É urgente acabar com a lusofobia tanto quanto com a lusofonia
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Recebi o comentário de uma/um (?) brasileira/o (?) que reproduzo mais abaixo, e destacá-lo-ei no Blogue, para ver se, de uma vez por todas, os brasileiros, a quem fizeram lavagem cerebral, encaixam que, se querem fazer do grande Brasil em território, um Brasil GRANDE em nobreza, devem aceitar o seu passado, tal como ele foi e não como gostariam que tivesse sido, e o deixem lá, nesse tempo antigo, de onde os mortos jamais virão reclamar o que era natural na vida de todos os povos dessa época. Lembrem-se de que os vindouros irão criticar, no futuro, o que os seus antepassados NÃO fizeram para lhes deixar um mundo melhor, por ficarem presos a um passado que não volta mais.
É, pois, da ESTUPIDEZ pretender julgar o passado através dos valores culturais, sociais e morais do presente.
Também é preciso que os brasileiros, a quem fizeram lavagem cerebral, encaixem, de uma vez por todas, que não é soltando, por aí, a sua LUSOFOBIA patológica que alcançarão o reino dos céus de Portugal.
Obviamente, este pensamento de Epicuro não se aplica aos que SOFRERAM e SOFREM horrores às mãos de carrascos. Os outros, os que nunca estiveram no lugar desses que SOFRERAM e SOFREM horrores, devem reflectir sobre as palavras de Epicuro, e não andar por aí a cobrar dos outros, o que esses outros nunca fizeram, porém, lamentam que a vida seja tão cruel para uns, e tão benevolente para outros.
Nayara comentou o post A notícia «Há crianças portuguesas que só falam 'brasileiro'» gerou comentários que dizem de uma exacerbada e incompreensível LUSOFOBIA e da ignorância optativa às 03:13, 05/04/2024 :
Claramente alguns comentários destacados estão em português de Portugal portanto devem ser descartados visto que como a própria senhora pontuou não temos capacidade para tal. Logo são comentários maliciosos falsos feitos por outros portugueses. Quanto as influências que o português do Brasil sofreu, você sabia que o sotaque do sul foi predominantemente moldado por portugueses dos Açores que é muito peculiar? Já em 1808 quando a coroa portuguesa se mudou para o Rio de Janeiro o “R” com fonema do francês chegou ao Brasil Os integrantes da realeza imitavam o “R” falado pelos franceses, referência cultural e intelectual europeia naquela época. Em pouco tempo, a elite local também passou a copiar esse jeito de falar e assim permaneceu. Quanto a suas outras pontuações eu não sou esquerdista e não preciso ser pra dizer que os 388 anos de escravidão no Brasil implantado por portugueses foi um crime contra a humanidade. Esse é um capítulo tenebroso e inegável na história de Portugal o qual a senhora recusa-se a admitir. Foi uma colonização no mínimo revoltante mas é passado. Passado no qual precisamos admitir, aprender e nos distanciar enquanto sociedade. |
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1 – NÃO existe Português de Portugal, bem como NÃO existe Português do Brasil. O que existe é a Língua Portuguesa, o PORTUGUÊS, e a VARIANTE BRASILEIRA DO PORTUGUÊS, entre outras Variantes, geradas noutras esferas.
2 – O Português até pode ser razoavelmente compreensível, para os brasileiros, na sua forma escrita, porém, na sua forma oral NÃO é, tanto que dobram e legendam tudo o que é falado em Português, nas televisões brasileiras, e não nos percebem quando falamos cara a cara, com eles.
3 – Aconselho-a a reler o que escrevi, para avaliar a que “capacidade” me referi, no meu texto, em relação aos Brasileiros. Isto já é uma prova da iliteracia brasileira em relação ao Português escrito.
4 –Os comentários publicados, além de não serem falaciosos, são escritos por brasileiros incultos, basta considerar o léxico e a construção frásica. O YouTube está cheio de vídeos brasileiros com conteúdos iguais.
5 – Aos Portugueses não interessa para nada os sotaques brasileiros, que variam de região para região. Interessa a FONOLOGIA, que é completamente outra coisa, e nada tem a ver com a Fonologia da Língua Portuguesa.
6 – O vosso problema é terem uma fixação doentia e complexada pelo vosso passado, negligenciando o presente e ignorando o futuro. Os Brasileiros são o ÚNICO povo colonizado que ainda mantém uma relação/ódio com o ex-colonizador. Aceitem o vosso passado, porque NÃO podem mudá-lo. Além disso, os únicos brasileiros com direito a protestar são os INDÍGENAS brasileiros, os donos das terras do Brasil. Se você é brasileira, a Portugal o deve, e se não gosta, mude de nacionalidade, mas não queira ter a nacionalidade portuguesa – que muitos têm apenas para obterem privilégios e darem o salto para outros países europeus, por odiarem estar em Portugal, mas sem a muleta portuguesa, jamais conseguiriam – porque sentir-se-ia como um peixe fora d’água.
7 – Não nos interessa NADA como se falava em 1808. Interessa, sim, como se fala e escreve em 2024 d.C., e o que se escreve e fala no Brasil, actualmente, NÃO nos diz respeito.
8 – Não interessa se você é esquerdista ou não. O que interessa é que foram os esquerdistas brasileiros, da ala mais ignorante, que decidiram DETURPAR a Língua do ex-colonizador, continuando a designá-la como Português, e a isso chama-se USURPAÇÃO do IDIOMA ALHEIO, com a agravante de o terem deformado.
9 – A escravidão no Brasil foi exactamente igual a todas as outras escravidões, desde o Egipto antigo até aos tempos que correm. Sempre houve escravidão. Ainda há escravidão e tráfico humano no Brasil. Deviam preocupar-se com isso, não, com o que não pode voltar atrás, para ser redimido. Também deviam preocupar-se com as barbaridades que HOJE o Brasil está a cometer contra os Indígenas brasileiros, algo que os colonizadores nunca fizeram. Apenas os descendentes dos escravos africanos podem sentir-se “incomodados”, com a escravidão dos seus antepassados, mas têm de saber que SE os seus antepassados foram escravizados, aos próprios africanos o devem, pois eram eles que os apanhavam nas tribos vizinhas, os traficavam, os vendiam aos Portugueses, aos Ingleses, aos Castelhanos, aos Holandeses, aos Franceses. Se devemos condenar a escravidão? Claro que devemos condenar TODAS as escravidões, desde a Antiguidade até aos nossos dias. Mas o que interessa condenar a escravidão de tempos antigos se são mantidas nos tempos modernos? Crime contra a Humanidade são todas as escravidões, todas as guerras, todas as torturas, todas as crianças deixadas a morrer à fome, a serem exploradas, a serem violadas, a servirem de objectos sexuais, HOJE. Mas o que importa para si a escravidão actual? Só interessa o que se passou há séculos, no Brasil, algo, de que NÓS, Portugueses do século XXI d. C., NÃO fomos responsáveis? É, pois, da estupidez julgar os actos do passado à luz dos valores do presente.
10 – Vejo que nada sabe das minhas posições sobre o que chama “capítulo tenebroso da História de Portugal”. A propósito disso, até escrevi um livro. E sobre os capítulos tenebrosos da História do Brasil pós-1822, a Nayara sabe alguma coisa? Não lhe interessaria saber?
11 – Para sua informação, e uma vez que os brasileiros, descendentes de europeus e de outras paragens, dizem que preferiam ter sido colonizados pelos Ingleses (como se pudessem fazer recuar o tempo!) as colonizações inglesa e castelhana foram muito mais bárbaras e cruéis do que a colonização portuguesa. Nós não exterminámos impérios, nem tribos inteiras de indígenas. Vejo que nada sabe da História da América do Norte e da História da América do Sul. Aconselho-a a informar-se melhor, antes de vir comentar o que quer que seja, e também aconselho a não seguir as mentiras que os esquerdistas ignorantes andam a espalhar por aí...
12 – Por fim, deixe-me dizer-lhe que o seu comentário é de alguém a quem fizeram lavagem cerebral, que não estudou por livros, mas por “bocas”, algo que não lhe permite viver no século XXI d. C., estando especada num tempo que jamais será reescrito, ainda que o Brasil estrebuche até à exaustão.
Isabel A. Ferreira
Tenho por hábito enviar os textos que escrevo para os Partidos Políticos, desde há muito.
E nunca tal aconteceu.
Porém, há sempre uma primeira vez.
Publiquei este texto no meu Blogue, há momentos, e enviei-o para todos os Partidos Políticos que vão a votos, nas próximas eleições legislativas.
Não é que me surpreendesse por aí além, este bloqueio, mas não esperava que o Partido Socialista, aquele que anda sempre com a DEMOCRACIA e a LIBERDADE de imprensa na boca (ai Jesus, se a calam!!!!), bloqueasse esta minha mensagem (e talvez todas as próximas).
Incomodo assim tanto?
Nem no tempo do Dr. António Oliveira Salazar conseguiram tal proeza! Mas no tempo de um outro António isto foi possível.
A resposta do servidor remoto foi a sguinte:
550 Administrative prohibition.
Muito bem, senhores socialistas. Mostraram a vossa raça. E que raça!
Agora sabemos que a Democracia, que dizem defender, afinal é uma Ditadura transvertida.
Isabel A. Ferreira
Em Portugal, criam-se comissões para avaliar questões fracturantes, e chamam-se os mais abalizados peritos para darem pareceres. Os pareceres são dados, mas se estes colidirem com o quero, posso e mando dos governantes, há que descartá-los, esquecê-los, atirá-los ao caixote do lixo, para que se imponha o que APENAS os todo-poderosos governantes têm previamente concertado. E estas comissões acabam por ser, além de dispendiosas, completamente inúteis, existem apenas para inglês ver. E esta é uma atitude típica das ditaduras fantasiadas de democracias.
O que está por detrás desta atitude prepotente, não está no segredo dos deuses. Todos os que têm lutado pela defesa da Língua Portuguesa conhecem bem os enredos sórdidos desta tirania, e têm-nos denunciado recorrentemente, por onde podem, porque no meio mais abrangente – o das televisões – é assunto tabu, e o silêncio de Marcelo Rebelo de Sousa, a este respeito, ele, que fala de tudo, ou quase tudo, todos os dias, em todo o lado, quase ao mesmo tempo, de tão indiciador é absolutamente incompreensível e inaceitável, algo que o fará entrar para a História como um dos coveiros da Língua Portuguesa.
O que Dom Diniz iniciou com glória, Marcelo Rebelo de Sousa terminará com desonra.
Já estamos fartos deste jogo, que se joga nos bastidores da política, escondido do escrutínio dos Portugueses. Basta de andarem a brincar aos democratazinhos, ao encherem a boca com somos um Estado de Direito e uma Democracia, quando, na realidade, somos um profundo estado caótico, onde democracia é apenas uma palavra esvaziada do seu significado mais primordial.
Posto isto, e na sequência do repto lançado aos Portugueses Pensantes, para que subscrevam um APELO a enviar ao Presidente da República, para que este faça cumprir a alínea nº 3, do Artigo 11º da Constituição da República Portuguesa, e no âmbito da celebração da Língua Portuguesa, a efectuar neste Blogue, no próximo Dia 10 de Junho, Carmen de Frias e Gouveia, Mestre em História da Língua Portuguesa e doutoranda na mesma área, deu-me a conhecer o seu preciso e precioso parecer que, em 2017, enviou à XII Comissão da Assembleia da República, o qual NÃO foi levado em conta, aliás como todos os outros doutos pareceres que se apresentaram a quem de direito, e quem de direito simplesmente os desprezou, por motivos que devem ser democraticamente explicados ao Povo Português.
Aqui deixo, aos meus caros leitores, o link para esse parecer, e mais dois links para as suas intervenções em 2015 e 2018, as quais também foram desprezadas ditatorialmente, porque apenas ditatorialmente se desprezam intervenções e pareceres válidos, quando está em jogo a DEFESA do nosso maior património identificativo: a Língua de Portugal.
«Ao Ex.mo Senhor Coordenador do Grupo de Trabalho de Avaliação do impacto do Acordo Ortográfico de 1990 e aos Ex.mos Senhores Deputados que o integram (12ª Comissão da Assembleia da República)»
Carmen de Frias e Gouveia - A (in)viabilidade do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990... (2015)
https://www.youtube.com/watch?v=w8loVrmdtME
Dra. Carmen de Frias e Gouveia - Da inutilidade do "novo" Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. (2018)
https://www.youtube.com/watch?v=ktbQbjMbtgg
Isabel A. Ferreira
Os leitores deste Blogue devem recordar-se da proposta que fiz, no passado dia 20 de Março aqui com o seguinte conteúdo:
- O que proponho é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, conforme a imagem, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões, para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, porém, o fundamental é que façamos alguma coisa, se quisermos salvar a Língua Portuguesa. Ela está a correr perigo de morte, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só querer e agir.
Venho dar-vos conta do que, entretanto, se passou.
1 - Algumas pessoas enviaram sugestões, com as quais concordei e, por isso, reformulei o Apelo, que deixo aqui à vossa consideração.
2 – Agradeço que me enviem as vossas observações acerca da reformulação do texto: se concordam, se discordam, ou mais sugestões, pois o objectivo é fazer algo que dê certo.
3 - Temos, neste momento, 55 subscritores. O que, convenhamos, entre tantos os que se dizem ser contra a destruição da Língua Portuguesa, é uma ninharia, contudo, desta lista, constam apenas os que verdadeiramente contam.
4 – Daí que renove a proposta para os que ainda não subscreveram, que se estiverem de acordo com o texto/apelo reformulado, que mais abaixo transcrevo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões, para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt
5 - Por fim, se alguém, que tenha mais conhecimentos jurídicos e diplomáticos do que eu, quiser substituir-me nesta iniciativa, fico muito agradecida. E se alguém quiser desistir da subscrição, não levarei a mal, se bem que quem perderá é a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
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Nova versão do Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem na sua Língua Materna - naquela em que escreveram Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, José Saramago e tantos, tantos outros -, ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, que também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
Com os nossos melhores cumprimentos,
(Nome dos subscritores)
Por exemplo, o que fizeram ou estão a fazer objectivamente as “conhecidíssimas personalidades” e os “parceiros oficiais” que constam da lista do ACORDO ZERO - iniciativa independente de incentivo à rejeição do AO90, criada em 10 de Julho de 2021, no Facebook?
Ver lista neste aqui
A Língua Portuguesa está moribunda, e a sua morte iminente deve-se não só aos governantes portugueses, que CEGAMENTE rastejam aos pés de quem a destruiu com um objectivo dos mais abjectos, como também à INACÇÃO daqueles que dizem ser contra este incompreensível, inacreditável e inútil acordo, mas NÃO passam das palavras às acções. E só com palavras não levaremos a água ao nosso moinho. E os que estão a fazer alguma coisa, precisam de fazer muito MAIS.
Por sua vez, a segunda Língua Oficial de Portugal, a Língua Mirandesa está em risco de desaparecer, e aguarda ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias, que enumera uma série de premissas com que os Estados-membros, entre eles Portugal, se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias”. Ora neste caso, Portugal, como em tudo o resto, anda a passo de caracol, e, por este andar, o Mirandês, que devia ser aprendido, tal como o Português, nas escolas portuguesas, está também em vias de extinção. Apenas os péssimos políticos NÃO estão em vias de extinção.
E com que Língua Portugal entrará no futuro? Com a Variante Brasileira do Português? Aquela que, devido a um ensino altamente ineficaz e defeituoso, se tem degradado a olhos vistos, estando a ser disseminada pela Internet como sendo “língua portuguesa”, mas com bandeira brasileira?
O erro já foi cometido, mas ainda vamos muito a tempo de o reparar. Para tal, é necessário que as figuras públicas, mais divulgadas nos média ou com acesso a eles, como escritores, músicos, cantores, professores ou ex-professores, actores, políticos, poetas, ensaístas, tradutores, jornalistas, cineastas, advogados, juristas, juízes-conselheiros, historiadores, linguistas, humoristas, filólogos, revisores, autores, investigadores, aprendizes d’escrita, editores, embaixadores, livreiros, agentes culturais, explicadores de português, enfim, todos os que constam da lista abaixo apresentada (e também todos os que não constam, mas são anti-AO90) da INICIATIVA ACORDO ZERO, se UNAM numa acção que aqui vou apresentar, para instar o presidente da República Portuguesa a cumprir o seu DEVER, ou seja, a ANULAR o AO90, e devolver a Portugal a grafia portuguesa.
O que PROPONHO é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, mais abaixo reproduzido, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões (ainda que já na reforma), para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, PORÉM, o fundamental é que FAÇAMOS alguma coisa, se quisermos SALVAR a Língua Portuguesa. Ela está a com os pés na cova, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só QUERER e AGIR.
Atentem nesta notícia, do Jornal Observador:
«Exame de Português para acesso a universidades nos EUA tem recorde de inscritos»
O exame de “português” do National Examinations in World Languages (NEWL), que atribui créditos para acesso ao ensino superior nos Estados Unidos da América, registou um recorde de alunos inscritos e é já o idioma líder nesse segmento, segundo fontes oficiais, ultrapassando o Russo, o Coreano e o Árabe.
Esqueceram-se, porém, de dizer o principal: essa linguagem, a que chamam “português” é a Variante Brasileira do Português. Nos EUA o que mais há é brasileiros a leccionar a Variante Brasileira da nossa Língua. Desses cursos os alunos sairão a falar Bráziu e não, Brâzil, e a escrever “onipresente”, “umidade” “exporte”, “trem”, “tornozeleira eletrónica” e NÃO, omnipresente, humidade, desporto, comboio, pulseira electrónica ( = bracelete OU dispositivo usado geralmente no tornozelo, que transmite sinais em radiofrequência e permite a vigilância de determinada pessoa em local previamente definido).
Não sei qual é a vossa opinião. A minha, é que estão a USURPAR a Língua de um País livre e soberano, ALTERANDO-A, tendo o desplante de continuar a chamá-la “portuguesa”, fazendo isto parte de um objectivo abjecto, já em curso.
E isto com a cumplicidade dos governantes portugueses, acolitados pelos que os SERVEM acriticamente, cegamente, servilmente.
Ver notícia aqui:
Vamos tentar SALVAR, a SÉRIO, a NOSSA Língua?
Isabel A. Ferreira
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Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna – aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a ser acordizadas, num manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
Com os nossos melhores cumprimentos,
(Nome dos subscritores)
Isto é, se concordarem. Obviamente.
Querem destruir a NOSSA Língua. A Língua de Camões, o Poeta maior de Portugal, autor do Poema épico «Os Lusíadas”, que o catapultou para o rol dos maiores poetas épicos do mundo: Homero (Ilíada e Odisseia); Virgílio (Eneida); Dante Alighieri (A Divina Comédia); Ovídio (Metamorfoses); John Milton (Paraíso Perdido); Chaucer (Os Contos de Canterbury), entre outros.
Querem destronar a celebração do Dia da Língua Portuguesa, no dia 10 de Junho, dia da morte do Poeta, e inventaram o dia 05 de Maio para celebrar, NÃO a Língua Portuguesa, como pretendem os acordistas, mas o linguajar gerado pelo acordo ortográfico de 1990, que veio desvirtuar a Língua Portuguesa, desviando-a da Língua de Camões, da NOSSA Língua.
Mas os Portugueses, aqueles que se prezam de o ser, e DESPREZAM, com legitimidade, o cacográfico AO90, não devem ceder aos políticos ignorantes que jogaram sujo, para sujarem a nossa Língua.
O que proponho que façam TODOS os que se dizem contra o AO90, e que no Facebook são aos milhares, é que no dia 10 de Junho, ponham no vosso "banner" de perfil do Facebook, nos Blogues, ou noutra parte qualquer, a imagem que sugiro [esta, da autoria do Paulo Teixeira] ou outra idealizada por cada um de vós, onde fique bem claro que no Dia 10 de Junho se celebra o Dia da Língua Portuguesa – a Língua de Camões.
E para enfatizar esta iniciativa, escolham um poema de Camões e o transcrevam na vossa página ou Blogue.
E por sugestão do Armando Cristóvão Oliveira Ribeiro visitem o túmulo de Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa- Portugal) e depositem lá, em sua HONRA a mais linda e perfumada FLOR. Vamos mudar os hábitos. Talvez um ramo de flores ao lado da entrada do Mosteiro sempre com uma frase ou POEMA EM SUA HONRA. Isto é algo que quem vive em Lisboa e arredores pode fazer.
Vamos mostrar ao mundo que a Língua Portuguesa é a Língua Portuguesa. Não é a Língua adulterada, vilipendiada, maltratada, a enjeitadinha que fizeram dela, ao deixarem que, em Portugal, se disseminasse a mixórdia ortográfica que o AO90 gerou.
Vamos trabalhar nisto a sério? Isto é, se concordarem. Obviamente.
É uma oportunidade para demonstrarem que realmente estão contra o AO90, e passar das palavras aos actos. E sugiro que partilhem muito. Se quiserem partilhar sem a (minha) fonte não me importo nada.
O que é importante é que, no próximo dia 10 de Junho, estejamos, TODOS, a celebrar a Língua Portuguesa.
(Aceitam-se outras sugestões)
Isabel A. Ferreira
Parabéns Manuel Matos Monteiro, por mais este excelente, minucioso e precioso texto, que rebate inteligentemente os (des)argumentos do Sr. Nobre-Correia, no que ao AO90 diz respeito.
Isabel A. Ferreira
Por Manuel Matos Monteiro
«Não encontro no texto de J.-M. Nobre-Correia uma resposta à única pergunta relevante nesta matéria: porque é o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 um instrumento melhor do que o anterior?»
«Admirável Língua Nova – uma resposta a J.-M. Nobre-Correia»
Começo por saudar J.-M. Nobre-Correia pela coragem. O acordismo tem andado mudo. Ei-lo de volta.
Quem já leu e ouviu quilómetros de discussão em torno do assunto ficou, porém, desanimado. Mais uma vez. Porque o acordismo sistematicamente defende o Acordo sem conseguir uma coisa singela: apresentar motivos de defesa do que o Acordo introduz (ou mutila) na nossa língua. Há sempre desvios, tergiversação, evasivas, subterfúgios, tiros para todo o lado, mas nunca nada que tenha que ver com a redacção desse texto. Perdi a conta ao número de discussões sobre o dito que seguem o padrão (só mudam os matizes):
— Erros? Já havia antes… Homografia? Já havia antes.
— Mas agora há novos erros… E bem mais palavras homógrafas, algumas que dificultam a leitura…
— A ortografia é dos aspectos menos importantes…
— Porque fizeram o Acordo Ortográfico, então?
— O que nos deveria preocupar não é o Acordo, é a falta de leitura, os estrangeirismos, uma série de erros que damos, isto, aquilo e aqueloutro.
— Mas o Acordo não resolveu nenhum desses problemas e criou inúmeros problemas. Porque está a defender o Acordo, então?!
— Também há coisas absurdas com que não concordo nada…
— E porque nem essas se emendam?
— Nada é perfeito.
Os argumentos em favor da adopção do “novo acordo” só têm legitimidade se consubstanciarem respostas à pergunta: quais as vantagens do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO90) perante o anterior? Tudo o que não diga respeito à comparação entre os dois instrumentos é, por conseguinte, usando uma expressão popular do Brasil, conversa para boi dormir.
Não encontro no texto de J.-M. Nobre-Correia uma resposta à única pergunta relevante nesta matéria. Repito-a com outra formulação: porque é o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 um instrumento melhor do que o anterior?
J.-M. Nobre-Correia nem sequer se digna de responder a algumas das inúmeras perguntas que foram feitas ou sequer refuta incongruências e graves defeitos que muitos estudiosos da língua portuguesa, provenientes de diferentes países, têm denunciado ao longo dos anos. Não deverá espantar-nos. Nem os próprios fautores do AO90 se deram a tal trabalho, havendo até livros explicativos do AO90, designadamente do seu principal mentor, que contrariam o próprio texto do AO90. O único documento oficial de defesa do Acordo será a sua própria Nota Explicativa, que não apresenta nenhum estudo e que tem valor científico, técnico e linguístico nulo, enquanto jura amor eterno às pobres criancinhas, que terão de aprender as consoantes roubadas pelo AO90 para falar e escrever inglês (e francês e espanhol).
O Estado português, que decidiu ignorar a quase unanimidade de pareceres negativos sobre o AO90, não propôs — impôs. Não convocou uma discussão pública nem tão-pouco apresentou justificações ao povo português, que, a avaliar por todas as sondagens conhecidas, é contra o AO90. Pior do que isso: o Estado português continua a não saber aplicar o AO90. Não está sozinho. Nos livros, no jornalismo, na academia, na comunicação escrita que garante adoptar o Acordo, encontramos a escrita tripla: um pouco do AO90, um pouco do AO45, um pouco de hipercorrecção do AO90. Se J.-M. Nobre-Correia quiser, far-lhe-ei chegar (privada ou publicamente, como preferir), todos os dias, grafias destrambelhadas que começaram a surgir depois da aplicação do AO90: “mição”, “núcias”, “fição”, “oção”, “inteletual”, “proveta idade”, “helicótero”, “fatos e contatos” aos pontapés, entre tantas outras. Bem como adulterações da própria língua inglesa: fator, eletronic, eletro, diretion, nomes de meses em inglês com minúscula.
Esperava-se mais de quem é tão contundente na descrição dos que se opõem (publicamente, supõe-se) ao AO90: os “fetichistas da precedente ortografia”, a “autoproclamada intelectualidade” [quem se proclamou intelectual no exercício da crítica ao AO90?], a “autoproclamada “elite” persiste, no entanto, em escrever na antiga ortografia [vírgula que não está na versão em linha, mas está na versão em papel] marca para ela de pertença à “boa sociedade”, “esta mesma autoproclamada ‘elite’ purista”.
Homogeneizar um grupo tão vário é difícil, porquanto abrange diferentes faixas etárias, diferentes ideologias políticas e filiações partidárias, diferentes classes sociais, diferentes países. Sobra o insulto. Quanto ao mais, se o AO90 é “uma guerrilha largamente estéril”, não se compreende por que razão o autor decidiu meter a colher (e da forma que o fez…) na discussão.
J.-M. Nobre-Correia decidiu que a “autoproclamada intelectualidade continua a guerrear o acordo ortográfico, mas fica indiferente perante a acelerada perversão da língua” e que: “Curiosamente, esta mesma autoproclamada ‘elite’ purista não diz nada da avassaladora invasão da terminologia inglesa na versão estado-unidense.” Reconheço, como outros, a avassaladora invasão de que o autor, justamente, fala, tendo escrito sobre isso ao longo dos anos. Mas que tem isso que ver com o AO90? Nada. Acaso quem é crítico do AO90 é tendencialmente favorável a essa invasão? Evidentemente, não. Posso enviar-lhe, caro J.-M. Nobre-Correia, um punhado de autores que criticam o AO90 e essa avassaladora invasão. (Não o fazem é no mesmo arrazoado, inventando tribos e putativos nexos de causalidade.)
Já que falou da importância de consultar dicionários, pergunto-lhe: está ao corrente da quantidade de palavras em que os dicionários e prontuários acordizados não se entendem quanto à presença do cê ou do pê, à sua ausência ou à dupla grafia, bem como quanto à presença ou ausência de hífenes nas locuções? Sabe que, consoante a fonte acordizada que consultar, encontrará diferentes respostas quantos às ditas “consoantes mudas” em não poucas palavras e quanto à presença ou ausência de hífenes em muitas locuções (e, por conseguinte, da presença de maiúscula ou minúscula em nomes próprios que integrem tais locuções)?
Como sempre, a defesa do acordismo desagua num desvio. Ainda não foi desta que escutámos (consegue, J.-M. Nobre-Correia, explicar-me a vantagem de o AO90 tornar este acento dispensável, facultativo?) argumentos fundamentados em favor do AO90. Misturar alhos com bugalhos parece ser a única forma de defender o indefensável.
Com excepção de lérias como “simplificação” (menos letras, menos acentos, menos hífenes não significa, de forma alguma!, maior facilidade de aprendizagem da escrita ou maior facilidade de leitura ou de clareza na mensagem, como demonstra o acento de “pára”, de que nem os acordistas abdicam); “evolução” (já mudámos antes, mudemos outra vez e tantas quantas forem necessárias, apenas porque isso é evolução!, desconhecendo-se que o AO90 tem características únicas, como a ortografia ir a reboque dessa mirífica “pronúncia culta”); “unificação” (é mentira, é mentira, é mentira), com excepção dessas tretas, dizia, não há, até hoje, um argumento sólido em favor do Coiso.
Deixo uma sugestão a J.-M. Nobre-Correia e a todos os leitores que se preocupam com a língua portuguesa. Procurem ler os resultados do projecto EILOS (Estudo sobre o Impacto na Linguagem Oral e na Sematologia – AO90), incluindo sobre a própria adulteração da pronúncia das palavras por parte dos discentes. Entre outros dados, leia-se: “33% dos alunos não distinguem o significado de receção e recessão (e 43% conhecem um deles); 73% não distinguem o significado de concessão e conceção (10% conhecem um deles); 60% não distinguem o significado de intercessão e interceção (16,6% conhecem um deles).”
Pós-escrito: para quem se proclama tão avesso a estrangeirismos, “constatação” e “constatações” são galicismos, e “em termos de”, um anglicismo.
Manuel Matos Monteiro - Autor, jornalista, formador e revisor
Fonte:
Em que consiste?
Consite em ostentar um autocolante (conforme a imagem exibe) na bagageira da viatura de cada desacordista, a fim de publicitar a nossa indignação contra a Ditadura Ortográfica imposta pelos sucessivos governos de Portugal.
Informa-se que há a garantia de que o autocolante não danifica nem corrói a pintura do carro.
O que vemos na imagem é a maqueta do autocolante e a sua aplicação na bagageira da viatura de Amadeu Mata, a qual já circula por aí a mostrar a indignação deste desacordista, que não tem poupado esforços na luta contra este atentado à identidade portuguesa, embora todo o seu trabalho esteja a ser feito nos bastidores.
Amadeu Mata enviou-me a maqueta e a ideia, solicitando a minha opinião.
Considerei a ideia brilhante. Gostei bastante, apenas fiz um reparo ao autocolante: não é só nas escolas e função pública que a ditadura ortográfica está a ser imposta. É também nas empresas (privadas e não privadas), nas televisões, nos jornais, nas revistas, e até parece que são todos organismos do Estado, ou então, não sendo, são meros servilistas e seguidistas sem o mínimo espírito crítico.
Diz-me Amadeu Mata que «a Resolução do Conselho de Ministros (RCM) sobre o AO90 decide impor (ditadura) ao Ensino, à Função Pública e aos Organismos ligados ao Estado o AO90, não vincula o mesmo ao sector privado. As empresas privadas e também o próprio Estado, aparecem no processo do AO90, por influência e oportunismo dos políticos, como sempre se afirmou, através de interesses obscuros.»
Concordo totalmente com esta análise.
Obviamente que não ficaria bem, esteticamente falando, mencionar, no autocolante, todos estes servilistas e seguidistas, daí que o que lá vem, referido, estará em boa conta.
Contudo Amadeu Mata solicitou-me o seguinte:
«Informar os caros leitores do Blogue da iniciativa do autocolante e, se desejam aderir a este projecto, o mesmo está à disposição, basta enviar o nome e a morada. Caso queiram aderir mantendo o anonimato, vejam a foto e peçam a uma gráfica da localidade para o fazer. E se alguém considerar que o conteúdo do autocolante não é elucidativo ou convincente, então a alternativa é mandar fazer outro de acordo com a sua preferência.
Salvo melhor opinião, aceitam-se sugestões para o endereço electrónico deste Blogue:
[isabelferreira@net.sapo.pt]
Saudações desacordistas
AFMata»
A finalizar, Amadeu Mata faz estes votos:
«Como é do interesse de todos os desacordistas acabar com esta palhaçada, faço votos que TODOS adiram a esta ideia do autocolante, após a publicação no seu Blogue.»
Assim também eu espero.
Isabel A. Ferreira
A ideia partiu do Paulo Teixeira, que vai coordenar os trabalhos.
«Citando A. Jackson (presidente dos Estados Unidos da América do Norte de 1829 a 1837, pelo Partido Democrata): «um só homem armado de coragem, vale por uma maioria». Nem mais.
O Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa» está totalmente à disposição deste novo Movimento, para divulgar o que for necessário divulgar. Eu continuarei a aplicar o meu lema: «Contra o AO90, marchar, marchar!»
Porque já chega de marcar passo e de deixar que políticos ignaros, incompetentes, irresponsáveis e servis usem e abusem do poder que (ainda) têm, para impor a Portugal um “tratado” que nenhum dos países, ditos lusófonos, cumpre, por ser algo do foro da irracionalidade.
Deixo-vos com a carta onde Paulo Teixeira diz ao que vem.
Da minha parte, espero que as figuras públicas/mediáticas, que se têm manifestado publicamente contra a absurdez do AO90, saiam da sua zona de conforto e se disponham a usar da sua influência e mediatismo, para que Portugal possa, definitivamente, ver-se livre, deste pesadelo, gerado por gente que não sabe ser e, muito menos, não sabe estar.
Isabel A. Ferreira
Caros desacordistas,
É com enorme agrado e orgulho que vos contacto, em especial para vos felicitar pela corajosa opção de rejeitar o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90) na vossa vida!
O meu é nome é Paulo Teixeira, sou gestor comercial e, certamente, do mesmo modo que todos vós, abomino o AO90! É um bom começo e uma constatação feliz para todos, sim, mas não basta haver muitas pessoas como nós. Na verdade, e ainda que sejamos a maioria nesta batalha contra o AO90, partilhamos entre nós um grave problema que nos impede de ser bem-sucedidos: estamos todos a trabalhar isoladamente, cada um para seu lado, desorganizados e a cada instante mais desgastados e desmotivados...
Mas há dias tive uma ideia que abrandou as minhas preocupações e me encheu de motivação, um pensamento que bem delineado poderá transformar-se numa poderosa "ferramenta" contra o AO90. E então pensei: se o acordo continua de pé por culpa de estarmos desunidos e desfocados do cerne desta batalha, então a criação de um "grupo de trabalho" no Facebook com as pessoas certas pode ser o primeiro passo para convergirmos para o mesmo fim!
E quem são as pessoas certas, perguntarão? Para mim, são todas aquelas capazes de contribuir activamente com algo importante para o grupo e suas acções, em especial as figuras públicas de relevo, que se manifestam declaradamente contra o AO90! Se queremos vencer este atentado ortográfico, vamos precisar de toda a criatividade do mundo para chegar às melhores ideias, de muita energia para dar andamento às estratégias de ataque mais eficazes e do "peso" das maiores figuras públicas/mediáticas! E porque são as figuras públicas/mediáticas tão especiais? Porque são a "influência" perfeita para inverter tendências e mudar mentalidades! Actores, cantores, compositores, músicos, escritores, tradutores, professores, linguistas, comediantes, juristas, médicos! Todos juntos seremos imparáveis e capazes de derrotar a inutilidade que é o AO90! Todos juntos num lugar que, passo a partilhar, se encontra aberto no Facebook com o nome Portugal em Movimento Contra o AO90, em:
https://facebook.com/groups/pemcao90/
Dito isto, ficam desde já convidados a integrar este Movimento, pois acredito que a vossa presença, a par de tantas outras de renome, vai fazer toda a diferença na defesa e preservação da Língua Portuguesa! Conto convosco!
Muito obrigado pelo vosso tempo!
Com os melhores cumprimentos,
PAULO TEIXEIRA - coordenador deste Movimento.
pauloteixeiramailbox@gmail.com
Infelizmente, em Portugal, os crimes de lesa-infância não se reduzem apenas a esta imposição absurda, de obrigarem as crianças a escrever “incurrêtamente” a Língua Materna delas. A fome, a pobreza extrema, as violações, a pedofilia, os assassinatos (demasiadas vezes perpetrados pelos progenitores), as desigualdades abismais, tudo isto são crimes inadmissíveis, numa sociedade do século XXI d. C..
No entanto, hoje, neste Blogue, ater-me-ei ao crime da Língua mal-ensinada, nas escolas portuguesas, com o aval de TODOS os governantes e do Presidente da República Portuguesa.
No outro meu Blogue, abordei os restantes crimes, perpetrados contra as crianças, que podem ser consultados neste link:
***
«As vítimas e os alvos dos conspiradores do AO90 não somos nós: são as criancinhas que não sabem defender-se» é um texto de Miguel Esteves Cardoso, reproduzido mais abaixo, datado de 2015, infelizmente, ainda muito actual, porque nada foi feito no sentido de pôr fim ao linguicídio e ao crime de lesa-infância que está a ser cometido, impunemente, por governantes, professores e pais.
É com ele que que “celebro” este dia dedicado às crianças, porque celebrar o Dia da Criança, com festas e festinhas, prendas e prendinhas, não as ajudará a NÃO SEREM as analfabetas funcionais do futuro, mal que não desejo para a nenhuma criança portuguesa.
Origem da imagem - http://pt.winkal.com/share/m/X9VO
Daí que seja urgente que se comece a dizer às crianças portuguesas, que estão a escrever à brasileira, e tal ortografia nada tem a ver com Portugal e com as raízes europeias da Língua Materna delas.
A Língua das crianças portuguesas é a Língua Portuguesa, com todas as letras no seu devido lugar, como no Inglês, por exemplo, Língua que muitas crianças portuguesas estão a aprender nas escolas, como segunda Língua, e baralham-se tanto ao ponto de já terem questionado: «Por que em Inglês se escreve direCtor, aCtor, objeCt, aspeCt, inseCt, colleCtion, adoPt, affeCtion, colleCtive, dialeCt, direCt, correCt, inspeCtor (etc.) e em Português (aquele que lhes estão a impingir nas escolas portuguesas), se escreve diretor (dir’tor), ator (âtor), objeto (objêto), aspeto (aspêto), inseto (insêto), coleção (col’ção), adotar (adutar), afeto (afêto), coletivo (col’tivo), dialeto (dialêto), direto (dirêto), correto (corrêto), inspetor (insp’tor), (etc.)?
(O que está entre parêntesis é o modo de ler das crianças que aprendem Inglês, porque elas não são estúpidas, como os governantes pretendem que elas sejam).
A esta pergunta simples e lógica há que responder-lhes, como eu já respondi à minha neta: «Em Inglês escreve-se desse modo, porque os governantes ingleses sabem Inglês, respeitam e defendem a Língua Inglesa, e não se subjugam ao linguajar da maior (territorial e populacionalmente) das suas ex-colónias - os Estados unidos da América; e em Português escreve-se e lê-se desse modo, porque os governantes portugueses não sabem Português, não respeitam, nem defendem a Língua Portuguesa e subjugam-se ao linguajar da maior (territorial e populacionalmente) das suas ex-colónias - o Brasil».
As crianças portuguesas, ao contrário do que os governantes portugueses acham (porque se conseguissem pensar achariam outra coisa) não são estúpidas e compreendem perfeitamente o que está a passar-se, basta explicar-lhes, tintim por tintim, a questão das três linguagens aqui envolvidas: a Língua Inglesa, a Língua Portuguesa e a ortografia brasileira.
Foi o que já fiz em relação à minha neta. E ela, obviamente, porque não é estúpida, entendeu perfeitamente, e perguntou: «Então estamos a aprender a escrever errado?».
Eu - «Erradíssimo».
Ela - «E agora?»
Eu - «E agora? E agora, mais dia, menos dia, irás aprender a escrever usando a tua Língua Materna, correCtamente (e vinquei bem o C), porque num futuro próximo, quando fores mais crescida, não pretenderás escrever incorreCtamente a tua própria Língua, que é uma Língua europeia e culta, trocando-a por uma ortografia sul-americana, que nada tem a ver com a Europa; e também a escrever correCtamente a Língua dos Ingleses, que não é a tua Língua, e também é uma Língua europeia e culta».
Fez-se um certo silêncio.
Contei-lhe, então, a minha história: a de ter aprendido a ler e a escrever no Brasil, à moda do Brasil, ou seja, usando a ortografia que agora estão a obrigá-la a aprender na escola, embora ela não esteja no Brasil; mas eu, era lá que me encontrava, desde os dois anos, e não tive outra opção. Com oito anos regressei a Portugal, e tive de reaprender a ler e a escrever a minha Língua Materna; e mais duas vezes fui e vim, vim e fui, e mais duas vezes tive de escrever e reescrever a Língua à moda do Brasil, e à moda de Portugal, durante a infância, a adolescência e parte da juventude.
Mas quando se é criança aprende-se e desaprende-se tudo muito facilmente. Só quem não está atento ao desenvolvimento das crianças, só quem não sabe nada sobre crianças, é que não sabe disto, o que parece ser o caso dos governantes portugueses e dos acordistas.
Portanto, os pais ou avós que se interessem realmente pelas suas crianças, devem dizer-lhes que estão a aprender a escrever incorreCtamente a Língua Materna delas, mas deverão aprender a escrevê-la correCtamente, fora da escola (na escola, por incrível que pareça, penalizam as crianças que escrevem correCtamente a sua Língua Materna) porque não seria justo saberem escrever a Língua Inglesa, com todas as letras que não se pronunciam (e são bastantes) e serem capazes disso; e não escreverem a Língua Portuguesa, com todas as letras que não se pronunciam, apenas porque um punhado de ignorantes as consideram mais estúpidas do que as crianças inglesas.
E isto não se faz.
As nossas crianças não merecem tamanha desconsideração.
Miguel Esteves Cardoso abordou esta problemática de um modo excePcional, e só posso fazer minhas as suas palavras.
Isabel A. Ferreira
****
Texto de Miguel Esteves Cardoso
O segundo acto
«Daqui a 50 anos, em 2065, quase todos os opositores do analfabeto Acordo Ortográfico estarão mortos. Em contrapartida, as crianças que este ano, em 2015, começaram a ser ensinadas a escrever tortograficamente, terão 55 anos ou menos. Ou seja: mandarão no país e na língua oficial portuguesa.
A jogada repugnante dos acordistas imperialistas — ignorantes e cada vez mais desacompanhados pelas ex-colónias que tentaram recolonizar ortograficamente — terá ganho tanto por manha como por estultícia.
As vítimas e os alvos dos conspiradores do AO90 não somos nós: são as criancinhas que não sabem defender-se. Deseducando-as sistematicamente, conseguirão enganá-las facilmente. A ignorância é a inocência. Pensarão, a partir deste ano, que só existe aquela maneira de escrever a língua portuguesa.
Os adversários morrerão e predominará a inestética e estúpida ortografia de quem quis unir o "mundo lusófono" através de um Esperanto lusográfico que não tem uma única vontade colectiva ou raiz comum.
Como bilingue anglo-português, incito os jovens portugueses que falam bem inglês (quase todos) a falar português com a exactidão fonética, vinda do bom latim, da língua portuguesa. Eu digo "exacto" e "correcto" como digo "pacto" e "concreto". Digo "facto" como fact, tal como "pacto" como pact.
Falar como se escreve (ou escrevia) é um acto de rebeldia. Ler todas as letras é libertador. Compreender a raiz das palavras é conhecê-las e poder tratá-las por tu.
Às armas!
Miguel Esteves Cardoso»
Fonte:
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-segundo-acto-1696097?fb_ref=Default#/comments
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