Este é o APELO de um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, descontentes com os atropelos à Constituição da República Portuguesa, no que à Língua Materna dos Portugueses – a Língua Portuguesa – diz respeito.
O APELO foi redigido por um Jurista, que presta apoio a este Grupo Cívico.
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial, para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico – a Língua Portuguesa – da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna – aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a ser acordizadas, num manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas também ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que deixe à posteridade, como SEU legado, a reposição da Língua Portuguesa, a nossa Língua, aquela que fixa o Pensamento de um Povo, escrita e falada escorreitamente, com elegância visual, com beleza, com estilo, seguindo o exemplo dos nossos Grandes Clássicos, antigos e modernos, atrás já referidos, para que a nossa Língua, a nossa Cultura e a nossa História, de quase nove séculos, não se percam nas brumas do tempo.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
Com os nossos melhores cumprimentos
(Nomes dos subscritores)
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Por que é importante subscrever este APELO?
Porque Língua Portuguesa só há UMA. Nem a verdadeira, nem a falsa. Somente a Língua Portuguesa. A única, e poderá estar em extinção, não, daqui a décadas, mas já amanhã, se se continuar a assobiar para o lado.
Preservá-la é uma tarefa de todos, não pode ser apenas tarefa de alguns.
Para subscrever o APELO ao PRl basta enviar o Nome e a Profissão para o e-mail do Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa»: isabelferreira@net.sapo.pt
Isabel A. Ferreira
Este é o APELO de um Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses Pensantes, descontentes com os atropelos à Constituição da República Portuguesa, por parte do Senhor Presidente da República Portuguesa, no que à Língua Portuguesa diz respeito.
[Actualização do número de subscritores em 25 de Maio de 2023: 268]
[Actualização do número de subscritores em 05 de Janeiro de 2024: 296]
O exército, abaixo declarado, pode parecer um pequeno exército, aos olhos de quem só olha e não vê, porém, a História diz-nos que, por vezes, pequenos exércitos ganham grandes batalhas. Exemplo: Batalha de Aljubarrota. Basta serem constituídos por pessoas que contam, que fazem a diferença, que estão empenhadas, que sabem usar a arma certeira.
***
O APELO consta do seguinte:
Assunto: APELO cívico de um Grupo de Cidadãos Portugueses
Introdução:
Exmo. Senhor Presidente da República Portuguesa
Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
Coube-me enviar a Vossa Excelência este APELO, para o qual esperamos a melhor atenção, uma vez que todos acreditamos que Portugal é um Estado de Direito, uma Democracia Plena, um País Livre e Soberano, onde os seus representantes costumam ouvir os apelos dos cidadãos pensantes, descontentes com o desnorte da sua Nação.
Em anexo segue o APELO a Vossa Excelência, com todos os subscritores identificados.
Aguardando uma resposta de Vossa Excelência, envio os meus mais respeitosos cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
PS: Tornarei público, hoje, no meu Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa», o envio deste APELO a Vossa Excelência.
(Apelo redigido por um Jurista que presta apoio ao Grupo Cívico de Cidadãos Portugueses)
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial, para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico – a Língua Portuguesa – da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem conforme a grafia da sua Língua Materna – aquela que foi também a Língua Materna de Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Fernando Campos, Luís Rosas, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Fernando Dacosta, José Saramago e tantos, tantos outros, cujas obras estão a ser acordizadas, num manifesto insulto à Cultura Culta Literária Portuguesa – ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, as quais também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas também ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que deixe à posteridade, como SEU legado, a reposição da Língua Portuguesa, a nossa Língua, aquela que fixa o Pensamento de um Povo, escrita e falada escorreitamente, com elegância visual, com beleza, com estilo, seguindo o exemplo dos nossos Grandes Clássicos, antigos e modernos, atrás já referidos, para que a nossa Língua, a nossa Cultura e a nossa História, de quase nove séculos, não se percam nas brumas do tempo.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
Com os nossos melhores cumprimentos,
1 - Juliana Dias Marques, Estudante de Letras
2 - Maria Vieira Raposo, Técnica Superior Administrativa
3 - Nuno Furet, Agente de Animação Turística
4 - Germano da Silva Ribeiro, Professor do Ensino Secundário (aposentado)
5 - Rui José da Silva Dias Leite, Arquitecto
6 - João Robalo de Carvalho, Jurista
7 - José Silva Neves Dias, Professor Universitário
8 - Jaime de Sousa Oliveira, Professor Aposentado
9 - Maria da Purificação Pinto de Morais, Professora do Ensino Secundário
10 - Isabel A. Ferreira, Jornalista/Escritora, Ex-Professora de Português e História
11 - Alberto Henrique Sousa Miranda Raposo, Engenheiro civil, Aposentado
12 - Albano Pereira, Sócio-Gerente da Firma Táxis Rufimota, lda.
13 - José Manuel do Livramento, Eng.º Electrotécnico
14 - José António Girão, Professor Catedrático (Reformado) da Faculdade de Economia da UNL; ex-Vice-Reitor da UNL
15 - João Paulo Norberto, Desempregado
16 - Maria do Carmo Guerreiro Vieira Sousa Miranda Raposo, Professora Aposentada
17 - Mário Adolfo Gomes Ribeiro - Eng. Mecânico, Reformado
18 - José Manuel Gomes Ferreira, Engenheiro Electrotécnico
19 - Teresa Paula Soares de Araújo, Professora Ensino Superior
20 - Jorge Alexandre Barreto Ferreira, Engenheiro Electrotécnico e Máquinas
21 - Luís Serpa, Escritor e Marinheiro
22 - José Manuel da Silva Araújo, PhD, Professor e Investigador
23 - Fernando Costa, Funcionário Público Aposentado
24 - António Jorge Marques, Músico/Musicólogo
25 - Luís Cabral da Silva, Eng.º Electrotécnico, IST - Especialista em Transportes e Vias de Comunicação, O.E.
26 - Luís M. M. Campos e Cunha, Prof. Catedrático de Economia na Nova SBE
27 - Vanda Maria Calais Leitão, actualmente desempregada
28 - João Viana Antunes, Estudante
29 - José Manuel Campos d’Oliveira Lima, Reformado
30 - João José Baptista da Costa Ribeiro, Cirurgião Geral
31 - Maria Luísa Fêo e Torres, Aposentada
32 - Maria Elisabeth Matos Carreira da Costa - Professora Reformada
33 - Pedro Manuel Aires de Sousa, Terapeuta da Fala
34 - Francisco José Mendes Marques, Tradutor e Professor
35 - Diana Coelho - Professora de História
36 - José Manuel Moreira Tavares, Professor de Filosofia no Ensino Secundário
37 - Rui Veloso, Músico Compositor
38 - António José Serra do Amaral, Reformado da Função Pública Portuguesa
39 – Francisco Miguel Torres Vieira Nines Farinha, Comercial
40 - Carlos Alberto Feliciano Mendes Godinho, Reformado
41 - Mário António Pires Correia, Musicólogo
42 - Pedro António Caetano Soares, Bancário Reformado
43 - Ana Maria Alves Pinto Neves, Professora de História
44 - Cláudia Ribeiro, Estagiária de Museu, PhD
45 - Maria José Melo de Sousa, Professora do Ensino Secundário de Inglês e Alemão, Aposentada
46 - Jorge Manuel Gomes Malhó Costa, Programador e Produtor de Espectáculo
47 - Ana Luís de Avellar Henriques Sampaio Leite, Gestora de Empresas
48 - João Manuel Pais de Azevedo Andrade Correia, Engenheiro Civil, oficial
49 – António José Araújo da Cruz Mocho, Gestor e Empresário
50 - Manuel Gomes Vieira, Investigador Auxiliar em Engenharia Civil
51 - Celina Maria Monteiro Leitão de Aguiar, Assistente Social
52 - José Manuel Pereira Gonçalves, Empregado Bancário na Reforma
53 - João de Jesus Ferreira, Engenheiro (IST)
54 - Maria José Cunha Viana, Empregada de Escritório
55 - José Antunes, Jornalista e Fotógrafo
56 - Carlos Costa, Inspector Tributário Jurista
57 - Manuel Moreira Bateira, Professor Aposentado
58 - João Paulo de Miranda Plácido Santos, Pensionista/CGA
59 - Nuno de Saldanha e Daun, Gestor Financeiro, Reformado
60 - António Alberto Gomes da Rocha, Arquitecto
61 - Artur Manuel Duarte Ferreira, Reformado
62 - Alexandre Guilherme Pereira Leite Pita, Desempregado
63 - Manuel São Pedro Ramalhete, Economista e Professor Universitário Aposentado
64 - Maria José Abranches Gonçalves dos Santos, Professora de Português e Francês do Ensino Secundário, reformada
65 - Maria Filomena da Cunha Henriques de Lima, Reformada, mas continua no activo na área de Turismo
66 - Telmo Antunes dos Santos, Militar
67 - António José Monteiro Leitão de Aguiar - Corretor (Seguros)
68 - Ismael Teixeira, Operador de Produção
69 - Daniel da Silva Teodósio de Jesus, Intérprete de Conferências e Tradutor
70 - Eduardo Henrique Martins Loureiro, Consultor e Guardião Intransigente da Língua Portuguesa
71 - Armando dos Santos Marques Rito, Aposentado da Função Pública
72 - João Luís Fernandes da Silva Marcos, Reformado do Sector dos Transportes, como Gestor
73 - Bruno Miguel de Jesus Afonso, Tradutor Profissional
74 - Sérgio Amaro Antunes Teixeira, Biólogo
75 - Elisabete Maria Lourenço Henriques, Aposentada da CGD
76 - Edgar Serrano, Gestor de Negócio
77 - Manuel dos Santos da Cerveira Pinto Ferreira, Arquitecto e Professor Universitário
78 - Artur Jesus Teixeira Forte, Professor Aposentado
79 - Fernando Jorge Alves, Professor
80 - Carlos Manuel Mina Henriques, Contra-almirante Reformado
81 - Vítor Manuel Margarido Paixão Dias, Médico
82 - Fernando Coelho Kvistgaard (Dinamarca) Eng. Técnico Agrário, Reformado
83 - Jorge Joaquim Pacheco Coelho de Oliveira, Engenheiro Electrotécnico (IST) Reformado
84 - António Miguel Pinto dos Santos (Londres), Gerente de Restaurante
85 - Fernando Alberto Rosa Serrão, Técnico afecto à Direcção-Geral da Administração da Justiça, Aposentado
86 - Paulo Teixeira, Gestor Comercial
87 - Ademar Margarido de Sampaio Rodrigues Leite, Economista
88 - Alexandre Júlio Vinagre Pirata, Eng.º Agrónomo
89 - Telmo Mateus Pinheiro Carraca, Oficial de Vias Férreas (Construção e Manutenção)
90 - Maria Manuela Gomes Rodrigues, Desempregada
91 - António José Ferreira Simões Vieira, Empresário e Professor do Ensino Secundário Aposentado
92 - Fernando Manuel Dias de Lemos Rodrigues, Bancário Aposentado
93 - Alexandre M. Pereira Figueiredo, Professor do Ensino Superior e Investigador
94 - Maria Elisabete Eusébio Ferreira, Professora Aposentada do Terceiro Ciclo, Educação Tecnológica
95 - Orlando Machado, Escultor FBAUP
96 – Manuel Matos Monteiro, Escritor e Revisor
97 - Fernando Maria Rodrigues Mesquita Guimarães, Reformado
98 - Octávio dos Santos, Jornalista
99 - Maria Fernanda Bacelar, Reformada
100 - José Martins Barata de Castilho, Professor Catedrático Aposentado da Universidade de Lisboa (Iseg, onde é conhecido como Martins Barata), Escritor de Romances, História e Genealogia, tendo vários livros publicados na área da Economia
101 - Cândido Morais Gonçalves, Professor Aposentado
102 - Ana Cláudia Alves Oliveira, Redactora e Gestora de Conteúdos
103 – Albino José da Silva Carneiro, Sacerdote
104 - João Daniel de Andrade Gomes Luís, Técnico Superior
105 - Idalete Garcia Giga, Professora Universitária (Aposentada)
106 - Amadeu Fontoura Mata, Aposentado do Ministério das Finanças
107 - Armando Jorge Soares, Funcionário Internacional (OTAN), Aposentado
108 - António da Silva Magalhães, Coordenador de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, Aposentado
109 - Artur Soares, Chefe de finanças
110 - Manuel de Campos Dias Figueiredo, Capitão-de-Mar-e-Guerra, Aposentado
111 - José dos Santos Martins, Administrativo (Reformado)
112 - Carlos Alberto Coelho de Magalhães Coimbra (Toronto-Canadá), Cientista de Informática (Aposentado)
113 - Olímpio Manuel Carreira Rato - Eng.º Mecânico, Reformado
114 - Maria da Conceição da Cunha Henriques Torres Lima, Economista
115 - Jorge Garrido, Eng.º Agrónomo (reformado)
116 - António Alberto Gomes da Rocha, Arquitecto
117 - Pedro Miguel Pina Contente, Informático
118 - Carla de Oliveira, Compositora, Guitarrista, Cantora
119 - Maria de Lurdes Nobre, Produtora Cultural
120 - Paula Isabel Pereira Arém Pinto Serrenho, Gestora
121 - Pedro Inácio, Consultor Informático
122 - Laura da Silva Oliveira Santos Rocha, Professora de Educação Especial
123 - Maria José Teixeira de Vasconcelos Dias, Professora
124 - João Moreira, Professor
125 - Luís Bigotte de Almeida, Médico e Professor Universitário
126 - Jorge Manuel Neves Tavares, Reformado
127 - Júlio Pires Raposo, Bibliotecário
128 - Alfredo Medeiros Martins da Silva, Reformado, (Licenciado em EB)
129 - Maximina Maria Girão da Cunha Ribeiro, Professora Jubilada do Ensino Superior
130 - Manuel Maria Saraiva da Costa (Sydney, Austrália), Organeiro Restaurador Aposentado
131 - Miguel Costa Paixão Gomes, Fiscalista
132 - Irene de Pinho Noites, Professora de Língua Portuguesa
133 - João Esperança Barroca, Professor
134 - Carlos Fiolhais, Professor de Física da Universidade de Coimbra (aposentado)
135 - António Miguel Ribeiro Dinis da Fonseca, Reformado (ex-Analista de Sistemas)
136 – Bárbara Caracol, Estudante
137 - Miguel Viana Antunes, Programador Informático
138 - Mário Macedo, Escritor de Ficção, Drama e Terror usando o pseudónimo Mário Amazan
139 - Carlos Guedes, Electricista Industrial
140 - Nuno Messias, Economista Reformado
141 - António Manuel Rodrigues da Mota, Professor
142 - Susana Maria Veríssimo Leite, Fotógrafa
143 - Manuel Tomás, Ferroviário
144 - Maria Isabel Ferreira dos Santos Cabrera, Profissional de Seguros, Reformada
145 - Celestina Rebelo, Desempregada
146 - Soledade Martinho Costa, Escritora
147 - Ana Olga André Senra dos Santos Carvalho, Desempregada
148 - José Pinto da Silva Ribeiro, Mecânico Aposentado
149 - Luís Manuel Robert Lopes, Professor de Música - guitarra clássica, Reformado
150 - Miracel Vinagre de Lacerda, Sem profissão
151 - Ana Maria da Cunha Henriques Torres Lima, Professora
152 - Maria do Pilar da Cunha Henriques de Lima, Economista da AT
153 - Paulo Veríssimo, Desempregado
154 – André Gago, actor
155 - Luiz Manoel Morais Cunha, Engenheiro Mecânico
156 - Alexandra Pinho Noites Lopes, Acupunctora
157 - José Agostinho Fins, Engenheiro Mecânico (IST)
158 - Cláudia Maria Raposo Coiteiro (Luanda, Angola), Socióloga de formação, e exerce as profissões de Formadora, Consultora e Coach.
159 - Teresa Alves Matos, Promotora Comercial
160 - Paulo Costa Pinto, Realizador de audiovisuais
161 - Maria Adelaide Veríssimo Leite, Técnica Profissional de Pesca, Aposentada
162 - José Francisco Oliveira Carneiro, reformado
163 - João Miguel dos Santos Monte, Programador iOS, desempregado
164 - António Jacinto Rebelo Pascoal, Professor/Escritor
165 - Eduardo Rui Pereira Serafim, Professor de Português e Latim
166 - Aurelino Costa, Poeta e Declamador de Poesia
167 - João Pedro Arez Fernandez Cabrera, Licenciado em Gestão de Empresas
168 - Margarida Maria Lopes Machado, Jornalista
169 - M. Carmen de Frias e Gouveia, Docente (da secção de Português) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
***
Esta lista não se esgota nestes 169 subscritores. A subscrição continuará, e serão enviados, a Vossa Excelência, todos os nomes que vierem depois do envio deste APELO.
Entretanto, deixamos, para consulta de Vossa Excelência, duas publicações, onde constam os nomes dos Cidadãos Portugueses Pensantes, que rejeitam o acordo ortográfico de 1990, os quais, de um modo ou de outro, têm manifestado publicamente a recusa da grafia que nos foi imposta, e que não faz parte da Cultura Linguística Europeia.
Faltam aqui os inúmeros anónimos, instruídos e menos instruídos que, não tendo acesso aos média, murmuram, por aí, o seu imenso desgosto por ver a Língua Materna deles tão despedaçada.
Estas são as vozes contra a extinção da Língua Portuguesa
O que os portugueses cultos pensam sobre o Acordo Ortográfico de 1990
Isabel A. Ferreira
***
Neste mesmo dia, foi enviada uma segunda via do APELO com mais os seguintes nomes:
170 - Margarida da Conceição Reis Pedreira Lima, Médica de Medicina Geral e Familiar
171 - Maria de Fátima da Silva Roldão Cabral, Aposentada da Função pública
172 - Luís Pereira Alves da Silva, Engenheiro Electrotécnico e Mestre em Gestão.
173 - Helena Maria Afonso Antunes, Professora
174 - Rui Filipe Gomes da Fonseca, Analista de Sistemas (aposentado)
175 - Gastão Freire de Andrade de Brito e Silva, fotógrafo e “Ruinólogo”
176 - Carlos Laranjeira Craveiro, professor do ensino secundário
177 - Ana Isabel Buescu, Professora Universitária
178 - Manuel Neto dos Santos, Poeta, Tutor de Língua Portuguesa, Tradutor
179 - Fátima Teles Grilo, Professora de Português/Francês do Ensino Secundário, Aposentada
180 - Nuno Miguel da Conceição Custódio, Recepcionista de Hotel
181 - Pedro Jorge Mendonça de Carvalho, bate-chapas na situação de reformado
182 - Cátia Cassiano, Tradutora (Sydney, Austrália)
183 - Alfredo Gago da Câmara, Fadista e Letrista
184 - Acácio Bragança de Sousa Martins, Contabilista Certificado
185 - Maria de Jesus Henriques Sardinha Nogueira, Fisioterapeut
186 - Anabela de Fátima Cana-Verde das Dores, Técnica de Turismo,
187 - Maria de Fátima Carvalho da Silva Cardoso, Jurista e Escritora
188 - Manuela Sampaio, Doméstica
189 - Maria Júlia Martins de Almeida, Professora
190 - Teolinda Gersão, Escritora, Professora Catedrática aposentada da Universidade Nova de Lisboa
191 - Maria do Céu Bernardes de Castro e Melo Mendes, Médica
192 - Francisco Jorge Moreirinhas Monteiro Soeiro, Funcionário Bancário Reformado
193 - Natalina de Lourdes Pires Veleda Soeiro, Contabilista Reformada
194 - Manuel Jacinto, Reformado
***
Uma terceira via será enviada brevemente com mais 74 nomes.
***
Aos interessados:
Para subscreverem este APELO basta enviar para o e-mail deste Blogue isabelferreira@net.sapo.pt o vosso nome e profissão.
Começo por fazer dois apelos, por amor à Língua Portuguesa, uma das Línguas de Expressão Ibérica, completamente DESVIRTUADA pelo AO90, e que já NÃO é Ibérica.
Primeiro apelo:
Sei que vários autores, que se dizem anti-AO90, aceitaram o convite para estar no “Correntes d’Escritas”. Apelo [que falta faz a acentuação!] para que, neste Encontro, pugnem pela Língua Portuguesa, demonstrando o quão nocivo é o AO90, para o equilíbrio das Línguas de Expressão Ibérica.
Segundo apelo:
A partir de amanhã, dia 14, até ao dia 18 de Fevereiro, ocorrerá, na Póvoa de Varzim, a 24.ª edição do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, o Correntes d’Escritas, para o qual foram convidados cerca de uma centena de escritores de línguas hispânicas e portuguesas, somando 15 nacionalidades diferentes.
Acompanhei o «Correntes d’Escritas» (criado no ano 2000) até ao ano em que o acordo ortográfico de 1990 foi introduzido no Encontro, e as coisas mudaram, porque a Língua Portuguesa deixou de ser Portuguesa, e as correntes, que deveriam UNIR as Línguas de Expressão Ibérica, foram quebradas.
E a partir de então, nesses encontros, tudo deixou de me interessar. A Feira do Livro, onde eu gastava dezenas de Euros, deixou de me interessar, porque passou a INSULTAR a Cultura do Livro Português, com um escaparate de autores como Sophia de Mello Breyner Andresen, que, em vida, se mostrou completamente avessa ao AO90, (conforme a imagem), a ter a sua obra para a infância, completamente DESVIRTUADA, pelo acordês, como um gigantesco INSULTO à sua memória (ao menos não lhe mutilaram o nome escrevendo Sofia de Melo Brainer) ao abrigo deste argumento completamente parvo: “Considerando a sua possível leitura em contexto escolar, este livro respeita as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assumindo a Porto Editora a responsabilidade desta adaptação”.
Chamaram-lhe adaptação. Chamem-lhe ACORDIZAÇÃO da Língua Materna das crianças, que têm o direito a aprendê-la na sua versão greco-latina, e NÃO desenraizada, mutilada, desfeada, manca.
Sobre a profanação da obra de Sophia, sugiro a leitura de um texto, de Nuno Pacheco, no Jornal PÚBLICO, com uma introdução minha.
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/sophia-a-menina-do-mar-e-as-partidas-220093
Não sei como Miguel Sousa Tavares, filho da autora, e um ferrenho anti-acordista, permitiu este ultraje à obra de Sophia. Mas não só obra de Sophia foi profanada. José Saramago, os nossos clássicos, como Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, entre muitos outros, autores de prosas e versos magníficos, foram ultrajados. Soube que em algumas bibliotecas destruíram os livros em Língua Portuguesa, para os substituir pelos acordizados.
Deixei de frequentar este Encontro. Só vou medir o pulso à Feira, e, quando a hora me permite, vou às apresentações dos livros do meu amigo Aurelino Costa, poeta poveiro do qual gosto bastante, e que, até ao momento, não traiu a Língua dos seus Poemas. De resto, não me sinto bem naquele ambiente acordista cheios de traidores da Pátria. Sei que anda por aí um modismo em que se diz que isto de “Pátria” é coisa que já não se usa. Sim, é coisa que os apátridas não usam, porque NÃO têm Pátria.
Para quem estiver interessado, aqui fica o link do programa deste Encontro de Escritores:
Isabel A. Ferreira
Hoje, nós, OS Portugueses, distanciamo-nos dos políticos, e celebramos também o Dia de Portugal, o NOSSO Portugal, não, o dos estrangeiros, e também o Dia das Comunidades Portuguesas, espalhadas pelos quatro cantos do mundo, que os políticos portugueses tanto desprezam, porque, NÃO honrando Portugal, como não honram, como podem honrar os Portugueses, que, na diáspora, vêem a sua Cultura, a sua História e a sua Língua tão DESPREZADAS pelos governantes, que, hipocritamente, descaradamente, andam por aí a mentir-lhes, vendendo-lhes gato por lebre, com a ilusão dos milhões?
A primeira referência conhecida do simbolismo festivo do dia 10 de Junho, dia da morte do Poeta, data do ano de 1880, num decreto real de Dom Luís I, que o proclamou como "Dia de Festa Nacional e de Grande Gala" para comemorar os 300 anos da morte de Luiz Vaz de Camões, em 10 de Junho de 1580.
Porquê “Língua de Camões”? Porque, na verdade, Camões foi considerado um revolucionário em relação à Língua Portuguesa culta da sua geração, trazendo à Língua inovações linguísticas, evidenciadas no Poema Épico «Os Lusíadas».
A este propósito, diz a investigadora Maria Helena Paiva:
«Os Lusíadas constituem um testemunho de primeira importância sobre uma mudança (linguística) em curso na época. Camões não se revela apenas como um homem do seu tempo cuja linguagem reflecte a variedade padrão, sobre a qual o corpus metalinguístico quinhentista fornece uma informação específica ao nível da consciência, da práxis escritural e da dimensão normativa. O aumento da amplitude da variação que o texto acusa não é só inerente à diversificação dos conteúdos, à pluralidade de vozes e à policromia de cambiantes. Camões identifica a tendência que prevalecerá no futuro, e extrai, daquilo que intui na língua, consequências detectáveis no plano da criação estética».
Hoje, celebramos também a Língua de Fernando Pessoa, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Antero de Quental, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eugénio de Andrade, Padre António Vieira, Ferreira de Castro, Florbela Espanca, Natália Correia, Aquilino Ribeiro, Miguel Torga, António Lobo Antunes, Manuel Maria Barbosa du Bocage, Vitorino Nemésio, Raul Brandão, Altino do Tojal, Luísa Dacosta, Luís Rosa, Fernando Campos, Fernando Namora, Júlio Dinis, Mário de Sá-Carneiro, Luísa Costa Gomes, Gil Vicente, José Saramago, Vergílio Ferreira, Marquesa de Alorna, Teolinda Gersão, Deana Barroqueiro, Dom Dinis, Maria Velho da Costa, Hélia Correia, Ilse Losa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Cesário Verde, Fernando Dacosta, José Régio, Mário de Andrade, Maria Isabel Barreno, Amadeo de Souza-Cardoso, Santa Rita Pintor, Almada Negreiros, Afonso Lopes Vieira, Maria Gabriela Llansol, Alexandre O’Neill, Maria Judite de Carvalho, Bernardim Ribeiro, Camilo Pessanha, Maria Teresa Horta, Fernão Lopes, Herberto Helder, Garcia de Resende, José Cardoso Pires, Sá de Miranda, Teixeira de Pascoaes, Mariana Alcoforado e tantos, tantos outros, que não me vêm agora à memória.
Todos estes escritores, prosadores e poetas portugueses fizeram da Língua Portuguesa um Monumento à Arte de Bem Escrever a Língua que Dom Dinis, ele próprio um excelente Trovador, nos deixou, e constitui o nosso Património Cultural Linguístico, que os governantes acordistas, de má-fé e ignorantemente, estão a tentar destruir.
É bem verdade que a Língua Portuguesa gerou Variantes/ Dialectos/Crioulos, como lhes queiram chamar, que hoje são usados nas ex-colónias portuguesas de África e América do Sul, e noutros territórios dos confins da Ásia.
Nessas Variantes/Dialectos/Crioulos foram escritas obras primorosíssimas, porém, o que hoje celebramos é a GENETRIZ de todas essas Variantes/Dialectos/Crioulos, para que se saiba que a Língua Portuguesa não pode se triturada, à mercê de gostos duvidosos e com base nos milhões, e continuar a ser chamada Portuguesa. Será portuguesa apenas por conveniências políticas, altamente lesivas dos interesses de Portugal.
Para celebrar a “Língua de Camões” escolhi este belíssimo poema musicado por Zeca Afonso (a política, aqui, fica de fora, se fazem favor), porque a nossa Cultura é feita de uns e de outros.
E VIVA a Língua Portuguesa!
Isabel A. Ferreira
Quadro pintado referente a Camões a’prisionado em Goa. Trata-se de uma pintura a guache, de 1556, considerada como retratando co veracidade o maior poeta lusíada.
Endechas a Bárbara Escrava
Endechas a uma cativa, chamada Bárbara, por quem Luiz de Camões andava de amores, na Índia
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
Ũa graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E, pois nela vivo,
É força que viva.
Luiz de Camões
A Língua Portuguesa é a Língua de Luís de Camões, de Fernando Pessoa, de Eça de Queiroz, de Camilo Castelo Branco, de todos os nossos clássicos e hodiernos escritores e poetas, que não cederam à insensatez do Acordo Ortográfico de 1990, que não só veio amputar a grafia portuguesa, como agigantar o desleixo pela escrita da mesma, e desenvolver uma inaceitável falta de brio nos profissionais que têm a Língua Portuguesa como instrumento de trabalho, mormente os da imprensa escrita (salvo raras excepções) e os que (des)constroem as legendas nas televisões, que, aos erros ortográficos, recomendados pelo AO90, acrescentam uma mixórdia linguística, sem precedentes, no nosso País.
Daí que, hoje, em Portugal, dia que a UNESCO destinou para ser o Dia Mundial da Língua “Portuguesa”, o que se comemora é o que veremos mais abaixo, através da parca amostragem (a lista é infinita) com que brindo este dia… Os restantes países, da dita lusofonia, celebrarão a Variante Brasileira da NOSSA Língua, que políticos incompetentes e seus acólitos, pretenderam unificar, mas deram com os burros n’água. E o pior é que insistem no erro.
No dia 10 de Junho cá estaremos para celebrar o “Dia de Portugal, de Camões, da Língua Portuguesa (a original, a verdadeira), dos Cidadãos Portugueses e das Comunidades Portuguesas que, no estrangeiro, honram Portugal e a sua Identidade, mais do que o Presidente da República Portuguesa, que se está nas tintas para o Património Cultural Imaterial que ela representa, e dos que, ao abrirem a boca para falar da Língua Portuguesa, não sabem do que falam.
Hoje, fiquemo-nos pela comemoração da Mixórdia Ortográfica Portuguesa, gerada pelo desleixo, pela falta de brio e de profissionalismo dos escribas, e pela irrelevância que os sucessivos governos de Portugal têm dado ao Ensino, em geral, e ao Ensino da Língua Portuguesa, em particular. O que veremos a seguir não é do domínio das gralhas, porque gralhas sempre existiram. Isto é do domínio de uma mão-de-obra barata desqualificada, à qual os empregadores pagam uma ninharia, estando-se nas tintas para o serviço de qualidade que deveriam prestar.
E este é o Portugal dos Pequeninos que temos, e que espera por alguém dotado de lucidez e hombridade, para acabar com este embuste.
Isabel A. Ferreira
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E o inacreditável acontece neste nosso país cujos governantes são meras marionetas ao serviço do estrangeiro.
Querem, porque querem, acabar com a Língua Portuguesa. E isso configura um crime de lesa-pátria, punível com pena de prisão de 10 a 20 anos (Artigo 308 - Decreto-Lei nº 48/95 de 15-03-1995 do Código Penal).
A Língua (Portuguesa) é um dos elementos da (nossa) nacionalidade; pugnar pela vernaculidade daquela é pugnar pela autonomia desta (Leite de Vasconcelos, linguista, filólogo, arqueólogo, etnógrafo e um dos maiores dialectologistas portugueses.
«Mal vai aos povos que não respeitem o próprio idioma. É como ultrajar a Bandeira. É como renegar a Pátria» (Fernando de Araújo Lima in A Língua Portuguesa).
«O mau Português principia a sê-lo desde que mareia a pureza da Língua» (Camilo Castelo Branco – um dos maiores estilistas da Língua Portuguesa)
Poderia estar aqui a tarde toda a citar os maiores intelectuais portugueses, para justificar o crime de lesa-pátria que está a ser cometido, o qual não deverá ficar por punir.
Mas o assunto é:
«Na Feira do Livro do Porto homenageia-se Eduardo Lourenço e cabe «salvar o planeta», mas deixa-se à porta uma iniciativa de cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990 e em defesa da Língua Portuguesa.»
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, e Nuno Artur Silva, comissário da edição de 2019 da Feira do Livro do Porto, durante a apresentação da iniciativa. Porto, 26 de Agosto de 2019. Créditos / Câmara Municipal do Porto
«A Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico (ILC-AO) foi impedida de levar a cabo acções de recolha de assinaturas nos jardins do Palácio de Cristal, local onde desde sábado decorre a Feira do Livro do Porto.
A situação foi denunciada em comunicado de imprensa da Comissão Representativa (CR) da ILC-AO, que protesta contra «a forma arbitrária e prepotente» como a Câmara Municipal do Porto (CMP) inviabilizou as acções no interior da Feira do Livro, negando os «os direitos previstos e garantidos pela Lei (17/2003)» aos voluntários daquela iniciativa cívica contra o Acordo Ortográfico de 1990 (AE90).
A ILC-AO não desarma e anunciou a montagem da sua banca («uma simples mesa de campismo», sublinha) no exterior do recinto, «em pleno passeio, na rua, que é um espaço público, tão público como o local onde se realiza o evento organizado pela CMP», lê-se no referido comunicado.
Câmara do Porto muda de argumento, mas repete proibição de 2018
Em notícia publicada na sua página na Internet, a ILC-AO recorda «a situação absurda» vivida durante a Feira do Livro do Porto em 2018, quando, ao quinto dia da iniciativa, «a Polícia Municipal, a pedido da Câmara do Porto, decretou o fecho» da sua banca de recolha de assinaturas, sob a alegação municipal de que «as áreas destinadas a bancas de divulgação e venda de produtos eram exíguas, sujeitas a rateio e fonte de receitas para a Feira do Livro».
A Iniciativa Legislativa de Cidadãos e a Lei
Artigo 5.º (Garantias)
O exercício do direito de iniciativa é livre e gratuito, não podendo ser dificultada ou impedida, por qualquer entidade pública ou privada, a recolha de assinaturas e os demais actos necessários para a sua efectivação, nem dar lugar ao pagamento de quaisquer impostos ou taxas.
Na altura a ILC-AO deplorou a «confusão (propositada?) entre iniciativa cívica e espaço comercial» e apresentou ao Município as explicações necessárias para que a sua legítima actividade pudesse ser desenvolvida, nomeadamente dando a conhecer o conteúdo da Lei n.º 17/2003, de 4 de Junho, «Iniciativa legislativa de cidadãos», cujo Artigo 5.º, «Garantias», que obriga entidades públicas e privadas a facilitar as acções destas excepcionais iniciativas cidadãs (ver caixa), e informando a CMP da exiguidade do espaço a ocupar, «sem qualquer transtorno para a logística e para a gestão camarária do evento a ocorrer nos Jardins do Palácio de Cristal».
«Infelizmente», afirma a ILC-AO, as diligências encetadas «serviram apenas para demonstrar o completo desprezo da Câmara Municipal pela Lei, ao mesmo tempo que, por via de tal expediente, se esgotaram os restantes dias do evento».
Em 2019
Este ano a ILC-AO decidiu «evitar essas estranhas confusões» e, em 28 de Maio passado, deu conta à organização da iniciativa da sua «intenção em prosseguir a recolha de subscrições na edição do ano corrente», e de evitar «o conflito verificado em 2018», disponibilizando-se para «para, em conjunto com a organização do evento, encontrarmos um local adequado para a recolha de assinaturas».
A resposta do município portuense chegou em Julho e voltou a ser negativa, desta vez com o pretexto de, como transcreve a ILC-AO, evitar «um precedente para promover no recinto da Feira do Livro uma campanha de iniciativa cidadã, que poderá abrir portas a muitas outras igualmente legítimas e estimáveis, o que inevitavelmente provocaria constrangimentos à organização do certame e a todos os que dele usufruem, público e expositores».
Para a ILC-AO a CMP «persiste na confusão entre uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos e iniciativas cívicas de género, índole, finalidades, requisitos e enquadramento legal em absoluto diversos». Na resposta, enviada «de imediato» à autarquia, assinalou que a sua presença «não abre portas» a «muitas outras iniciativas» porque apenas as Iniciativas Legislativas de Cidadãos (ILC), na sua figura jurídica específica, estão protegidas pela Lei n.º 17/2003.
«Em rigor, a Câmara Municipal dá-nos permissão para que duas pessoas, num espaço público, possam encetar uma conversa. Ora, como é evidente, para despachar semelhante “determinação”, a Câmara Municipal não era precisa para nada, nem a Lei que protege o Direito de Iniciativa Legislativa serviria fosse para o que fosse. “Autorizar” que duas pessoas conversem na Feira equivale na prática a não “autorizar” coisa alguma, mimetizando um procedimento oficial afinal inexistente»
rUI vALENTE (ilc-aO)
Para não dizer que, desde a aprovação da Lei, «houve, até hoje, menos de uma dezena de ILC» e destas «apenas uma, pela natureza do seu objecto, julgou por bem recolher assinaturas em Feiras do Livro», o que leva os promotores da iniciativa a considerarem que são os únicos contemplados por «uma decisão arbitrária da Câmara Municipal do Porto que, disfarçada de “medida genérica”, nos é afinal dedicada em exclusivo».
Regresso à estaca zero
Finalmente, o município da Invicta autorizou a recolha de assinaturas, desde que não fosse instalada uma «banca ou outro equipamento para esse fim». É, para os promotores da iniciativa pela revogação do Acordo Ortográfico de 1990, o «regresso às condições leoninas de 2018: a recolha de assinaturas pode ocorrer, só não podemos reunir as condições mínimas de exequibilidade para o efeito».
A Câmara Municipal, acusam, «quer poder dizer que “não impede”» sem ter em conta «que “dificultar”, recorde-se, já é uma infracção à Lei» mas, «na prática, as dificuldades impostas são de tal ordem que a Câmara Municipal, de facto, impede».
Nesse contexto, os promotores da ILC-AO não vêm outra alternativa «que não seja levar a cabo a recolha de assinaturas na rua, à porta dos Jardins do Palácio de Cristal. Não podemos aceitar uma situação de clandestinidade, em que o direito de recolha de assinaturas, apesar de legalmente previsto e protegido, passa a ser exercido sem um mínimo de dignidade — ou, em alternativa, sob a ameaça de, a qualquer momento, sermos expulsos pela Polícia Municipal. Enquanto promotores de uma ILC recusamo-nos a abdicar, num espaço público, dos direitos que nos assistem e que estão consagrados na letra da Lei».
Feira do Livro do Porto: evento, protagonistas e Acordo Ortográfico
Desde 2014 que a Feira do Livro do Porto passou a ser uma organização da responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal do Porto e a realizar-se anualmente nos jardins do Palácio de Cristal, durante o mês de Setembro.
O novo modelo do evento partiu da gestão de Rui Moreira, eleito presidente da autarquia portuense em 2013.
A edição deste ano, que foi inaugurada no passado sábado, dia 6, e se prolonga até 22 de Setembro, conta com 130 participantes, entre editores, livreiros, alfarrabistas e instituições e funciona todos os dias, a partir das 11h/12h até às 21h30 ou às 23h, conforme o dia da semana.
A programação da Feira do Livro, além das habituais apresentações de livros e sessões de autógrafos, propõe um programa cultural variado, que colige leituras, debates, exposições, oficinas, cinema, concertos e récitas (o programa prefere a designação em inglês, spoken word) e ocupa espaços culturais como a Biblioteca Municipal Almeida Garrett ou a Capela de Carlos Alberto.
O programa (que pode ser consultado aqui em detalhe) foi apresentado no passado dia 27 de Agosto por Rui Moreira e pelo comissário do evento, Nuno Artur Silva.
História, futuro da Europa, globalização e clima foram alguns dos temas enunciados por Rui Moreira para dar conta da diversidade e urgência dos debates que marcam a sexta edição da feira do livro portuense no seu novo formato, a qual se inspira este ano no pensador Eduardo Lourenço.
«eu acho que nós devíamos escrever todos brasileiro»
Nuno Artur Silva
O comissário Nuno Artur Silva, é conhecido desde há muito, «preferia já estar a escrever à brasileira» para «em vez de falar para dez milhões de pessoas falar para duzentos ou trezentos milhões», como referiu em 2011 em entrevista a um canal televisivo. Em 2014, num colóquio promovido pela Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), manifestou-se convicto de que «no futuro todos vamos escrever em brasileiro e que o português vai ser uma variante regional da língua brasileira», segundo noticiou a organização.
Já o homenageado, Eduardo Lourenço, «nome maior do pensamento português, cujo permanente compromisso cívico e reflexões sobre a Europa são indissociáveis da sua vivência cultural», foi, com António Lobo Antunes, Manuel Alegre, Maria Teresa Horta ou Pedro Mexia, entre outros, um dos subscritores de um manifesto dos «Cidadãos contra o “Acordo Ortográfico” de 1990» lançado em 2017. «O AO90 – a que os sucessivos Governos, com uma alegre inconsciência, foram dando execução –, é um fiasco político, linguístico, social, cultural, jurídico e económico», sentencia o manifesto e publica o Expresso de 23 Janeiro de 2017.
«sempre discordei do acordo ortográfico de 1990»
Rui Moreira
Quanto a Rui Moreira, o presidente da Câmara Municipal do Porto manifestou-se, nos seus tempos de cronista, em completo desacordo com o Acordo Ortográfico de 1990. «Desacordo» foi mesmo o título que deu a uma crónica publicada no Correio da Manhã em 2015 – há dois anos que presidia aos destinos da autarquia portuense – e em que afirmava, por exemplo, que «o acordo é mau, porque distorce a língua portuguesa e introduz confusões desnecessárias», ou que «sempre discordei do acordo ortográfico de 1990».
Ora impedir, enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto e organizador da Feira do Livro naquela cidade, os promotores da iniciativa cidadã contra o acordo ortográfico vigente de recolherem, naquele espaço de cultura, assinaturas contra um acordo desastroso e que, segundo o próprio Rui Moreira, se traduziu num fiasco, ou seja, menorizar esta importante iniciativa cidadã de carácter cultural num evento que se pretende prenhe de responsabilidade cívico-cultural, é no mínimo inconsequente e pode ser susceptível de responsabilidade política.»
Fonte:
O Jornal Expresso, servilmente, até porque não é funcionário público, nem faz parte de nenhum organismo estatal (ou fará) vergou-se à grafia brasileira, que o governo português quer impor a Portugal ilegalmente, sem ao menos se informar se era obrigado, por LEI, a fazê-lo.
Cegamente (ou talvez para servir os interesses do Poder, porque os há assim) optou por trair a Língua Portuguesa. Perdeu leitores, obviamente. E agora deu-lhe para oferecer Camilo à brasileira.
Claro está que um desacordista não compra o Expresso, e jamais leria a prosa impoluta de Camilo, grafada à brasileira.
Isto é um insulto a Camilo e à Língua Portuguesa
Lê-se na apresentação desta oferta, para enganar papalvos: Numa seleção (s’l’ção) (assim, à brasileira) de João Bigotte Chorão, esta coleção (cul’ção) (à brasileira) de oito livros conta com os prefácios de Abel Barros Baptista, A. M. Pires Cabral, Henrique Raposo, Francisco José Viegas, José Viale Moutinho, José Quitério, Maria Alzira Seixo e Mário Cláudio.
Diz que é grátis. Mas nem grátis, nem a pagar, deve ler-se a prosa intocável de Camilo, traduzida para Brasileiro. É um ultraje a Camilo é à Língua Portuguesa.
Assim como seria um ultraje a Jorge Amado e ao Dialecto Brasileiro com que ele escreveu as suas obras-primas, traduzi-lo para Língua Portuguesa.
Os predadores da Língua Portuguesa andam por aí a reeditar os clássicos portugueses em Brasileiro, mas os Brasileiros cultos, que eu conheço, recusam-se a ler os nossos clássicos traduzidos para Brasileiro, porque, dizem eles, perde-se a alma da escrita dos nossos grandes escritores.
Não é hábito das editoras portuguesas traduzirem os clássicos brasileiros para Língua Portuguesa, porque em Portugal, quem sabe ler, pode até não saber o que significa objeto (ôbjêtu), mas isto não é impeditivo de se compreender o resto da obra.
Dizem que, no Brasil, é preciso traduzir as obras dos autores portugueses para Brasileiro, porque os Brasileiros (não os cultos obviamente) não compreendem a Língua Portuguesa. A mim, já me pediram tradução para Brasileiro de um livro meu. Escusado será dizer que me recusei a tal.
Será por isso que nos querem impingir a grafia brasileira, através do fraudulento AO90, para que os tais milhões de Brasileiros que, se excePtuarmos os analfabetos e os analfabetos funcionais, já não serão milhões, mas milhares, possam entender o que escrevemos?
Não haverá nisto algo estranho? Afinal, se é necessário traduzir, a Língua não é a mesma, lá e cá. Para os africanos de expressão portuguesa nunca foi necessário traduzir as nossas obras, africanizando-as, para que eles pudessem entender-nos.
Bem, se me aparecer à frente um Camilo grafado à brasileira, ou um Jorge Amado grafado à portuguesa, irão direCtinhos para o caixote do lixo.
Isabel A. Ferreira
Mais uma achega que destrói, por completo, o AO90 – o putrefacto cadáver ortográfico que, inacreditavelmente, o governo português insiste em manter de pé.
Um texto de:
Manuel Matos Monteiro (Autor, jornalista, formador e revisor)
«Antes do Acordo, há UMA ortografia: “Passeámos na Avenida da Liberdade sem grandes expectativas.”
Com o Acordo, há oito ortografias para a frase. E num livro acordizado há facilmente milhões de ortografias possíveis para o mesmíssimo texto.
Passeámos na Avenida da Liberdade sem grandes expectativas.
Passeámos na Avenida da Liberdade sem grandes expetativas.
Passeámos na avenida da Liberdade sem grandes expectativas.
Passeámos na avenida da Liberdade sem grandes expetativas.
Passeamos na Avenida da Liberdade sem grandes expectativas.
Passeamos na Avenida da Liberdade sem grandes expetativas.
Passeamos na avenida da Liberdade sem grandes expectativas.
Passeamos na avenida da Liberdade sem grandes expetativas.
Antes do Acordo, há UMA ortografia: “Passeámos na Avenida da Liberdade sem grandes expectativas.” Com o Acordo, há oito ortografias para a frase.
Com o Acordo, “expectativa” aparece nos dicionários acordizados como sendo de dupla grafia em Portugal, porque se entende que há quem pronuncie e há quem não pronuncie. (São as trémulas “pronúncias cultas”.) Se um aluno escrever “expectativa” no singular e “expetativas” no plural, fazendo uso da facultatividade que o Acordo lhe dá, deverá o professor assinalar a anomalia?
A maiúscula inicial da “Avenida da Liberdade” passa a ser opcional, como resulta da Base XIX, 2.º, i).
E reza a Base IX, 4.º: “É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos) […].”
Chamamos, chamámos, falamos, falámos, brincamos, brincámos, trocamos, trocámos — é facultativo distinguir o tempo pretérito do tempo presente. Se o contexto for ambíguo, o leitor que se amanhe. Em frases que aparecem desgarradas e desprovidas de contexto (na televisão, na imprensa, na Internet), a salgalhada é total. Numa época de hiperinformação tombando a cada instante, em que muitos só lêem os títulos, que mal tem a interpretação contrária quanto ao tempo em que se situa a acção ou quanto ao próprio sentido da frase? “Jogamos mal” ou “pagamos mal”, numa fonte acordizada, pode ser “jogámos mal” ou “pagámos mal”.
Uma palavra hoje muito na moda (que não me suscita simpatia alguma) é “expectável”. O Portal da Língua Portuguesa e a Infopédia, por exemplo, acolhem “expectável” e “expetável” (pronúncia que passam a legitimar e a fomentar…[i]). O verbo acordizado pode escrever-se “expectar” e “expetar”. Ou seja, no pretérito perfeito, temos “nós expetámos/expetamos/expectámos/expectamos”.
Não tenho conhecimento de outra língua em que na mesma pessoa, no mesmo tempo, no mesmo verbo, haja quatro ortografias.
No exemplo acima, se o verbo não fosse “passear”, mas um de dupla grafia, teríamos não oito, mas dezasseis formas ortográficas de escrever a frase. Se ainda acrescentarmos o inacreditavelmente facultativo acento de “dêmos”[ii] (para distinguir de “demos”), teremos trinta e duas ortografias para a frase, parágrafo ou texto. Se tivermos o nome de um curso (por exemplo, Medicina), também aqui passa a ser opcional a maiúscula… e vamos em sessenta e quatro ortografias. Um santo (ou santa) seguido do respectivo nome e eis outra nova facultatividade quanto à maiúscula inicial… cento e vinte e oito ortografias. O nome de um edifício (Palácio da Cultura/palácio da Cultura)… e outra facultatividade… duzentas e cinquenta e seis. O nome completo de uma igreja, opcional também a maiúscula inicial… quinhentas e doze ortografias. O nome de uma rua, mais uma nova facultatividade (Rua do Ouro/rua do Ouro)… mil e vinte e quatro ortografias. Basta mais uma palavra de dupla grafia e chegamos às duas mil e quarenta e oito ortografias. Com as facultatividades dos acentos, das maiúsculas iniciais e com as duplas grafias das palavras pronunciadas ora com ora sem consoante, bastarão vinte casos e teremos um milhão quarenta e oito mil quinhentas e setenta seis formas de escrever o mesmo texto. E assim sucessivamente multiplicando por dois. (Os números começam a ser terrivelmente assustadores, o Acordo torna-nos multimilionários das ortografias.)
Num livro acordizado, há facilmente mais do que vinte casos de facultatividades, ou seja, há milhões de ortografias possíveis para o mesmíssimo texto.
Se a isto somar as diferentes interpretações quanto às locuções que perderam os hífenes (e quanto às próprias consoantes mudas), porque os dicionários e os livros de estilo com o Acordo não se entendem [VER ADMIRÁVEL LÍNGUA NOVA PARTE III], a cabeça explode, não apenas pelo número de ortografias possíveis, mas por não haver dois dicionários ou prontuários acordizados que não tenham muitas divergências quanto àquilo que é a ortografia de certa locução ou palavra.
Ainda agora, nas notícias sobre o Mundial, li em órgãos de comunicação social que seguem o Acordo: “oitavos-de-final”, “quartos-de-final”, “ponta-de-lança” ora com ora sem hífenes, com flutuações dentro do mesmo órgão. Mero exemplo: num canal televisivo (o 5 na minha casa), no espaço de minutos, consegui ler “oitavos-de-final” com e sem hífenes. Antes do Acordo, inquestionavelmente com hífenes. Depois, a salgalhada que faz saltar os olhos. (Se quereis a minha opinião, caros acordistas, com o vosso Acordo, deve ser sem hífenes, ainda que o espírito da lei seja inexcedivelmente ambíguo, como já demonstrei antes. Ou seja, ficais com “guarda-redes”, “defesa-central”, mas “ponta de lança”; com “oitavos de final” e “quartos de final”, mas “meias-finais”[iii].) [VER ADMIRÁVEL LÍNGUA NOVA PARTE II.]
Lembremos as palavras mágicas do Acordo: simplificar, uniformizar, internacionalizar a língua. Hoje, demonstrada a fraude em toda a sua extensão (algum brasileiro passou a comprar um livro português por este seguir o Acordo e vice-versa?), sobra apenas o argumento, ou pretexto, de que já não podemos voltar atrás, de que as crianças já aprendem assim, de que teríamos de imprimir novos livros — blá-blá-blá que esconde o vácuo: apenas a inércia e a obstinação do orgulho de quem não admite que criou e deixou criar um monstro metuendo e indomável permitem que o Acordo não seja atirado para o sítio das coisas que não prestam para nada. O caixote do lixo que não é reciclável.
[i] O engenheiro informático João Miranda que trabalha em Praga escreveu-me numa mensagem de correio electrónico: “Uma das características interessantes do Acordo, que se presume ortográfico, é que interfere, esperada ou inesperadamente, com a pronúncia, em vez de interferir apenas com a ortografia. Houve quem mudasse a forma como sempre disse certas palavras (inconscientemente ou não), e, por outro lado, há palavras cuja pronúncia se impõe, porque os autores do Acordo [e aqueles que se viram obrigados a interpretá-lo, nem que fosse para fazer dicionários] acham que se deve dizer de determinada forma (e a grafia impõe essa leitura).”
[ii] veja-se o seguinte passo de Camilo Castelo Branco, em O Santo da Montanha: “Já que morreu a serpente, dêmos duas cabriolas; que, medrosos de seus olhos, nada até ora fizemos.” Perceba e sinta como o tempo verbal sem o acento é lido de outra forma. E já há Camilo acordizado por aí. Pegue na frase “Para que demos tudo?” e veja como a ausência do acento altera o sentido (além de aquele “para” poder tratar-se de um “pára”).
[iii] Lemos na Infopédia, num “artigo de apoio”, que “quartos-de-final” perde os hífenes com a “explicação”: “Com o Acordo Ortográfico, não se usa hífen na maioria das locuções.”
Mas porque acolhem outras com hífenes?! Não explicam. Tal como não explicam como se distingue a maioria da minoria. Porque o Acordo também não o faz na sua prosa enrolada da Base XV, 6.º.
Mais de Manuel Matos Monteiro:
Admirável Língua Nova (Parte VI)
https://www.publico.pt/2018/03/09/culturaipsilon/opiniao/admiravel-lingua-nova-parte-vi-1806033
Admirável Língua Nova (Parte VII)
https://www.publico.pt/2018/04/02/culturaipsilon/opiniao/admiravel-lingua-nova-parte-vii-1808831
Lugares-comuns da linguagem hodierna
https://www.publico.pt/2018/04/30/culturaipsilon/opiniao/lugarescomuns-da-linguagem-hodierna-1815866
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Comentário:
mzeabranches
11:07
Mais um excelente artigo! Obrigada por tentar abrir os olhos aos portugueses. A ignorância, a estupidez e a subserviência nacionais não têm limites, e abundam na classe dominante, política e intelectualmente. Por uma estranha maldição, Portugal despreza a sua língua materna, contrariamente a todas as outras nações, incluindo o Brasil. Passo a citar o Prof. Dr. António Emiliano, no seu Contributo para o Grupo de Trabalho da AR: «É uma péssima reforma ortográfica, que tem como mirífico objectivo a unificação ortográfica da "lusofonia" e que, na realidade, contribui de forma clamorosa, para a acentuação da fragmentação ortográfica da mesma.» Sugiro que vejam, na net, a opinião do Prof. universitário brasileiro Maurício Silva (USP), «Reforma Ortográfica e Nacionalismo Lingüístico no Brasil».
Fonte:
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