O livro foi apresentado na 5ª edição do Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, no dia 16 de Fevereiro de 2006.
Foram muitas as pessoas que assistiram à apresentação do livro, com a presença da escritora.
No encerramento da Feira do Livro, onde o livro dedicado a Luísa estava à venda, informaram-me de ele tinha sido o best-seller desta 5ª edição. Fiquei feliz. Por ela. Por mim.
Todos os que, como eu, não têm padrinhos poderosos no mundo editorial, têm muita dificuldade em publicar o que quer que seja, ainda que digam, talvez hipocritamente, que «a sua obra tem muita qualidade, mas..», os motivos para a não-publicação da obra com qualidade, revestem-se de mentiras piedosas, que não convencem ninguém. A questão é: não há padrinhos, não há publicação.
Dos mil livros editados, na 1ª edição, ainda tenho vários exemplares. Portugal nunca foi um País de albergar muitos leitores. Ramiro Teixeira, crítico literário, disse-me que o meu livro sobre Luísa acompanharia o sucesso da obra da escritora ao longo dos tempos.
Luísa morreu em 15 de Fevereiro de 2015, fez ontem 10 anos, e nestes 10 anos nunca mais se ouviu falar de Luísa Dacosta.
Soube que a escritora ia ser homenageada na 26ª edição do Correntes d’Escritas, que está a decorrer na Póvoa de Varzim. Até que enfim!
Celebro hoje aquela que soube honrar e enriquecer a Língua Portuguesa, deixando aqui o Preâmbulo de «Luísa Dacosta – “no sonho, aliberdade”...», com a esperança de que quem segue o Correntes d’Escritas possa interessar-se pela obra desta que é um dos nomes maiores da criação literária portuguesa contemporânea.
PREÂMBULO
Luísa Dacosta nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes, em 16 de Fevereiro de 1927, provavelmente num daqueles dias surpreendentes de Inverno que a fadou com o desassossego que distingue os seres marginais.
Depois de uma infância e de uma adolescência vividas em liberdade, rodeada de mimo, mas também de vivências que foram determinantes na construção da sua personalidade e que viriam, mais tarde, a ser perpetuadas na sua obra manifestamente autobiográfica, a jovem da província abalou para a capital, onde novas emoções, novas realidades, novos rumos, novas circunstâncias, dariam um novo sentido à sua existência. E quando, em 1944, iniciou a licenciatura em Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a jovem Luísa trazia já em si a força e a coragem que caracterizam a mulher transmontana, facto que, aliado a uma genuína e saudável rebeldia, dela fez um ser indomável, como os seres selvagens que habitam as alturas, daí a sua visão do mundo conter a dimensão dos grandes horizontes. Ao mesmo tempo, possui uma natureza frágil e dócil que, por vezes, permite enredá-la em redes tecidas por mãos misteriosas, ocultas entre a folhagem de bosques, por onde vagueia um tempo sem tempo. O tempo daquela que escreve.
Ora um tal ânimo não poderia ser desperdiçado numa vida feita de lugares-comuns, de banalidades, de insignificâncias. Autora de uma obra poderosa, assente em mitos que a habitaram, como o de Tristão e Isolda, Narciso, Ceres, Penélope, e nas suas próprias vivências, acrescida de inegável qualidade literária, registo fragmentário de instantes efémeros que marcam uma existência, com Luísa a realidade mais simples transforma-se num momento raro, feito de palavras que flutuam e dançam ao som de ventos que não sopram, vestem-se de roupagem nova, libertando-se, desse modo, da sua forma banal, transformando-se elas próprias, as palavras, em seres únicos, etéreos, eternos e encantatórios.
Com Luísa, a poesia brota de todas as coisas: «Pela janela vem ainda um vago perfume a rosas, mas sem aquela onda sufocante de seiva, de vida, que outrora abafava com seu peso a minha infância, dolorosa, de penetrar o segredo das coisas.» (in Na Água do Tempo – Diário, Quimera).
Com Luísa, os enredos são mágicos: «Penélope incansável, a madrugada destece a urdidura dos filtros da noite, apaga a magia das sombras, esfria as estrelas. Mas não cala o apelo mítico, que sobe dos abismos e se desgarra. Como um lamento de ave, ecoa. Paira sobre as águas. Chega até mim.» (in Morrer a Ocidente – Crónicas, Figueirinhas).
Com Luísa os sons humanizam-se: «Soltou-se, dos abismos, o búzio do vento. Que dor se esfarrapa e franja de encontro aos penedos? Que voz, dolorida, endoidada, cavalgando ondas e crinas de espuma, espraia desesperos e uiva pelas margens da noite? – Meu amor! Meu amor!» (in A-Ver-o-Mar – Crónicas, Figueirinhas).
Com Luísa, o sofrimento é sublimado: «Sombrios, como as raízes da noite, eram os seus cabelos. E os olhos, pesados de amargura, tinham o brilho, incansável, das estrelas. À janela da vida, esperava o amor, o único – sobre o qual o tempo não tem poder.» (in Corpo Recusado, Figueirinhas).
Algumas das principais obras de Luísa Dacosta foram escritas no seu moinho de A-Ver-o-Mar, um presente de amor e depois concha de solidão, onde, qual ave de arribação, «só ia de ano a ano» … E, naquele lugar, onde o silêncio e o mar se enlaçam e as gaivotas adormecem a cada entardecer, o moinho, de paredes brancas, foi berço de uma prosa poética, invulgar, porque imbuída dos segredos das águas e dos sons marinhos, e das toadas da terra, quase imperceptíveis, que as noites vazias tornaram reais. Quem lê A-Ver-o-Mar – Crónicas, não esquece a beleza com que as cenas mais banais do quotidiano das gentes locais são descritas: «A tarde feria-se de sombras, toldava-se dos fumos da ceia. Era chegada a hora em que tudo dói, magoa, sangra, quer seja uma ausência, uma luz, uma pedra.»
Além das obras referidas e ainda outras (que incluem o conto, o ensaio, a crítica) escritas para adultos, obras autobiográficas, que encerram o seu peculiar universo, nas quais, como se disse, os enredos são mágicos, os sons humanizados, o sofrimento sublimado, e as palavras, que dizem da recusa, da solidão, do sofrimento, da angústia, são colhidas como quem colhe flores em jardins secretos, habitados por ninfas, a autora, porque dedicou parte da sua vida ao ensino preparatório, escreveu também vários livros para crianças, e, desse modo, ficou do lado do sonho.
Antes de conhecer a Luísa Dacosta/Mulher, conheci a Luísa Dacosta/Menina, através dos livros que escreveu para os mais pequeninos, e tal como acontece às crianças, também me deixei seduzir com as histórias próprias da infância, onde, todavia, a realidade nunca está ausente. Mais tarde, descobri, nas crónicas de A-Ver-o-Mar, aquele apelo à inocência das mulheres da beira-mar, sofridas, as quais vivem vidas sem sonhos, (como poderá viver-se sem sonhos?...) e cujo destino se enrola nas águas do grande oceano, que lhes dá o sustento, mas também a morte dos seus homens. Foi a partir de então que comecei a render-me à força da narrativa de Luísa, límpida e ausente de lugares-comuns, e parti para a descoberta daquela que escreve como quem faz renda, arrancando da palavra/bilro novas sonâncias encantatórias, que em nós ficam ecoando como vozes longínquas. Escrita/pintura feita de palavras de água púrpura, rósea, anil, violeta que transforma os textos em recriadas aguarelas, e molda paisagens, seres, emoções, sentimentos…
Seguiu-se Morrer a Ocidente, onde a ficção se confunde com a realidade, continuando no domínio das crónicas com sabor a sal. E tal como aquele soldado que, longe da pátria, e a propósito do texto Na Respiração do Tempo, publicado n’ A Vida Mundial escreveu à autora: «... senti o apelo da água... é um renovar tão profundo beber a maresia, a que aqui, a 2000 km do mar, senti nítido o cheiro iodado da Apúlia, pela mão das suas palavras... ler quem tão bem entende o mar, é um murmúrio de livres águas, bem consolador neste quotidiano difícil... Reli há dias... é uma das coisas mais belas, mais íntimas e mais verdadeiras (porque me toca por dentro) que tenho sentido», também eu descobri naqueles textos pedacinhos do meu mundo feito de breves momentos felizes, onde o mar ocupa um lugar relevante (foi à beira-mar que nasci e passei parte da minha existência) e o seu cheiro a algas, as suas gaivotas, as suas águas cantando segredos, ali, naquelas palavras debruadas com os sonhos de Luísa.
Mas foi O Planeta Desconhecido e Romance Daquela que Fui Antes de Mim que mais me impressionou, enquanto leitora. Trata-se de uma obra trespassada de mágoa e de melancolia, se bem que ateada de palavras escritas com saber, que nos lançam no sublime enfeitado de caos, e dão-nos, nua e cruamente, a dimensão da realidade que somos e, sobretudo, para onde vamos, cativos de um tempo que nos desfigura o corpo e nos arrasta até à outra margem da vida. Um livro belo que celebra as emoções, mas também a palavra. Uma vez mais.
Quando é urgente fugir do mundo e da realidade, a leitura é o meu porto de abrigo, e são dois os mestres que me ajudam nessa fuga: Pablo Neruda e Luísa Dacosta.
Pablo leva-me «ao pé dos vulcões, junto aos ventisqueiros, entre os grandes lagos, ao fragrante, ao silencioso, ao emaranhado bosque chileno... onde afundo os meus pés na folhagem morta... e sinto o aroma selvagem do loureiro»... (in Confesso que Vivi).
Luísa «faz-me resistir à vida, ao desgaste do tempo, à morte do corpo, ao apagar das alegrias, ao vazio circundante, ao corte das raízes, à não publicação dos (também meus) sonhos a morrer na gaveta...» (in Na Água do Tempo).
É neste universo, entre a cadência da vida e a beleza das palavras, que se move Luísa Dacosta, sem dúvida, um dos nomes mais expressivos da Literatura Portuguesa Contemporânea. Contudo, devido, talvez, à sua recusa em enveredar pela vulgaridade e pelo mediático, conceitos tão entranhados na sociedade actual, cúmplices de uma gritante cegueira cultural, que, infelizmente, tanto valoriza e cultua a mediocridade, uma escritora de tal importância, inclusive, estudada nas universidades do nosso País e até no estrangeiro, não tem merecido, por parte dos media, o justo reconhecimento, nem a oportuna divulgação.
Disse-me, certa vez, um dos seus editores: «Os livros dela não se vendem». Como pode vender-se algo que não é adequadamente promovido? Como pode vender-se algo que não está ao alcance das pessoas? Como pode vender-se algo de que não se tem conhecimento? Em que livrarias estão os livros de Luísa Dacosta, para que as pessoas possam, ao menos, folheá-los? Em que Feiras do Livro estão os livros de Luísa Dacosta, para que as pessoas possam vê-los e, possivelmente, comprá-los?
Isto faz-me lembrar um episódio que me diz respeito, e que não resisto a contar. Quando publiquei o meu primeiro livro, levei dez exemplares para uma determinada livraria, dentro de um saco de plástico preto. Entreguei o saco ao livreiro e sugeri-lhe que ficasse com os livros e os vendesse à consignação. Acertámos tudo e deixei então o saco preto em cima do balcão. E saí. Passados uns meses (poucos) regressei à livraria para saber do “negócio”. E o livreiro disse-me: «Não vendi nada. Sabe…ninguém a conhece…». E eu perguntei onde estavam os livros. E o livreiro dirigiu-se a uma prateleira, escondida entre outras prateleiras, no recanto mais recôndito da livraria, atrás de uma pilha de livros, e de lá tirou o saco de plástico preto. O saco estava intacto, tal como eu o tinha ali deixado, com os meus livros todos lá dentro. Agora entendo, disse eu ao livreiro. Como pode vender-se algo que ninguém sabe que existe? Ninguém me conhece! Claro! Como pode alguém conhecer quem, para todos os efeitos, não existe à luz, ainda que fosca, de uma livraria, ainda que antiquada? Decidi então, desfazer logo ali o “negócio” e trazer comigo o saco preto, com os livros dentro.
Não estarão os livros de Luísa, também encerrados em sacos pretos, esquecidos nos recantos mais escondidos das livrarias? As palavras-chave para que um livro se venda são: promover, divulgar, mostrar…E o que não existe, passará a existir. E o que não se vende, talvez passe a vender-se. Não é assim que acontece com os autores que vendem, ainda que alguns não tenham a mínima qualidade literária? Se a má literatura se vende, por que não há-de vender-se a boa Literatura?
Dar a conhecer o universo da mulher/escritora, com o intuito de despertar os leitores para a sua obra, e de os acompanhar na descoberta do seu mundo, imensamente fértil em palavras delicadamente cerzidas, que são as suas, é o objectivo principal deste livro. Trata-se de um trabalho que, de modo algum, pretende ser académico ou erudito, crítico ou de análise linguística. É apenas um olhar, o meu olhar, despretensioso, de leitora e admiradora da escrita de Luísa Dacosta; a experiência de uma jornalista que segue o percurso literário da escritora desde 1984; uma abordagem pessoal, tendo também em conta o que vivi com a escritora, ao longo de vários anos, e o conhecimento do seu modo desassossegado de ser, e do seu pensamento irreverente.
A ideia não é a de analisar a sua obra sob o ponto de vista literário – para tal, há especialistas como Glória Padrão, José Augusto Seabra, Albano Martins, Paula Morão, Ramiro Teixeira, José António Gomes e Alzira Seixo, entre outros – embora, inevitavelmente, possa deambular, uma vez ou outra, e muito vagamente, por esse campo. O cerne de Luísa Dacosta – «no sonho, a liberdade...» é o de acolher o todo – quem escreve e o que escreve – numa visão meramente jornalística, mais próxima do leitor comum, colocando esta questão básica: quem é Luísa Dacosta? E partindo-se do pressuposto de que conhecendo-se aquela que escreve, melhor se compreende aquilo que escreve, atinge-se o âmago do meu objectivo: falar da obra de um dos nomes maiores da criação literária portuguesa contemporânea, dos seus motivos, e do que ao redor dessa obra se foi construindo.
Aliás, penso que todos os que gostam verdadeiramente de ler interessam-se por ler os livros daqueles de quem conhecem o pensamento, o modo de ser, de ver as coisas e de estar no mundo, conseguindo, desse modo, olhar com outros olhos a sua obra.
Partindo da infância, passando pela adolescência, pela juventude, pela publicação do primeiro livro até à actualidade, a minha ideia foi a de reunir numa só obra o saber da menina/mulher que escreve livros, por que os escreve, e como os escreve, aproveitando excertos das suas obras, para ir divagando sobre as coisas do seu universo, e aprofundar um pouco mais o seu pensamento, entremeando com alguns episódios que tive a oportunidade de vivenciar com a autora, procurando despertar o leitor comum para a obra desta que, à margem do mundo, é, sem dúvida, repito, uma das mais fascinantes escritoras portuguesas do século XX, pelo modo como usa a palavra.
Penso que a análise puramente literária da obra de um escritor interessará, talvez, prioritariamente aos estudiosos de Literatura, por isso, a ideia foi realizar um trabalho que conquiste os muito cultos, mas também, e essencialmente, os menos eruditos, para que não só possam ter acesso, como interessar-se por uma obra tão inexplicavelmente colocada à margem do rio literário que por aí vai serpenteando, pejado de ervas ressequidas, a que, também inexplicavelmente, é consagrado o melhor “adubo”.
O presente livro, além de incluir fotografias inéditas, divide-se em seis partes, antes e depois do que considero um “mito”, uma vez que um escritor, para a grande maioria das pessoas comuns, é um ser mitológico, distante, que vive num lugar longe e privilegiado, um ser que tem acesso à imortalidade através da sua escrita, e a tendência é querer saber o como e o porquê das coisas e dos segredos que normalmente envolvem os que escrevem. É a resposta a esse “como” e a esse “porquê” que pretendo dar, reunindo, como já referi, num só livro, todo o percurso de Luísa, desde a infância à actualidade, percorrendo, paralelamente, toda a sua obra, seguindo um critério cronológico.
Luísa fez da Língua Portuguesa um ninho, onde ninhou palavras que se assemelham a pássaros: livres e belos no seu voejar. Por isso, atrevo-me a dizer que o seu mundo é mais além, é o dos tais seres selvagens que habitam as alturas. E, dessas alturas, Luísa Dacosta pode contemplar horizontes infinitos e lançar as suas palavras a ventos que não sopram, porém, o paraíso literário estará sempre onde estiver um livro seu...
Isabel A. Ferreira
Começo por fazer dois apelos, por amor à Língua Portuguesa, uma das Línguas de Expressão Ibérica, completamente DESVIRTUADA pelo AO90, e que já NÃO é Ibérica.
Primeiro apelo:
Sei que vários autores, que se dizem anti-AO90, aceitaram o convite para estar no “Correntes d’Escritas”. Apelo [que falta faz a acentuação!] para que, neste Encontro, pugnem pela Língua Portuguesa, demonstrando o quão nocivo é o AO90, para o equilíbrio das Línguas de Expressão Ibérica.
Segundo apelo:
A partir de amanhã, dia 14, até ao dia 18 de Fevereiro, ocorrerá, na Póvoa de Varzim, a 24.ª edição do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, o Correntes d’Escritas, para o qual foram convidados cerca de uma centena de escritores de línguas hispânicas e portuguesas, somando 15 nacionalidades diferentes.
Acompanhei o «Correntes d’Escritas» (criado no ano 2000) até ao ano em que o acordo ortográfico de 1990 foi introduzido no Encontro, e as coisas mudaram, porque a Língua Portuguesa deixou de ser Portuguesa, e as correntes, que deveriam UNIR as Línguas de Expressão Ibérica, foram quebradas.
E a partir de então, nesses encontros, tudo deixou de me interessar. A Feira do Livro, onde eu gastava dezenas de Euros, deixou de me interessar, porque passou a INSULTAR a Cultura do Livro Português, com um escaparate de autores como Sophia de Mello Breyner Andresen, que, em vida, se mostrou completamente avessa ao AO90, (conforme a imagem), a ter a sua obra para a infância, completamente DESVIRTUADA, pelo acordês, como um gigantesco INSULTO à sua memória (ao menos não lhe mutilaram o nome escrevendo Sofia de Melo Brainer) ao abrigo deste argumento completamente parvo: “Considerando a sua possível leitura em contexto escolar, este livro respeita as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assumindo a Porto Editora a responsabilidade desta adaptação”.
Chamaram-lhe adaptação. Chamem-lhe ACORDIZAÇÃO da Língua Materna das crianças, que têm o direito a aprendê-la na sua versão greco-latina, e NÃO desenraizada, mutilada, desfeada, manca.
Sobre a profanação da obra de Sophia, sugiro a leitura de um texto, de Nuno Pacheco, no Jornal PÚBLICO, com uma introdução minha.
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/sophia-a-menina-do-mar-e-as-partidas-220093
Não sei como Miguel Sousa Tavares, filho da autora, e um ferrenho anti-acordista, permitiu este ultraje à obra de Sophia. Mas não só obra de Sophia foi profanada. José Saramago, os nossos clássicos, como Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, entre muitos outros, autores de prosas e versos magníficos, foram ultrajados. Soube que em algumas bibliotecas destruíram os livros em Língua Portuguesa, para os substituir pelos acordizados.
Deixei de frequentar este Encontro. Só vou medir o pulso à Feira, e, quando a hora me permite, vou às apresentações dos livros do meu amigo Aurelino Costa, poeta poveiro do qual gosto bastante, e que, até ao momento, não traiu a Língua dos seus Poemas. De resto, não me sinto bem naquele ambiente acordista cheios de traidores da Pátria. Sei que anda por aí um modismo em que se diz que isto de “Pátria” é coisa que já não se usa. Sim, é coisa que os apátridas não usam, porque NÃO têm Pátria.
Para quem estiver interessado, aqui fica o link do programa deste Encontro de Escritores:
Isabel A. Ferreira
Desacordistas de Portugal, temos uma guerra a vencer: a da extinção do AO90
E como se vence esta guerra, se já foram travadas algumas batalhas, sem atingir os inimigos que, apesar de não serem fortes, nem inteligentes, nem terem a razão do lado deles, usam a táctica do silêncio e ocultam os seus despropósitos, nos subterrâneos mais inacessíveis dos Palácios de Belém e de São Bento?
Não, não é com um ataque aos Palácios, com bombas ou granadas incendiárias, porque isso não seria nada civilizado, e sendo eu uma discípula de Mahatma Gandhi, jamais aconselharia tal violência para atingir uma tão nobre finalidade: a de restituir a Portugal, a Língua Portuguesa, na sua forma grafada, culta, íntegra e europeia.
Já se fez quase, quase tudo. Já se disse quase, quase tudo. Mas, ainda assim, os governantes fazem-se de cegos, surdos e mudos e, antidemocraticamente, acham que o povo não merece respostas.
Contudo, a Justiça acabará por vencer.
… quando me desespero, lembro-me de que, ao longo da História, os caminhos da verdade e do amor sempre venceram. Tem havido tiranos e assassinos (neste caso, da Língua Portuguesa) e, por algum tempo, eles podem parecer invencíveis, mas no final, são sempre derrubados. E eu penso nisto. Sempre.
E aguardo, com grande esperança, a queda de todos os que estão a contribuir para um país de faz-de-conta, chamado PORTUGAL.
Mahatma Gandhi é o meu Mestre. Tenho-o como fonte de inspiração para as minhas lutas, sejam elas de que natureza forem. Gandhi foi pioneiro e praticou o princípio da Satyagraha - resistência à tirania através da desobediência civil não-violenta (em massa, em relação às leis injustas e às injustiças.
Em Portugal, nos tempos que correm, a desobediência civil não-violenta, até pode acontecer esporadicamente, mas não em massa, porque o povo português anda anestesiado, desinformado, alienado, com uma visão que apenas chega ao próprio umbigo. Já não se fazem padeiras de Aljubarrota ou Nunos Álvares Pereiras. Quem se interessa se Portugal se afunda; se Portugal tem a taxa mais alta de analfabetismo da Europa; se Portugal é um país cheio de políticos, banqueiros e empresários corruptos e vigaristas; se Portugal vendeu a alma ao diabo? Se vendeu a sua Língua Oficial? Quem se interessa?
Eu falarei apenas por mim: eu interesso-me. Por isso luto, e não esmoreço. E resisto. E insisto. Não desisto. Procuro lembrar-me dos ensinamentos de Mahatma Gandhi, e pôr em prática alguns dos seus preceitos para que o mundo possa mudar. E o primeiro desses preceitos é que eu devo ser a mudança que quero ver no mundo. Sei que sou uma insignificante gota de água. E daí? Se basta uma gota de água para fazer transbordar um copo cheio?
Aprendi com Gandhi que a ideia do “olho por olho” torna o mundo inteiro cego.
Aprendi também com ele que nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. E é isso que me move, nesta luta contra os "todo-poderosos" acordistas que, apesar de serem poucos, ignorantes e maus dão as cartas, se bem que viciadas, neste jogo sujo da negociata da Língua. Por vezes, isto acontece: dura, mas não perdura.
Também sei que quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem (no meu caso, de mulher) obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo (escravizar-me), diz-nos Mahatma Gandhi.
Gandhi dizia que não devemos perder a fé na Humanidade. A Humanidade é um oceano, e se algumas gotas do oceano estiverem sujas, o oceano não ficará sujo; dizia ele que a diferença entre o que fazemos e o que somos capazes de fazer é suficiente para resolver a maioria dos problemas do mundo.
Contudo, sem acção, não vamos a lugar nenhum, é que um grama de prática vale mais do que toneladas de pregação, dizia o sábio Gandhi.
É bem verdade. Em 19 de Fevereiro de 2019, eu e um outro elemento do MPLP (Movimento Em Prol da Língua Portuguesa - que continua activo, para que se conste) estivemos numa acção, no Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim. O que fizemos, bem calculado, poderia ter pesado um grama, mas o essencial foi feito. Todos os restantes elementos do MPLP (cerca de uma centena) foram convidados. Mas decidiram não ver, não ouvir, não ler. É que ver, ouvir e ler dá muito trabalho. É mais fácil andar pelo Facebook a pôr “gostos” e “não-gostos” e a dizer “de fato não gosto do pato” … Enfim… Gandhi tinha razão: sem acção, não vamos a lado nenhum.
Mas eu não esmoreço. Não desisto. Persisto. E, como eu, um núcleo de desacordistas activistas, que fazem o trabalho de sapa.
Porque primeiro eles ignoram-te, depois eles riem-se de ti, depois eles combatem-te, depois tu vences.
Venceremos!
Devemos ser persistentes. Com o tempo, a oposição ao nosso redor desaparecerá.
O sucesso de qualquer luta é a persistência, em massa. Dizia Gandhi.
Mas onde está a massa, neste nosso país com um povo que diz não, apenas uma vez, e depois põe-se à janela a ver passar a banda?
Onde estão todas estas vozes que já disseram NÃO ao Acordo Ortográfico de 1990, e hoje estão emudecidas (salvo raras excepções, que continuam a gritar NÃO)?
Sejam congruentes, sejam autênticos, sejam os vossos verdadeiros EUS. Dizia Gandhi. E dizia mais. Dizia que a felicidade é quando o que tu pensas, o que tu dizes e o que tu fazes estão em harmonia.
É isto que nos faz crescer e evoluir.
Não, não desistirei de defender a minha Língua Materna. O meu mais precioso instrumento de trabalho, que os desinformados e ignorantes, por opção, os servilistas, os escravos do Poder, os comodistas e os acomodados estão a tentar destruir, por desconhecerem o poder e a magia das palavras, quando escritas com todo os seus atavios.
Quando me desespero, lembro-me de que, ao longo da História, os caminhos da verdade e do amor sempre venceram. Tem havido tiranos e assassinos (da Língua Portuguesa) e, por algum tempo, eles podem parecer invencíveis, mas no final, são sempre derrubados. Penso nisto. Sempre. Tal como o meu Mestre Ghandi pensava.
E penso também numa frase de Miguel de Cervantes, que viu os seus carrascos serem castigados: «Deus suporta os maus, mas não eternamente».
E é nestes dois pilares do Saber, que deposito todas as minhas esperanças de ver a minha Língua Materna, na sua forma grafada, devolvida ao meu País.
Isabel A. Ferreira
E como se vence esta guerra, se já foram travadas algumas batalhas, sem atingir os inimigos que, apesar de não serem fortes, nem inteligentes, nem terem a razão do lado deles, usam a táctica do silêncio e ocultam os seus despropósitos, nos subterrâneos mais inacessíveis dos Palácios de Belém e de São Bento?
Não, não é com um ataque aos Palácios, com bombas ou granadas incendiárias, porque isso não seria nada civilizado, e sendo eu uma discípula de Mahatma Gandhi, jamais aconselharia tal violência para atingir uma tão nobre finalidade: a de restituir a Portugal, a Língua Portuguesa, na sua forma culta, íntegra e europeia.
Já se fez quase, quase tudo. Já se disse quase, quase tudo. Mas, ainda assim, os governantes fazem-se de cegos, surdos e mudos e, antidemocraticamente, acham que o povo não merece respostas.
Contudo a Justiça acabará por vencer.
… quando me desespero, lembro-me de que, ao longo da História, os caminhos da verdade e do amor sempre venceram. Tem havido tiranos e assassinos (neste caso, da Língua Portuguesa) e, por algum tempo, eles podem parecer invencíveis, mas no final, são sempre derrubados. E eu penso nisto. Sempre. E aguardo, com grande esperança, a queda de todos os que estão a contribuir para um país de faz-de-conta, chamado PORTUGAL.
Mahatma Gandhi é o meu Mestre. Tenho-o como fonte de inspiração para as minhas lutas, sejam elas de que natureza forem. Gandhi foi pioneiro e praticou o princípio da Satyagraha - resistência à tirania através da desobediência civil não-violenta (em massa, em relação às leis injustas e às injustiças.
Em Portugal, nos tempos que correm, a desobediência civil não-violenta, até pode acontecer esporadicamente, mas não em massa, porque o povo português anda anestesiado, desinformado, alienado, com uma visão que apenas chega ao próprio umbigo. Já não se fazem padeiras de Aljubarrota ou Nunos Álvares Pereiras. Quem se interessa se Portugal se afunda; se Portugal tem a taxa mais alta de analfabetismo da Europa; se Portugal é um país cheio de políticos, banqueiros e empresários corruptos e vigaristas; se Portugal vendeu a alma ao diabo? Se vendeu a sua Língua Oficial? Quem se interessa?
Eu falarei apenas por mim: eu interesso-me. Por isso luto, e não esmoreço. E resisto. E insisto. Não desisto. Procuro lembrar-me dos ensinamentos de Mahatma Gandhi, e pôr em prática alguns dos seus preceitos para que o mundo possa mudar. E o primeiro desses preceitos é que eu devo ser a mudança que quero ver no mundo. Sei que sou uma insignificante gota de água. E daí? se basta uma gota de água para fazer transbordar um copo cheio de água?
Aprendi com Gandhi que a ideia do “olho por olho” torna o mundo inteiro cego.
Aprendi também com ele que nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. E é isso que me move, nesta luta contra os "todo-poderosos" acordistas que, apesar de serem poucos, ignorantes e maus dão as cartas, se bem que viciadas, neste jogo sujo da negociata da Língua. Por vezes, isto acontece: dura, mas não perdura.
Também sei que quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem (no meu caso, de mulher) obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo (escravizar-me), diz-nos Mahatma Gandhi.
Gandhi dizia que não devemos perder a fé na Humanidade. A Humanidade é um oceano, e se algumas gotas do oceano estiverem sujas, o oceano não ficará sujo; dizia ele que a diferença entre o que fazemos e o que somos capazes de fazer é suficiente para resolver a maioria dos problemas do mundo.
Contudo, sem acção, não vamos a lugar nenhum, é que um grama de prática vale mais do que toneladas de pregação, dizia o sábio Gandhi.
É bem verdade. Hoje, 19 de Fevereiro de 2019, eu e um outro elemento do MPLP (Movimento Em Prol da Língua Portuguesa - que continua activo, para que se conste) estivemos numa acção, no Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim. O que fizemos, bem calculado, poderia ter pesado um grama, mas o essencial foi feito. Todos os restantes elementos do MPLP (cerca de uma centena) foram convidados. Mas decidiram não ver, não ouvir, não ler. É que ver, ouvir e ler dá muito trabalho. É mais fácil andar pelo Facebook a pôr “gostos” e “não-gostos” e a dizer “de fato não gosto do pato” … Enfim… Gandhi tinha razão: sem acção, não vamos a lado nenhum.
Mas eu não esmoreço. Não desisto. Persisto. E, como eu, um núcleo de desacordistas activistas, que fazem o trabalho de sapa.
Porque primeiro eles ignoram-te, depois eles riem-se de ti, depois eles combatem-te, depois tu vences.
Venceremos!
Devemos ser persistentes. Com o tempo, a oposição ao nosso redor desaparecerá.
O sucesso de qualquer luta é a persistência, em massa. Dizia Gandhi.
Mas onde está a massa, neste nosso país com um povo que diz não, apenas uma vez, e depois põe-se à janela a ver passar a banda?
Onde estão todas estas vozes que já disseram não ao AO90, e estão emudecidas (salvo raras excepções)?
Sejam congruentes, sejam autênticos, sejam os vossos verdadeiros EUS. Dizia Gandhi. E dizia mais. Dizia que a felicidade é quando o que tu pensas, o que tu dizes e o que tu fazes estão em harmonia.
É isto que nos faz crescer e evoluir.
Não, não desistirei de defender a minha Língua Materna. O meu mais precioso instrumento de trabalho, que os desinformados e ignorantes, por opção, os servilistas, os escravos do Poder, os comodistas e os acomodados estão a tentar destruir, por desconhecerem o poder e a magia das palavras, quando escritas com todo os seus atavios.
Quando me desespero, lembro-me de que, ao longo da História, os caminhos da verdade e do amor sempre venceram. Tem havido tiranos e assassinos (da Língua Portuguesa) e, por algum tempo, eles podem parecer invencíveis, mas no final, são sempre derrubados. Penso nisto. Sempre. Tal como o meu Mestre Ghandi pensava.
E penso também numa frase de Miguel de Cervantes, que viu os seus carrascos serem castigados: «Deus suporta os maus, mas não eternamente».
E é nestes dois pilares do Saber, que deposito todas as minhas esperanças de ver a minha Língua Materna devolvida ao meu País.
Isabel A. Ferreira
(Texto recebido via e-mail)
«Caros amigos “desacordistas” (aqueles que são contra o acordo ortográfico de 1990):
Contamos com a vossa prestimosa participação, no protesto que se pensa efectuar contra o AO90, conhecido por Aborto Ortográfico, no dia 19 de Fevereiro de 2019, pelas 11H00, terça-feira, à entrada do casino da Póvoa de Varzim, aquando da cerimónia de abertura do Correntes d’Escritas pelo Senhor Presidente da República.
Caso não queira ou não possa aderir, solicitamos os bons ofícios, no sentido de fazer circular este texto por todos os vossos contactos do FACEBOOK e assim sucessivamente até que a mensagem chegue ao maior número de pessoas possível, que são contra o AO90, que tem lesado permanentemente o ensino da Língua Portuguesa na matriz culta indo-europeia, um autêntico linguicídio, crime de LESA-PÁTRIA.
O que se pretende é que a mensagem chegue ao conhecimento dos professores e alunos das escolas e freguesias da Póvoa de Varzim, e cidades vizinhas da região, onde o evento se realizará, e que se sentem maltratados e coagidos na aprendizagem da língua, segundo a cartilha brasileira: o AO90.
Eis o que vai passar-se neste evento, onde o AO90 brilhará na escuridão que o envolve.
A 20ª edição do Correntes d’Escritas decorrerá na Póvoa de Varzim, de 16 a 27 de Fevereiro.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa, o Correntes d’Escritas contará com mais de 140 escritores de 20 países (Alemanha, Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, Guatemala, Guiné Bissau, México, Moçambique, Nicarágua, Peru, Portugal, Republica Dominicana, S. Tomé, Timor e Uruguai).
Dos autores convidados, estão já confirmadas as seguintes presenças: um prémio Cervantes: Sérgio Ramírez (Nicarágua); três Prémios Camões: Arménio Vieira, Germano Almeida e Hélia Correia; cinco Prémios Literários Casino da Póvoa: Lídia Jorge, Ana Luísa Amaral, Hélia Correia, Manuel Jorge Marmelo, Juan Gabriel Vásquez (Colômbia); seis Prémios Saramago (e já todos os vencedores passaram por cá ao longo das várias edições): Paulo José Miranda, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Ondjaki, Bruno Vieira Amaral e 8 ex-conferencistas de Abertura das Correntes: Nélida Piñon, Marcelo Rebelo de Sousa, José António Pinto Ribeiro, Álvaro Laborinho Lúcio, Adriano Moreira, Guilherme D’Oliveira Martins, Francisco Pinto Balsemão e Ignácio de Loyola Brandão.
A Conferência de Abertura desta edição, a 19 de Fevereiro, terça-feira, às 15h00, será proferida pelo Presidente da Conferência dos Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Jorge Carlos Fonseca, que falará sobre “As Letras da Língua e a Mobilidade dos criadores na CPLP”. Um dos objectivos do actual presidente da CPLP é a mobilidade entre os países da Comunidade. Jorge Carlos Fonseca é também o Presidente da República de Cabo Verde.
(Logo Cabo Verde que passou a Língua Portuguesa para segunda língua, e adoptou o Crioulo Cabo-verdiano como língua oficial, em 2017).
Neste mesmo dia, às 11h30, vai realizar-se, no Casino da Póvoa, a Sessão de Abertura do Correntes, com o anúncio dos vencedores dos Prémios Literários 2019 e o lançamento da Revista Correntes d'Escritas nº 18, dedicada a Nélida Piñon. O Presidente da República presidirá a esta cerimónia.
Muitas outras iniciativas, além das Mesas (temas serão versos da Sophia de Mello Breyner, cujo centenário do nascimento se assinala este ano), vão coabitar neste 20º Correntes d’Escritas: a Feira do Livro (que promove edições acordizadas). As Galerias Euracini 2 vão acolher não apenas a Feira do Livro mas Exposições, Lançamentos de Livros, sessões com alunos do 1º ciclo e famílias, as Correntes DAR, pequenas conversas literárias e muitas outras conversas paralelas.
Serão lançados durante o Encontro meia centena de livros, destacando: “Correntes D’Escritas & Correntes Descritas” de Onésimo Teotónio Almeida, uma compilação das suas intervenções ao longo dos anos no Correntes D’Escritas.
A Arte terá um papel de destaque nesta edição e vai espalhar-se um pouco por toda a cidade com as mais variadas exposições. Palavras, Música e a musicalidade das palavras estão sempre presentes, desde a 1ª edição, no Correntes e este ano vários cantores, músicos e poetas darão voz às suas e às palavras dos outros em vários espectáculos.
Destaque ainda para a emissão em directo do Programa Governo Sombra, da TVI24, às 24h00 de 22 de Fevereiro, sexta-feira, com Carlos Vaz Marques, João Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira, a partir do Cine-Teatro Garrett. Além deste, vários programas de Rádio e Televisão serão gravados durante o Correntes, como: Obra Aberta, da Rádio Renascença, Ensaio Geral, da Rádio Renascença e Todas as Palavras, da RTP.»
O programa completo pode ser consultado aqui:
E aqui está o Dossiê de comunicação:
O Correntes d’Escritas, que já vai na sua 20ª edição, realizar-se-á de 16 a 27 de Fevereiro do corrente ano (2019), na Póvoa de Varzim, com a presença de mais de140 escritores de expressão castelhana, de expressão luso-africana (Língua Portuguesa), de expressão cabo-verdiana (Crioulo Cabo-Verdiano, oriundo do Português) e de expressão brasileira (oriundo do Português).
O objectivo inicial deste evento foi aglomerar escritores de expressão ibérica, vindos de todo o mundo, onde as Línguas Portuguesa e Castelhana eram veículos de comunicação. Duas línguas nascidas na Península Ibérica, e espalhadas pelo mundo, na época dos Descobrimentos, encetados por Espanhóis e Portugueses, que chegaram a dividir o mundo, através de um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas, fora da Europa, e assinado na povoação castelhana de Tordesilhas, em 7 de Junho de 1494, e que ficou conhecido por Tratado de Tordesilhas.
Acontece que, na Península Ibérica, actualmente, só resta intacta a Língua Castelhana que, apesar de espalhada pelo mundo, nomeadamente América do Sul e América Central, jamais teve necessidade de se “adaptar” às várias formas do Castelhano que é falado e escrito nos territórios descobertos ou colonizados pela Espanha. São mais de 500 milhões de pessoas, falantes do Castelhano. O Castelhano é o segundo idioma mais falado no mundo, depois do Mandarim; é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU); e é usado como língua oficial da União Europeia, do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). E jamais ouve necessidade de acordos ortográficos, para unificar esta Língua, tão espalhada pelo mundo, e com tantas e preciosas variantes.
A outra Língua Ibérica, a Portuguesa, já não é portuguesa, já não é ibérica. Já não se encaixa no Correntes d’Escritas. E a maior prova é o que se vê nesta imagem, que agride, que esmaga, que insulta a alma portuguesa:
O Cine Teatro Garrett, localizado junto do Largo David Alves, na Póvoa de Varzim, é um dos palcos onde decorrerão as actividades deste evento. E decidiu-se enfeitar o local com estes cartazes suspensos, com algumas palavras escritas em Português, como criatividade (em Castelhano creatividad), escrita (em Castelhano escritura), amor (em Castelhano amor); e o que é que ali está a fazer, pendurado, aquele vocábulo, afeto, e que qualquer criança do segundo ano da escola básica lê “âfêtu”, que é como isto deve ser lido, e os espanhóis também lerão e não o reconhecerão como um vocábulo ibérico? Ah! Sim, é um vocábulo importado do Brasil, da grafia brasileira, que os políticos portugueses, nos querem impingir. E daí? O que é que este evento de expressão ibérica tem a ver com a língua que será a Brasileira, que tanto se distanciou da expressão ibérica? Ah! Sim, o acordo ortográfico. Mas que acordo? Quem acordou o quê?
Em Língua Portuguesa, na tal língua de expressão ibérica, o vocábulo escreve-se afeCto, tal como em Castelhano: afecto.
Na Península Ibérica, nos países sul-americanos e centro-americanos de expressão castelhana, nos países africanos de expressão portuguesa, e em Portugal, ninguém reconhece este AFETO como sendo da família Indo-europeia, Itálica, Românica, Ítalo-ocidental, Românica ocidental, Galo-ibérica, Ibero-românica, Ibero-ocidental, Galaico-portuguesa, Português, do qual o Brasil se distanciou, criando outra língua: a brasileira.
Tal como a família do Castelhano: Indo-europeia, Itálica, Românica, Ítalo-ocidental, Românica ocidental, Galo-ibérica, Ibero-românica, Ibero-ocidental, Castelhano, que todos os países de expressão castelhana respeitaram.
AFETO (âfêtu) é um vocábulo brasileiro, que faz parte de uma infinidade de vocábulos, a que os Brasileiros suprimiram as consoantes mudas, em 1943, e que os malaqueiros decidiram adoPtar, menosprezando os vocábulos ibéricos, apenas porque lhes deu na veneta, para diminuírem o elevado índice de analfabetismo, vigente na altura, e que permanece até aos dias de hoje, e porque acham que em 273 milhões de falantes de Português, 205 milhões são Brasileiros, isso é o suficiente para transformarem uma Língua Ibérica numa língua sul-americanizada, cheia de brasileirismos, e esvaziarem a Língua Portuguesa das suas raízes europeias.
Entre os escritores que participarão neste evento, contam-se alguns nomes que constam da lista dos anti-acordistas. Deles esperamos que aproveitem a oportunidade para exigirem ao presidente da República, que presidirá à cerimónia de abertura do Correntes, em 19 de Fevereiro, pelas 11h30, no Casino da Póvoa de Varzim, que cumpra a Constituição da República Portuguesa, e devolva a Portugal a grafia portuguesa.
A conferência de abertura, contará com a presença do director da CPLP, Jorge Carlos Fonseca que, obviamente, juntamente com os editores acordistas, que enchem a Feira do Livro com edições acordizadas e traduções dos autores de Língua Castelhana em acordês, estão ali para promoverem não as duas Línguas de expressão ibérica, mas tão-somente fazer propaganda a um acordo que o Brasil já considerou um desacordo.
Ainda hoje, um brasileiro meu amigo, Wilson Raiano, me questionou: «Isabel A. Ferreira, o que a política tem a ver com a língua? Filmes e novelas brasileiras são exportadas para todo o mundo, inclusive China. A língua e costumes fazem parte do pacote».
E eu respondi-lhe: «Em princípio, a Língua nada deveria ter com a política. Mas, infelizmente, os políticos brasileiros e os políticos portugueses deram-lhes para meter o bedelho onde não eram chamados, e estão a negociá-la como se ela fosse uma NOVELA. E a Língua Portuguesa não é uma novela, não é samba de uma nota só. É o Património Cultural Imaterial mais precioso que um País pode ter, e como tal deve ser intocável e preservado. E que o Brasil exporte novelas e samba, inclusive para a China, nada contra. Porém, os costumes e a Língua de cada país não são produtos exportáveis para consumo, mas apenas para o conhecimento do outro.
E pensar que nunca perdi uma edição do "Correntes d'Escritas", até ao ano em que trocaram a grafia portuguesa pela grafia sul-americana e começaram a vender gato por lebre e a encher a Feira do Livro com obras acordizadas, com autores, que jamais consentiriam ser acordizados, e estão a ser desonrados, insultados. Deste modo, perderam uma leitora, que gastava cerca de 200 Euros nesta Feira do Livro, todos os anos.
E para concluir deixo-vos com esta RADIOGRAFIA DO AO90, que recebi via e-mail, e que seria bom ser lida em voz alta numa das sessões que integrarão o Correntes d’Escritas, que já perdeu a sua essência, e hoje não passa de um logro:
O AO90:
Não podia estar mais de acordo.
Isabel A. Ferreira
«Este péssimo acordo ortográfico resiste num coma perpétuo. E tarda em morrer, o estafermo.»
Texto de NUNO PACHECO
«Depois do excelente texto de António Bagão Félix, publicado terça-feira neste jornal e intitulado O Acordo Mortográfico na AR, apetecia não voltar tão depressa ao assunto. Mas como o tema é vasto e há sempre muitíssima coisa que fica por dizer, aqui se deixam mais algumas notas, ao correr da pena.
Precisamente há dez anos, no Correntes d’Escritas da Póvoa de Varzim (cuja mais recente edição agora decorre), perguntaram a Maria Lúcia Lepecki, professora universitária, ensaísta e crítica literária brasileira, o que pensava do acordo ortográfico (AO). Respondeu assim: “Eu sempre achei que o acordo ortográfico não é preciso: um brasileiro lê perfeitamente a ortografia portuguesa e um português lê perfeitamente a ortografia brasileira. Olha a ortografia, sabe que palavra é que é, pronuncia correctamente (…). Acho que é um desperdício de energias, um desperdício de dinheiro, e penso que se devia gastar o pensamento e as forças em outra coisa qualquer.” Nesse mesmo ano, 2008, o Prémio Camões calhou a um escritor brasileiro, baiano, João Ubaldo Ribeiro. Também ele se pronunciou várias vezes sobre o tema, mas ficará na memória o que ele disse numa entrevista ao JL, em 1989. Fê-lo em linguagem desabrida: “Sou contra, acho uma burrice. (…) Então se eu fosse director de um jornal português e estivesse acostumado a que se escreva director, não é porque um brasileiro de merda me diz agora escreva ‘diretor’… Nem, como o brasileiro, só para agradar a um português, ir botar um pronome que destronque a base da língua de um brasileiro. Não, isso não. Acho que portugueses e brasileiros têm que se acostumar a que hoje são povos irmanados pela mesma história, povos irmanados até pela mesma família como é o meu caso, mas duas partes diferentes.” E dizia mais: com isso, “nós corremos o risco de nos tornar povos até mais inimigos.” Alguém o ouviu?
Recuando uns três anos, até 1986, um outro brasileiro, Afrânio Coutinho (baiano como Ubaldo e professor, ensaísta e crítico literário como Lúcia Lepecki) disse ao Jornal do Comércio do Rio de Janeiro: “A nossa língua é a brasileira. Os dois idiomas, o de Portugal e o do Brasil, saíram de um tronco comum e se desenvolveram divergentemente, a partir do Renascimento. Por isso nunca haverá unidade linguística, sonho de alguns sentimentalistas.” Porém, ao contrário de Lepecki e Ubaldo, Afrânio Coutinho era visto como “acérrimo defensor do acordo ortográfico, criticando o generalizado repúdio dos portugueses por tal instrumento de unificação da grafia da língua comum.” Quem diria?
1986 é, a este propósito, um ano interessante, pois foi nele que se selou um esboço de acordo de má memória que gerou (e bem) uma tempestade nacional, já que, entre outras aberrações, propunha a abolição de todos os acentos gráficos e muitos hífens, tornando irreconhecíveis múltiplas palavras. Entre as muitas críticas que suscitou, e que ficaram para a história, conta-se a que viria depois a ser publicada em livro em 1987, pelas Edições João Sá da Costa, sob o título A Demanda da Ortografia Portuguesa. Ora nesse livro, “organizado por Ivo Castro, Inês Duarte e Isabel Leiria”, há um curto texto intitulado “Sete Teses sobre a Ortografia Portuguesa”. Dizia: “Conhecido que é o efeito de retorno do escrito sobre o oral, é inaceitável defender alterações ortográficas que potenciem mudanças linguísticas em sentidos previsíveis ou imprevisíveis.” Foi o que se fez, em 1986 ou em 1990? Não, foi o contrário.
Mais: “A facultatividade é, por definição, contrária à própria ideia de normalização gráfica – de ortografia. Defender uma versão fraca de unificação [como defendiam os autores do texto] significa admitir grafias duplas no espaço lusófono, mas uma e apenas uma grafia em cada espaço nacional em que o português seja língua materna ou língua oficial.” Era o que havia, antes do AO de 1990. Por fim: “Um sistema ortográfico não é mais simples por conter um menor número de sinais portadores de informação: é tanto mais simples quanto menos ambíguo for permitindo um reconhecimento mais rápido e menos dependente do contexto.” É isto que temos, hoje? Não, é precisamente o contrário!
Mas se tristemente Lepecki, Ubaldo e até Afrânio deixaram de fazer parte do mundo dos vivos, este péssimo acordo ortográfico resiste num coma perpétuo. E tarda em morrer, o estafermo.»
Fonte:
https://www.publico.pt/2018/02/22/culturaipsilon/opiniao/ortografices-ao-correr-da-pena-1803892
No segundo dia do Correntes d’Escritas, que está a decorrer na Póvoa de Varzim, o contestadíssimo AO90 veio à baila, como não podia deixar de ser.
"E o Acordo Ortográfico?" A pergunta veio da assistência.
A mesa, que integrava os escritores Cristina Norton, a cubana Karla Suarez, o espanhol Ignácio del Valle, o guineense Tony Tcheka e a portuguesa Teolinda Gersão, ficou momentaneamente sem palavras.
Porém, Teolinda Gersão, que venceu o último Prémio Vergílio Ferreira, quebrou o silêncio ao dizer: «Foi a maior estupidez que conheço. Entendemo-nos perfeitamente com grafias diferentes.»
Teolinda Gersão defendeu ainda que «não faz sentido apagarmos a etimologia quando somos uma língua latina que só é representada por Portugal na Europa. O Brasil não tem qualquer relação directa com o Latim, é um país jovem que tem uma outra história.»
E a escritora questiona-se sobre a aplicação do Acordo Ortográfico e pergunta: «Porque é que vamos apagar a nossa identidade? A troco de quê? Um acordo que está a ser negociado há 30 anos, é porque falhou!»
Os restantes escritores, de Espanha, Cuba e Argentina disseram que não há acordos na Língua de Cervantes.
Mas o escritor e jornalista guineense Tony Tcheka considera «ser moda dizer mal do Acordo Ortográfico e que os tempos conturbados da Guiné Bissau não têm permitido ao parlamento ratificar o acordo da grafia portuguesa. Não é prioritário.»
Ainda se fosse só moda…! E o que se diz sobre o AO90 não é mal… é a verdade nua e crua, porque, na realidade, o AO90 não veio acrescentar nenhum benefício à Língua Portuguesa. Pelo contrário, só veio empobrecê-la, deformá-la e desfeá-la profundamente e afastá-la anos luz das suas raízes cultas.
Trata-se de uma ortografia brasileira, que não interessa a Portugal.
Fonte:
Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, deslocou-se à Póvoa de Varzim, para presidir à cerimónia de abertura do Correntes d’Escritas, que já foi um evento prestigiante para a Língua Portuguesa, e hoje não passa de um veículo transmissor de uma ortografia que os governantes portugueses, servilmente, importaram do Brasil, e estão a tentar impingir aos Portugueses, vendendo-lhes gato por lebre, ao mesmo tempo que se recusam a ouvir as muitas vozes lúcidas das várias razões que clamam pela libertação da Língua Portuguesa, prisioneira da ignorância e falta de visão mental e política de todos os envolvidos nesta que é a maior fraude de todos os tempos, da História de Portugal.
Origem da imagem: Internet
Além desta inédita circunstância (inédita porque nenhum outro país ex-colonizador europeu, como Inglaterra, Espanha, França ou Holanda, jamais se rebaixou a importar a ortografia das suas ex-colónias, para daí retirar “vantagens” que só a elas interessam), temos a acrescentar o facto de alguns escritores, que se dizem anti-acordistas, terem aceitado um convite escrito em acordês (por muito que me interesse o evento, jamais a ele compareço, se sou convidada em acordês) para participarem no Correntes d’Escritas.
O que se espera desses escritores é que façam muito RUÍDO ao redor da indignidade da aceitação do AO90. Se não o fizerem, ficaremos bastante desiludidos e muito desconfiados desse dito anti-acordismo.
Todos os que vêem um palmo à frente do nariz, sabem que Portugal está a ser colonizado linguisticamente (mas não só) através de uma ortografia mutilada, inculta, desenraizada e afastada das suas origens cultas e europeias, o que está a contribuir para o caos ortográfico, onde quer que esteja a ser aplicada, inclusive nos documentos oficiais que nos chegam, escritos numa ortografia básica, de meninos do primeiro ano da Escola Primária, que começam a aprender a juntar as letras.
O Acordo Ortográfico de 1990 é simplesmente um hino à subjugação de Portugal aos interesses exclusivos do Brasil.
É que nenhum outro país lusófono está interessado nesta ortografia que se afastou da lusitanidade intencionalmente, constituindo um retrocesso, ao contrário do que os acordistas apregoam, porque a mutilação, pura e simples, não tem nada a ver com a evolução de uma Língua. Só assim pensa quem desconhece as Ciências da Linguagem.
EM QUE ASPECTO A ORTOGRAFIA MUTILADA, IMPORTADA DO BRASIL, SERVE OS SUPERIORES INTERESSES DE PORTUGAL?
É esta a pergunta que dirijo ao Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, que jurou defender os interesses de Portugal e dos Portugueses, e a Constituição da República Portuguesa, e está a falhar redondamente nestas suas competências, no que diz respeito à defesa da Língua Portuguesa, o símbolo maior da nossa identidade, remetendo-se a um estranho e cúmplice silêncio.
Como cidadã comum, tenho por hábito escrever às autoridades, sempre que os meus direitos ou os dos que não têm voz, são violados, esperando muito naturalmente uma resposta.
Faço-o, porque entendo que os serviços públicos, neles incluindo todos os que ocupam altos cargos governativos, altos cargos de Poder, suportados com os nossos impostos, devem estar ao nosso serviço, e não o contrário.
Por educação, também deveriam saber que toda a carta merece uma resposta. Mas a triste realidade é que não sabem, e pior do que isso, não querem saber.
E as respostas não vêm.
E os cidadãos têm direito a essas respostas.
AMAR A LÍNGUA PORTUGUESA não é a mesma coisa que “amar” uma jóia que nos é muito cara, porque se a perdermos ou nos for roubada, a mossa será apenas material.
AMAR A LÍNGUA PORTUGUESA é amar a nossa própria identidade, a nossa origem, o nosso País, a nossa individualidade. Se a perdermos, perderemos as nossas raízes e acabaremos por acabar como País independente e livre.
Senhor Presidente da República, o senhor, hoje, participou num evento em que a Língua Portuguesa é bastante vilipendiada.
Pergunto: em que aspecto a ortografia mutilada, importada do Brasil, serve os superiores interesses de Portugal, que o senhor diz ter obrigação de defender, mas neste caso, não defende?
Todas as perguntas merecem resposta. E esta, mais do que qualquer outra, interessa aos Portugueses, porque aqui está em causa a Identidade Portuguesa, que o senhor tem o dever de defender.
Aguardo que Vossa Excelência tenha a gentileza de me responder.
O seu silêncio corresponderá àquilo que todos nós pensamos:
Que Portugal está entregue a pequeninos e pretende agigantar-se da pior maneira, subjugando-se a uma ex-colónia, que lhe acenou com uma falsa e desqualificada “grandeza”.
E os Portugueses terão então de agir em conformidade.
Isabel A. Ferreira
«ÀS VEZES VALE A PENA SER TEIMOSO E TER A MESMA IDEIA DO PRINCÍPIO AO FIM»
Isto foi o que ouvi Marcelo Rebelo de Sousa dizer hoje, no Telejornal da SIC, a propósito de se declarar ou não os Rendimentos e Património, na novela “Centeno e Domingues”.
Pois é este conselho presidencial que temos de seguir:
VAMOS SER TEIMOSOS E TER A MESMA IDEIA DO PRINCÍPIO AO FIM: RASGUE-SE O AO90, ANTES QUE O AO90 RASGUE A LÍNGUA PORTUGUESA
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EVENTO:
No próximo dia 22 de Fevereiro (quarta-feira) Marcelo Rebelo de Sousa deslocar-se-á ao Casino da Póvoa de Varzim, pelas 12 horas, para presidir à cerimónia de abertura do “Correntes d’Escritas”.
Lá estarão presentes editores e escritores acordistas e órgãos de comunicação social.
Não seria uma boa oportunidade para demonstrarmos o nosso desagrado pelo modo como a questão da Língua Portuguesa está a ser tratada pelo presidente da República, que tem o dever de zelar pelos superiores interesses de Portugal e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa e que, segundo os juristas, não está a cumprir, uma vez que a Língua Oficial de Portugal está ser vilipendiada e imposta ILEGALMENTE?
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