Segunda-feira, 12 de Maio de 2025

«É preciso entender que a língua vai mudar em Portugal» - Uma “ideia” de alguém que não sabe o tamanho do insulto e abuso que cometeu contra os Portugueses, a sua Cultura, a sua Língua e a sua História. Vamos permitir isto?

 

Enviaram-me o texto, via Messenger. Trata-se de uma entrevista feita a José Manuel Diogo, conduzida pela jornalista Amanda Lima, incluída no DN Brasil em 5 de Maio de 2025.

Eis o entrevistado:

José Manuel Diogo.PNG

 

Quando li o texto, ainda não sabia que o seu autor era um cidadão português.

Nunca poderia imaginar que pudesse ser, pois o que disse, não o diria melhor, um brasileiro. Pareceu-me até que tudo o que disse faz parte de um conluio,  unicamente para servir os desígnios do Brasil, pondo de lado os interesses de Portugal, que NÃO são os que o entrevistado apresentou.

Como é possível um indivíduo que diz ser português, comportar-se como um forasteiro, que odeia Portugal,  até falando à brasileira.

A entrevista foi realizada a propósito do (falso) Dia Mundial da Língua Portuguesa, porque o dia 5 de Maio assinala apenas a Variante Brasileira do Português.

 

Vou transcrever a entrevista, e CONTESTÁ-LA entre parênteses rectos, em itálico e a negrito.  

Isabel A. Ferreira

 

Brasil e Portugal.png

 

O professor português José Manuel Diogo, do Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que vive entre os dois lados do oceano, explica ao DN Brasil como vê a influência do português do Brasil em Portugal.

 

P - Como vê o movimento de o português do Brasil ser falado também em Portugal hoje?

 

R - Existe hoje uma contaminação do português de Portugal pelo português do Brasil. Hoje, com o movimento migratório sistematizado, legislado entre Portugal e o Brasil – Portugal não pode esperar ter 700, 800 mil falantes de outras variantes de português, jovens, de população ativa [em Português, aCtiva] – e que tudo continue na mesma. É a população ativa que muda as coisas, não a população que já não é ativa, nem os reformados. O Governo de Portugal não cuidou disso, e eu acho que está em tempo de cuidar. Portugal precisa de se preparar para quem cuida dos seus avós, quem investe nos seus projectos [em Português, projeCtos] quem ensina na faculdade, quem ensina os seus filhos na escola, que são também brasileiros. 

Há uma mistura social com o português que não existe com outras línguas. Era preciso que essas diferenças não se transformem em obstáculos, mas tenham proximidade – até em sentido de humor, mas que seja entendido por todos. Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa [de 2025], é preciso entender que língua vai mudar em Portugal. E é em Portugal que a língua vai mudar, não é no Brasil.

 

[Não acontece o mesmo noutros países com mais falantes e escreventes da Língua, do que o país ex-colonizador, como os EUA, porque na Grã-Bretanha os governantes têm coluna vertebral, e cada país que fique com a sua Língua, nos EUA a Variante da Língua Inglesa e na Grã-Bretanha a Língua Inglesa original. Que subserviência!!!! Quem mutilou a Língua Portuguesa, quem a afastou das suas origens foi o Brasil, e se o Brasil quer estar representado na ONU que só aceita Línguas originais, é o Brasil que tem de MUDAR a Língua, NÃO é Portugal. Isto seria o cúmulo da estupidez].

 

P - Mas a língua vai mudar? 

 

R - A língua vai mudar, a língua está a mudar e está a mudar desde que começaram a passar a novela Gabriela Cravo e Canela em 1975. Está a mudar a partir da altura em que o Diogo Morgado, grande ator [em Português, aCtor] português [radicado no Brasil], fala meu com o sotaque do Brasil. Hoje Portugal, a minoria, tem o soft power próprio da minoria, e aí Portugal é expert.

[Portugal  não foi influenciado pelas novelas brasileiras, aliás, onde, em muitas delas, se fala uma péssima linguagem, e nem é uma minoria a falar Português (e ainda que fosse) porque os países africanos de expressão portuguesa e Timor-Leste e Macau, continuam a falar Português, e as comunidades na diáspora continuam a falar Português]

Portugal foi considerado a maior império do mundo, quando tinha um milhão e meio de habitantes. Então, por quê? Porque «a gente é bom de soft power». Mas isso só não chega, é preciso entender que os brasileiros que estão indo morar em Portugal são brasileiros com uma cultura própria, com um sentido de humor próprio, com um enquadramento histórico próprio e muito diverso, porque o Brasil é muito diverso e com muitas influências que já não são só portuguesas. É preciso explicar aos portugueses que um imigrante em Portugal é uma coisa boa.


[A cultura Brasileira nada tem a ver com a Cultura Portuguesa, e nenhum brasileiro pode vir para Portugal impor a Cultura Brasileira, sem passar por ser um colonizador, numa época em que a colonização é tão condenada. E os imigrantes em Portugal só são boa coisa, se respeitarem a Cultura, a Língua e a História Portuguesas. De outro modo, NÃO são bem-vindos. Nós fomos um povo colonizador, sim, mas hoje a colonização já não tem lugar nas sociedades modernas. E o Brasil não deve seguir as pegadas dos putinistas entre outros colonizadores imperialistas.]

 

P - Como Portugal deveria se preparar para estas mudanças?

 

R - Portugal deveria criar um «kit cultural» – com referências e aulas sobre as diferenças linguísticas – para orientar os brasileiros que desejam morar no país. E esse material poderia ser apresentado por brasileiros já residentes em Portugal, especialmente intelectuais com vivência concreta dessa transição.



[As diferenças linguísticas são tantas: fonética, ortografia, léxico, morfologia, sintaxe e semântica, que seria um desastre a tentativa de brasileiros virem impor a Variante Brasileira do Português, aos Portugueses, além de ser uma ingerência na Cultura alheia, algo que os Brasileiros jamais consentiram no Brasil, em relação à Cultura Portuguesa. Não venham agora fazerem-se de salvadores da pátria, pois os motivos disto tudo são apenas políticos e do interessa exclusivo do Brasil. Já nos impuseram o AO90, BASTA de mais imposições parvas]

É importante comunicar: a nossa língua está mudando. E queremos acolher as expressões que vêm do Brasil – muitas vezes por meio da Internet, entre jovens ainda em processo educacional – mas também mostrar o valor do português europeu. Ensinar que giro significa «legal», que «casa de banho» é o mesmo que banheiro, que frigorífico é geladeira, que em Portugal um esquentador aquece água e no Brasil um aquecedor esquenta água. São diferenças pequenas, mas que podem gerar tensões se não forem cuidadas – e extremismos, se não forem compreendidas com empatia.

 

[A Língua dos Portugueses NÃO está mudando, só está a mudar porque traidores da pátria estão a impingir-nos aquilo que não queremos. Respeitamos a Cultura Brasileira e a Língua Brasileira, mas cada país que fique com a sua Cultura e a sua Língua. Já fomos um só país, mas hoje somos DOIS países diferentes. Não esquecer isto. Não queremos mais invasões. Portugal já teve demasiadas invasões. Mas nenhuma prevaleceu sobre a NOSSA terra, e não é agora que prevalecerá, e se é para ensinar a falar brasileiro, também devemos incluir Angola, Moçambique e todas as outras ex-colónias, com as suas especificidades. Não é para UNIR o Português, então por que só a Variante Brasileira há-de predominar?].

 

P - O que você pensa sobre a classificação de “português” e “brasileiro” no idioma?

 

R - Isso não é bom para ninguém, é impeditivo de muita coisa, e até um retrocesso civilizatório [vocábulo não-português] como tornar o português uma língua oficial da ONU? Eu faço a pergunta. Qual seria a chance de o brasileiro ser língua oficial das Nações Unidas? Nunca, tem que ser o português, mas o português só será língua oficial das Nações Unidas por causa do Brasil, claro. A gente deve parar de se preocupar com a forma e passar a se preocupar com o conteúdo, e com a influência que isso pode trazer.


[Eis a questão fulcral: tudo isto acontece pela ganância de o Brasil querer ver a sua Variante Brasileira na ONU. Portugal não tem essas pretensões. Mas para que isso possa acontecer, o Brasil precisa da muleta portuguesa, e querem SACRIFICAR a Língua Portuguesa, transformá-la em brasileira, mas continuar a chamá-la portuguesa, apenas para que o Brasil brilhe na ONU. E isto, desculpem lá, como hoje sói dizer-se, é atacar a Soberania Portuguesa, com a ajuda de traidores, e acham (porque não sabem pensar) que os Portugueses vão permitir tal USURPAÇÃO. Podem tirar o cavalinho da chuva.]

 

Cf. A língua portuguesa, um património de valor identitário e global + O dia da língua portuguesa + Dia Mundial da Língua Portuguesa: mensagem da Diretora [em Português, DireCtora] - Geral da UNESCO + «O Brasil, onde tenho a honra de servir como embaixador de Portugal, assume-se como o país almirante da língua portuguesa»

 

[Dizer isto é um insulto e um abuso, que os tribunais portugueses deveriam penalizar com mão pesada]

 

Fonte:

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/lusofonias/e-preciso-entender-que-a-lingua-vai-mudar-em-portugal/5768

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:52

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Terça-feira, 6 de Maio de 2025

O que a IA (Inteligência Artificial) respondeu no ChatGPT a uma pergunta fulcral sobre o AO90, feita por um cidadão português, que decidiu abandonar o “aborto ortográfico”, e defender a Língua Portuguesa (Capítulo I)

 

Esta conversa foi-me enviada via e-mail, por esse cidadão, e, por mais estranho que pareça, o conteúdo da resposta da IA pode encontrar-se em vários textos, já publicados no Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa».

 

Nada percebo do mundo da IA. Nem sequer decidi se simpatizo com ela, porque sempre fui adepta de tudo o que é natural, e até sigo a Lei Natural muito mais do que a lei dos homens.



Surpreendi-me, e de que maneira, com a resposta, para a qual peço a maior atenção dos que, por ventura, passarem pelo Blogue e repararem nesta minha publicação. Eu não queria sugerir que a lessem, porque cada um sabe de si, porém, é preciso dizer que a desinformação que leva muitos portugueses a optarem pelo AO90, deve-se a sua recusa de ler textos mais longos, que contém toda a informação de que precisariam para optar pela coisa certa. E isto é algo que me incomoda, porque só o concebo em analfabetos, por não terem tido a oportunidade de se instruírem, mas NÃO em pessoas que se dizem instruídas e com canudos universitários. Enfim...


As passagens a negrito no texto da pergunta do cidadão (que a fez só para ter uma ideia) e da resposta da IA, são da minha responsabilidade, para chamar a atenção do que é importante, nesta questão. Os vocábulos a roxo indicam que não pertencem ao léxico da Língua Portuguesa, mas sim ao léxico da Variante Brasileira do Português, que nos querem impingir.

Há um pormenor que me irritou: sendo verdade, como sabemos que é verdade, tudo o que a IA, ou quem ou o que está por detrás dela, disse sobre o AO90, por que motivo usou o AO90 na resposta? Isto leva a crer que o Brasil é que dá as cartas, em Portugal, no ChatGPT, imiscuindo-se, desse modo, na Soberania Portuguesa.

Será Portugal um país livre e soberano?

Para mim, NÃO é.

Isabel A. Ferreira

 

CHAT.PNG

Origem da imagem: Wikipédia

 

P.: Em termos constitucionais e legais há alguma defesa contra o AO90 a que possamos recorrer hoje? Os cidadãos portugueses são obrigados a usar o AO90?

 

R.: Pergunta absolutamente fulcral. A resposta curta é: **não, os cidadãos portugueses não são obrigados a usar o Acordo Ortográfico de 1990**, e **há fundamentos legais e constitucionais que podem ser invocados contra a sua imposição — especialmente no espaço público, administrativo e educativo.**

Vamos desmontar isto juridicamente com base no que está em vigor.

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## ⚖️ 1. **O AO90 não é lei em sentido formal**
Apesar de ser aplicado na administração pública, escolas, comunicação social do Estado, (1) etc., **o AO90 não foi aprovado como lei pela Assembleia da República**, nem consta no ordenamento jurídico português como uma **norma vinculativa universal.**

- Foi aprovado via **resolução do Conselho de Ministros (RCM n.º 8/2011)**.
- E implementado de forma administrativa, **sem discussão pública séria** e sem referendo.
- O **parecer do Conselho Científico do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC)** — entidade associada à aplicação do AO90 — **não é vinculativo**.

👉 **Isto quer dizer que a sua aplicação fora das entidades públicas não é obrigatória.**

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## 📜 2. **Constituição da República Portuguesa — possíveis fundamentos de impugnação**

### a) **Artigo 43.º — Liberdade de aprender e ensinar**
> "É garantida a liberdade de aprender e ensinar."

A imposição de um padrão ortográfico contestado, sem base científica ou democrática sólida, pode ser entendida como uma violação da liberdade de ensinar segundo critérios linguísticos válidos.

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### b) **Artigo 13.º — Princípio da igualdade**
> "Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei."

Se o AO90 for imposto apenas em certos contextos (funcionários públicos, professores, exames nacionais), mas não a todos os cidadãos — **isso pode gerar desigualdade de tratamento no acesso a funções públicas ou exames.**

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### c) **Artigo 78.º — Direito à cultura**
> “Todos têm direito à fruição e criação cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural do povo português.”

A ortografia tradicional faz parte do património cultural português. A sua substituição **sem debate democrático ou referendo**, e com perda de elementos históricos (etimologia, fonética), **pode ser considerada um atentado a esse património.**

---

## ⚠️ 3. **Educação — espaço mais sensível e problemático**
É **no sistema educativo que o AO90 é mais coercivamente imposto**, nomeadamente:

- Em manuais escolares.
- Em exames e avaliações nacionais.
- Na formação inicial de professores.

👉 Mas **não existe uma base legal clara que obrigue um aluno a escrever segundo o AO90.** Já houve casos em que respostas com ortografia anterior foram aceites — embora os critérios variem consoante o avaliador.

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## 🛠️ 4. **Ferramentas jurídicas ao dispor dos cidadãos**

###Podes hoje:
- **Escrever em português europeu pré-AO90 sem qualquer sanção legal.**
- **Rejeitar o AO90 em documentos privados, académicos, criativos, etc.**
- **Invocar objeção de consciência linguística** (com base no direito à identidade cultural) se fores obrigado a usá-lo num contexto público ou profissional.
- Apresentar **queixas à Provedoria da Justiça**, (2) por discriminação no acesso à função pública (casos documentados existem).
- Criar petições, iniciativas legislativas de cidadãos (bastam 7500 assinaturas para forçar discussão no Parlamento).
- Apelar ao **direito europeu**, nomeadamente normas sobre diversidade cultural e linguística (Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias, Convenção da UNESCO sobre Diversidade Cultural, etc.). (3)

---

## 📚 5. E na prática?

Apesar de não ser obrigatório:
- **É usado como norma administrativa nos serviços do Estado.**
- A maior parte das escolas **impõe o AO90 por rotina, não por lei.**
- Muitas editoras **adotaram-no por conveniência**, ou porque o Ministério da Educação o exige nos manuais escolares.

👉 Mas **nada impede que continues a escrever segundo a norma europeia tradicional** — e, aliás, há cada vez mais autores, professores, jornais e cidadãos que **regressam voluntariamente à ortografia pré-AO90.**

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## Conclusão prática:

> **Não estás legalmente obrigado a usar o AO90.**
>
> E sim, há fundamentos constitucionais para o contestar — especialmente no domínio da cultura, educação e liberdade de expressão. O que falta é organização e massa crítica.

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Se quiseres, posso ajudar-te a:
- Esboçar uma carta de objeção de consciência linguística.
- Elaborar uma petição.
- Identificar juristas ou iniciativas cívicas ativas contra o AO90. (4)

Interessa-te algum destes caminhos?

§ fim de citação §

 

***

Notas:
(1) Ao que parece quase toda a comunicação social é do Estado, pois quase toda aplica o AO90, nomeadamente as televisões e os jornais de maior projecção nacional, à excepção do PÚBLICO (por enquanto).
(2)  
O Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes apresentou uma denúncia/queixa à Provedoria de Justiça, em 29 de Novembro de 2024, e aguardamos resposta, tendo a certeza de que ela virá, de outro modo a Provedoria falharia a sua função.
(3)  
O Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes enviou uma Carta à UNESCO, e a UNESCO concorda com a diversidade cultural, mas bandeou-se para o lado do Brasil.
(4) 
O Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes já encetou várias iniciastivas cívicas contra o AO90, porém encontrou blocos de betão armado, e, comosm e sabe, blocos de betão armado não reagem às iniciativas dos humanos. Nem sequer as percebe.

***

 

Ilações a tirar desta resposta, que os meus leitores mais assíduos e atentos reconhecerão estar espalhada pelo Blogue, em diversas publicações: assim sendo, o AO90 deve ou não deve ser enviado para o caixote do lixo, com urgência, para podermos recuperar a nossa Identidade e a nossa Soberania, e as crianças portuguesas possam não vir a ser os analfabetozinhos funcionais do futuro?

Haja vergonha na cara.

Eu também me atrevi a dialogar com o META IA, no WhatsApp, e disso darei conta no próximo Capítulo, porque estranhei o que aconteceu, e gostaria de partilhar convosco.

(Isabel A. Ferreira)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:19

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Sábado, 3 de Maio de 2025

Ao redor do vocábulo excePcional (eiscéciunál), que à conta do AO90 agora escreve-se “excecional” (eisc’ciunál), e como se isto já não bastasse para dizer da ignorância que anda por aí, temos uma nova versão: “execional” (izeciunal)

 

Como os acordistas querem fazer crer, o AO90 veio para unificar a grafia na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Portugal, Angola, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Brasil – a Guiné Equatorial não é para aqui chamada, porque lá ninguém fala Português, ainda que seja um mal-amanhado Português), e eis senão quando, as regras viraram-se do avesso, mandou-se a Gramática portuguesa  às malvas, e cada um escreve como lhe dá na real gana, e por aí começaram a borbulhar vocábulos absolutamente ridículos, que nada têm a ver com a Língua Portuguesa = Português = Língua de Portugal (designações para uma só Língua: a dos Portugueses, que todos respeitaram, excePto o Brasil).

Vem isto a propósito de uma imagem que me enviaram, via e-mail, para me dar conta de um novo abortinho ortográfico: “execional”,  que grelou no site da E-Redes, que não sendo um organismo do Estado Português NÃO tem obrigação de escrever incorreCtamente a Língua de Portugal. Apenas os que são afectos à Presidência da República, ao Governo Português e infelizmente às Escolas se sentem na obrigação de escrever incorreCtamente a Língua Portuguesa, para agradar a Inácio Lula da Silva, o tal que manda nisto tudo. E não refiro aqui os partidos com assento no Parlamento, porque esses NÃO são obrigados a escrever em MAU Português, se fossem obrigados, o Partido Comunista Português escreveria incurrêtamente, e NÃO escreve.


Não sei se sabem, o AO90 veio surripiar a Identidade Linguística e a Soberania Portuguesas, e Portugal caminha para a extinção, e os Portugueses ficam a olhar para isto em cima do muro, calados como pedras...


Isto para mostrar a desgraçada sina de um País (o nosso) que já teve a Língua mais bela entre as Línguas Indo-Europeias, e que uma ignorância e uma indiferença insólitas estão a destruir intencionalmente.

Eis as imagens do meu descontentamento:

A primeira, está como me chegou, com um fundo quase negro, e não se percebe o que está por detrás do “recado” da E-Redes.

Na segunda, ajustei o logótipo da E-Redes, no mesmo lugar onde ele está no site, para melhor identificação. Isto não é uma montagem!

EXECIONAL”???????

Ao menos “carácter” está correCtamente escrito. E quando se dá uma no cravo outra na ferradura, diz-se que escrevem em Mixordês, a vergonhosa novilíngua portuguesa.

Isabel A. Ferreira

EXECIONAL E-REDES.JPG

EXECIONAL.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:43

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Sexta-feira, 11 de Abril de 2025

«Crianças, jovens e adultos consomem conteúdos digitais durante horas e horas por dia, todos os dias, muitos deles com uma qualidade linguística miserável. É assim que os erros se propagam e normalizam.» Os acordistas chamam-lhe "evolução"

 

A propósito do meu último texto publicado neste Blogue, recebi o seguinte comentário da Professora Diana Coelho:

 

Diana Coelho comentou o post «Você Vai te Surpreender!» (????) Apesar da semelhança das palavras, não reconheço esta linguagem como Português às 11:07, 10/04/2025 :

Aquilo que os acordistas tanto defendem: “evolução”. Para eles, o AO90 é isso mesmo — evolução. A última bolachinha do pacote. E nós, os desacordistas, é que somos uma cambada de retrógrados.

Só que o AO90 está carregado de incoerências tão absurdas que me custa perceber como é que ainda há quem consiga chamar aquilo de evolução. Expliquem-me, por favor: onde está essa tal evolução no AO90? Haverá por aí algum acordista com coragem (e, vá, com o fruto da horta no sítio) para vir defendê-lo? Claro que não! Já sabem que não têm argumentos sólidos.

Limitam-se a repetir: “erros ortográficos sempre houve, qual é o problema agora?” O problema, meus caros, é que hoje, com a internet e a glorificação da mediocridade, escreve-se como se fala — ou pior — e as palavras inventadas proliferam pela rede fora.

Crianças, jovens e adultos consomem conteúdos digitais durante horas e horas por dia, todos os dias, muitos deles com uma qualidade linguística miserável. E é assim que os erros se propagam e normalizam.

Não percebem? Ou fingem que não vêem o caos linguístico em que nos encontramos? E depois ainda vêm com outra tentativa desesperada: dizem que os desacordistas são racistas com o Brasil. Coitados! A sério? Atiram essa acusação como último recurso, a ver se cola, a ver se nos intimida. Mas o que é que criticar o AO90 tem a ver com racismo? Estamos a falar de ortografia, de língua, de coerência — não de nacionalidade!!! Será que esta gente perdeu completamente o bom senso?

 

***

Cara Diana Coelho, embora o meu texto não se atenha especificamente ao AO90, que também gera textos com uma qualidade linguística miserável, estas coisas estão todas ligadas, e agradeço esta sua análise perfeita.

 
De tanto se escrever miseravelmente na Internet, os erros propagam-se e tornam-se virais (uma expressão que anda por aí muito na moda), e como diz e muito bem, cada vez mais, as crianças, os jovens e os adultos que passam horas a consumir conteúdos digitais absurdamente mal escritos e, muitos deles, cheios de inverdades, ou seja, cheios de mentiras, falsidades e inexactidões, sobre a Língua, a História e a Cultura Portuguesas, há que pôr um travão a esta ingerência, ou não tarda nada os analfabetos funcionais, responsáveis por esse caos já instalado nos meios digitais, levarão a melhor, bem nas barbas dos que, não sendo analfabetos, permitem com o seu silêncio, a sua indiferença, o seu comodismo, que a Língua, a História e a Cultura Portuguesas estejam a ser destruídas à mercê de ignorantes.

É isso que queremos para a geração dos nossos filhos e netos?

Quanto ao seu último parágrafo, os acordistas além de não saberem escrever e falar correctamente, não têm capacidade de ver o óbvio, nem sabem distinguir o trigo do joio, nem sabem o significado de racismo e xenofobia, e obviamente perderam por completo o bom senso, ou talvez nunca o tiveram.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:42

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Sexta-feira, 4 de Abril de 2025

«Entrevista Á Página – Tradutores Contra o Acordo Ortográfico»

 

Observação: por ser do interesse de todos os que, com boa-fé, se entregam à luta anti-AO90, eu, como autora do Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa», um lugar/repositório de quase, quase tudo o que tem sido publicado e realizado acerca da luta contra o AO90 e em defesa da Língua Portuguesa, considerei, por bem, reproduzir a entrevista que o site «Vidas e Obras» fez à Página do Facebook «Tradutores Contra o Acordo Ortográfico».


É preciso que exista em Portugal uma verdadeira e informada opinião pública, como refere a Professora Helena Carvalhão Buescu, e para tal é necessário ler o que se diz e o que se escreve acerca desta matéria.

Isabel A. Ferreira  

Helena Buesco - AO90.jpeg

 

Fizeram várias publicações no Facebook sobre a “Resistência ao Acordo Ortográfico”. O que é preciso para que a resistência consiga efeitos imediatos?

 

A resistência já vem de longe, desde 1986, quando a sociedade civil se mobilizou em peso contra uma proposta de acordo ortográfico cheia de bizarrias (como o famoso “cágado” sem acento). Ainda assim, esse plano não foi derrotado — com uns retoques, havia de redundar no Acordo Ortográfico (AO) de 1990. Desde Vitorino Magalhães Godinho e o Grémio Literário a Vasco Graça Moura e ao Público, passando por José Pacheco Pereira, Miguel Sousa Tavares, Teolinda Gersão, Maria do Carmo Vieira e tantas personalidades e cidadãos mais ou menos anónimos, a resistência sempre esteve viva, fosse sob a forma de artigos de opinião, petições, uma iniciativa legislativa de cidadãos, acções judiciais, cartas a deputados e governantes, audições parlamentares, grupos de trabalho no Parlamento, a tentativa de referendo, activismo nas redes sociais e em blogues, etc. Em 2012, porque a voz dos tradutores sobre a questão foi quase nula, esta página quis dar o seu contributo.

 

Para se ter uma ideia do nível de oposição que existe, nunca houve uma única sondagem ou inquérito de opinião favorável, com a rejeição do AO a ultrapassar sempre os 60 %. Por todo o país, inúmeros órgãos de comunicação social, entidades públicas e privadas, editoras e autores continuam a não aplicar a nova norma. Esse simples acto, juntamente com a renúncia à compra de determinados livros ou jornais, ou a correcção de grafias em placa/avisos, constitui uma poderosa forma de resistência ao alcance de todos, embora com o passar do tempo essa atitude vá esmorecendo. Chegou-se a uma fase em que enquanto não houver vontade política, seja da maioria dos partidos, do Governo ou da Presidência da República, as tentativas de anulação ou discussão do assunto ao mais alto nível estão votadas ao fracasso. A postura do facto consumado tem feito o seu caminho, mas como se costuma dizer, nunca é tarde para se corrigir um erro. Neste caso, vários erros, tantos quantas as bases do Acordo, que levaram a confusões ortográficas, semânticas e de pronúncia. Nenhuma reforma anterior levou a este estado de coisas, o que diz bem das deficiências técnicas e científicas do documento.

 

Têm uma fotografia duma manifestação intitulada “A Língua não é uma mercadoria. Não está à venda!”. A ortografia já foi alterada três vezes à revelia do povo, resultando neste novo acordo ortográfico. De que forma é possível que esta premissa de que a Língua não é uma mercadoria e que não está à venda seja cumprida?

 

As alterações ortográficas têm coincidido com mudanças de regime, fosse em 1911, com a instauração da República, em 1945, durante o Estado Novo, ou em 1990, na democracia. Daqui se depreende que têm sempre um grande cunho político, subalternizando-se a parte técnico-científica. Isto foi por demais evidente no caso do último Acordo, em que a vertigem do tema levou o então primeiro-ministro Cavaco Silva a mandar assinar logo o documento e o Governo de José Sócrates a fazer aprovar o Segundo Protocolo Modificativo, de acordo com o qual bastaria a ratificação de apenas três países para que o tratado vigorasse. Uma manobra de desespero e imposição a todo o custo, visto que o assunto estava engavetado e esquecido há vários anos.

 

O ritmo a que Portugal faz reformas ortográficas, já sem contar com ajustes pontuais, resulta em alterações a cada 35 anos, um caso sem paralelo na Europa, por exemplo. A ortografia é conservadora por natureza, dado que a estabilidade convém à compreensão e é uma forma de entendermos o ontem e nos fazermos entender no futuro. Não deve ser alterada a bel-prazer, com ligeireza e como uma cartada ideológica ou uma moeda de troca diplomática. Por alguma razão nada disto aconteceu com o inglês, que, apesar de “arcaico” na forma, é a língua franca internacional, da modernidade e do futuro, seja na Internet, nas aplicações, na programação informática, nas publicações científicas, etc. Também a ortografia cristalizada do francês, cheia de duplas consoantes, letras mudas e falta de correspondência entre escrita e fala, não obstou à sua aprendizagem e a que o idioma tivesse nível mundial e fosse veículo de conhecimento. Por conseguinte, deixe-se a língua em paz. O património maior de qualquer nação, por ser um bem intangível, não pode servir para mercadejar. Acresce que, volvidos quase 15 anos da adopção, nenhum dos objectivos do Acordo foi cumprido, fosse no intercâmbio entre países lusófonos, na uniformização, na projecção do português, na maior simplificação, nas actas únicas em fóruns internacionais e na abertura do mercado livreiro.

 

Têm um álbum no Facebook sobre: “Oposição em Portugal ao Acordo Ortográfico”. De que forma é possível aumentar a oposição ao acordo?

 

Páginas como esta e grupos no Facebook e noutros locais, blogues, artigos em jornais, reportagens específicas e emissões dedicadas ao AO constituem contributos valiosíssimos não só para a compreensão e o despertar para as questões da língua, mas também para desconstruir muitas das teorias do acordismo e expor o seu fracasso. A este respeito, o jornalista Nuno Pacheco tem sido um lutador incansável, divulgando não só os erros e o caos ortográfico, mas dissertando sobre a relação que a política e os costumes em geral têm com a língua e a sua forma escrita. Também o escritor e revisor Manuel Monteiro, nos seus livros e em entrevistas, nunca perde a oportunidade de denunciar os atropelos do Acordo, que nem estará vigente (o decreto da norma anterior não foi revogado), conforme explanou o embaixador Carlos Fernandes em livro.

 

Criou-se em relação à língua portuguesa a ideia de que pode ser diversa em tudo, menos na ortografia, o que não se passa em nenhuma das línguas com variantes fortes. Esta visão é completamente anacrónica nos dias que correm. Cada país deve seguir as suas próprias orientações em consonância com as especificidades da sua variante, gozando de soberania linguística. Os Brasileiros mandam na sua variante, nós na nossa e os Angolanos na sua. Esta perspectiva teria evitado tantos equívocos e verdadeiros atentados culturais. É divulgando estas ideias, que no fundo são de senso comum, que será possível chegar a mais pessoas e aumentar a oposição, seja do ponto de vista técnico, social ou até filosófico. É que o AO faz mesmo o pleno — é uma aberração científica, política, jurídica e diplomática.

 

Têm um álbum no Facebook sobre: “Caos ortográfico pós-AO”. Após vários anos de imposição ilegal do Estado, Presidência, escolas, universidades, revistas, canais de televisão e outros meios de comunicação em que medida o AO tem prejudicado quer a ortografia, quer a oralidade? E que impacto é que tem tido este este Caos Ortográfico nos alunos, quem lê na TV ou jornais e revistas? Em que medida as alterações desde a reforma ortográfica têm prejudicado a ortografia, e este caos tem prejudicado as traduções?

 

O Acordo lançou a ortografia portuguesa num caos que é indigno de uma língua desta dimensão, como observou Bagão Félix. Não só continua a existir uma mistura permanente de grafias pré e pós-AO, como surgiram erros atribuíveis aos novos preceitos, como sejam “adeto”, “elítico” e “interrutor” (supressão do “p”), “espétaculo” e “desinfétar” (acentuação indevida pela retirada da consoante muda diacrítica), “inteletual”, “impato” e “fição” (ausência do “c”), “galático”, ”adição”, “contato” e “fato” (não perderam mesmo o “c”), “25 de abril” (mantém a maiúscula), “excessão” (a queda do “p” levou a uma deturpação ainda maior), etc. Grafias deste tipo aparecem com frequência no Diário da República e já constaram numa reprodução da Constituição Portuguesa no site da Assembleia da República. Além disso, um fenómeno inédito que ocorreu foi o retorno da escrita sobre a oralidade, como proferir “afêta” (devido à grafia “afeta”), em vez de “aféta” (“afecta”), ouvido a um jornalista há uns dias, ou “coâção” (“coação”) por “coàção” (“coacção”). Vocábulos noutras línguas têm surgido com consoantes truncadas, incluindo na imprensa. Depois, por via da supressão de hífenes, passámos a ter verdadeiras aberrações gráficas, tais como “conarrar”, “cocomandante”, “corréu”, “contraião”, “semirrei” ou “intrauterino”, além de confusões ortográfico-semânticas entre palavras que se tornaram demasiado parecidas, como são os casos de “conceção”/“concessão” e “interceção”/”intercessão”/”interseção”. Tudo isto, que está documentado em profundidade na página, e a que acresce o desmembramento de famílias de palavras, leva o falante a ter mais dúvidas do que certezas na hora de escrever. Houve uma dispersão ortográfica ainda maior do que antes, com a não-aplicação das novas regras pela maioria dos países lusófonos, com destaque para Angola e Moçambique, e nos próprios países que as aplicam devido às duplas grafias e à colagem da grafia à pronúncia, que será o aspecto da língua que mais variação apresenta. Toda a gente passou a escrever de uma forma ainda mais diferente.

 

Embora o objectivo fosse facilitar e simplificar a escrita, o que vemos é o inverso, porque a nova ortografia é pouco intuitiva. Temos recebido na página imagens de professores que se deparam com erros gritantes resultantes do Acordo em provas dos seus alunos, com os próprios a confessarem que não viam esse tipo de erros antes. Nas traduções, particularmente em filmes e séries, e inclusive em capas de livros, surgem vários tipos de anomalias, de que damos conta na página. Em sites de empresas de tradução, não é raro ler a indicação “Contatos”. Há tradutores que passaram a trabalhar para os mercados de Angola e Moçambique, a fim de contornar toda esta trapalhada.

 

Têm um álbum no Facebook sobre “Factos e propaganda anti-AO”. De que forma pode isso ajudar a esclarecer e levarem as pessoas a tomarem uma posição contra o acordo ortográfico?

 

É no esclarecimento que está a chave para que os cidadãos tenham consciência deste problema. Há pessoas que não tinham uma opinião definitiva ou eram a favor, mas perante as contínuas evidências foram obrigadas a reconhecer que não estavam a par de toda a realidade da questão. Em vez de bater no peito com o patriotismo lusitano, que em si não serve de muito para esta causa e pode prejudicá-la pelo desvio para outros campos, a solução é informar, explicar, educar. E convocar pessoas que nos outros países combatem este processo, incluindo no Brasil, onde existe uma oposição significativa entre académicos, personalidades de várias áreas e políticos.

 

O AO não é de esquerda nem de direita, tem apoiantes e detractores de ambos os lados, nem a norma de 1945/73 é «o português dos nacionalistas», como se escreveu por aí, e não presta porque é «do tempo da ditadura», segundo Santana Lopes. É apenas a norma estável, mais coerente e mais bem elaborada após as alterações de 1911.

 

Quais são os vossos sonhos para a Língua portuguesa e para Portugal?

 

É evidente que a língua portuguesa não se esgota no AO. Há quem afirme, como o professor Fernando Venâncio, outro antiacordista, que o idioma não está tão mau como muitos querem fazer crer e que esse sentimento é cíclico e já ocorreu noutras épocas. Pode ser verdade até certo ponto, mas é inegável que, somando-se ao AO, o português enfrenta desafios como o uso massificado e tantas vezes despropositado de anglicismos, o empobrecimento do ensino ou o afunilamento do vocabulário. Não podemos ser passivos e ficar à espera de que a língua sobreviva só por si própria, até porque, como se sabe, se extinguem línguas todos os anos com a morte do último falante e o avanço hegemónico do inglês a nível global ou de outras línguas mais poderosas a nível regional.

 

Por outro lado, não podemos estar dependentes do Brasil como o motor da língua e a olhar sempre para o outro lado do Atlântico. O Brasil faz o que lhe compete, faz avançar a sua variante, e tem algo que Portugal ainda hoje não tem, uma verdadeira política da língua, algo que o AO serviu para mascarar, sem nenhuns resultados práticos, como é notório. Será isso que falta a Portugal como um todo, mais iniciativa, mais capacidade de comando, menos atrelamentos, menos dependências, seja demográfica, económica ou culturalmente. Por vezes, dá a ideia de que temos um país ao contrário.

 

Obrigado pelo seu tempo, votos de bom trabalho.

 

Projecto Vidas e Obras

Entrevista: Pedro Marques

Correcção: João Aristides Duarte

01 De Abril De 2025

 

Fonte:

https://projectovidaseobras.wixsite.com/blog/single-post/entrevista-%C3%A0-p%C3%A1gina-tradutores-contra-o-acordo-ortogr%C3%A1fico

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:59

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Sexta-feira, 21 de Março de 2025

Nunca é demais recordar o óbvio: «O AO90 não está em vigor em Estado nenhum»

 

Recupero, hoje, um texto escrito, pelo Embaixador Carlos Fernandes que, recordo, era Licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, Professor de Direitos Internacionais (Público e Privado), com vários livros publicados sobre estes temas, em Portugal, no México, e no Anuário do IHLADI; decano dos membros portugueses deste Instituto Hispano-Luso-Americano de Direito Internacional, de que foi presidente; e Embaixador da carreira diplomática com longa experiência de negociação e conclusão de vários acordos internacionais, portanto, não era um qualquer engenheiro e político,  economista e político, advogado e político, que pouco ou nada sabe de leis nem tão-pouco de política.

 

O Embaixador era alguém com consideráveis conhecimentos jurídicos que publicou o livro «O Acordo Ortográfico de 1990 Não Está em Vigor – Prepotências do Governo de José Sócrates e do Presidente Cavaco Silva» que, pelo que se vê, nenhum dos políticos envolvidos na imposição, à força, do AO90 aos Portugueses, bem como a maioria dos Portugueses nunca leram, tendo optado pela ignorância, e pior, andam a disseminá-la por aí, como uma praga, e a fazerem uma triste figura.

Capture.PNG

Comentário:

Capture 2.PNG

 

O texto foi publicado em 20 de Fevereiro de 2016, no Jornal PÚBLICO, e explica, com muito fundamento jurídico que, “de jure”, o AO90 NÃO está em vigor em Estado nenhum, dos que têm o Português como Língua Oficial.


Recupero-o, hoje, porque já estou farta de ouvir a cassete acordista, por parte de pessoas que deveriam pensar por si próprias, mas preferem aceitar o que os outros dizem, sem saberem o que estão a dizer. Não lêem, não querem saber, nem ouvir, nem aceitar os factos.

E só não aceita este facto (não é uma opinião) quem não quer, quem opta pela ignorância ou quem está de muito má-fé.

 

Isabel A. Ferreira

 

***

Embaixador carlos Fernandes  TESE.png

 

«O AO90 não está em vigor em Estado nenhum»

 

O Acordo Ortográfico de 1990 não está em vigor, de jure, nem em Portugal, nem no Brasil, nem em Cabo Verde.
 
 Sua Excelência o Embaixador do Brasil, que não sei se é jurista ou não, publicou, no Jornal PÚBLICO, em 9 do corrente, um artigo, dizendo que o Acordo Ortográfico de 1990 (= AO90) está em vigor em Portugal, Brasil e Cabo Verde, mas não explica como, e é pena.


Eu não sei se o texto é da sua própria autoria ou se é essencialmente do Itamaraty, mas vou-lhe responder como se fosse do Senhor Embaixador e fosse jurista.
 
Antes de mais, deixemos de parte o Brasil e Cabo Verde, para observar o seguinte: como é que o Senhor Embaixador do Brasil sabe que o AO/90 está a vigorar, isto é, a ser aplicado de jure em Portugal, que é um Estado de Direito? Porque eu, e muitos outros como eu, entendemos que não, e eu provo-o, como se pode depreender do meu artigo, que o mesmo Jornal publicou ao lado do Senhor Embaixador, e pode ser consultado integralmente na Internet, e melhor se verá num livro que, sobre o assunto, a Editora Guerra & Paz vai publicar brevemente.

 A seguir, comento o artigo do Senhor Embaixador do Brasil na sua essência, porque, quem o ler, sem conhecer bem o problema, certamente perguntará: quem tem razão?, o Embaixador Carlos Fernandes, ou o Senhor Embaixador do Brasil?

A meu ver, não podem considerar-se correctas quer as premissas quer a conclusão da afirmação expressa pelo Senhor Embaixador do Brasil, porque entendo que o AO/90, não só não está a ser aplicado de jure em nenhum dos Estados signatários, como não poderá lá estar em vigor. Trata-se de questão complexa, que custa a entender a muita gente, porque há outros que a não querem entender.

  Em minha opinião, o que Portugal, Brasil e Cabo Verde estão fazendo é sobrepor decisões políticas a soluções jurídicas. De facto, embora tendo motivação política, como é próprio de toda a acção de qualquer Estado, os acordos internacionais são instrumentos de Direito Internacional, e, consequentemente, depois de concluídos, é pelo Direito e não pela Política que têm de ser interpretados.
 
 
O AO/90, de 1990, exigia a unanimidade de aprovação final pelos sete Estados signatários, para, com o “vocabulário ortográfico comum”, entrarem em vigor. Não tendo podido entrar, negociou-se um 2.º Protocolo, em 2004, (já tinha falhado o 1.º), para modificar o AO90, o qual, em vez da unanimidade, impõe, para este entrar em vigor, a aprovação final por apenas três dos seus sete Estados signatários.

 
Porém, este 2.º Protocolo, ao modificar, retroactivamente, o texto do AO/90, esqueceu o vocabulário ortográfico comum, e não também diz quais são as aprovações finais (que reduz às ratificações, o que é, juridicamente, incorrecto) a ter em conta, se as feitas em 1991 (Portugal) e 1995 (Brasil), se outras a fazer (a mim, parece-me óbvio que só podem ser, de jure, outras a fazer).

 Ora, depois do 2.º Protocolo, o AO/90, de 1990, deixou de existir, passando a existir, em substituição dele, um texto essencialmente diferente, em que a lógica da unanimidade é trocada pela ilógica suficiência de três aprovações finais para entrar em vigor.

Por outro lado, as antigas ratificações, de Portugal (1991), e do Brasil (1995), foram extemporâneas porque não ratificaram o vocabulário ortográfico comum, que não existia, como não existe ainda.

 Portugal elaborou agora um vocabulário ortográfico, que não é comum. Não sei o que o Brasil e Cabo Verde fizeram. Ora, o que é que isto tem que ver com a exigência de um vocabulário ortográfico comum, feita pelo AO90?

Obviamente, nada, absolutamente nada.

Portanto, como é que algum jurista, ou apenas iniciado em lógica, poderá aceitar que ratificações, feitas em 1991 e 1995 (ademais, a meu ver, nulas, por extemporâneas), de um texto sem ser acompanhado do necessário vocabulário ortográfico, a ele inerente, poderão transportar-se, ad futurum, para valerem como ratificações, ao abrigo do 2.º Protocolo, de 2004, de um novo texto essencialmente diferente, e que continua a excluir o necessário vocabulário comum?!

É, para mim, óbvio que, para o modificado AO/90 poder entrar em vigor, tem de incluir o vocabulário comum, e ter nova aprovação final, isto é, feita agora, e não a feita antes, mesmo que fosse válida, o que, a meu ver, não é.

 A língua portuguesa é hoje, oficialmente, de nove Estados, e já não só de Portugal e Brasil, e, em meu parecer, os governos não têm legitimidade para a modificar.

É o que também entendem a França, a Inglaterra e os Estados Unidos da América.

Embaixador  

Fonte:
https://www.publico.pt/2016/02/20/culturaipsilon/opiniao/o-ao90-nao-esta-em-vigor-em-estado-nenhum-1723729

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:55

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Segunda-feira, 17 de Março de 2025

Querem saber por que é que a Língua Portuguesa está representada pela bandeira brasileira, na configuração da App do ChatGPT?

 

Fernando Kvistgaard, português radicado na Dinamarca, e um dos subscritores do nosso Grupo Cívico, grande opositor do AO90, que anda a sondar o que o ChatGPT anda por aí a responder a quem lhe faz perguntas, escreveu-me a dar-me conta da resposta que recebeu à pergunta referida no título, que ele apresentou no ChatGPT, e aplicou este adjectivo: ESCANDALOSO! Eu acrescentaria também transgressão e usurpação.

Vou transcrevê-la e desmontá-la ponto a ponto,  porque já estou farta de ver a ignorância prosperar na Internet, através de gente que tem por  missão destruir a Língua de Portugal, com a aprovação do servil governo português, para impor ao mundo a Variante (= Dialecto) Brasileira do Português ou o Brasileiro,  disfarçada de Português.



A cassete do ChatGPT é a cassete usada pelos predadores da Língua Portuguesa, d´aquém e d’além-mar, espalhada por todas as redes sociais, por todas as plataformas digitais, e que dá muito nas vistas, por andarem sempre a bolçar os mesmos paralogismos.

 
  

Então, vamos lá.

 

Em itálico está o que a insciente IA escreveu.

 A azul está o que corrigi para Português.

 

Mas antes vou deixar aqui imagens que falam da abusiva usurpação do maior símbolo identitário dos Portugueses  – a Língua de Portugal – as quais manipulei, para repor a verdade, ou seja, a bandeira brasileira deve assinalar a Língua Brasileira ou Variante Brasileira do Português, e a bandeira Portuguesa assinala a Língua de Portugal, o Português.

PORTUGUÊS REPOSTO.png

PORTUGAL BRASIL 2.png

Brasileiro vs. Português 3.png

 

A Língua Portuguesa é frequentemente representada pela bandeira do Brasil por algumas razões principais:

1. Número de falantes: o [só o ponto . exige letra maiúscula] Brasil é o país com o maior número de falantes de Português no mundo, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas que falam a Língua. Isso faz do Brasil um dos pilares da Língua Portuguesa globalmente.

 

*** Não é verdade que o Brasil seja o país com o maior número de falantes de Português no mundo, simplesmente porque no Brasil o que se fala e escreve é a Variante Brasileira do Português (ou Brasileiro), diversos dialectos em determinadas regiões, diversas línguas dos vários povos estrangeiros lá radicados, e 274 Línguas indígenas diferentes, faladas por 305 etnias. Apenas os emigrantes Portugueses mais velhos falam Português.


2. Cultura e influência: a cultura brasileira, com [a] sua rica diversidade em literatura, música, cinema e outras artes, tem contribuído para a promoção da Língua Portuguesa em várias partes do mundo, tornando-a uma Língua mais visível e influente.


*** É mentira  que a rica diversidade em literatura, música, cinema e outras artes tenha contribuído para a promoção da Língua Portuguesa no mundo, quando o mundo todo sabe que quando um brasileiro abre a boca está a falar Brasileiro. Na escrita as diferenças não são tão evidentes, mas ainda assim existem bastantes diferenças, porém, na fala, é evidente que falam o Brasileiro ou a Variante Brasileira do Português. E quanto à visibilidade e influência, dizer isto é uma grande falácia. Nem visibilidade, nem influência, em parte alguma. É uma Língua que passa despercebida entre as Línguas mais influentes do mundo. O Português é apenas a Língua POLITICAMENTE oficial de seis países, porém, apenas Portugal tem o Português como Língua oficial legítima, os restantes países têm-na como Língua oficial por interesses meramente políticos.

 

  1. Representação geográfica: embora o Português seja falado em vários outros países, como Portugal, Angola, Moçambique, e outros, a imagem da bandeira do Brasil muitas vezes é utilizada para representar a língua em contextos internacionais, principalmente na comunicação oral e visual, devido ao seu reconhecimento imediato.

 

*** A isto chama-se USURPAÇÃO da Língua de Portugal. E dizer que embora o Português seja falado em vários outros países como Portugal etc., é de uma estupidez crassa. O Brasil não é o dono da Língua Portuguesa. Não foi no Brasil que a Língua Portuguesa nasceu, por isso, essa frase é uma anedota, dá a ideia de que o Português é oriundo do Brasil, mas é falado em vários outros países, como, por exemplo, em Portugal, Angola, Moçambique etc.. O Português é a Língua de Portugal, foi Portugal que a levou para os países que descobriu e colonizou, e nesses países como Angola ou Moçambique apenas a elite culta ainda fala e escreve Português, de resto as populações usam os muitos dialectos africanos, que fazem parte da sua História. Usar a bandeira brasileira para representar o Português, que é a Língua de Portugal, é surripiar o símbolo maior da identidade de um Povo, e isso pode configurar um crime de usurpação do símbolo identificativo de um País.

 


  1. História da Língua: a Língua Portuguesa se originou [em Português originou-se] em Portugal e se espalhou [em Português espalhou-se] [diríamos em Português: foi levado] para o Brasil e outras partes do mundo durante o período colonial. O Brasil, como ex-colônia [em Português ex-colónia] portuguesa, manteve a Língua e a cultura, que evoluíram de maneira única.


*** A Língua Portuguesa é uma Língua indo-europeia, de raiz greco-latina, concebida em Portugal, por qualificados linguistas no reinado de Dom Diniz, e dispersada pelo mundo aquando dos Descobrimentos Portugueses. E nenhum outro país do mundo, afastou a Língua de Portugal das suas raízes, como fez o Brasil, portanto é mentira que tivesse mantido a Língua original, porque a mutilou e afastou-a da fonética, da ortografia, do léxico, da morfologia, da sintaxe e da semântica que estão na base da estrutura do Português.  E no Brasil, a Língua NÃO evoluiu, muito pelo contrário, regrediu ao seu estado mais básico. A Língua hodierna já não é a mesma Língua com que Jorge Amado e outros clássicos brasileiros escreveram a sua preciosa obra literária.

 

Por essas razões, a bandeira do Brasil se torna um símbolo comum para a Língua Portuguesa, mesmo que existam outras nações que também a falam.

 

*** Por todas as razões que apresentei, a bandeira do Brasil NÃO pode ser um símbolo comum para a Língua Portuguesa, porque a Língua Portuguesa NÃO é falada nem escrita no Brasil correCtamente, mas sim em Angola, o último bastião do Português correCto (por enquanto). Em Moçambique, com a leva de professores e manuais brasileiros para as escolas moçambicanas, o abrasileiramento da Língua é mais do que notório. Apenas a elite culta de Moçambique fala e escreve o Português correCto. E em Portugal, actualmente, o Português está tão deturpado, tão maltratado que se transformou numa linguagem mixordesa, sem futuro algum.



As “informações” do ChatGPT são uma falácia. Fartos desta cassete estão os Portugueses. Bolçam mentiras sobre o símbolo maior da Identidade de Portugal, apenas por interesses meramente políticos do Brasil, que só são mantidos, graças ao arreigado e vergonhoso servilismo  do governo português.

Aguardamos por um salvador, com coragem para derrubar o bunker onde têm cativa a NOSSA Língua Portuguesa.

E que ninguém venha apodar-me de xenófoba ou racista, porque isso sei que NÃO sou.


Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:06

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Quarta-feira, 12 de Março de 2025

Considerações ao redor da Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa, que assinalou o 35º aniversário do Jornal PÚBLICO, no passado dia 05 de Março, no CCB

 

O Jornal PÚBLICO assinalou o seu 35.º aniversário com uma edição pensada pelo humorista brasileiro Gregorio Duvivier e com uma grande conferência internacional no CCB subordinada ao tema da Língua Portuguesa.

 

A iniciativa deixou os amantes da Língua de Portugal com a esperança de que essa conferência pudesse trazer uma luz brilhante que iluminasse as mentes obscurecidas pela ilusão de uma grandeza que nunca acontecerá, se continuarmos no registo de andarmos a arrastar-nos atrás dos milhões, como se os milhões falassem e escrevessem Português.

 

Francisco Seixas da Costa, o consultor estratégico, seja lá o que isto for, afirmou que «em Portugal, não temos uma dimensão para inserir a Língua Portuguesa no quadro internacional, por este motivo devemos cooperar mais com o Brasil».


Inserir a  Língua Portuguesa (qual delas: a acordizada, a amixordizada ou a original?) no quadro internacional, com que objectivo? Com que necessidade? Quando sabemos que a ideia de internacionalizar a Variante Brasileira do Português, ou melhor, de ter a VBP como Língua Oficial da ONU, veio do Brasil. Contudo, a ONU não aceita as Variantes das Línguas, mas tão-só, as originais.


Então como introduzir a VBP na ONU? Obviamente através da muleta do ex-colonizador, mas para isso foi preciso destruírem a Língua Portuguesa e impor uma linguagem híbrida, que jamais poderá ser considerada Portuguesa.

 

A quem quer enganar Francisco Seixas da Costa? Devemos cooperar mais com o Brasil, para que o Brasil insira a Variante Brasileira do Português, mascarada de Português, na ONU, por conta da destruição do Português, que anda por aí a ser vendido e assinalado com a bandeira do Brasil, numa óbvia afronta a Portugal?

 

A intenção da Conferência não foi a que todos nós, amantes da Língua Portuguesa, esperávamos. Camuflada no facto de o Jornal PÚBLICO ainda manter um pé fora do AO90, porque o outro está dentro do AO90, esta conferência foi uma autêntica falácia.


Para que não julguem que o que acabei de dizer é apenas coisa minha, leiam o que me enviou Idalete Giga, uma das grandes livres-pensadoras e intelectuais portuguesas, que não sendo bajuladora, tal como eu, não poupa as palavras para dizer o que pensa, sobre os factos que ensombram e envergonham a nossa desventurada República DOS Bananas, e com a qual concordo plenamente, fazendo minhas as suas palavras:

 

«No CCB, na passada quarta-feira, sob a iniciativa do Jornal PÚBLICO, o tema escolhido, sobre a Língua Portuguesa, nos 35 anos do Público e nos 500 anos do nascimento de Camões, foi uma "bagunçada" e eu vou usar a palavra exaCta: fantochada!  Em vez de se discutir seriamente o prejuízo causado pelo maldito, aberrante, absurdo AO/90, discutiu-se pomposamente o sexo dos anjos.  Cada vez mais me envergonho dos políticos incompetentes e cobardes que estão de mãos dadas com os sinistros lobbies que impedem uma discussão séria, decente, científica sobre o maior atentado contra a Língua e Cultura Portuguesas. O PR é um traidor e tem assobiado para o lado perante os apelos de milhares de portugueses que querem a revogação do aberrante AO que foi um favor prestado a Lula da Silva & Ca.

 

A Língua Portuguesa merecia outra abordagem, outros convidados naquela pantominice vergonhosa. 😞😥😞

 

DUVIVIER.PNG

 

Acabei de responder a um amigo, perante as palavras do Gregório Duvivier -- o convidado de honra da fantochada no CCB.

Quando ouvi o Seixas da Costa, nem queria acreditar.

O acordês entrou pelos olhos daquela cambada toda.

A única pessoa que defendeu a Língua Portuguesa foi o Nuno Pacheco.»


***

Pois concordo em absoluto com a Idalete Giga.

E acabo este meu texto com um outro comentário que eu e a Idalete trocámos no Facebook, agora dominado por brasileiros, para que saibam que defender a Língua de Portugal é um acto revolucionário, que nada tem a ver com xenofobia ou racismo, mas com o dever cívico de qualquer português, quando, de má-fé, os estrangeiros metem o bedelho onde não são chamados.

Comentário Idalete.PNG

 

Viva a Língua Portuguesa, a Língua de Portugal e dos Portugueses!

 

Quem ama a sua Língua Materna não precisa de a ver inserida no quadro internacional, se não for a original.  Só a original, e não a linguagem mixordesa em que a transformaram, deve ser considerada, e não aceitamos que usurpadores esquerdistas estrangeiros, da ala mais ignorante, e políticos portugueses da ala mais incompetente e servil tentem fazer-nos de parvos.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:17

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Segunda-feira, 10 de Março de 2025

«Antes e depois do AO90»

 

Para Português Ler

 O que pensam disto?

Oito Ortografias.png

 

Penso que quem engendrou o AO90, antes de o engendrar, passou num botequim e "tômô" umas "cáchácinhás" e o resultado não podia ter sido pior. (Isabel A. Ferreira)

 

***

 
A propósito da publicação de «Para Português Ler» acima referida:

ESPECTATIVAS.PNG

 

Que vergonha RTP!!!!!!

Que vergonha!!!!!


***

 

expectativa.PNG

 

Que vergonha Google!!!!

Que vergonha!!!!

Quanta desinformação circula na Internet à custa da ignorância que rodeia a Língua Portuguesa!!!

 

No Brasil grafa-se expeCtativa, porque no Brasil, a palavra escapou à mutilação, porque aquele é lá pronunciado, e escrevem a palavra conforme a grafia portuguesa, porque nós por cá, também pronunciamos o , de expeCtativa, e escrevemos a palavra com o respeCtivo .

 

ExpeCtativa, respeCtivo é da grafia portuguesa. 
 

Só os muito ignorantes grafam expetativa, tal como só os ignorantes  acordistas portugueses grafam teto, arquiteto/a, objeto, setor, objetivo, enfim, todas as palavras que pertencem ao léxico brasileiro, mas não ao léxico português. E o Brasil mutilou-as porque desconhecia que as consoantes não-pronunciadas, que têm função diacrítica, NÃO são para suprimir.
 


No Brasil, escrever teto (têtu) arquiteto/a, (arquitêtu/a) objeto, (objêtu), sector (s’tôr), objectivo (obj’tivu) é válido, porque são vocábulos exclusivamente pertencentes ao léxico da Variante Brasileira do Português.

 

Tudo isto diz da subserviência dos decisores políticos portugueses em relação a um País que deturpou a Língua de Portugal, anda por aí a disseminá-la de forma incorreCta, porque continua a chamar-lhe Português.

Por esta andar, um dia, a casa cai!

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:30

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Sexta-feira, 7 de Março de 2025

Na Conferência do 35.º aniversário do PÚBLICO, Teolinda Gersão proferiu afirmações incorrectas sobre o AO90, as quais me proponho a corrigir, porque as incorrecções repetidas muitas vezes transformam-se em falsas verdades

 

O que a escritora Teolinda Gersão proferiu durante a Conferência, e anda a circular pelo Facebook, induzindo os menos atentos em erro, foi o seguinte (destaco a vermelho as incorrecções):

 «O Acordo Ortográfico é demasiado irracional para ser levado a sério. Não posso entender como escrevemos "pára" sem acento ou "receção", que não existe em língua nenhuma e que os Brasileiros escrevem com "p". Nós começámos a cortar à toa as consoantes que não lemos e a língua tornou-se uma trapalhada. Nunca usarei o Acordo. Aliás, o "Diário da República" também não usa — linha sim, linha não, as coisas variam. A língua não evolui por decreto, e os Governos, que têm sido cegos, surdos e mudos, não mandam nela. Estou aberta a todas as mudanças, desde que elas sejam feitas pelo povo, pelos artistas e pelos escritores



Não é verdade que nós  [eu não me incluo neste nós] começámos a cortar à toa as consoantes que não lemos. O facto é que o AO90, engendrado pelo enciclopedista brasileiro, Antônio Houaiss, com a cumplicidade do linguista português, Malaca Casteleiro, que na altura andava de candeias às avessas com Portugal, trouxe na bagagem a supressão das consoantes não-pronunciadas no Brasil. Escaparam algumas, porque os Brasileiros as pronunciavam, como percePção, aspeCto, perspeCtiva, infeCção e suas derivadas, entre outros poucos vocábulos, que escaparam à mutilação.



E se o AO90 não explica que a supressão das consoantes é coisa brasileira, tenho os meus apontamentos da Universidade Gama Filho, que frequentei no Brasil, em 1967, que não deixam dúvidas: a grafia que eu usava era a preconizada pelo AO90, suprimindo as consoantes não-pronunciadas. Também é um facto que eu aprendi a ler e a escrever no Brasil, com seis anos, e já escrevia setor, objeto, direto, teto, etc., etc., etc..

 

Portanto, os portugueses que se prestaram a ser cúmplices do acordo ilegal, começaram a  suprimir as consoantes que o AO90 “obrigava”, mas também, e aqui sim, começaram a suprimir a torto e a direito as consoantes que pronunciavam, como em corrução, fato, contato, e tantas outras.

Seria de toda a conveniência que os Portugueses começassem a interessar-se mais por ler os textos que já foram publicados, ainda que em Blogues, onde se conta a história deste acordo. O problema é o preconceito: «ai os Blogues, os Bloggers, o que sabem eles?!!!!»

Sabem o que há a saber, através de fontes fidedignas.

 

Andam por aí a divulgar que o autor do AO90 foi Malaca Casteleiro. Malaca foi cúmplice do autor do abortográfico, Antônio Houaiss, um brasileiro-libanês que pretendeu e conseguiu deslusitanizar o Português. O papel de Malaca Casteleiro foi vir a Portugal convencer os políticos da época, um tanto ignorantes em questões linguísticas, que o AO90 era bom para Portugal. E os políticos acreditaram.


De leitura obrigatória é a investigação criteriosa, encetada e publicada pelo Jornal O DIABO em 05/12/2015, sob o título «O negócio do Acordo Ortográfico», que partilhei no meu Blogue («O negócio do Acordo Ortográfico»), como também João Pedro Graça, infelizmente já falecido, partilhou no seu Blogue Apartado 53, também infelizmente, já desactivado.

 

É de lamentar que os intelectuais portugueses sintam tanta aversão pelos Blogues, e só leiam os jornais de referência. É que nos Blogues está muita documentação oficial, que os jornais de referência não publicam, e muita informação válida, porque comprovada.

Depois há aquele medo de serem taxados de racistas ou xenófobos, e melindrar o Brasil, desconhecendo o conceito de uma coisa e outra. O Brasil não tem prurido algum em melindrar Portugal, quando usa a bandeira brasileira entre as bandeiras das Línguas Europeias para assinalar o Português.

 

O texto do negócio da Língua começa assim:

«O projecto, nascido da cabeça do intelectual esquerdista brasileiro Antônio Houaiss, foi desde o início um empreendimento com fins lucrativos, apoiado por uma poderosa máquina política e comercial com ramificações em Portugal.»

A partir daqui a história é contada com todos os pormenores.

Maria do Carmo Vieira.png

 

***

 Teolinda Gersão diz que o "Diário da República" também não usa [o AO90]. Isto só em parte é verdade, porque o “Diário da República” vai mais longe, aliás como os documentos oficiais do governo português: todos usam a linguagem mixordesa, criada a partir do AO90, e que integra o Português, a Variante Brasileira do Português, o acordês e o palermês (cmo contato, fato, entre outras, palavras que, em Portugal, de acordo com o acordo, se escrevem contacto e facto, porque nós pronunciamos o cê.

 

O Facebook tornou-se num lugar de desinformação e disseminação de mentiras acerca do acordo ortográfico de 1990.

É preciso acabar com este insulto a Portugal.

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:01

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