Domingo, 18 de Agosto de 2019

«O “Acordo" Ortográfico 1990 em 2017» como se fosse hoje

 

«(...) não existindo qualquer diálogo ou dialéctica entre Estado e Cidadão... é porque já estamos mesmo a viver uma outra ditadura (...)»

 

Uma análise lúcida de José Pedro Gomes, escrita em 25 de Agosto de 2017, sobre o pseudo-acordo ortográfico de 1990.

 

Estamos em 18 de Agosto de 2019, e o texto mantém-se aCtual, o que significa que a ditadura vigente, fantasiada de “democracia”, e a falta de vergonha na cara, somadas à cumplicidade daquele que devia ser o garante da Constituição da República Portuguesa, mas não é, mantêm Portugal na senda de uma inconcebível parvoíce ortográfica, cada vez mais acentuada.

 

Até onde nos levará esta farsa à portuguesinho?

 

Nei Leandro.jpg

 

Texto de José Pedro Gomes

 

(Nota: os trechos a negrito são da responsabilidade da autora do Blogue)

 

«O “ACORDO” ORTOGRÁFICO DE 1990 EM 2017

 

Muitos amigos ficarão ou não aborrecidos com isto, não interessa, sejamos pragmáticos e congruentes naquilo que dizemos ser.

 

Isto a propósito do pseudo-acordo ortográfico de 1990, uma questão que nada tem a ver com partidarismos, nem de direita, nem de esquerda. É mesmo de cidadania e de direitos constitucionais.

 

Não compreendo, nunca compreenderei, numa sociedade que gasta cuspo a falar da liberdade e dos valores alcançados num pós 25 Abril, a falar sobre os tempos de censura, duma tal coisa do passado quase etérea e maldita que nem sequer pode ser debatida pois os humores ficam inflamados de tal ordem que se torna impossível um diálogo histórico e abstraído de emoções irracionais... como é possível perante isto acarretar-se tornando-a aceite, com uma mixórdia imposta e pespegada, compactuada nos bastidores políticos, envolvida em obscuridade... uma coisa abjecta fruto duma política subserviente ao jugo empresarial. Como?

 

Tal coisa e a forma como se transpôs não deram satisfações em absoluto. Imiscuiu-se impondo-se e castigando quem a questionasse, cortando uma brecha fosso de incongruência e inconsistência na Nossa Língua, um dos maiores patrimónios que dispomos, contra tudo e contra todos, rasgando os direitos mais essenciais e empobrecendo ainda mais a pedagogia e o ensino da Língua Portuguesa. Substância essa tão idiossincrática, tão fundida com a nossa pessoa, tão fundida com um dos nossos maiores direitos e expressões individuais. Não se percebe. Não se quer saber, amorfa-se. Prefere-se ficar na ignorância.

 

Não compreendo como é que esse Português que se diz lutador dos direitos fundamentais do passado se deixe vergar perante tal atentado Constitucional no presente, se deixe levar tendo em conta os inúmeros escândalos políticos que já aconteceram e que vão continuando a acontecer, por ideologias sem corpo, atiradas aos ares que se pegam à inércia individual, à apatia e ao comodismo. Porque na realidade se não reagimos quando um direito de opinião de tal ordem que nem sequer é escutado for vilipendiado, não existindo qualquer diálogo ou dialéctica entre Estado e Cidadão... é porque já estamos mesmo a viver uma outra ditadura, esta, sub-reptícia e desta vez bilateral, porque só existe se existir um permissório.»

 

Fonte:

https://www.facebook.com/notes/jos%C3%A9-pedro-gomes/o-acordo-ortogr%C3%A1fico-de-1990-em-2017/10155449655786071/

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:19

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Quarta-feira, 12 de Abril de 2017

Se a ignorância pagasse imposto, Portugal seria o país mais rico do mundo

 

Uma reflexão sobre a ignorância e os ignorantes militantes, ou seja, aqueles que, apesar de toda a informação, optam por continuar ignorantes.

Por isso, o AO90 mantém-se pendurado por um fio de aranha, sobre um abismo…

 

IGNORÂNCIA1.jpg

INDIFERENÇA.jpg

 Origem da foto: Internet

 

Consta que são bastantes, os ignorantes, os indiferentes, os invejosos, os mesquinhos, os desconfiados, os medrosos, os corruptos e os interesseiros, que desconhecem o sentido da cidadania, logo, não a exercem. E, por isso, permitem que o país seja malgovernado, abandalhado e vendido aos pedaços, a quem dá mais.

 

Se a ignorância pagasse imposto, Portugal seria o país mais rico do mundo. Esta é uma triste verdade.

 

É que a ignorância está disseminada por toda a parte, por todos os extractos sociais e pelos mais altos cargos da Nação.

 

A Saúde, em Portugal, está gravemente doente.

 

A Pobreza espreita em cada esquina.

 

O Ensino anda a rastejar por um chão pejado de uma descomunal cegueira mental.

 

A Cultura Culta e a Cultura Crítica emigraram para mundos mais civilizados.

 

As Artes sufocam, e apenas os escravos do poder vivem à custa delas.

 

A Língua Portuguesa anda perdida nos subterrâneos de uma ignorância e de uma indiferença descomunais que, alarvemente, estão a esmagar a identidade do povo português.

 

A política da violência e crueldade contra seres vivos têm os seus maiores defensores sentados nos Palácios de São Bento e de Belém.

 

Os indiferentes andejam por aí, como sonâmbulos. Se lhes mexem nos bolsos, agitam-se, mas sem grande convicção, por isso tudo continua sempre igual, sempre funesto, sempre obscuro, sempre mergulhado no lodo de um passado que se quer passado, e não presente ou futuro.

 

Na hora do voto, vota-se na continuidade, porque o medo de mudar é mais forte do que a vontade de ousar o desconhecido, a modernidade, o avanço civilizacional.

 

A ignorância e a indiferença estão a cozinhar Portugal em banho-maria, e os bobos da corte saltam e riem, porque enquanto houver povo ignorante e indiferente, mantê-lo-ão sob o seu jugo, e destruirão a Nação, em prol de interesses que não interessam, de modo algum, a Portugal.

 

E os Portugueses, tal como num tempo ainda bem presente, lá vão cantando e rindo, levados, levados, sim, pela voz do som tremendo, da ignorância sem fim… (1)

 

Isabel A. Ferreira

 

(1) Excerto adaptado do Hino da Mocidade Portuguesa, letra de Mário Beirão

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:42

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Sexta-feira, 24 de Março de 2017

«Não haveria ditadores se não tivessem quem os seguisse»

 

Todos sabem que Portugal vive uma ditadura fantasiada de democracia, ou melhor, numa autocracia: o povo não é para ali chamado.

 

Se assim não fosse, os ditos governantes “democráticos” já se tinham dado conta de que os Portugueses, minimamente instruídos, e os outros também, rejeitam o AO90.

Os acordistas são os novos escravos dessa ditadura. Dessa autocracia.

 

Luí Filipe Pimentel Costa conduz-nos a uma reflexão pertinente.

 

12106855_712219155546422_7087361473229470563_n[1].

 

Origem da imagem:
https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90/photos/a.645118928923112.1073741834.199515723483437/712219155546422/

 

 «O principal responsável é o homem bom e cumpridor das legalidades que denuncia o vizinho, levando a que seja torturado e eventualmente morto.

 

Os principais responsáveis são os soldados que vêm buscar o vizinho denunciado pelo delator.

O principal responsável é o sargento que interroga o vizinho denunciado.

O principal responsável é o cabo que tortura o vizinho denunciado, "apenas" cumprindo ordens.

São mais responsáveis que os generais sentados nas suas poltronas, apenas a cagar ordens.

 

Estes generais só são mais responsáveis que o ditador que, do alto do seu púlpito dança sobre a cabeça dos generais, sem os quais se despenharia e seria encerrado num manicómio.

 

Responsáveis são os professores que se dizem contra o anti ortográfico e todos os dias violentam os alunos, ensinando-os e obrigando-os a escrever errado.

 

Imagine-se todos estes professores ... dezenas? centenas? dezenas de centenas? Imagine-se todos estes professores a recusarem-se a violentar os alunos na sua cidadania…

 

Imagine-se TODOS estes professores a formarem uma associação que se manifeste nos meios de comunicação social, que se manifeste no ministério que deveria ser da cultura.

 

Terão os seus porquês, as suas justificações, mas o facto é que são responsáveis, dos principais responsáveis pela manutenção e propagação do porcalhês que segue o anti ortográfico de 1990.

 

Como os professores, também os encarregados de educação que se dizem contra o anti ortográfico de 1990. Imagine-se todos estes encarregados de educação, TODOS, a recusarem que os seus educandos sejam violentados na sua cidadania e obrigados a escrever errado.

 

Imagine-se TODOS estes encarregados de educação a OBRIGAREM, a EXIGIREM que os seus educandos, não sendo, como não são funcionários públicos, não sejam violentados na sua cidadania e OBRIGADOS a escrever ERRADO.

 

Mais me preocupa o silêncio dos bons que voltam a cabeça para o lado, do que as atrocidades dos maus.

 

O importante é reconhecermos os nossos erros. O importante é, reconhecendo os nossos erros, dispormo-nos e esforçarmo-nos por não os repetir. Importante também é transmitirmos aos outros o conhecimento dos nossos erros, numa tentativa de que os outros os não façam.

 

Afinal de contas, todos nós somos humanos, e como tal erramos. Se não errássemos seriamos deuses.»

(…)

Luís Filipe Pimentel Costa

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:01

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