadas em Brasileiro. Isto é para rir? É uma anedota? Se é, é uma anedota de muito mau gosto. Mas, ao menos, considera Brasileira a língua falada e escrita no Brasil.

 

Para sua informação: as nossas crianças NÃO adoPtam o Brasileiro, e jamais falarão Brasileiro, a não ser como outra língua, uma língua estrangeira, que elas aprendem como aprendem o Inglês, o Francês, o Castelhano, entre outras Línguas Europeias. O Brasileiro é uma VARIANTE sul-americana da Língua © Portugal que é a Língua Materna delas. E elas sabem disso. E sabem que quando um brasileiro fala, fala Brasileiro. E quando um Português fala, fala Português. Já fiz esta experiência, com muitas crianças, e, para elas, não há a mínima dúvida.


Nós e os africanos de expressão portuguesa
, somos, de facto, os legítimos protectores da Língua Portuguesa. E defendê-la-emos contra tudo e contra todos. E eu até estou a ser muito delicada, porque me apetecia dizer que nenhum português jamais ambicionará escrever como o Pretinho Safado” escreve. Jamais, JAMAIS os Portugueses aceitarão tal escrita, para si próprios. Se bem que, actualmente, em Portugal, é a mais rasteira mixórdia ortográfica que anda a ser propagada nos média subservientes, nas escolas, nos serviços públicos e na Internet. Mas esses são a fatia fininha dos Tugas Idiotas.

 

Não temos nada contra a Língua Brasileira. E concordo consigo: a Língua Brasileira é Língua de referência, porém, APENAS do Brasil. E a Língua Portuguesa é a Língua © Portugal, de Angola, de Moçambique, de São Tomé e Príncipe e de Timor. E os estrangeiros que querem aprender   Língua Portuguesa NÃO escolhem aprender a VARIANTE dela, a não ser que seja apenas para comunicar. É mais fácil. É mais básica. Tem música, mas não tem letra. Daí que, para as LETRAS, eles escolham a Língua © Portugal.

 

O seu ditado a respeito da língua é delirante, porque nem sempre quem manda, PODE, porque esses é que NÃO têm juízo. Só podem, se os deixarmos.

 

E nós cá estamos para DESOBEDECER, até porque somos mais do que os que mandam.

 

E então VIVA a Língua Brasileira, no Brasil! Que não é melhor, nem pior do que a sua Genetriz. Ela é simplesmente DIFERENTE, e a riqueza dela está no léxico introduzido pelos Indígenas e Africanos e restantes Povos que se fixaram no Brasil. Porque a herança linguística portuguesa os ressabiados brasileiros já a destruíram.

 

Então, em Portugal, VIVA a Língua Portuguesa! E garanto-lhe que VIVERÁ!  

 

Per omnia saecula saeculorum… Tão certo como eu estar aqui a escrever isto.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:12

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Terça-feira, 20 de Setembro de 2022

Diferenças lexicais entre a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira

 

De tanto se escrever errado, o erro passará a ser correcto?

 

Uma coisa é evolução natural da Língua. Outra coisa é a sua destruição.  E outra coisa é a sua variação.


Sabemos que, no Brasil, existiu (e ainda existe), uma corrente, iniciada por Antônio Houaiss, o enciclopedista libanês, de quem Millôr Fernandes (jornalista e escritor brasileiro) dizia que «conhecia todas as palavras da Língua, só não sabia juntá-las», a qual deslusitanizou a Língua Portuguesa intencionalmente, para a afastar das sua raízes greco-latinas, o que viria a dar origem ao Acordo Ortográfico de 1990, também engendrado por Houaiss, ao qual se juntou Malaca Casteleiro, para ajudar à missa. Tudo o que fosse português Houaiss modificava, inventava, americanizava, puxava ao Português antigo, para se distanciar da Língua de Portugal. Uma mania como outra qualquer que, contudo, teve consequências absolutamente desastrosas para a NOSSA Língua.

 

Ando a elaborar uma espécie de dicionário (para já é uma lista) de palavras que o Brasil fez questão de diferenciar do léxico Português, deslusitanizando-o, tendo algumas das palavras, introduzidas nesse novo léxico brasileiro, um significado completamente diferente do original.

 

É uma pequena amostra dessas diferenças lexicais que proponho nesta publicação.

 

Paulo Franchetti.jpeg

 

O léxico brasileiro está a negrito. São palavras e expressões que encontro, por aí, nos falares e nos escritos  brasileiros.


Isabel A. Ferreira



Liberar/libertar

Ímã/íman

Seriados/séries

Embutidos/enchidos

Caminhão/camião

Caminhonista/camionista

Touros de briga/Touros de lide

Nos hospitais as ambulâncias tomam e largam doentes/nos hospitais as ambulâncias recebem e deixam doentes

Comentarista/comentador

Tomar um carro de aluguel/Apanhar um táxi

Conosco/connosco

Umidade/humidade

Pausar/parar

Empossamento/tomada de posse

Bitucas de cigarros/ponta de cigarros, beatas

Cotidiano/quotidiano

Fechamento/encerramento

Porcentagem/percentagem

Alvejante/branqueador

Parada cardíaca/paragem cardíaca

Chapéu papal/solidéu

Acessar/aceder

Fato/facto

Psicodélico/psicadélico

Mensurar/medir

Covarde (coward)/cobarde

Estórias em quadradinhos/histórias aos quadradinhos/banda desenhada/BD

Tampar/fechar

Recorrer para a justiça/recorrer à justiça

Cargos de vereança/cargos de vereação

Breque/travão

Sacola véia/sacola velha

Viralizar/ornar-se viral

Ambientalizar/ambientar

Planizava/planeava

Clinicar/exercer clínica

Câmara filmadora/câmara de filmar

Vai-se no médico/vai-se ao médico

Virada do ano/passagem de ano

Coalizão/coligação

Câmeras/câmaras

Eu te preciso/eu preciso de ti

Beija eu/beija-me

Eu lhe amo/eu amo-te

Te amo/amo-te

Eu te gosto/eu gosto de ti

Para eu/para mim

Irã/Irão

Estadunidense/norte-americano

Terno/fato

Banheiro/quarto-de-banho

Gestando/gerindo

Câncer/cancro

Gestar/gerir

Chutou as flores para o cesto/atirou as flores para o cesto

/não é

Oi/olá

Pet/animal de estimação

Friezzer/congelador

Sorvete/gelado

Registrar/registro/registar/registo

Mar do Caribe/Mar das Caraíbas

Caribe/Caraíbas

Parabenizar/felicitar

Israelense/israelita

Estrelar (um filme)/protagonizar? 

Apenado/condenado

Estoriador/ou historiador

Poloneses/polacos

Pausar/fazer pausa

Deletar/eliminar

Panaca/panasca

Galera/pessoal (grupo de pessoas)

Parada de ônibus/paragem de autocarro

Guris/crianças

Geladeira/frigorífico

Café da manhã/pequeno-almoço?

Aquele trem é horrível/aquela coisa é horrível

Trem/combóio

Cidade litorânea/cidade do litoral

Cassino/casino

Bala/rebuçado

Grama/relvado

Grama/relva

Bilhão/Bilião

Torcida/adeptos

Enquete/questionário

Escanear/digitalizar

Estresse/stress

Esporto/desporto

Ganhador/vencedor

Balé/ballet

Espírito natalino/espírito natalício

Campesinos/camponeses

Festejos natalinos/festejos natalícios

Missivista/pessoa que leva ou escreve missivas (cartas)   

Ducha/duche

Planejar/planear

Bonde/eléctrico

Mídia/média

Time/equipa

Copa (do mundo)/taça  

Amsterdã/Amsterdão

Cafifa/papagaio de papel

Enterramento/enterro

Conscientização/consciencialização

 Apoiadores/apoiantes

Buzinaço/buzinão

Chefe da ONU (Guterres)/Director-Geral da ONU

Acessar/ter acesso a

Detento/detido

Concreto/betão

Rifle/espingarda

Cromossomo/cromossoma

Sutileza/subtileza

Sutil/subtil

Traslado do coração/trasladação do coração

Fabricação/ou fabrico

Conscientização/consciencialização

Apuração/apuramento

Maquiagem/maquilhagem

Exterior/estrangeiro

Zumbi/zombie

Esse/este

Em uma/Numa

Cachorro/cão

Mouse/rato

Tela/ecrã

Xícara/chávena

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:13

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Quinta-feira, 15 de Setembro de 2022

Diferenças lexicais entre a Língua Portuguesa e a sua Variante Brasileira

 

De tanto se escrever errado, o erro passará a ser correcto?

 

Uma coisa é evolução natural da Língua. Outra coisa é a sua destruição.  E outra coisa é a sua variação.


Sabemos que, no Brasil, existiu (e ainda existe), uma corrente, iniciada por Antônio Houaiss, o enciclopedista libanês, de quem Millôr Fernandes (jornalista e escritor brasileiro) dizia que «conhecia todas as palavras da Língua, só não sabia juntá-las», a qual deslusitanizou a Língua Portuguesa intencionalmente, para a afastar das sua raízes greco-latinas, o que viria a dar origem ao Acordo Ortográfico de 1990, também engendrado por Houaiss, ao qual se juntou Malaca Casteleiro, para ajudar à missa. Tudo o que fosse português Houaiss modificava, inventava, americanizava, puxava ao Português antigo, para se distanciar da Língua de Portugal. Uma mania como outra qualquer que, contudo, teve consequências absolutamente desastrosas para a NOSSA Língua.

 

Ando a elaborar uma espécie de dicionário (para já é uma lista) de palavras que o Brasil fez questão de diferenciar do léxico Português, deslusitanizando-o, tendo algumas das palavras, introduzidas nesse novo léxico brasileiro, um significado completamente diferente do original.

 

É uma pequena amostra dessas diferenças lexicais que proponho nesta publicação.

 

Paulo Franchetti.jpeg

 

O léxico brasileiro está a negrito. São palavras e expressões que encontro, por aí, nos falares e nos escritos  brasileiros.


Isabel A. Ferreira



Liberar/libertar

Ímã/íman

Seriados/séries

Embutidos/enchidos

Caminhão/camião

Caminhonista/camionista

Touros de briga/Touros de lide

Nos hospitais as ambulâncias tomam e largam doentes/nos hospitais as ambulâncias recebem e deixam doentes

Comentarista/comentador

Tomar um carro de aluguel/Apanhar um táxi

Conosco/connosco

Umidade/humidade

Pausar/parar

Empossamento/tomada de posse

Bitucas de cigarros/ponta de cigarros, beatas

Cotidiano/quotidiano

Fechamento/encerramento

Porcentagem/percentagem

Alvejante/branqueador

Parada cardíaca/paragem cardíaca

Chapéu papal/solidéu

Acessar/aceder

Fato/facto

Psicodélico/psicadélico

Mensurar/medir

Covarde (coward)/cobarde

Estórias em quadradinhos/histórias aos quadradinhos/banda desenhada/BD

Tampar/fechar

Recorrer para a justiça/recorrer à justiça

Cargos de vereança/cargos de vereação

Breque/travão

Sacola véia/sacola velha

Viralizar/ornar-se viral

Ambientalizar/ambientar

Planizava/planeava

Clinicar/exercer clínica

Câmara filmadora/câmara de filmar

Vai-se no médico/vai-se ao médico

Virada do ano/passagem de ano

Coalizão/coligação

Câmeras/câmaras

Eu te preciso/eu preciso de ti

Beija eu/beija-me

Eu lhe amo/eu amo-te

Te amo/amo-te

Eu te gosto/eu gosto de ti

Para eu/para mim

Irã/Irão

Estadunidense/norte-americano

Terno/fato

Banheiro/quarto-de-banho

Gestando/gerindo

Câncer/cancro

Gestar/gerir

Chutou as flores para o cesto/atirou as flores para o cesto

/não é

Oi/olá

Pet/animal de estimação

Friezzer/congelador

Sorvete/gelado

Registrar/registro/registar/registo

Mar do Caribe/Mar das Caraíbas

Caribe/Caraíbas

Parabenizar/felicitar

Israelense/israelita

Estrelar (um filme)/protagonizar? 

Apenado/condenado

Estoriador/ou historiador

Poloneses/polacos

Pausar/fazer pausa

Deletar/eliminar

Panaca/panasca

Galera/pessoal (grupo de pessoas)

Parada de ônibus/paragem de autocarro

Guris/crianças

Geladeira/frigorífico

Café da manhã/pequeno-almoço?

Aquele trem é horrível/aquela coisa é horrível

Trem/combóio

Cidade litorânea/cidade do litoral

Cassino/casino

Bala/rebuçado

Grama/relvado

Grama/relva

Bilhão/Bilião

Torcida/adeptos

Enquete/questionário

Escanear/digitalizar

Estresse/stress

Esporto/desporto

Ganhador/vencedor

Balé/ballet

Espírito natalino/espírito natalício

Campesinos/camponeses

Festejos natalinos/festejos natalícios

Missivista/pessoa que leva ou escreve missivas (cartas)   

Ducha/duche

Planejar/planear

Bonde/eléctrico

Mídia/média

Time/equipa

Copa (do mundo)/taça  

Amsterdã/Amsterdão

Cafifa/papagaio de papel

Enterramento/enterro

Conscientização/consciencialização

 Apoiadores/apoiantes

Buzinaço/buzinão

Chefe da ONU (Guterres)/Director-Geral da ONU

Acessar/ter acesso a

Detento/detido

Concreto/betão

Rifle/espingarda

Cromossomo/cromossoma

Sutileza/subtileza

Sutil/subtil

Traslado do coração/trasladação do coração

Fabricação/ou fabrico

Conscientização/consciencialização

Apuração/apuramento

Maquiagem/maquilhagem

Exterior/estrangeiro

Zumbi/zombie

Esse/este

Em uma/Numa

Cachorro/cão

Mouse/rato

Tela/ecrã

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:10

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Quarta-feira, 24 de Agosto de 2022

«O ser Português» também passa por escrever correCtamente a Língua Portuguesa

 

O jovem Ricardo Lopes Reis, politólogo, escreveu um interessante texto, no jornal Observador, em 11 de Junho de 2022, por ocasião das celebrações do Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades Portuguesas e da Língua Portuguesa, intitulado «O ser Português».

 

E eu subscrevo o conteúdo do artigo, que não alardeia um patriotismo bacoco, embora, aqui e ali, haja laivos de outros tempos de muito má memória, porém defende, no básico, os valores de Portugal, que «há muito são alvo de ataque pela esquerda globalista». Uma esquerda que  de esquerda só tem o nome, uma vez que o seu comportamento abeira o comportamento dos da direita.

 

MAS…

Há um MAS que me leva a trazer à liça o artigo deste jovem politólogo.

 

dia_de_portugal_header.jpg

Fonte da imagem: https://www.lg.com/pt/lg-experience/dicas-uteis/dia-de-portugal-2020

 

O que é “ser português”? Ser Português é, sobretudo, saber honrar Portugal, e se queremos honrar Portugal, devemos começar por escrever a Língua Portuguesa correCtamente, ou não fosse Portugal o Berço da Língua de Camões, que evoluiu para a Língua de Saramago sem, contudo, se afastar das suas raízes greco-latinas, sem deixar de ser Portuguesa.

 

Ricardo Lopes Reis escreveu um interessante texto em conteúdo, e felicito-o por isso, mas na forma, rendeu-se ao Brasil, um país estrangeiro que, ilegitimamente, deturpou a Língua de Portugal, herdada aquando da sua Independência, em 1822, castelhanizando-a, italianizando-a, americanizando-a, afrancesando-a, mutilando-a, ao subtrair as consoantes com função diacrítica (salvo umas poucas excePções) e CONTINUOU, sem legalidade alguma, a chamá-la Portuguesa.  Mais tarde, o enciclopedista libanês, Antônio Houaiss, fomentador da deslusitanização da Língua Portuguesa, juntamente com o linguista português Malaca Casteleiro, que, na altura, andava de candeias às avessas com Portugal, aliciaram os políticos portugueses, subservientes e ignorantes na matéria, para adoPtarem o AO90, um desacordo tortográfico que desonra Portugal, Camões e todos os Portugueses, que têm honra de o ser.

 

Que motivo teria o cronista para dizer que «O 10 de Junho não é apenas um dia no calendário, mas sim o verdadeiro e mais significativo dia do ano para um patriota. O orgulho e a honra de ser, pura e verdadeiramente, português, celebrado no mesmo dia do desaparecimento físico e terreno, de um dos maiores (se não mesmo o maior) dos símbolos da língua que nos torna únicos, o português», se não teve a hombridade de percePcionar o NOSSO passado, honrando o legado do NOSSO País, com mais de oito séculos de História, e com uma das mais antigas Línguas estruturadas da Europa, rendendo-se, pura e simplesmente, ao medíocre AO90?

 

Ricardo Lopes Reis escreveu o seguinte:

 

«Neste dia [10 de Junho] é relevante fazer uma reflexão históri[c]a que compreenda o passado, analise o presente e prepare o futuro da nação. Só tendo presente o que fomos, a grandeza que alcançámos e os erros cometidos, podemos emendar o presente e construir um futuro próspero para as novas gerações, que tem inevitavelmente que começar por uma reeducação de valores comuns e do sentimento patriota, que há muito são alvos de ataque pela esquerda globalista.»

 

Sim, no “10 de Junho” era premente ter sido feita uma reflexão histórica, e rejeitar os ataques da esquerda globalista, que à excePção do PCP, está a contribuir para o desaparecimento de um dos maiores símbolos identitários de Portugal – a Língua Portuguesa – que o cronista faz questão de grafar à brasileira, seguindo os muito subservientes políticos, que tanto critica.

 

E o cronista diz mais:

 

«Percecionando [em Língua Portuguesa correCta: percePcionando, um dos pouquíssimos vocábulos que escaparam à mutilação, no Brasil] o passado, o legado que hoje carregamos é pesado. Um país com mais de oito séculos de História, que mesmo pequeno em dimensão, com uma alma imensa e um patriotismo heroico [em Língua Portuguesa correCta: heróico, de contrário, teríamos de ler “hiruicu”] foi capaz de dar novos Mundos ao Mundo, de difundir a sua cultura, e de civilizar populações pelos quatro cantos do globo, tornando um pequeno e belo país à beira-mar plantado, num dos maiores impérios de sempre. Desde as conquistas de Afonso Henriques, passando pela visão de D. Dinis, pelos descobrimentos que abriram horizontes ao Mundo durante a segunda dinastia, e por vitórias históricas frente a invasores com maior capacidade militar, o ser português sempre foi motivo de orgulho e de elevação. Naturalmente, nem tudo foi dourado, tendo-se vivido momentos de sofrimento, como durante o negro período da Primeira República (a desordem, a falta de identidade e a perda progressiva do sentimento nacionalista que une o povo português), ou mesmo do período pós-25 de abril [Em Língua Portuguesa correCta: “25 de Abril] (o PREC, a ameaça vermelha e a tentativa de sovietização do país pela esquerda oportunista radical), mas de uma forma geral os mais de 800 anos de História enchem de orgulho qualquer português

 

Esqueceu-se o cronista de referir o período negro da ditadura, durante o qual os direitos mais básicos e a liberdade de expressão não existiam, de resto, depois de 1910, com a implantação da República, pouco temos de que nos orgulharmos, e o pós-25 de Abril, trouxe-nos uma miragem de liberdade, ofuscada por uma Democracia ainda a ser plenamente. Só não vamos para o Tarrafal (por enquanto), mas as coacções ditatoriais têm o seu expoente máximo, na imposição, através de chantagem, do AO90 nas escolas, na função pública, nos órgãos de comunicação social subservientes, que até parecem que são funcionários públicos, e em empresas servilistas e seguidistas que não dão orgulho nem honra a Portugal.

 

E o articulista prossegue:

 

«O presente, por sua vez, não nos tem trazido momentos felizes. Vivemos atualmente [em Língua Portuguesa correCta: aCtualmente] sob jugo de quem outrora, nas palavras do Professor Marcelo Caetano, “não serviria nem para criado de servir”, o que simplificado se pode dizer que somos governados por quem não tem competência, empatia ou noção para o fazer. Um país que dominou o Mundo está hoje na cauda do seu continente, ultrapassado por pequenas e jovens nações, sempre sujeito à esmola que a Europa pode dar, e mais preocupado em taxar os seus cidadãos, do que em deixá-los prosperar. Caímos hoje, no campo social, no ridículo de nos rebaixarmos e deixarmos que reescrevam e humilhem o nosso passado, quase que pedindo desculpa por algo que nos deve orgulhar, tudo isto para satisfazer a cultura “woke”, que se globalizou, por culpa da fraqueza moral de um ocidente em decadência de valores e de identidade.»

 

Concordo com o que o Ricardo refere neste parágrafo, excePtuando o “orgulho do passado”. Nem tudo no nosso passado é passível de sentirmos orgulho. Nem tudo. No entanto, nós, que já evoluímos, e pertencemos aos séculos XX/XXI não temos de fazer mea culpa, por algo que NÃO fizemos, e que fazia parte dos padrões daquela época. Temos é de saber distinguir o trigo do joio e orgulharmo-nos do que fizemos BEM nesse passado, e, no presente, rejeitarmos veementemente os tremendos erros que os novos governantes estão a cometer, desprezando e desonrando Portugal, a sua História, a sua Cultura e a sua Língua, - vector da NOSSA identidade.

 

E o Ricardo continua num registo completamente verdadeiro:

 

«Portugal é hoje um local ao contrário da normalidade, onde quem trabalha e vive honestamente se afunda, e quem espera pelo trabalho dos outros cresce. Onde quem é mais astuto governa, e quem tem mais competência e qualidade emigra em busca de uma vida melhor. Onde a mediocridade é recompensada e encorajada, enquanto o mérito é marginalizado e rejeitado como se de uma doença se tratasse. Poderia dar muitas definições do estado a que chegámos, mas resumo dizendo que Portugal é, neste momento, o que a esquerda, e em especial o PS, sonharam que fosse.»

 

Grande verdade!!!!!

 

«A questão é simples. Em momentos de aflição há duas formas de reagir, há os que se levantam e os que se deixam afundar na mediocridade. Os portugueses, ao longo da sua História provaram que nada os rebaixa, e que independentemente do percalço se levantam e lutam. Mas como recuperamos a glória do passado? Há que reeducar o povo para os valores que nos unem, valores esses que partem desde a célula básica da sociedade, que é a família, até ao sentimento comum de uma maioria esmagadora de fé, e claro, através de um dever e honra de servir a Pátria por nós partilhada. Só tendo por base os valores seculares que sempre pautaram o ser português, nos poderemos reerguer e voltar a tornar Portugal um país próspero e independente. Quando nos libertarmos das amarras do politicamente correto [Em Língua Portuguesa correCta: correCto, de outro modo terá de ler-se currêtu”, como em carreto] da censura “woke” e deste estranho sentido de obediência globalista, podemos acabar com uma cultura imposta de adoração do medíocre, e recuperar um verdadeiro estado de meritocracia e trabalho, onde quem se esforça é recompensado, e não penalizado em nome de quem vive de mão estendida.»

 

Deste parágrafo tenho a dizer que não precisamos de regressar ao passado, para termos um futuro promissor. Basta lutarmos pelo que é NOSSO e DEFENDER a honra de Portugal, e não permitirmos que os estrangeiros venham para cá mandar nisto tudo, por termos uns governantes subservientes e servilistas, que não têm a capacidade para DEFENDER os interesses de Portugal, ou são meros paus-mandados de organizações secretas, a quem devem OBEDIÊNCIA). E, sobretudo, precisamos rejeitar a mediocridade ortográfica, que mantém Portugal a um nível abaixo de zero, no que ao Ensino, à Cultura e à Educação diz respeito. Ser português NÃO é sinónimo de ser servilista e seguidista. Ser português é ser romano em Roma, sem deixar de ser português, como já o referiu, num belíssimo artigo, o escritor e professor António Mota.

 

AdoPtar o AO90 é servir a mediocridade e os medíocres que se encontram no Poder a defender o AO90, é desonrar Portugal no que ele tem de mais valioso: a sua Língua, a sua Cultura, a sua História.

 

E o cronista termina dizendo:

«Fomos, e acredito que ainda o somos, verdadeiramente a maior nação do Mundo, pela qual muitos portugueses derramaram sangue, que a nossa bandeira ilustra no seu vermelho, mas que, até nos momentos mais negros, nunca esquece o verde da esperança de nos reerguermos numa verdadeira vitória de nova alvorada, que procurará uma Lusitânia em giestas florida. Deste 10 de Junho que nasça novamente uma Pátria de novo grande, que acorde da morte esquecida.»

 

Já fomos grandes. Hoje, não somos mais. Nem somos a maior Nação do mundo. Que exagero!

Hoje, somos apenas um pequeno País que se arrasta na CAUDA da Europa, sendo o primeiro em tudo o que é MAU.

Devemos construir o futuro, sim, mas NÃO assentes nos valores de um passado que não voltará mais. Devemos construir o futuro assentes nos valores do século XXI d. C., caminhando para a frente, honradamente, honestamente, portuguesmente, para deixarmos de ser o capacho de estrangeiros, e a cloaca da Europa.

 

Isabel A. Ferreira

 

Fonte:

https://observador.pt/opiniao/o-ser-portugues/#

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:10

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Quarta-feira, 23 de Março de 2022

Enquanto um Presidente da República diz “tantos jovens e tantas jovens” (*), o meu sapateiro, que tem a 4ª classe das antigas, diz simplesmente “tantos jovens”. E quem terá razão?

 

Obviamente, o meu sapateiro, que sabe Português como poucos professores dos tempos actuais.

(*) Marcelo Rebelo de Sousa, em Angola, em 28/11/2021



Vamos provar (mais abaixo) que o meu sapateiro é que tem razão.



Mas antes fiquemo-nos com este recado da Ana Araújo, que eu subscrevo inteiramente.

 

ACORDO ORTOGRÁFICO.PNG

 

jo·vem


(latim juvenis, -is)

adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros

  1. Que ou quem tem pouca idade; que ou o que ainda não é adulto.
  2. Que ou quem está na juventude. = MOÇO

adjectivo de dois géneros

  1. Relativo à juventude ou a quem está na juventude


"jovens", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021https://dicionario.priberam.org/jovens [consultado em 06-12-2021].

  

E já agora vejamos mais estas:

 

Contacto, facto, estupefacto, são palavras grafadas à portuguesa (com ou sem AO90). "Contato" "fato" "estupefato" são palavras grafadas à brasileira (com ou sem AO90).



E pensar que disseram que o AO90 foi engendrado para unificar as grafias brasileira e portuguesa! DISSERAM, mas a intenção NÃO era, de modo algum, unificar.

 

A intenção era, e continua a ser, BAGUNÇAR: palavra de origem brasileira que significa agir de modo destrutivo em relação a alguma coisa, neste caso a "coisa" é a Língua Portuguesa.



E vamos deixar que isto continue a acontecer?

 

E também já agora dizer "todos e todas" (expressão usada e abusada por Marcelo Rebelo de Sousa) é uma redundância, que não deve ser usada, porque TODOS é um nome masculino plural, que além de ser o plural de TODO (pronome indefinido = qualquer) significa a HUMANIDADE, toda a gente, onde obviamente estão incluídos TODOS os homens, TODAS as mulheres, TODAS as crianças (meninos e meninas) TODOS os jovens (rapazes e raparigas), os velhos (homens e mulheres). Portanto, TODOS.

 

todo | quant. univ. pron. indef. | adj. | n. m. | n. m. pl.
 

to·do |ô|


(latim totus, -a, -um, todo, inteiro)
quantificador universal e pronome indefinido
 

1. Qualquer.

adjectivo

2. Inteiro, íntegro, completo.

nome masculino

3. Massa.

4. Generalidade.

5. Conjunto.

 

todos

nome masculino plural

6. A humanidade; toda a gente.

 

"todos", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/todos [consultado em 23-03-2022].

 

Este tipo de linguagem, dita "inclusiva", que anda por aí ignorantemente divulgada, é uma invenção de uma esquerda ignorante, que não sabe distinguir o masculino do feminino. E não é com palavreado mal engendrado, que vão dar visibilidade às mulheres. É unicamente com ATITUDES.

 

Não gosto de ver um compatriota meu a empregar mal a NOSSA Língua Materna.

 

Desculpe, senhor presidente da República Portuguesa, mas nunca me calo perante as calinadas linguísticas. Nem as calinadas do Presidente da República eu perdoo.

 

TODOS os políticos portugueses desde Mário Soares (o que ratificou esta parvoíce) envolvidos, desde então, neste macabro jogo linguístico, nomeadamente os PRs, os PMs, os partidos políticos (à excepção do PCP que sempre votou contra o AO90), os deputados da Nação e os PROFESSORES, que se vergaram, acriticamente, a uma RCM (que não faz lei) são TODOS culpados da situação caótica do ensino da Língua Portuguesa, em Portugal.

 

Eu também NÃO tenho nada contra o Brasil, ou contra os Brasileiros, ou contra a Variante Brasileira do Português, que eles adoPtaram, e contra todas as diligências que eles fizeram para convencerem os muito subservientes e complexados políticos portugueses, pois estão a tratar da vidinha deles, afinal são um País livre e soberano, e a tentar impor ao mundo a VARIANTE BRASILEIRA DO PORTUGUÊS. Até a bandeira portuguesa, para designar a Língua Portuguesa já desapareceu da Internet.

 

Estou contra isto, e também estou CONTRA todos os que, SERVILMENTE e ACRITICAMENTE, em Portugal, aderiram ao jogo que o Brasil quis jogar.  

 

No entanto devo acrescentar que quem idealizou o AO90 foi o brasileiro Antônio Houaiss, o das Enciclopédias, que chamou o português Malaca Casteleiro, que, mais tarde, com o brasileiro Evanildo Bechara (porque entretanto Houaiss morreu) engendraram o AO90, assente na grafia brasileira, em 99% dos vocábulos. Tudo começou no Brasil, e a intenção NÃO foi unificar grafias. Se fosse, além de os Portugueses terem de escrever "objeto" à brasileira, também teriam de escrever "esporte" ou "Amazônia", etc., etc., etc., para que realmente as grafias fossem unificadas.

E os políticos portugueses, muito servilmente, muito subservientemente, concordaram com tal acordo, levados unicamente (ou quase unicamente) por um estranho complexo de inferioridade diante do gigantesco Brasil. Esta é a verdadeira história do AO90, contada muito sucintamente, porque os meandros desta negociata (que também é) são longos e de bradar aos céus!

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:01

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Quarta-feira, 16 de Fevereiro de 2022

Entre outras coisas, o que esperar da maioria PS? «A revogação imediata do AO90, essa barbaridade que o anterior MNE, autoritariamente, decidiu manter em vigor, sem dar satisfações aos ministros da Educação e da Cultura (…)»

 

Num texto sob o título «De Costa a Costa - da “geringonça” à maioria», publicado no Jornal PÚBLICO, o cineasta António-Pedro Vasconcelos disse ao que veio: «O que não fez ou fez mal o anterior Governo de António Costa — e que se espera que corrija nesta nova legislatura.»


(O texto poderá ser consultado através do link que deixarei no fim desta minha exposição).

 

Uma análise com a qual concordei, na sua generalidade, contudo ater-me-ei apenas ao que António-Pedro referiu acerca do Acordo Ortográfico de 1990, ainda que de passagem - poderia ter aprofundado mais a questão, pois trata-se de algo visceralmente lesivo da Cultura e Identidade Portuguesas.



Depois de questionar «e o que não fez ou fez mal o anterior Governo de António Costa — e que se espera que corrija nesta nova legislatura?» António-Pedro enumerou três pontos: a imperativa reforma da Justiça; que o Ministério do Ambiente não esteja refém de lobbies; e «last but not the least, a definição do que deve ser o papel do Estado na Cultura, nas áreas do Património e das Artes Vivas (coisa que até hoje nenhum Governo fez), tarefa que deve ser assumida pelo primeiro-ministro e subscrita e apoiada por vários ministérios, e cujo orçamento passe a ser visto, não como uma esmola aos artistas, mas como um investimento e um direito, não apenas dos criadores, mas dos cidadãos **.»


Aos dois asteriscos finais corresponde o seguinte:


«** Incluindo a revogação imediata do Acordo Ortográfico, essa barbaridade que o anterior MNE, autoritariamente, decidiu manter em vigor, sem dar satisfações aos ministros da Educação e da Cultura (os que mais deviam ser ouvidos), um ato (sem c) que nos isolou ainda mais dos PALOP, ao aprovar uma ortografia absurda e que só nós adotámos (sem p), no conjunto dos países lusófonos.»

 

São os comentários à questão ortográfica, que o texto de António-Pedro levantou, que mais me interessa salientar, deixando-os aqui para reflexão:

COSTA - 1.PNG

COSTA - 2.PNG

COSTA  -   3.PNG

COSTA  -   4.PNG

 

Sim, é falso que no Brasil o AO90 tenha sido implementado. A grafia que corresponde ao AO90 e que foi imposta aos Portugueses DITATORIALMENTE, é a grafia que os Brasileiros sempre usaram (à excePção de umas poucas palavras e suas derivantes, e a acentuação e hifenização é outra coisa), e que os menos informados acham que é a grafia do AO90. Não é. É a grafia que corresponde à Base IV do Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943, portanto, uma grafia muito anterior ao engendramento do AO90 por Antônio Houaiss, Evanildo Bechara e Malaca Casteleiro, (que lhe acrescentaram a hifenização e acentuação mais parva que já vi),  e à Reforma Ortográfica Luso-Brasileira de 1945,  a qual os Brasileiros rejeitaram depois de a ter assinado.

 
Isabel A. Ferreira

O texto de António-Pedro Vasconcelos, cuja leitura recomendo, pode ser consultado neste link:

https://www.publico.pt/2022/02/14/opiniao/opiniao/costa-costa-geringonca-maioria-1995243?fbclid=IwAR02HAgZsTTW11pUING3ud0QwxQ7YbXHD6ozhcSRuonh1hc7Yd0c9sVw5t4

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:37

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Segunda-feira, 20 de Setembro de 2021

Quando ouço dizer que o AO90 foi “criado” por Portugueses, e que a Língua Portuguesa é uma “variante”, das duas uma: ou foram beber a fontes de águas muito turvas ou estão de má-fé

 

Comecemos pela criação do AO90, contando a verdadeira história, documentada, do negócio do AO90, uma ideia assente na Base IV do Formulário Ortográfico de 1943, ainda em vigor no Brasil.

 

Formulário Ortográfico de 1943.png

 

Sabendo, como sabemos, que a maior tragédia para Portugal, com a aplicação do AO90, foi OBRIGAR os Portugueses a grafar objetivo, teto, arquiteto, setor, fatura, adoção, direto, objecto, correto, etc., etc., etc., (pronunciando-se tudo isto com as consoantes antecedentes às não-pronunciadas, fechadas, se queremos pronunciar correCtamente) e uma infinidade mais de vocábulos, aos quais mutilaram as consoantes não-pronunciadas, mas com uma função diacrítica, vemos que em 1943, os Brasileiros começaram a escrever precisamente desse modo, como refere a Base IV, e apesar de terem assinado o Acordo Ortográfico de 1945, onde se pretendia unificar a Língua, mantendo-se as consoantes não-pronunciadas, deram o dito pelo não-dito e optaram por grafar os vocábulos mutilando-lhes os cês e os pês, à excepção de uns poucos, como aspeCto, excePção, recePção, infeCção, e as suas derivantes, que os Brasileiros pronunciavam e continuam a pronunciar. Porquê estes e não outros? É um mistério.


Para não se dizer que os Brasileiros não mexiam em nada, no que à grafia dizia respeito, pois se o AO90 mandava mutilar as palavras não-pronunciadas (como haveriam as crianças [e os
crianços, para contentar os que bradam pela linguagem inclusiva] de saber que direCtor tinha um , se não o pronunciavam, não é verdade?) e os Brasileiros já as mutilavam desde 1943, então decidiu-se mexer obtusamente nos hífenes e na acentuação, que têm a função de facilitar a leitura e compreensão das palavras, complicando essa mesma função e criando horrendos abortos ortográficos.  E os hífenes e a acentuação seriam a única mexedela na grafia para os Brasileiros, se aplicassem AO90, sendo a grande tragédia, para eles, a supressão do trema. E com toda a razão.

 

Uma investigação minuciosa e criteriosa, publicada pelo Jornal O DIABO em 05/12/2015, mostra, preto no branco, a negociata, que envolve o AO90, a qual está a conduzir à decadência da Língua Portuguesa, apenas porque uns “intelectais” (o termo é este mesmo) mercenários decidiram querer que sete países (Portugal, ) que mantinham e ainda mantêm, à excepção de Cabo Verde, uma ortografia normalizada, clara e escorreita, começassem a grafar à brasileira uma infinidade de palavras.

 

E para os que ficam com urticária quando se diz grafar à brasileira, é mesmo grafar à brasileira, porque, como se vê na imagem, a partir de 1943, os Brasileiros começaram a grafar objetivo, teto, arquiteto, setor, fatura, adoção, direto, objeto, correto (etc., etc., etc.), e, como aprendi a ler e a escrever no Brasil, era deste modo que eu escrevia estas e todas as outras palavras com consoantes não-pronunciadas. À portuguesa grafa-se objeCtivo, teCto, arquiteCto, seCtor, faCtura, adoPção, direCto, objeCto, correCto (etc., etc., etc.) abrindo-se as vogais, porque estas consoantes têm uma função diacrítica.

 

E, se bem que nada tenhamos contra a grafia brasileira (e que isto fique aqui bem claro) que pertence unicamente ao Brasil e aos Brasileiros, e faz parte da norma linguística da Variante Brasileira da Língua Portuguesa, a qual os políticos (não, os linguistas) brasileiros escolheram para o Brasil, não podemos aceitá-la como nossa, porque além de não ser nossa, retira Portugal do seu contexto Europeu, uma vez que a Língua de um Povo é a sua identidade, e nós não somos Brasileiros, e quem não quer perceber isto, só pode estar imbuído de muita má-fé.

 

Nesse artigo de fundo, O DIABO começa por dizer o seguinte:

 

«O projecto, nascido da cabeça do intelectual esquerdista brasileiro Antônio Houaiss, foi desde o início um empreendimento com fins lucrativos, apoiado por uma poderosa máquina política e comercial com ramificações em Portugal.

 

A ideia, é certo, nasceu na cabeça de um académico esquerdista, o brasileiro Antônio Houaiss, que contou em Portugal com o providencial auxílio do linguista Malaca Casteleiro. Viajemos, então, no tempo e procuremos a génese de todo o processo, que nas últimas três décadas tem enchido os bolsos a um grupo restrito de autores e editores.

 

O português mais distraído talvez pense que um colégio de sábios bons e eminentes terá decidido um dia, após longos anos de estudo e investigação, proceder à reforma do sistema ortográfico da Língua Portuguesae que os governos dos países lusófonos, tendo-se debruçado sobre o assunto com o auxílio ponderado de gramáticos e lexicógrafos, terão conscienciosamente aprovado essa tão bem preparada reforma. Mas o português distraído estaria redondamente enganado.

(…)

Segundo o testemunho do escritor português Ernesto Rodrigues, professor da Faculdade de Letras de Lisboa, publicado no seu ‘blog’ na Internet, “Antônio Houaiss e Malaca Casteleiro dinamizavam, desde 1986, um projecto de acordo ortográfico”. Este fora sugerido, em primeiro lugar, no ano anterior, por Houaiss, que até aí fizera carreira como autor de versões brasileiras de dicionários enciclopédicos e dirigira, havia pouco, um “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa” (1981).

(…)

Em 1985, Antônio Houaiss era apenas um intelectual de esquerda com uma ambição: compor um dicionário da Língua Portuguesa que ombreasse com o famoso “Dicionário Aurélio”, da autoria de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, que desde a sua primeira edição, em 1975, já vendera até então mais de um milhão de exemplares. Mas Houaiss confrontava-se com uma “pequena” dificuldade técnica: para ultrapassar as marcas de Aurélio, o seu dicionário teria de galgar as fronteiras do Brasil e impor-se em todo o mundo lusófono como obra de referência. E para tanto era preciso “unificar a Língua”…

 

Esta é a verdadeira história da criação do AO90.

 

O artigo completo, onde se conta toda a negociata e fraude do AO90, investigadas pel’ O DIABO pode ser consultado neste link:

http://jornaldiabo.com/cultura/acordo-ortografico-negocio/

 

***

Vamos agora à dita “variante europeia” do Português:

 

Ouço muito por aí falar no Português de Portugal (que é, de facto e de direito, de Portugal, pois foi Portugal que lhe deu o nome e a forma) como variante europeia do Português. Só que, uma linguagem, que ascendeu a Língua, jamais poderá ser variante, se é a genetriz das variantes que por aí vão surgindo! Isto é como dizer que a Mãe da Isabel descende da Isabel, quando é a Isabel que descende da Mãe dela.

 

A Língua Portuguesa é O Idioma. O que se fala e escreve nos outros países, ditos lusófonos, é que são as VARIANTES da Língua Portuguesa. A Língua Portuguesa, se tem de ser chamada de “variante” que seja Variante Portuguesa do Latim, que é a genetriz das Línguas Românicas, na qual o Português se inclui. Mas essa variante já ascendeu a Língua, como a Variante Brasileira ascenderá, muito brevemente. 

 

Porque a palavra VARIANTE (o mesmo que dialecto  - há quem não goste que se diga isto, mas procurem nos dicionários e vejam o significado de variante e de dialecto) linguisticamente falando, significa uma DERIVAÇÃO que uma determinada comunidade ou povo criou a partir de um determinado Idioma, na pronúncia, na grafia, no léxico, na sintaxe, na morfologia, na semântica, afastando-se da raiz desse Idioma. Que foi o caso do Brasil, ou de Cabo Verde, com o seu Crioulo Cabo-verdiano, hoje língua oficial de Cabo Verde, ou de alguns ex-territórios portugueses da Ásia. E não cito os restantes países de expressão portuguesa, porque esses não desvirtuaram a Língua, apenas a enriqueceram com um léxico local e nacional.


Como é que a Língua Portuguesa é uma VARIANTE, se ela é a GENETRIZ de todas as variantes que se criaram a partir dela?

   

Não há meio de entenderem isto? Isto ofenderá o Brasil? Isto terá alguma coisa a ver com xenofobia e racismo, de que às vezes me acusam? Os que assim agem, desconhecem, por completo, o significado de variante, de racismo, de xenofobia.

 

Desconhecem igualmente o que passa no Brasil, onde um aluno português, ou inglês ou de qualquer outra nacionalidade, tem de aprender a escrever e a falar à brasileira, para poder estudar e ter boas notas nas escolas. E eu penso que essa exigência deve ser feita, de outro modo, numa turma onde estivessem várias nacionalidades, falar e escrever seria uma balbúrdia. Em Roma sê romano. É o que todos fazem, quando assentam arraiais em terras estrangeiras.

 

Surpreende-me ouvir falar da variante europeia da Língua Portuguesa, quando a Língua Portuguesa é simplesmente A Língua Portuguesa, a Língua que foi gerada em PORTUGAL, a Língua que identifica Portugal, que é um país europeu, que deu novos mundos ao mundo, e andou por aí a espalhar a sua Língua, a sua Cultura. Porque é que isto incomoda certos senhores?



Surpreende-me também que se recusem a LER, a investigar, a raciocinar, apenas porque têm medo de que lhes chamem xenófobos,  outra palavra mal aplicada neste contexto.

 

O que aqui está em causa não é o Brasil, nem os Brasileiros, nem a Variante Brasileira da Língua Portuguesa, nem o pseudo anti-brasileirismo, porque o anti-brasileirismo não existe. O que existe é um sentimento de preservação da NOSSA Cultura, que é riquíssima, tão rica como a dos Brasileiros.  

 

O que não há necessidade é de se FUNDIR as duas Culturas, porque são duas entidades diferentes, e que assim continuem, para que a riqueza de ambas perdure ad aeternum.

 

O que aqui está em causa é uma negociata idealizada pelo brasileiro Antônio Houaiss, que chamou à liça o linguista português,  Malaca Casteleiro,  que,   muito finoriamente (que Deus o tenha em descanso) lá conseguiu convencer os desinformados e complexados e subservientes políticos portugueses, tanto do PS (não esquecer que tudo começou com Mário Soares, depois José Sócrates, António Costa, Augusto Santos Silva) como do PSD (Aníbal Cavaco Silva, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa) tão desinformados e complexados como os políticos marxistas brasileiros, entre eles Lula da Silva.

 

Talvez por vingança, ferido no seu brio, pelo insucesso do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, editado pela Academia das Ciências de Lisboa, que lhe mereceu muitas críticas, ou por outro motivo qualquer, João Malaca Casteleiro passou de linguista a negociante da Língua, conseguindo passar a mensagem de que este era um bom “negócio”.

 

Mas não foi. No Brasil ninguém lê autores portugueses, a não ser, obviamente, uma elite intelectual muito restrita; a Língua Portuguesa já não é ensinada nas escolas, substituíram-na por “Comunicação e Expressão”, que é para o que serve agora; o Grupo LEYA, com o fito de ganhar milhões, implantou-se no Brasil, mas já de lá saiu. Em Portugal, ninguém lê autores brasileiros, e nem sequer estão à venda nas Feiras dos Livros.

 

Há um muito insalubre virar-de-costas entre Brasil e Portugal, que o AO90 só veio agravar.

 

O que está aqui em causa é a ditadura do Acordo Ortográfico de 1990, imposta aos Portugueses pelos políticos, sem os consultarem, não tendo sequer em conta a opinião dos linguistas portugueses (por onde andarão eles? Emigrariam?) Não queremos o AO90, não serve os interesses dos Portugueses. Aliás, não serve os interesses de nenhum país da CPLP. Apenas serve os interesses dos poucos que encheram os bolsos à custa desta obscura negociata.

 

O caos ortográfico continua, cada vez mais agravado. O pacto de silêncio, por parte dos actuais predadores-mor da Língua (SS, PM, PR) continua. E na campanha eleitoral, em curso, ninguém aborda este gravíssimo problema nacional. Temos aí um novo ano escolar, com manuais cheios de erros ortográficos. As crianças continuarão a escrever e a ler incorrectamente, os pais não dizem nada, e resta um punhado de desacordistas a tentar salvar a Língua Portuguesa, em cima de um pedaço de madeira, em alto mar revoltoso. E isto é uma tarefa hercúlea. Mas havemos de conseguir matar o monstro.

 

E é assim que Portugal está orgulhosa e parvamente só, na aplicação de um “acordo” essencialmente político, tão político que está nas mãos do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto S. S. pôr ou não pôr fim a esta vergonhosa subserviência. Um dia, ele disse (está publicado algures): «Se eu quisesse acabava com o AO90. Mas não quero». Pois não quer. É muito cioso das obrigações que tem para com os estrangeiros, em detrimento das obrigações que tem para com os Portugueses e para com Portugal.  Querem atitude mais ditatorial do que esta? Isto não dirá tudo deste (des)acordo?


Penso que seria da racionalidade que, os que andam por aí sempre a criticar quem LUTA contra o AO90, apresentando actos e factos, deixassem o que não interessa, e se fixassem no fundamental:  exigir e obrigar o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro António Costa e o ministro dos Negócios DOS Estanheiros, Augusto Santos Silva, que têm como aliados e cúmplices os professores, a libertarem a Língua Portuguesa, que está perversamente agrilhoada ao mostrengo AO90.


Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:48

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